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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

ESPECIAL ALONSO - Final

Foto: Divulgação/McLaren

Fala, galera! Última parte do especial Fernando Alonso aqui no blog. As outras partes vocês podem acompanhar nos links anteriores:

Vamos lá:

McLAREN (2015-2018): RETORNO IMPROVÁVEL E MAIS DECEPÇÕES

Foto: MotorSport

Logo no segundo dia de pré-temporada, na Catalunha, a Honda já apresentava problemas graves no motor. A equipe mal corria. Pra piorar, Alonso sofreu um acidente até hoje MISTERIOSO (reportado na época ao clicarnesse link). O MP4-30, sofrendo com problemas no MGU-K, teria sofrido uma descarga elétrica que foi em toda em direção ao espanhol, que desmaiou e precisou ser atendido no hospital por algumas semanas.

Foto: Reprodução/Twitter
Depois de ficar consciente, alguns tablóides sensacionalistas chegaram a publicar uma história onde Alonso teria perdido a memória e que acreditava ainda estar em 1995, quando era piloto de kart. Alonso ficou fora da abertura da temporada,  na Austrália, reestreando pela McLaren justamente no palco onde venceu com a equipe inglesa pela primeira vez, na Malásia. Lá, ele negou esses boatos e as classificou como “história divertida”. O espanhol disse que nunca perdeu a consciência e que apagou em virtude do efeito colateral de um remédio que tomou antes de ser transferido para o hospital, afirmando que se lembra de tudo que aconteceu antes e depois do acidente.

Enquanto Vettel estreava no pódio com a Ferrari e a McLaren fechava o grid, Alonso afirmou que pódios não são mais importantes e que preferia correr riscos para ganhar e ser campeão. Com vários problemas na McLaren, Alonso nem completou a prova e viu o rival alemão vencer pela primeira vez com a Ferrari. O espanhol se defendeu dizendo que seria difícil apostar que a Ferrari faria uma temporada tão boa depois de um 2014 tão ruim e que só consideraria um erro sair da equipe se os italianos forem campeões. Distante dos pontos e levando volta de todo mundo, Alonso apenas disse estar feliz em completar a corrida e entender melhor o carro.

Na primeira volta da corrida da Áustria, se envolveu em um acidente com o ex-companheiro Kimi Raikkonen e chegou a ficar com o carro em cima da Ferrari do finlandês. Não houve feridos e foi apenas um acidente de corrida provocando com Raikkonen girando na frente de Alonso por ter rodado. Em Silverstone, marcou o primeiro ponto da temporada. 



Na Hungria, o melhor momento da temporada: foi o quinto, enquanto Button foi o nono. Foi a única vez na temporada que os dois marcaram pontos e a última na qual a McLaren chegou no top 10. No Japão, irritado com a falta de potência do motor Honda, chamou no rádio o motor dos japoneses de “GP2”, na corrida de casa, tornando-se um símbolo do que foi essa segunda parceria entre McLaren e Honda.


Em 2016, os problemas seguiam e a parceria com a Honda já começava a ser fortemente questionada e criticada. Na Austrália, Alonso se envolveu em um acidente violentíssimo com Esteban Gutiérrez  na curva, capotando e batendo forte na barreira de pneus. Com lesão no pulmão e fratura nas costelas, ficou de fora da corrida do Bahrein. O retorno foi na China, onde chegou em 12°. Na Rússia, Alonso marcou ótimos oito pontos com um grande sexto lugar e, duas corridas depois, chegou em quinto em Mônaco. 



Com a Honda cheia de problemas, abandonos e troca de peças/motores, Alonso era frequentemente penalizado, ou largando dos boxes ou em último. Na Bélgica, beneficiados pela bandeira vermelha causada pelo forte acidente de Kevin Magnussen, Alonso conseguiu um grande sétimo lugar. Na Malásia, também largando em último lugar por diversas punições, de novo chegou em sétimo.
Marcando mais pontos, a expectativa era que a McLaren seguisse evoluindo mais, mas não foi o aconteceu, como vocês puderam perceber por aqui. 

Com um “bom chassi” mas atrapalhado pelo fraco e inconfiável motor Honda. Diante da falta de competitividade, Alonso resolveu apostar no sonho de conquistar a “Tríplice Coroa do automobilismo” e decidiu correr nas 500 milhas de Indianápolis, se ausentando de Mônaco, que aconteceria no mesmo dia. A vitória não veio mas Alonso liderou algumas voltas e abandonou, novamente com o motor nipônico o deixando na mão.

Depois de críticas públicas de Alonso e da equipe aos motores da Honda, a McLaren anunciou o fim da união e assinou com a Renault para a temporada de 2018. Com um bom chassi e um motor mais potente e confiável, seria a última cartada do espanhol em guiar um carro competitivo na carreira.

A decisão parecia acertada. Logo na Austrália, Alonso chegou em quinto e no rádio dizia que “agora nós podemos lutar”. No entanto, no Bahrein, Alonso chegou em sétimo e levando volta das três principais equipes, apesar de ser o melhor do resto. Na largada de Baku, o espanhol foi atingido por dois carros nas curvas 2 e 3, furando os dois pneus da direita. Se arrastando na pista com extrema dificuldade, Alonso teve técnica para conseguir levar seu carro para os boxes. Beneficiado por uma corrida caótica repleta de acidentes e Safety Car, Alonso conseguiu ser o sétimo mesmo com o carro avariado. Depois, disse que essa foi uma das “melhores corridas da minha vida”. 


Na Espanha, com um novo motor, finalmente Alonso conseguiu chegar no Q3, largando em oitavo e terminando na mesma posição. Com muitas especulações sobre o futuro, em agosto o bicampeão anunciou a saída da F1 no final da temporada. Desde então, foram especulados diversos possíveis caminhos para Alonso no ano que vem.

O que é certo é que o espanhol vai terminar a temporada no Mundial de WEC até junho, com a disputa das 24 Horas de Le Mans e vai buscar o bicampeonato da prova. Semanas atrás, foi confirmado que ele vai disputar novamente as 500 Milhas de Indianápolis em uma parceria com a McLaren. Ao contrário do que parecia tendência, Alonso não deve participar de toda a temporada da categoria americana.

NÚMEROS FINAIS DA CARREIRA DE FERNANDO ALONSO:

Corridas: 314
Títulos: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 32
Pódios: 97
Pole Positions: 22
Voltas mais rápidas: 23
Pontos na carreira: 1.899
Primeira pontuação: Austrália 2003 (7° lugar)
Primeira pole: Malásia 2003
Primeiro pódio: Malásia 2003
Primeira vitória: Hungria 2003
Última pole: Alemanha 2012
Última vitória: Espanha 2013
Último pódio: Hungria 2014
Última pontuação: Cingapura 2018 (7° lugar)

E essa foi a carreira e os números de Fernando Alonso Díaz, um dos maiores e melhores de todos os tempos na categoria. Que seja feliz em outras competições e em sua vida e “até logo”, quem sabe? Já estou com saudades. Obrigado, Fênix!

Na sequência, a análise final da temporada e algumas outras coisas especiais. 

Até!

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O REDUTO DE LEWIS

Foto: Getty Images

Os Estados Unidos são a segunda casa de Lewis Hamilton, não só pela familiaridade e proximidade com o mundo pop, do hip-hop e do glamour, mas também nas pistas. Para ser mais preciso, esse local é o COTA (Circuit of the Americas), em Austin, no Texas.

Lá, Lewis venceu cinco das seis corridas que foram disputadas até hoje. Além disso, a vitória em Indianápolis, no longínquo 2007, fez com que o britânico superasse Michael Schumacher como o maior vencedor em solo do Tio Sam.

No Texas, em 2015, Hamilton foi tricampeão do mundo, igualando o ídolo Ayrton Senna, com direito a briga intensa e erro de Rosberg no final. Um atropelo diante do alemão, que daria o troco no ano seguinte, mas sem vencer no Texas, é claro.


Assim como em 2015, nesse ano Lewis tem grandes chances de conquistar o penta de novo em Austin. Para isso, basta vencer e torcer para Vettel ficar no máximo em terceiro; ou então ser o segundo e Vettel no máximo o quinto; se for terceiro, Vettel tem que ser o sétimo; Se for o quarto, Vettel tem que ser no máximo o oitavo; Se for o quinto, Vettel tem que ser no máximo o nono; e, finalmente, se for o sexto, Vettel não pode pontuar. Você entendeu, não é uma possibilidade, dado os momentos atuais do próprio Hamilton, do próprio Vettel e da errática Ferrari.

É um aproveitamento impressionante. Foi no Texas que Lewis venceu pela última vez com a McLaren também, a penúltima da história da equipe até hoje. Vale lembrar da corrida de onze anos atrás, onde um jovem Lewis já tinha talento e personalidade para desbancar Alonso justamente na prova onde estreou na F1 um tal de Sebastian Vettel, que seria seu grande rival da contemporaneidade.





Bom, será que a sexta vitória em sete corridas em Austin vai vir para Hamilton? Será que vem o penta? Será que vem as duas? Parece bem provável, mas só acreditamos vendo. Mais do que nunca, Lewis se sente em casa nos States.

Até!


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

FIQUE DE OLHO: LANDO NORRIS

Foto: This Is F1
Olá! O texto de hoje será sobre um jovem piloto reserva da McLaren que vem impressionando a todos com suas performances em outras categorias e também na F1 e tem tudo para ser um dos grandes astros da categoria num futuro próximo: trata-se de Lando Norris, de apenas 18 anos.

Nascido em Bristol no dia 13 de novembro de 1999 (!), o jovem Lando começou a andar de kart aos sete anos. Logo em sua estreia em um grande evento nacional, acabou marcando a pole position. Em 2013, aos 14 anos, foi o campeão do Campeonato Mundial de Kart, no Bahrein.


No ano seguinte, estreou na Ginetta Junior Championship, categoria de acesso a BTCC (campeonato de carros de Turismo do Reino Unido), onde acabou em terceiro na classificação geral e vencedor como Novato do Ano logo em seu primeiro ano fora do kart. Em 2015, Norris assinou contrato com a Carlin para correr na então nova MSA Formula Series, onde foi campeão com impressionantes oito vitórias, dez poles e 15 pódios em 30 corridas. Ele também correu em algumas oportunidades na Fórmula 4 alemã (8 corridas, 1 vitória e 6 pódios) e italiana ( 9 corridas e 1 pódio) pela equipe Mücke Motorsport. 

Campeão da MSA Formula Series em 2015. Foto: FIA Fórmula 4
Em 2016, Norris começou o ano correndo pela M2 Competition na Toyota Racing Series, na Nova Zelândia. Foi campeão com seis vitórias, inclusive no badalado GP da Nova Zelândia, na corrida 3. Lando também participou da Fórmula Renault 2.0 Europeia e NEC Series pela Josef Kaufmann Racing, onde acabou campeão nas duas, com seis vitórias e 11 pódios. Além disso, Norris participou de algumas corridas da Fórmula 3 Britânica, onde venceu quatro corridas em 11 disputadas e terminou em oitavo. Para coroar a temporada, o britânico participou da última etapa da Fórmula 3 Europeia e do conceituado GP de Macau, onde foi o décimo primeiro  com a Carlin.

Com um currículo tão grande em pouco tempo de carreira, era natural chamar a atenção das grandes equipes. Em fevereiro desse ano, Lando foi contratado pela McLaren para ser piloto de sua academia. Nesse ano, correndo pela Carlin desde o início na Fórmula 3 Europeia, Lando Norris sagrou-se campeão com nove vitórias, oito poles e incríveis 20 pódios em 30 corridas. Lando também correu as últimas duas corridas da F2 pela Campos Racing e ficou em segundo no GP de Macau.

Campeão da World Series em 2016. Foto: The Chequered Flag
Para o ano que vem, estava previsto que o britânico corresse pela Prema na F2, a melhor equipe da base. Entretanto, o acordo foi vetado nada mais nada menos do que por Lawrence Stroll, acionista da equipe. Natural que o papai cortasse as asas de quem mostra genuíno talento para não ameaçar os caminhos do filho Lance. Bom, acontece que agora Lando é apadrinhado da McLaren, que lhe arranjou um lugar na Carlin e terá o brasileiro Sérgio Sette Câmara como companheiro de equipe.

O que chamou a atenção da F1 foi que, durante testes de inverno na Hungria, o jovem Lando foi um dos mais rápidos da pista, superando inclusive Stoffel Vandoorne, piloto da equipe de Woking.

Se o garoto continuar conquistando títulos e confirmando as expectativas que foram depositadas depois de vencer quase tudo na base e ter a McLaren como forte apoiadora, é questão de tempo para que o britânico chegue à F1. “Basta” vencer a F2, onde desde já é um dos favoritos, e torcer para a sorte e para o timing. Vai que Alonso se irrite de vez e a parceria com a Renault resulte em fracasso ou Vandoorne sucumba a pressão em sua segunda temporada?

Lando impressionou nos testes pela McLaren na Hungria, em junho. Foto: XP8 Images

Bom, fatalmente Lando chegará a F1 se nada der errado. A questão é quando. Fique de olho. O menino é uma promessa e se você piscar, lá estará ele alinhando no grid com a McLaren em um futuro nada distante.

Até!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

ESPECIAL BUTTON - Final

Foto: F1 Buzz
Fala, galera! Finalmente a última parte do especial Jenson Button, dessa vez com o resumo de suas sete temporadas na McLaren, com quatro companheiros de equipes (Hamilton, Pérez, Magnussen e Alonso), algumas vitórias e atuações espetaculares e um fim de carreira por baixo, mas não por sua culpa.

McLaren (2010-2016) = Pós-título, vitórias, brilhos e o fim da carreira

Foto: Wikipédia
Depois que a Brawn foi comprada pela Mercedes, Button anunciou sua ida para a McLaren. Ele assinou um contrato de três anos com um salário de seis milhões de libras anuais e enfrentaria o também campeão do mundo Lewis Hamilton como companheiro de equipe. Jenson explicou a mudança de equipe porque ele queria motivação e o desafio de competir diretamente com Hamilton, e também afirmou que a Brawn havia oferecido mais dinheiro do que a McLaren. Muitos ex-pilotos, como John Watson, Jackie Stewart e Eddie Irvine consideraram um erro, pois Button teria que se esforçar muito para vencer Hamilton.

Depois de um sétimo lugar na corrida inaugural no Bahrein, Button venceu a primeira corrida pela nova equipe logo na segunda etapa, na Austrália. Largando em quarto, ele foi o primeiro a colocar pneus slick quando a pista estava úmida e prestes a secar, o que o deixou em segundo após o pit-stop dos outros pilotos. Ele assumiu a ponta após Vettel abandonar com problemas de freio e manteve em primeiro sem precisar fazer outra parada nos boxes. Ele foi o 13° piloto a vencer por três equipes diferentes (Honda, Brawn e McLaren). Depois de chegar em oitavo na Malásia largando na 17a posição, a segunda vitória no ano veio na China, quando permaneceu com os pneus slick enquanto a maioria optou pelos intermediários, ficando em segundo. A chuva não veio e todo mundo teve que trocar os pneus outra vez, menos Button. Ele e a McLaren lideravam o Campeonato e os Construtores, respectivamente.

Foto: GrandPrix

Foto: Abril


Na Espanha, Button foi ultrapassado por Schumacher e terminou num frustrante quinto lugar. Em Mônaco, o motor superaqueceu, e ele abandonou depois de apenas três voltas. Com isso, Button perdeu a liderança do campeonato e caiu para quarto, atrás da Red Bull e de Alonso. Na Turquia, se recuperou e chegou em segundo, após Vettel e Webber se baterem enquanto lideravam a prova. Hamilton venceu, após os dois se tocarem roda com roda na disputa pela vitória. Hamilton foi avisado pela equipe para diminuir a velocidade que Button não o passaria, mas ele passou. Surpreso, Lewis devolveu a ultrapassagem e venceu. Com isso, Jenson pulou para a segunda posição no campeonato, atrás de Webber. O mesmo resultado se repetiu no Canadá e Button manteve-se em segundo, agora três pontos atrás de Hamilton. No Gp da Europa, Button foi o terceiro e continuou na vice-liderança do campeonato. Ele perdeu a chance de ficar no pódio do GP da Inglaterra. Ele foi o quarto, após apresentar problemas no balanço do carro, o que custou o 14° lugar do grid.

Depois de três provas nos pontos, Button abandonou no GP da Bélgica após ser atingido por Vettel, que danificou o radiator do seu carro. O segundo lugar em Monza foi seguido de dois quartos lugares seguidos, em Cingapura e no Japão. Durante o Grande Prêmio do Brasil, Button e sua entourage foram ameaçados por pessoas armadas no retorno ao hotel depois da classificação. Entretanto, não aconteceu nada de mais grave. Button foi matematicamente eliminado da disputa do título faltando uma corrida, depois de chegar em quinto. Na corrida final da temporada, em Abu Dhabi, Jenson largou em quarto. Na largada, passou Alonso e pulou para terceiro. Hamilton e Vettel foram para os boxes e Button assumiu a ponta. Depois de 39 voltas com o mesmo pneu, Jenson parou e retornou em terceiro, onde terminou a prova, garantindo o quinto lugar no campeonato.

2011: A maior vitória da carreira

Foto: F1 Fanatic
O começo da temporada foi ruim para Button e a McLaren, com Vettel dominando as corridas iniciais. Jenson foi o segundo na Malásia e terceiro na Espanha e Mônaco, onde perdeu a chance de vencer após uma bandeira vermelha permitir que Vettel e Alonso mudassem os pneus e o ultrapassando em seguida.

Duas semanas depois, no Canadá, a maior atuação da carreira: na corrida mais demorada da história, Button chegou a cair para último depois de bater no próprio companheiro de equipe e em Alonso, cumprir drive through por passar da velocidade limite no pitlaine e ter feito cinco pit stops. Ele ultrapassou 27 carros na pista, incluindo Vettel na última volta, quando o alemão errou numa curva, bastante pressionado pelo ritmo do britânico. A corrida durou cinco horas, a maior da história da F1.




Button abandonou pela primeira vez na temporada justo no GP da Inglaterra graças a um erro no último pit stop. O equipamento da roda não conseguiu ajustar a porca a tempo e o carro de Button saiu dos boxes com uma roda mal colocada. Ele também abandonou na corrida seguinte, na Alemanha. Jenson não ficava de fora de duas corridas consecutivas desde 2008. Na Hungria, Button venceu justamente na sua corrida número 200 no palco de sua primeira vitória, em 2006. Ele terminou em terceiro na Bélgica, onde largou em 13° depois de problemas de comunicação com a equipe, quando passou Alonso faltando duas voltas para o final. Button foi o segundo em Monza. Em Cingapura, ele perseguiu Vettel nas voltas finais, mas o tráfego na pista tirou suas possibilidades de vitória. Naquela altura ele era o segundo colocado no Mundial e o único com condições de brigar com Vettel pelo bicampeonato.



Foto: Getty Images
No Japão, foi anunciada a renovação de Button por "múltiplos anos", em um acordo de 85 milhões de libras. Ele venceu a corrida, seguido de Alonso e Vettel, que se sagrou bicampeão nessa prova. Na Índia, o chefão da equipe Martin Whitmarsh anunciou que o novo contrato de Button teria a duração de três temporadas. Nessa prova, ele largou em quarto. Pulou para segundo na primeira volta após ultrapassar Alonso na largada e Webber na curva de trás da reta oposta. Jenson terminou nessa posição, incapaz de imprimir o mesmo ritmo que o campeão incontestável do ano, Sebastian Vettel. Em Abu Dhabi, Button largou em terceiro e chegou em terceiro, vendo Hamilton vencer e Seb abandonar após um dano na suspensão após a largada. Button sofreu com um problema no Kers, mas a vantagem para o quarto colocado, Mark Webber, era muito cômoda, o mesmo em relação a Alonso, que era o segundo. Esses resultados transformaram Button no primeiro companheiro de equipe a bater Lewis Hamilton em uma temporada. Na última corrida, no Brasil, Button largou na frente de Hamilton (em terceiro) e assim terminou a prova, atrás da Red Bull em ambas as situações, após passar Alonso na volta 62. O resultado garantiu o vice-campeonato de Button, incríveis 122 pontos atrás de Vettel. Foi um dos melhores anos da carreira de Button, com três vitórias, três voltas mais rápidas e 12 pódios.


Foto: Getty Images
Foto: F1 Fanatic
Mais uma temporada na McLaren, mais um ano contra Lewis Hamilton. Jenson largou em segundo antes de vencer a primeira na temporada, na Austrália. Também conseguiu o segundo tempo na Malásia, mas terminou em 14° após bater na Hispania do indiano Narain Karthikeyan devido à falta de aderência. Essa foi a primeira vez que Button terminou fora da zona de pontuação desde o GP da Coreia do Sul de 2010 e terminou a sequência de pontos que existia desde o GP da Hungria de 2011. Duas semanas depois, ele foi o segundo colocado do GP da China.


Foto: Divulgação
No Bahrein, Button largou em quarto, enquanto Hamilton foi o segundo. Durante a corrida, Button teve problemas de aderência e abandonou na volta 55, com uma falha no escape. Na Espanha, largou em 11°, pela primeira vez na temporada fora do top 10. Depois de não ter conseguido terminar além da oitava posição nas últimas quatro corridas, Button foi o terceiro na Alemanha, mas subiu para o segundo lugar após Vettel ser punido depois da corrida. Jenson conquistou a primeira pole em três anos na mítica Spa Francorchamps. Ele ganhou a prova sendo o primeiro da temporada a liderar todas as voltas da corrida. Na Itália, largou em segundo, atrás de Hamilton. Ele permaneceu nessa posição até precisar abandonar com problemas na pressão do combustível depois de dois terços de prova completadas.




Foto: Getty Images
Em Cingapura, Button largou em quarto e chegou em segundo após Vettel herdar a vitória que seria de Hamilton, que abandonou com problema de câmbio. No Japão, Button largou em terceiro, atrás das duas Red Bull, mas havia sido penalizado por trocar o câmbio e largou em oitavo. Ele escapou dos incidentes da primeira volta e chegou a ficar em terceiro, mas terminou em quarto após ser ultrapassado por Massa na parada dos boxes e por não ter conseguido ultrapassar Kamui Kobayashi, o terceiro. Na Coreia do Sul, largou em 11°, mas abandonou na primeira volta após se envolver em um acidente com Kobayashi e Rosberg. Na Índia, Button foi o quinto, atrás de Hamilton. Jenson largou em quarto, mas foi superado por Alonso nas voltas iniciais. Button largou em sexto em Abu Dhabi, mas terminou em quarto após ser ultrapassado por Vettel. Se Jenson venceu na abertura da temporada, ele tratou de vencer a corrida final também, no Brasil. Em uma corrida repleta de mudança de clima e muita chuva, Jenson batalhou com Hulkenberg e Hamilton pela vitória. Ele estava em terceiro quando os dois da frente colidiram e abandonaram, abrindo caminho para a 15a vitória da carreira do britânico. Terminou o campeonato em quinto, apenas alguns pontos atrás de Hamilton, companheiro de equipe que iria para a Mercedes no ano seguinte. Foi a última vitória de Button na F1.




Foto: Alamy
Foto: F1 Fanatic
No início da temporada, Button declarou que a McLaren seria a sua última equipe na carreira. Na corrida inaugural, na Austrália, ele largou em décimo e terminou em nono, apesar da equipe admitir que não entendeu como o MP4-28 se comportou em condições de corrida. Na Malásia, ele largou em sétimo, mas abandonou a prova. Seu novo companheiro de equipe era o jovem mexicano Sérgio Pérez, que impressionou a todos pilotando a Sauber no ano anterior. Durante o ano, principalmente no Bahrein e em Mônaco, os dois se envolveram em disputas de posição bem fortes para quem é companheiro de equipe. O sempre calmo Button falou no rádio algumas vezes algo do tipo "Mandem ele se acalmar". Jenson criticou bastante o estilo de pilotagem de Pérez. O melhor resultado de Button na temporada foi um quarto lugar na última etapa, em Interlagos, finalizando uma difícil temporada e de perfomances bem fracas da McLaren, muito abaixo do orçamento e da capacidade da equipe.


Foto: F1 Weekends
Depois de um 2013 difícil, foi anunciado no fim do ano que Sérgio Pérez seria substituído pelo piloto dinamarquês Kevin Magnussen, da academia de pilotos da equipe inglesa. 

Uma das novas regras da temporada de 2014 foi que os pilotos passariam a utilizar números fixos, a fim de criar identificação com o público. Jenson escolheu o 22, número pelo qual foi campeão do mundo com a Brawn GP, em 2009. Na primeira corrida, Jenson terminou em quarto na Austrália. Entretanto, devido a desclassificação de Daniel Ricciardo (Red Bull), que foi o segundo, Button herdou o terceiro lugar, seu último pódio na carreira. Novamente não foi uma temporada brilhante, a última da vitoriosa parceria entre McLaren e Mercedes. Button terminou o campeonato em oitavo, com 126 pontos. Magnussen foi o 11°, com 55 pontos.

Antes mesmo do fim do ano, já havia o anúncio do retorno de Fernando Alonso e da Honda para a McLaren. Um teve passagem polêmica pela equipe em 2007, onde brigou com Hamilton e Ron Dennis e deflagrou o escândalo do spygate, que resultou na exclusão da equipe do campeonato de Construtores daquele ano. O outro retornou para a McLaren depois de 22 anos, tentando repetir o sucesso dos tempos de Senna. Button e Honda trabalharam muito tempo juntos, de 2003 até 2008. Outra retomada de parceria.

A grande incerteza era quem seria o parceiro de Alonso: o experiente Button ou o jovem Magnussen. Deu Button. 

Foto: F1 Fanatic
Desde a pré-temporada ficou evidente que Button e a equipe iriam enfrentar muitos problemas. Nos testes em Jerez, em apenas um dia o MP4-29 conseguiu andar mais de 100 voltas em uma sessão de treinos. Na Austrália, Button largou em 17° e chegou em 11°. Com constantes problemas de recuperação de energia no motor, o ano serviu para praticamente estancar as falhas, sempre andando no fundo do grid. Na Malásia, abandonou. Na China, colidiu com a Lotus de Pastor Maldonado no final da prova. Ele caiu para 14° e ganhou cinco segundos de pênalti, além de dois pontos na carteira da FIA, a Super Licença. No Bahrein, o caos. Jenson teve problemas em todas as sessões e sequer cosneguiu largar. Em Mônaco, marcou os primeiros pontos da temporada, chegando em oitavo. Na Inglattera, abandonou na primeira volta após colidir com Alonso.

Bom, finalmente o especial Button ficou pronto! Depois de muito tempo e demora, o blog vai descansar alguns dias. Na sequência, o especial Massa, a análise da temporada e outras surpresas. Até!



quarta-feira, 9 de novembro de 2016

ESPECIAL MASSA EM INTERLAGOS - Williams

Foto: Motorsport
Fala, galera! Agora vem a última parte do histórico de Massa em Interlagos, agora pela Williams. Logo no primeiro ano, o brasileiro conseguiu seu quinto pódio em São Paulo, com um terceiro lugar, atrás da dupla da Mercedes de Rosberg e Hamilton.


No ano passado, o brasileiro não foi tão bem: o brasileiro foi discreto durante todo o fim de semana e foi apenas o oitavo. Entretanto, foi desclassificado depois da corrida por irregularidades com a temperatura e pressão do pneu. O pneu traseiro direito do carro do brasileiro estava com 137ºC de temperatura, 27ºC acima da medida permitida de 110ºC, e com pressão 0.1psi libras por polegada quadrada absoluta, abaixo do mínimo de 20.6psi, limites estabelecidos pela Pirelli.



E esse ano, o da despedida, qual será o desempenho de Massa? Só conferindo nesse final de semana para saber, naquela que será sua última corrida no Brasil na F1.

Até mais!


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

ANÁLISE DA TEMPORADA 2015 - Parte 3

Semana de Natal, já gostaria de desejar a todos um ótimo Natal com muita alegria, felicidade e amor.
Bom, tá na hora de terminar isso aqui, quase um mês depois do fim do campeonato. Vou analisar as equipes restantes (Sauber, McLaren e Manor) e a estreante Haas. Vamos lá!

Foto: FOX Sports
SAUBER F1 TEAM - Felipe Nasr (13°colocado) e Marcus Ericsson (18°colocado) - Nota = 6,5
Depois de um 2014 desastroso, onde zeraram na temporada e terminaram somente à frente da finada Caterham, a Sauber evoluiu, até porque era impossível ficar pior. A contratação de Ericsson, com experiência de um ano na Caterham e Felipe Nasr, então vice-campeão da GP2, contribuiu para o desenvolvimento da equipe tanto no sentido técnico quanto no financeiro. Os suíços aproveitaram o começo cambaleante das concorrentes Lotus, Toro Rosso e Force India para acumular muitos pontos (principalmente Nasr). Todavia, sem recursos, começou a ser alcançada e ficou bem para atrás no fim da temporada, brigando com a McLaren pelo posto de 9° melhor carro da F1. Com passos lentos porém firmes e sóbrios, a Sauber pode almejar um 6° ou 7° lugar para o ano que vem. Os dois pilotos estão mantidos.

FELIPE NASR = Nota 7,5 - Um começo arrebatador. Melhor brasileiro da história a estrear na F1, com um empolgante quinto lugar na Austrália. Despertou muita animação da imprensa e torcedores. Nasr errou pouco na temporada. Sempre foi consistente e com frequência ficou a frente de Ericsson. Entretanto, passou a temporada inteira com problemas nos freios, que eram impossíveis de serem resolvidos. Precisa melhorar nas classificações (foi superado pelo Sueco) e chegou a andar atrás de Ericsson nas corridas europeias. Não foi superado graças a gordura acumulada nos vários pontos que conquistou com o 5° lugar da Austrália e o sexto na Rússia. No fim das contas, foi um bom ano de estreia.

MARCUS ERICSSON = Nota 6,5 - É claramente inferior a Nasr. Contudo, cresceu na segunda metade do campeonato, mas foi insuficiente para conquistar bons pontos e apenas superou as Manors. Talvez, para os próximos anos, a Sauber precise de outro piloto que consiga aliar habilidade e o fator financeiro. Vamos ver o que o Sueco é capaz de fazer com o C35, em tese superior ao C34 desse ano.

Foto: Getty Images
McLAREN HONDA - Fernando Alonso (17°colocado) e Jenson Button (16°colocado) = Nota 5
Simplesmente ridícula. A Honda teve dois anos para testar o novo motor no carro da McLaren da temporada 2012, mas nada adiantou. Os japoneses recusam trocar informações com a fábrica de Woking, e o resultado é esse. Desde o início do ano, incontáveis problemas, punições, estouros de motor... A McLaren virou chacota, e só restou para Alonso e Button brincarem com a situação no GP Brasil. Pior que isso foram as declarações do Yasuhisa Arai, uma presepada atrás da outra, falando que a McLaren ia evoluir e brigar por vitórias no fim do ano. Digno de risada. Ano após ano, a McLaren está perdendo patrocinadores (Vodafone, Santander e TAG Heuer) e não consegue atrair ninguém. Será que irão ter o mesmo destino da Williams, que se apequenou nos últimos anos? A diferença é que Frank Williams reconheceu e soube trabalhar com humildade para lidar com essa situação. A McLaren de Ron Dennis, ao que parece, não.

FERNANDO ALONSO = Nota 6 - Difícil analisar os pilotos, diante de um carro tão ruim. Alonso foi hospitalizado ainda na pré-temporada depois de um misterioso problema elétrico, em Jerez. Com o MP4-30 inguiável e recheado de problemas, fez apenas 11 pontos no ano, com um quinto lugar na Hungria como melhor marca, Todavia, foi superado por seu companheiro de equipe, fato inédito na carreira (se considerarmos a pontuação, pois tecnicamente Alonso perdeu de Hamilton em 2007 e Tarso Marques em 2001 na tabela de classificação).

JENSON BUTTON = Nota 6,5 - Parecia resignado com os problemas da Honda e em fim de carreira. Porém, novamente teve o contrato renovado para mais uma temporada. Pode ser seu último ano de F1. Sem um bom carro (sensação já vivida na Honda de 2007 e 2008), contou com vários problemas, mas no fim bateu Alonso por quebrar menos. A grande questão é se a Honda vai melhorar a unidade de potência para o ano que vem. Do contrário, a McLaren entrará em apuros (mais ainda, acredite).

Foto: MotorSport
MANOR - Roberto Merhi (19°colocado) e Will Stevens (21°colocado) = Nota 5
A ex-Marussia faliu, mas voltou à F1 aos 45 do 2° tempo, graças a um investidor britânico. Correndo com o motor da Ferrari 2014, apenas figurou no grid. Para o ano que vem, já assinaram com a Mercedes e é grande a expectativa para saber quais serão os pilotos da equipe: Rio Haryanto e Pascal Wehrlein são os favoritos.

ROBERTO MERHI = Nota 5,5 - Com um carro tão ruim e atrasado, é difícil, quase impossível, fazer qualquer avaliação. Superou Will Stevens nos treinos e corrida. Isso é o bastante.

WILL STEVENS = Nota 5 - Foi superado por Merhi. É o bastante.


HAAS F1 TEAM - EXPECTATIVA

Depois de muito tempo, uma equipe estadunidense está de volta à F1. A última havia sido a Lola, nos anos 1980. Com experiência da Nascar e Indy, a Haas não é uma simples aventureira na categoria. Evidentemente que não irão andar na frente de imediato, mas aparentemente estão montando uma boa estrutura de trabalho. Firmaram uma parceria técnica com a Ferrari, que cedeu peças, o túnel de vento e o motor para a montagem do carro, além do piloto de testes, o mexicano Estebán Gutiérrez como titular do time. Será companheiro de Romain Grosjean, que preferiu um novo desafio do que continuar na incerta (hoje finada) Lotus (hoje Renault e não mais incerta, mas não tão competitiva a curto prazo). Com Vergne e Vandoorne no mercado, eu não contrataria Gutiérrez (ou Gutierros, para os mais íntimos). Negócios são negócios, fazer o quê... A Haas começa com um projeto mais seguro que as últimas novatas que entraram na categoria (Hispania, Caterham e Virgin). Eles possuem mais dinheiro e investimento também. Diante de tudo isso, creio que os americanos devem começar de forma tranquila, adquirindo experiência para quem sabe, com o passar dos anos, andar com a turma da frente. O fato de ser uma espécie de equipe B da Ferrari (que antigamente era a Sauber) pode impedir isso. A F1 está ansiosa para ver o que Gene Haas e sua trupe é capaz de fazer na F1 (e quanto tempo vão aguentar na categoria, por que não?)

P.S: Texto da F-E sairá em breve. Quando? Não sei, mas não vai demorar muito.
P.S.2: Amanhã sai o segundo texto da série "textos especiais", não perca! Até!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

TEXTOS ESPECIAIS: O amparo do magnata

Oi, gente! Então, com uma semana de atraso, vou estrear uma seção que já estava pensando há alguns meses em fazer aqui no blog. São textos que eu fiz na cadeira de Produção Jornalística da FAMECOS/PUCRS, do professor Tibério Vargas Ramos. Se possível, irei tentar publicar ao menos um texto por semana durante as férias da F1.

Vou iniciar o novo quadro com ele (não poderia ser diferente): Bernie Ecclestone! Tem a ver com sua vida pessoal, profissional e um empreendimento recente no Brasil. Confere aí!

O AMPARO DO MAGNATA

Com muito dinheiro no bolso, onde você faria um investimento empreendedor? O britânico Bernie Ecclestone escolheu uma cidade brasileira, desconhecida por muitos
Foto: Grande Prêmio
Fortuna estimada em quase 5 bilhões de dólares. Um dos maiores investidores do mundo e um dos patrões desportivos mais bem pagos. De vendedor de carros usados na famosa rua Warren de Londres a dono absoluto e revolucionário nos negócios de gestão da Fórmula 1 há mais de 30 anos, esse senhor de 84 anos tem muitas histórias e polêmicas para contar.
Um desses causos é saber como e por que um homem tão rico e poderoso é visto com frequência em uma cidade de quase 70 mil habitantes localizada no interior de São Paulo e distante 132 quilômetros da capital paulista. Calma, garanto que tudo tem uma explicação simples e lógica.
Antes de mais nada, é necessário saber quem é essa figura. Trata-se de Bernard Charles Ecclestone, ou simplesmente Bernie Ecclestone. Nasceu em St Peter South Elmham em 1930, numa aldeia distante três milhas ao sul de Bungay em Suffolk, no leste da Inglaterra. Nos anos 1950, ingressou na carreira automobilística, que não durou muito. Foram apenas duas corridas na Fórmula 1, em 1958. Depois de um grave acidente, percebeu que seu ramo era outro: Os negócios.
Começou a fazer investimentos lucrativos no mercado imobiliário e no financiamento de empréstimos, gerindo sua concessionária de carros usados nos finais de semana. Ao mesmo tempo, começou a agenciar pilotos. Um de seus clientes, Lewis-Evans, faleceu após o motor de seu carro explodir na corrida do Marrocos, vítima de queimaduras graves. Abalado, retirou-se do esporte a motor pela segunda vez. Na década seguinte, tornou-se empresário do austríaco Jochen Rindt (único campeão póstumo da F1, em 1970) e co-proprietário da equipe dois da Lotus. Em 1971, passou a ser dono da equipe Brabham numa aquisição que custou 100 mil libras. A escuderia cresceu e foi nela que o brasileiro Nelson Piquet foi campeão do mundo em 1981 e 1983.  Nos anos 1980, Bernie já era dirigente da FOCA (Associação dos Construtores da Fórmula 1) e em 1987 vendeu a Brabham por 5 milhões de libras.
Em um “golpe de mestre”, conseguiu fazer com que a FOCA (que hoje virou FOM, presidido por Ecclestone – Formula One Management) tivesse o direito de negociar os direitos de transmissão das corridas com autorização da FIA, criando a FOPA (Fórmula 1 Participações e Administração) que dividiu a receita em 47% para as equipes, 30% para a FIA e 23% para o próprio Bernie. As equipes se revoltaram e nos anos 1990 foi assinado o Pacto de Concórdia, que negocia os direitos de transmissão e a taxa de inscrição anual das equipes para a disputa do Campeonato Mundial de Fórmula 1. É assim que Bernie ganha dinheiro: Uma porcentagem da venda dos direitos aqui, uma porcentagem das ações das empresas que gerenciam a F1 (como a FOM) e outros negócios pessoais acolá, e o seu patrimônio foi aumentando.
Segundo lista da Forbes de 2011, Bernie é a quarta pessoa mais rica do Reino Unido, com fortuna estimada em US$ 4,2 bilhões. Foi casado por quase 25 anos com a modelo croata Slavica Radic. Se na F1 Bernie é o “chefão”, não podemos dizer o mesmo em sua vida conjugal. Segundo o que está escrito em uma de suas biografias, intitulada Não sou um Anjo (Editora Novo Conceito, 2011), de Tom Bower, ele constantemente apanhava de sua ex, sempre desconfiada de uma possível infidelidade do marido. Slavica era vista constantemente no paddock e costumava beber muito, às vezes ficando agressiva, humilhando Bernie fisicamente (que chegava a se esconder em outros quartos da casa onde moravam) e psicologicamente (chegou a chamá-lo de anão em público – ele bate no ombro da modelo). Ela constantemente ameaçava ir embora, até que o fez. Pediu o divórcio em 2009. Dizem que Ecclestone pagou cerca de R$ 1,5 bilhão no acordo.
No mesmo ano, uma brasileira entrou na vida do magnata. Durante visita para o Grande Prêmio do Brasil, em novembro, Bernie conheceu Fabiana Flosi, advogada de 38 anos, que na época trabalhava na organização do evento. Paixão à primeira vista. Casaram-se em 2012.  Os laços com o Brasil já não eram somente profissionais.
O empresário estava procurando uma casa de campo no Brasil. Só conhecia as cidades grandes e as de praia, apesar de visitar o país há 45 anos. Foi aí que entrou o município de Amparo. Nem sua esposa brasileira conhecia esse lugar. Fundada em 1829, é famosa por suas lavouras de café, principalmente a partir do ciclo do ouro do café iniciado em 1850. Uma dessas fazendas famosas é a centenária Ycatu (desde 1879), que Bernie conheceu ao acaso, através da indicação de um amigo que queria vender a propriedade. Comprou-a e deparou-se com mais de 120 mil pés de café.
O refúgio de Bernie Ecclestone no Brasil tornou-se público em maio, quando o chefão anunciou uma entrevista coletiva surpresa na cidade. Para quem acompanha automobilismo, não fazia sentido nenhum o que estava acontecendo. Chegava a ser surreal. “Todos que moram aqui são pessoas de sorte”, afirmou Bernie. A coletiva anunciava a nova empreitada de Ecclestone no ramo dos negócios: Ele deseja comercializar a sua marca de café gourmet da fazenda, a Celebrity Coffee of Amparo. Por enquanto, ela é servida somente no paddock da Fórmula 1.
Atual prefeito da cidade, Luiz Vitale Jacob (PSDB) conta que foi procurado por Fabiana após a aquisição da fazenda. Ela perguntou sobre a infraestrutura da cidade em relação a hospitais, restaurantes e o setor de serviços. Desde então, mantém contato frequente com o empresário, que chegou a visitar a prefeitura em sua última aparição na cidade. Constantemente é visto pelos moradores em restaurantes e no centro histórico. Sua presença ainda choca e surpreende os amparenses. Segundo o prefeito, “é a oportunidade perfeita de lançar a cidade de Amparo para o resto do mundo”.
Esse é um pouquinho de Bernie Ecclestone. Repleto de histórias e polêmicas para serem desvendadas. Para muitos, um “exímio empresário, empreendedor e negociante”. Para outros, um “picareta que deveria estar na cadeia”. Todavia, é inegável o seu carisma, mesmo caduco e considerado por muitos um “vilão” acerca das críticas dos fãs de Fórmula 1 a falta de emoção, competitividade e alternância entre os carros nas corridas. A F1 e Bernie chegam a se confundir sendo uma entidade só. Com certeza será um dia histórico quando ele deixar o poder, por conta própria ou por questões de saúde. O que sabemos, entretanto, é que ele vai estar ocasionalmente relaxando e produzindo café na Fazenda Ycatu, com sua esposa e a paz de espírito de um homem que nasceu pobre e hoje é um dos maiores empresários do mundo, deixando um futuro próspero para muitas gerações de sua família – Com polêmica, irregularidades e problemas na justiça.
Por hoje é isso, até o próximo texto!

ANÁLISE DA TEMPORADA 2015 - Parte 2

Fala, galera! Então, vamos continuar o resumo do ano da F1. Dessa vez, escreverei sobre a Red Bull, Force India, Toro Rosso e Lotus. Vamos lá!

Foto: Motorsport
RED BULL RACING - Daniel Ricciardo (8° lugar) e Daniil Kvyat (7° lugar) = Nota 7,5
Outro ano prejudicado pela falta de potência do motor Renault. Helmut Marko, Christian Horner e Adrian Newey perderam a paciência com os franceses e protagonizaram momentos de vergonha alheia ao humilhar a Renault durante o ano inteiro. Ok, os franceses não conseguiram trazer melhorias para o motor, mas foi desnecessário tudo isso. O mais grave é que a escuderia austríaca xingou os franceses e alardearam para todos que iriam trocar de fornecedor. Sonharam com a Mercedes, receberam um sonoro não. Negociaram com a Ferrari e exigiram o mesmo motor da equipe italiana, e também receberam não. Desesperados, chegaram até a consultar a Honda, que recusou, pois está em uma parceria exclusiva McLaren. Restou a equipe de energéticos arrependida voltar atrás, se desculpar e manter o motor Renault para o próximo ano, batizado com o nome do novo patrocinador TAG Heuer. Em virtude dessa e outras circunstâncias, a Red Bull passou zerada no ano pela primeira vez desde 2008, mas mostrou que a eficiência aerodinâmica ainda está em dia.

DANIEL RICCIARDO = Nota 7,5 - Dessa vez, sem vitórias. Também é verdade que enfrentou diversos problemas nas classificações e corridas, desperdiçando alguns pontos importantes. Nos pontos, foi derrotado pelo novato companheiro de equipe, uma mancha que incomoda. Ricciardo foi o "Vettel de 2014". Continua um excepcional piloto, refém de um bólido com uma unidade de potência que lhe permita brigar por poles e vitórias. Fez o que pode.

DANIIL KVYAT = Nota 8 - Até Mônaco, parecia que sua cabeça ainda estava na Toro Rosso. Coincidência ou não, seu rendimento cresceu após levar um puxão de orelha público do chefe Helmut Marko. O quarto lugar em Monte Carlo o impulsionou para seu primeiro pódio na carreira, o 2° lugar na Hungria. Contou com os azares de Ricciardo, mas também fez sua parte, andando muito bem e tendo um rendimento constante. A tendência é que a pressão aumente, pois mais cedo ou mais tarde Max Verstappen irá para a equipe taurina, e provavelmente no seu lugar.

Foto: Divulgação

FORCE INDIA - Nico Hulkenberg (10° colocado) e Sérgio Pérez (9° colocado) = Nota 8
Até Silverstone, estava utilizando o carro do ano passado. A escuderia de Vijay Mallya ainda segue com problemas financeiros e, a que tudo indica, irá tornar-se Aston Martin. Entretanto, quando utilizou o carro desse ano, a diferença foi brutal. A regularidade (não tão presente em Nico esse ano, na verdade) dos pilotos e os avanços da equipe permitiram resultados espetaculares, como o terceiro lugar de Pérez na Rússia. No fim do ano, chegou a ser a terceira ou quarta força da F1. Com 7 anos de F1, a Force India se estabeleceu como equipe média, mas busca alçar voos maiores, apesar das dificuldades financeiras. Aston Martin vem aí?

NICO HULKENBERG = Nota 7 - Começou o ano constante como sempre. Todavia, falta um resultado expressivo na F1 para o alemão de 28 anos, vencedor das 24 horas de Le Mans. Nessa temporada, um agravante: Se envolveu em diversos acidentes, incomum para a sua habilidade e potencial. Foi uma de suas temporadas mais fracas na categoria.

SÉRGIO PÉREZ = Nota 9 - Em termos de pilotagem, foi o melhor ano de sua carreira. Mais maduro, teve uma pilotagem constante, com menos erros (vide GP da Hungria). Precisa ser mais veloz nos treinos. Contudo, nas corridas, o que é mais importante, parece sempre funcionar na estratégia dos longos stints, administrando os pneus e parando o mais tarde possível para retornar com pneus novos e atacar nas voltas finais. Foi assim que conseguiu o pódio na Rússia (também graças ao acidente dos finlandeses Raikkonen e Bottas na última volta). Um ano inesquecível para o mexicano, que enfim pode correr no seu país, delírio daqueles que acompanhavam de perto o grande prêmio.

Foto: AutoSport
SCUDERIA TORO ROSSO - Max Verstappen (12° colocado) e Carlos Sainz Jr (15° colocado) = Nota 7,5
Chegou a andar na frente da matriz Red Bull. Com dois pilotos jovens, ousados e inexperientes, chamou a atenção da mídia e dos fãs (principalmente Verstappinho). Com o frágil motor Renault e diversos problemas mecânicos, além dos acidentes (principalmente de Sainz), não podem fazer muita coisa. Agora, a expectativa é pelo motor 2015 da Ferrari para o ano que vem. Com mais experiência e um bólido mais rápido, Max e Sainz podem brigar com mais frequência pelos pontos.

MAX VERSTAPPEN = Nota 9 - Achei ele um pouco superestimado pela mídia e fãs. De fato, é. É um talento nato, com grande potencial, mas muita calma. Se envolveu em uma bobagem em Mônaco e foi crucificado injustamente por conta da idade (à época, com 17; agora, com 18). Na segunda metade da temporada, cresceu: Pontuou em oito corridas consecutivas. Mostrou ser muito agressivo e arrojado, buscando ultrapassagens em pontos que geralmente os pilotos não arriscam. Ele não é assim. Max é diferente. Se trilhar um caminho sólido, pode tornar-se campeão mundial. Sua vantagem é sua juventude muito precoce, o que lhe permite muitos anos na F1.

CARLOS SAINZ = Nota 7 - Os números não mostram muito bem a diferença entre ele e o seu companheiro de equipe holandês. Verstappen é melhor que Sainz, de fato, mas não é uma diferença muito grande. Sainz largou na frente mais vezes que Verstappinho, porém se envolveu em mais acidentes e teve mais problemas no carro, o que obviamente o prejudicou na comparação com o companheiro prodígio. O espanhol não pode fazer muita coisa, impossibilitado pelos problemas já citados acima, mas certamente vai precisar mostrar mais ano que vem, pois sabemos como a Toro Rosso adora incinerar seus jovens pilotos (Buemi, Alguersuari e Vergne que o digam).


LOTUS F1 TEAM - Romain Grosjean (11° colocado) e Pastor Maldonado (14° colocado) = Nota 7
Com problemas financeiros desde 2013, a Lotus agora é moda do passado. Devido as dívidas, os mecânicos foram diversas vezes impedidos de entrar nos boxes da equipe. Bernie Ecclestone teve que constantemente intervir e pagar as pendências, enquanto os funcionários comiam nos boxes das outras equipes. Dentro da pista, Maldonado se envolveu em diversos acidentes e problemas e Grosjean atingiu uma maturidade impensável para quem era o "maníaco da primeira curva" em 2012. O pódio na Bélgica coroou o seu trabalho. Agora, com o retorno da Renault, investimentos pesados serão realizados a médio-prazo e, quem sabe, os franceses voltam aos tempos de glória da década passada.

ROMAIN GROSJEAN = Nota 7,5 - De saída para a Haas, Grosjean sempre teve menos quilometragem nos treinos em relação a Maldonado, pois frequentemente cedeu o carro em uma das sessões de sexta para o futuro titular, Jolyon Palmer. Guiou muito bem e conquistou um pódio improvável diante dos inúmeros problemas da Lotus. Agora, a aventura é na nova equipe americana, já almejando a vaga de 2017 da Ferrari. O francês amadureceu e evoluiu muito.

PASTOR MALDONADO = Nota 6 - É quase improvável que termine as corridas. Proporciona momentos de puro entretenimento ao bater e se envolver em acidentes com outros pilotos. Foi atropelado por Grosjean nos treinos. É um piloto rápido, mas que nunca está com a cabeça no lugar, por isso está sempre propenso a inúmeros erros e presepadas. Entretanto, está garantido no ano que vem, sempre bancado pela grana da PDVSA. Maldonado é um showman às avessas, mas poderia ter mais atuações memoráveis como a da Espanha em 2012 ao invés de ser chacota nas redes sociais.

Amanhã tem novidade no blog! Te liga! Fui!

domingo, 13 de dezembro de 2015

MARCOS GOMES CAMPEÃO

Foto: Fernanda Freixosa
O ano no automobilismo está quase no fim. Hoje foi realizada a grande decisão da Stock Car - Cacá Bueno buscava o hexa, enquanto Marcos Gomes buscava o título inédito. Deu Gomes.

A chuva na classificação de sábado jogou os dois para o fim de pelotão. Em tese, melhor para Gomes, com vantagem na tabela. A corrida teve muitos acidentes, parecia brincadeira de carro-choque.

Largando em 27º, o líder do campeonato e favorito ao título foi atingido na confusão da largada e acabou embaixo dos pneus. O paulista do carro #80 da VRT ainda conseguiu ir para os boxes, ficou uma “eternidade” parado para que os mecânicos consertassem seu carro e voltou à pista com sete voltas de desvantagem para todo o pelotão.

Sorte dele que Cacá Bueno também teve problemas. Largando em 26° (precisava ao menos chegar em quarto para ser campeão), teve o capô danificado e não pode fazer nada. Com isso, não houve realmente uma disputa. Os dois se prejudicaram no início e isso sacramentou o título de Marcos Gomes.

Aliás, Marquinhos é o primeiro filho de campeão que conquista a taça. Seu pai, Paulo Gomes, é tetracampeão da Stock Car.

Átila Abreu venceu, seguido por Diego Nunes e Felipe Fraga, que completaram o pódio.

Nessa semana: Análises a caminho e novidade (será?)!

Até!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

SPYGATE, O RETORNO?

Foto: Autoracing
Fala, galera! Pois bem, escrevi ontem que iria estrear uma novidade no blog. Entonces, diante da notícia potencialmente importante, decidi adiar por algum tempinho. Por incrível que pareça, não gosto de ficar prometendo as coisas justamente pelo risco delas não se concretizarem e eu passar por uma situação embaraçosa. Mas enfim, segue o jogo.

O assunto de hoje pode se desdobrar em um grande escândalo nos próximos dias. A notícia é a seguinte: A Mercedes está processando o ex-engenheiro Benjamin Hoyle por supostamente salvar informações confidenciais da equipe (que inclui dados de quilometragem, informações sobre a fabricação das unidades de potência e códigos de corridas) para supostamente repassar a Ferrari, também sua suposta futura equipe.

Hoyle estava na Mercedes desde 2012. É o maior especialista no que diz respeito a perfomance e desempenho de Motor de Combustão Interna (ICE). Ele anunciou que deixaria a equipe no final do contrato (nesse ano) e iria para uma outra equipe. Sabendo disso, os alemães o afastaram de todas as atividades relacionadas a F1 e o repassaram para a DTM. Um caso semelhante é o do grego Peter Prodromou, que ficou um ano na geladeira da Red Bull após anunciar sua ida para a McLaren.

Enfim, Hoyle teria surrupiado arquivos de F1 da Mercedes para repassar ao pessoal da Ferrari, sua futura (ou não) equipe. Em uma ação judicial de 19 de outubro, a Mercedes alegou que as "atitudes de Hoyle foram calculadas para destruir ou danificar seriamente a relação de confiança" que ele tinha com a marca. "Benjamin Hoyle e, potencialmente, a Ferrari tiveram uma vantagem ilícita."

Agora, a Mercedes tenta impedir que Hoyle trabalhe em qualquer outra equipe na próxima temporada, assim como o retorno dos documentos, arquivos e pagamento de honorários legais.

Foto: Grande Prêmio
Relembrando o Spygate: Em 2007, o ex-chefe de mecânicos da Ferrari, Nigel Stepney, entregou ao engenheiro Mike Coughlan, da McLaren, um dossiê que continha informações confidenciais a respeito do projeto dos italianos. A FIA descobriu e afastou Stepney (hoje, já falecido) da F1 por 15 e multou a McLaren em 100 milhões de dólares, além da exclusão da escuderia britânica do campeonato de 2007, vencido por Kimi Raikkonen.

Ainda é muito cedo para prever qualquer desdobramento do caso. O que parece bem claro é que a Mercedes vai fazer de tudo para impedir que a Ferrari se aproxime e ameace seu reinado. O caso do túnel do vento da Haas também vai ser utilizado pelos alemães como argumento para tentar punir a Ferrari e evitar a perda da hegemonia da F1. Agora, é aguardar as repercussões e novas informações do escândalo.

Até lá!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

ANÁLISE DA TEMPORADA 2015 - Parte 1

Salve, pessoal! Começarei hoje os tradicionais posts com a análise e os comentários do desempenho de cada equipe e dos pilotos nesse ano. Hoje, vamos com as ponteiras: Mercedes, Ferrari e Williams. Vamos lá!

Foto: F1Fanatic
MERCEDES AMG F1 - Lewis Hamilton (campeão) e Nico Rosberg (vice-campeão) = Nota 10
Mais uma temporada implacável dos alemães. 16 vitórias na temporada e 19 poles. Uau. O W06 Hybrid mostrou a que veio e a Mercedes fez 3 pontos a mais em relação ao ano passado. Confirmaram as expectativas. Para o ano que vem, a tendência é que ainda estarão a frente, o que não sabemos é se essa distância para a Ferrari ou uma outra equipe vai aumentar ou diminuir em relação ao final dessa temporada.

Lewis Hamilton = Nota 10 - Com menos problemas, o título veio de forma mais fácil. Sua pilotagem foi espetacular, muito superior ao ano passado. Fez mais poles e, obviamente, venceu mais. Aniquilou Rosberg até ser campeão, quando relaxou e desde Cingapura teve uma queda de rendimento devido a mudanças na pressão dos pneus após o episódio na Itália. Nada que o preocupe, a princípio, para 2016. É o grande favorito para o tetra-campeão.

Nico Rosberg = Nota 8 -  Foi amplamente superado pelo seu companheiro de equipe e apenas garantiu o vice-campeonato ao engatar 3 vitórias seguidas no fim do certame, quando já estava tudo decidido. Com equipamento mais capacitado, teve trabalho para superar Vettel e apenas mostrou serviço contra Hamilton agora, na saideira da temporada. A grande dúvida é se seu crescimento é um sinal de que ano que vem as coisas serão diferentes na Mercedes ou se deve a um relaxamento natural pós-título de Hamilton, regado a festas e bebedeiras.

Foto: Divulgação
SCUDERIA FERRARI - Sebastian Vettel (3° colocado) e Kimi Raikkonen (4° colocado) = Nota 9
A evolução em relação ao ano passado foi visível. Primeiramente, por vencer corridas (em 2014, passaram em branco). Em segundo, o grande responsável pelo desempenho da equipe foi a evolução do motor, colocando os italianos no mesmo nível ou até superior as Mercedes. Seb venceu 3 provas e conquistou a pole em Cingapura, se redimiu a temporada apática pela Red Bull. Raikkonen teve muitas barbeiragens e perdeu pontos importantes para a equipe, embora tenha garantido a renovação de contrato e possível aposentadoria pela Scuderia. Agora, é aguardar para saber se os Italianos conseguirão dar o pulo do gato ou vão esperar 2017, com as novas regras e especificações da categoria.

Sebastian Vettel = Nota 9 - Estava cercado de muitas dúvidas em relação ao seu real potencial em virtude do fraco desempenho com a Red Bull em 2014. Entretanto, parece ter acabado com as desconfianças logo na Malásia, quando venceu sua primeira corrida pelos tifosi. Vettel extraiu o máximo da Ferrari. Sempre constante, venceu quando pôde e brigou pelo segundo lugar do Mundial até o México. Suas três vitórias foram em circunstâncias diferentes, mas que mostram sua qualidade. Salvo as atuações no Bahrein e em solo mexicano, o tetracampeão foi muitíssimo bem.

Kimi Raikkonen = Nota 6 - Ficou devendo. A expectativa era um desempenho melhor, pois o SF15-T é um bólido muito superior ao carro de 2014. Entretanto, Kimi se envolveu em muitos acidentes (em grande parte, causados por ele próprio, sendo assim, culpado - principalmente com Bottas, duas vezes) e perdeu muitos pontos para  Ferrari. Quase foi superado pelo compatriota da Williams. É provável que ano que vem seja a sua última temporada pela F1. Espero que o IceMan faça bonito e apague as últimas temporadas melancólicas que fez.

Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio
WILLIAMS MARTINI RACING - Valtteri Bottas (5° colocado) e Felipe Massa (6° colocado) = Nota 8
Com menos investimentos e o avanço das rivais Ferrari e Red Bull (e Force India na segunda metade do ano), perdeu força. Hoje, talvez seja a terceira, quarta ou quinta força da F1. Com o bom motor Mercedes, conseguiu resultados satisfatórios. Todavia, quando dependeu da aerodinâmica em circuitos mais travados (Cingapura e Mônaco, por exemplo), seu desempenho foi muito ruim. Seus pilotos são medianos e nada mais. O que prejudica a equipe são os péssimos pit stops e estratégias de corridas capitaneadas por Rob Smedley. Que coisa horrível! Precisam treinar e muito para 2016! O FW38 é totalmente diferente do modelo anterior. Portanto, a Williams 2016 é um mistério.

Valtteri Bottas = Nota 7,5 - Nunca embarquei na hype gigantesca que colocaram no finlandês. Muitas achavam (e ainda acham) que Bottas tem potencial para ser campeão do mundo, que é um piloto espetacular e valeria o investimento de 12 milhões de euros que a Ferrari supostamente teria feito para contratá-lo no meio do ano. Não acho. É um bom piloto e só. Consistente, sólido e erra pouco. Acumula muitos pontos, o que é importantíssimo. Entretanto, não tem o diferencial de um Hamilton, Vettel ou Alonso, por exemplo. Superou outra vez Massa na pontuação, mas isso não quer dizer muita coisa. Seu futuro é uma incógnita. Grosjean parece ser o favorito para a Ferrari em 2017. Talvez a Mercedes, caso Hamilton e Rosberg continuem se estranhando nas declarações...

Felipe Massa = Nota 7 - Foi uma temporada diferente do brasileiro. Geralmente, começa muito mal o ano, mas depois se recupera após as férias de julho. Neste ano, foi o contrário. Acumulou muitos pontos no início e teve uma queda de rendimento (assim como toda a equipe) no final. Perdeu de novo para Bottas. Ao menos, foi uma temporada consistente. Há tempos que Massa não sofria com problemas e acidentes. Porém, ainda sofre com os stints longos e administração de pneus. Seu futuro é incerto. Talvez seja sua última temporada. Tomara que não.

Bom pessoal, por enquanto é isso. Durante a semana, quem sabe, farei a parte dois.
Se liguem que tem NOVIDADE chegando no blog! Até mais!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

INFORMAÇÕES E ESPECULAÇÕES

Foto: Divulgação
Se o pessoal pensou que com o término da temporada as equipes e dirigentes estariam já de férias sem fazer nada, estão muito enganados. Desde segunda, muita coisa aconteceu de importante na F1 e no automobilismo, além das especulações, claro. Vamos conferir:

BREAKING NEWS: Agora é oficial - A Renault está de volta a F1 como escuderia (não sabemos até quando...) Os franceses retornam após venderem a equipe para o grupo de investimentos Genii, comandado por Gerard Lopez, em 2012. O grande empecilho era a negociação com Bernie Ecclestone sobre a Renault ter direito de receber uma maior distribuição do dinheiro como "equipe histórica" (afinal, os franceses entraram na F1 em 1978, entre idas e vindas...) . Ao todo, foram exatos 300 GPs disputados no período que compreendeu 1977 a 1985, e depois, entre 2002 e 2011. A fábrica conquistou 35 vitórias, 51 poles e 100 pódios. Fernando Alonso, com 105 GPs e 17 vitórias, foi o responsável por levar o time ao topo do mundo ao faturar os títulos das temporadas 2005 e 2006, no auge da Renault na F1.

Foto: Getty Images
BERNIE/TODT CONTRA-ATACAM: O Conselho Mundial da FIA anunciou ontem que Ecclestone e Jean Todt terão poder para tomar decisões em relação a estrutura, motores e redução de custos na categoria sem precisar da aprovação das equipes. A FIA aprovou também mudanças no número de tokens que as fabricantes poderão utilizar nos próximos anos: 32 em 2016, caindo para 25 na temporada 2017.

As áreas de proteção ao redor da cabeça dos pilotos terá o material modificado, ganhando mais rigidez para aumento da segurança.

Além disso, a entidade fez mudanças no gerenciamento dos pneus, dando certa dose de liberdade para as equipes escolherem os compostos. A Pirelli levará três tipos diferentes de pneus para cada corrida e os times poderão escolher o que desejarem para dez dos 13 jogos de pneus disponibilizados a cada final de semana de prova.

A partir da próxima temporada, a asa móvel será permitida imediatamente após o Safety Car Virtual ser desativado. Além disso, o recurso passará a ser utilizado nos treinos livres - o objetivo é evitar períodos de bandeira vermelha nas sessões.

CALENDÁRIO 2016: A princípio, teremos 21 provas ano que vem. Se confirmar, será a temporada mais longa da história. Junto com as 19 etapas desse ano, serão acrescentadas o retorno do GP da Alemanha e a inclusão do estreante GP da Europa nas ruas de Baku, capital do Azerbaijão, no mesmo fim de semana das 24 horas de Le Mans. O GP dos EUA corre risco. O Circuito das Américas registrou um grande corte financeiro no último mês e foi chamado pelo presidente, Bobby Epstein, de "financeiramente devastador". Ou seja, tudo é uma incógnita.

Outras novidades são a Rússia saindo de Outubro e sediando corrida em Maio, na quarta etapa e a Malásia, que estava no início do calendário desde 2001, volta para o fim, agora na 16a etapa, em 2 de outubro. O Brasil manteve-se como penúltima etapa, dia 13 de novembro e Abu Dhabi fecha a temporada no dia 27. Calendário completo:

AUSTRÁLIA - 20/3
BAHREIN - 3/4
CHINA - 17/4
RÚSSIA - 1/5
ESPANHA - 15/5
MÔNACO - 29/5
CANADÁ - 12/6
EUROPA - 19/6
ÁUSTRIA - 3/7
INGLATERRA - 10/7
HUNGRIA - 24/7
ALEMANHA - 31/7
BÉLGICA - 28/8
ITÁLIA - 4/9
CINGAPURA - 18/9
MALÁSIA - 2/10
JAPÃO - 9/10
ESTADOS UNIDOS - 23/10
MÉXICO - 30/10
BRASIL - 13/11
ABU DHABI - 27/11

Foto:Ausmotive
TORO ROSSO FERRARI 2015 em 2016: Com a permissão de que as montadoras forneçam especificações de motor do ano anterior homologados pelo Conselho Mundial da FIA ontem, ficou aberto o caminho para o retorno da parceria entre Toro Rosso e Ferrari. O acordo já vinha sendo costurado há algum tempo, mas o pessoal de Maranello não poderia oferecer motores novos para mais de três equipes além dela mesma. Foi com a Ferrari que a Toro Rosso viveu seu melhor momento na F1, em 2008, quando Vettel venceu o GP da Itália.

Foto: AutoSport
GP2 vira F2: O Conselho Mundial de F1 anunciou ontem que a GP2 irá se tornar a F2, extinta desde 2012 e que voltará a ser o último degrau antes da F1. Agora, é hora de formalizar um contrato com a categoria para assegurar o seu retorno em breve. O Conselho Mundial também afirmou, em nota, que já acionou o presidente da FIA para iniciar as tratativas com os promotores da GP2 para agilizar os processos legais. A GP2 existe desde 2005, criada por Flávio Briatore.

Foto: Arte grandepremio.com.br
ASTON MARTIN DE VOLTA? Ao que tudo indica, sim. Segundo o diretor de operações da Force India, Otmar Szafnauer, o anúncio está próximo, provavelmente com o desfecho do negócio na próxima semana, em entrevista a AutoSport. A Aston Martin abandonou a F1 há 55 anos. Se o acordo se confirmar, a Aston Martin chegará no melhor momento da Force India na F1: Quinto lugar nos construtores, com 1 pódio de Sérgio Pérez.


Por enquanto é isso, voltaremos semana que vem para começar as análises desta temporada que passou! Até lá!