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terça-feira, 25 de outubro de 2022

O FACILITADOR

 

Foto: Getty Images

Uma notícia triste dominou a F1 no final de semana. De forma surpreendente, foi anunciada a morte de Dietrich Mateschitz, aos 78 anos, criador da Red Bull. Surpreendente porque o motivo da morte não foi anunciada, somente que ele estava doente havia algum tempo.

Mateschitz criou a Red Bull nos anos 1980 depois de conhecer, na Tailândia, o criador do energético. Desde então, a história fala por si.

A Red Bull sempre apostou no marketing dos esportes radicais e do público jovem. Desde os anos 1990, Mateschitz também começou a apostar no automobilismo, patrocinando equipes da F1 e também de base.

Até o início dos anos 2000, era possível observar o logo nos carros da Sauber e da Arrows. Todavia, um patrocínio não era suficiente. Era preciso arriscar ainda mais.

A oportunidade veio em 2004. A Jaguar era deficitária e não engrenou. Mateschitz comprou e transformou uma fábrica de energéticos em equipe da F1. No ano seguinte, comprou a Minardi e transformou na Toro Rosso, a equipe B. O conceito de “academia de pilotos” foi fortemente colocado em prática por eles: em tese, formar os próprios pilotos.

O resto é história. Mateschitz foi um cara importantíssimo na era moderna do automobilismo. O time de energéticos, desprezado por pilotos importantes na época do crescimento, conseguiu contratar Adrian Newey e tem seis títulos de pilotos e cinco de construtores em uma década. Só a Mercedes, graças ao novo regulamento, consegue ter maior sucesso no período de tempo.

As tradicionais McLaren e Ferrari ficaram para trás, isso que nem contei a Williams.

Mateschitz foi responsável direto e indireto por possibilitar a ascensão de diversos pilotos a F1, desde Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo e Max Verstappen, até Carlos Sainz, Pierre Gasly, Brandon Hartley, Sebastien Buemi, Vitantonio Liuzzi e Christian Klein.

Há ainda o sucesso no futebol, através do Salzburg, o Leipzig e mais recentemente o Bragantino aqui no país, além do New York.

Curioso para saber como vai ser o futuro da empresa de energéticos e, obviamente, dos outros tentáculos. Diante dos gastos e também do sucesso nos empreendimentos, não é possível imaginar que a equipe Red Bull seja afetada no curto-prazo. Certamente o novo manda-chuva é alguém da linha de Mateschitz, o que significa manter a estratégia de marketing nos esportes.

Dietrich Mateschitz: um nome muito importante para a história do automobilismo.

Até!


terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ANÁLISE DA TEMPORADA 2020: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Essa é a segunda parte da análise da temporada 2020. Agora, vou escrever sobre a Alpha Tauri, Racing Point, Alfa Romeo, Haas e Williams.


Foto: Getty Images

ALPHA TAURI:

Pierre Gasly – 8,0: Revigorou a carreira. De chutado e ridicularizado (inclusive por mim), o francês mostrou que era mais uma vítima da Red Bull do que algoz. Os desempenhos excelentes que culminaram na épica vitória em Monza. Muito mais maduro e consistente, Gasly mostra que continuar na Alpha Tauri é um desperdício de talento. Deveria mirar a Renault onde, por ser francês, teria uma vantagem também. 2020 foi o ano da recuperação, então 2021 precisa ser o da afirmação.

Daniil Kvyat – 7,0: Não fez uma temporada ruim, mas também não esteve perto de Gasly. Também correu praticamente sabendo que não permaneceria. Não se destacou, não foi para o pódio mas também não fez feio. Foi apenas normal, mediano, o que chamamos de nota seis, mas essa seria uma nota baixa, então fica o sete mesmo para o russo que dessa vez parece ter dado um adeus definitivo para a F1.


Foto: Getty Images

RACING POINT:

Sérgio Pérez – 8,5: Começou mal e teve Covid. No ano em que teria mais chances de brilhar, o mexicano desabrochou apenas no final, quando teve o pódio na Turquia, perdeu no Bahrein nas voltas finais e teve a redenção recompensadora em Sakhir. Foi lindo ver para um fã o desfecho de uma carreira com uma vitória apoteótica dessas. Pérez é um piloto maduro e consistente, sempre competitivo e extraindo o que pode do carro, às vezes até mais, mesmo demitido e preterido pelo filho do dono. É um crime que o mexicano esteja fora do grid em 2021, mas como o próprio disse, a vitória lhe dá paz. Todos sabem do que é capaz e 2022 é uma nova história. Sai por cima.

Lance Stroll – 7,0: Mesmo filho do dono e com uma corrida a mais que Pérez, terminou 50 pontos atrás. Mesmo com um bom carro, só foi para o pódio em situações extremas, apesar da pole na chuva onde anda um pouco melhor. É muito carro para pouco piloto, mas esse é o preço do investimento de Lawrence. E assim, de pódio em pódio, Stroll vai conquistando números que não merece e serve para enganar muita gente que não enxerga além.


Foto: Getty Images

ALFA ROMEO:

Kimi Raikkonen – 7,0: Lá atrás e sem motivação ou perspectiva de algo, fica complicado julgar. Não apareceu muito nas corridas mas a idade cobra um preço: está mais lento que Giovinazzi nas voltas lançadas, o que compensa nas corridas. É legal ver um campeão mundial no grid mas é meio deprimente vê-lo tão deslocado dos ponteiros. É uma sensação estranha, igual sua temporada.

Antonio Giovinazzi – 7,0: Quase a mesma coisa de Raikkonen. Não fez nada para merecer uma renovação de contrato, mas o ano de pandemia e a jovialidade de Shwartzman pode ter contribuído. Não teve tantos erros bestas desta vez, mas falta ritmo de corrida. É claro que o carro piorou, o que complica em termos de análise e cobrança, mas o italiano precisa dar o sangue para continuar na F1 em 2021. Mesmo assim, a impressão que fica é que está apenas esquentando o banco do russo da F2 mais para a frente.

Foto: Getty Images


HAAS:

Kevin Magnussen – 6,5: Terminou atrás de Grosjean. O carro da Haas piora a cada ano e, sem dinheiro e na melancolia, não há o que fazer. Difícil de avaliar. Para preencher o espaço, apenas escrevo que é raro alguém ir para o pódio na primeira corrida e depois nunca mais. Esse é o caso do dinamarquês, já estabelecido no automobilismo americano e provável figurinha da Indy nas próximas temporadas.

Romain Grosjean – 6,5: Quase se matou em mais uma barbeiragem, mas a última impressão é a que fica: lutou e conquistou a sobrevivência num acidente incrível que jamais teria acontecido se Grosjean não fosse chutado da F1 há tempos. Nesse ano chegou ao limite. São muitos erros bobos e agora mais um quase mortal. Vai tarde e, o mais importante, com saúde. De resto, não há o que lamentar.


Foto: Getty Images

WILLIAMS:

George Russell – 7,5: Anda mais que o carro, mas parece ter uma síndrome de Nico Hulkenberg. Foi para o Q2 algumas vezes mas na hora de pontuar o sobrenatural acontece, ou então erra de forma bisonha batendo durante o Safety Car. Com a Mercedes, mostrou estar pronto para o desafio e um desperdício na Williams, mas o que o inglês pode fazer? Pelo menos agora ele já conquistou alguns pontinhos e não tem mais esse drama na equipe inglesa.

Nicholas Latifi – 6,5: Outro pagante que pegou a bucha de canhão de estrear no ano de pandemia. Não é piloto de F1 mas não me causa antipatia, ao menos salvou a Williams. Claro que a equipe merece um pagante melhor para sobreviver, mas o canadense faz um trabalho honesto. Foi preocupante ter andado quase a mesma coisa que o Jake Aitken, mas lembrei que os dois têm talentos semelhantes na F2. Se continuar salvando a Williams, é possível aturá-lo sem tanta ojeriza.

E essa foi a análise da temporada 2020. Concorda? Discorda? Comente aí!

Até!


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

SENTENÇAS

 

Foto: Getty Images

Aos poucos, as equipes vão definindo o planejamento para 2021 enquanto termina esse 2020 caótico. É verdade que o ano que vem tem garantia quase zero de que haja uma total normalidade no calendário e no deslocamento para os países e talvez continentes e que o novo regulamento foi adiado para 2022, mas as equipes já pensam no longo prazo.

Contrariando a lógica, a Alfa Romeo optou por manter a dupla de pilotos. Raikkonen dispensa apresentações e vai continuar por lá até quando definitivamente se cansar. Tudo parecia certo para que Mick Schumacher chegasse na categoria numa equipe com grife e sendo companheiro de um dos ex-rivais do pai, mas os suíços também optaram pela manutenção de Giovinazzi, o que acredito ser um grande erro.

O italiano não confirmou a boa temporada na GP2. Lento e com muitos erros, em 2020 melhorou, mais experiente também. Está empatado em pontos com Raikkonen e largou mais vezes na frente, mas não acredito que ainda tenha uma curva de crescimento acentuada. Talvez ele e o alemão estejam no mesmo nível, mas o fator novidade e o talento de Shwartzman poderiam ter pesado. Provavelmente o russo vai precisar de mais um ano na F2 antes de subir.

Na Red Bull, ainda não é oficial mas Alexander Albon vai ser chutado de lá e, como consequência, da categoria. Mais um erro em Ímola e agora a situação é insustentável. É claro que ele é preterido por Verstappen, mas chegou a um ponto onde seu desempenho está pior que o de Gasly, que deu a volta por cima. O francês não pode incomodar Max e vai permanecer na Alpha Tauri até encontrar um caminho melhor, igual Sainz, então é evidente que os taurinos estão de olho em Pérez ou Hulkenberg para o assento.

A Haas dispensou Magnussen e Grosjean com alguns anos de atraso, especialmente no caso do francês. Mick deve ocupar uma das vagas e o outro candidato é o bilionário e psicopata Mazepin, mas tudo depende de sua colocação na F2. Enquanto alguns vão, outros vêm...

Para Albon, o pior é que nem a chance de redenção está sendo imposta pois a Red Bull tem um novo alguém que lhe dê brilho no olhar: Tsunoda vai para a Alpha Tauri e Kvyat será chutado pela 3343 vez. Sairão juntos.

Sentenças, sentenças. Alguns vão e outros vêm, justa ou injustamente. E assim segue a F1, onde cada um é responsável por si mas não pelo contexto. O destino é inexorável. 

Até!

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

GP DE PORTUGAL: Programação

 O Grande Prêmio de Portugal foi disputado em duas fases: primeiro entre 1958 e 1960 em Boavista e Monsanto e entre 1984 e 1996 em Estoril. Em virtude da pandemia, a corrida retorna para solo português, agora sendo realizada pela primeira vez no Autódromo Internacional do Algarve.

Foto: Getty Images

ESTATÍSTICAS:

Último vencedor: Jacques Villeneuve (Williams)

Maior vencedor: Alain Prost (1984, 1987 e 1988) e Nigel Mansell (1986, 1990 e 1992) - 3x


DENTRO E FORA DE CASA

Foto: Getty Images

O futuro da Red Bull/Alpha Tauri começa a ficar cada vez mais claro, de acordo com as declarações do consultor Helmut Marko.

Começando pela equipe satélite: se Albon não melhorar será sacado e sem direito a voltar para a Alpha Tauri. Os candidatos? Pela primeira vez, Marko admitiu a possibilidade de contratar alguém de fora da academia de pilotos, algo que só foi feito uma vez com Mark Webber em 2007. Os nomes seriam Sérgio Pérez e Nico Hulkenberg.

“Se Albon não atingir nossas expectativas, teremos de olhar para fora de nosso programa. Somos fortes e podemos sair de nossas sombras, e aí dois candidatos conhecidos, [Sergio] Pérez e [Nico] Hülkenberg, vêm ao jogo”, disse para a Sky Alemanha.

Na Alpha Tauri, a situação é simples: se o japonês Yuki Tsunoda ficar entre os três primeiros na F2 (hoje ele é o segundo, faltando apenas a bateria do GP do Bahrein), será efetivado no lugar de Kvyat. Do contrário, não há opções, ou até mesmo Albon poderia ser rebaixado.

“No momento só temos ele de candidato a uma vaga na F1. O plano é colocá-lo na AlphaTauri. Só precisa dos pontos para a superlicença”, afirmou.

Quem vai dançar é Kvyat, que só voltou justamente pela falta de opções da academia no passado, ainda mais evidenciada agora. Uma pena que o tailandês deve dançar sem direito a uma segunda chance. No entanto, Pérez ou Hulk como parceiros de Verstappen seria uma grande conquista para dois bons pilotos que pareciam estar fadados ao esquecimento no que se refere ao topo da Fórmula 1. Uma pena também para Gasly, que vai pagar pelo desempenho ruim do passado e não vai ter uma nova chance com os taurinos.

Assim é a vida e, pelo jeito, a Red Bull será forçada a modificar o modus operandi para tentar ser um conjunto mais harmônico na tentativa de voltar a ser hegemônica na categoria. Agora, só falta um motor para o futuro.


SÓ SORRISOS

Foto: Getty Images

O pódio de Daniel Ricciardo no GP de Eifel foi marcante por dois motivos: o primeiro da Renault desde que voltou para a F1 em 2016 e o primeiro de Ricciardo desde a saída da Red Bull, em 2018.
Apesar de estar de saída para a McLaren, o bom relacionamento entre as duas partes prosperou e mostra uma boa evolução dos franceses, brigando com Racing Point e McLaren pelo posto de terceira força da F1.

Mesmo sem estar feliz com a perda do australiano, o chefão Cyril Abiteboul afirmou que a Renault só atingiu esse patamar graças aos esforços de Ricciardo:

“É igualmente importante para a equipe, para o Daniel e também para mim. Fomos questionados sobre a decisão dele em se unir a nós. Então, acho que foi muito importante para todos mostrar aos comentaristas, à distância, por que isso fazia sentido na época”, declarou para a revista AutoSport.

Com 114 pontos em 11 corridas - ano passado a Renault fez 91 em 22 provas - Abiteboul considera Ricciardo a peça vital para a evolução dos franceses em 2020:

“A equipe não seria o que é hoje sem o Daniel, apesar e, talvez, graças também ao ano que passamos juntos no ano passado, que, de fato, foi muito doloroso”.

“Portanto, agora estamos numa posição muito melhor para este ano e para o próximo, e Daniel é capaz de fazer isso”, disse.

Muito bom ver o profissionalismo de ambas as partes nesse final de relação. O natural seria escantear Ricciardo e até privilegiar Ocon, mas esse não parece o caso. Para o bem estar de todo mundo, a Renault cresce. Se continuar assim com Alonso, quem sabe não é o australiano que no final das contas vai se arrpender de sua escolha? 

Para isso, a Renault precisa melhorar cada vez mais para finalmente fazer jus ao investimento depois de seis temporadas na F1.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 230 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 161 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 147 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Renault) - 78 pontos
5 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 68 pontos
6 - Lando Norris (McLaren) - 65 pontos
7 - Alexander Albon (Red Bull) - 64 pontos
8 - Charles Leclerc (Ferrari) - 63 pontos
9 - Lance Stroll (Racing Point) - 57 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 53 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 51 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 36 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 17 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 14 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos
16- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 3 pontos
17- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos
19- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 391 pontos
2 - Red Bull Honda - 211 pontos
3 - Racing Point Mercedes - 120 pontos
4 - McLaren Renault - 116 pontos
5 - Renault - 114 pontos
6 - Ferrari - 80 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 67 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 5 pontos
9 - Haas Ferrari - 3 pontos

TRANSMISSÃO













quarta-feira, 11 de março de 2020

GUIA F1 2020: PARTE 2

Foto: F1

Estamos de volta. Ontem, mostramos as cinco melhores equipes do ano passado. Agora, voltamos com o restante. O que esperar deles para 2020?

SCUDERIA ALPHA TAURI HONDA

Foto: RaceFans
Pilotos: Pierre Gasly (#10) e Daniil Kvyat (#26)
Chefe de equipe: Franz Tost

A Toro Rosso repaginada é a grande novidade do ano. Tecnicamente, é uma equipe estreante. O mais estranho é que isso acontece após a finada Toro Rosso ter alcançado seus melhores resultados na F1. Tudo bem que nenhum deles venceu, mas Kvyat e Gasly foram para o pódio. Os dois rejeitados prometem uma dupla equilibrada. Se continuarem mostrando que ainda existem dois bons pilotos para somar o máximo de pontos possível, a Alpha Tauri vai estar em boas mãos. Do contrário, Helmut Marko pode contar com o brasileiro Sette Câmara quando se cansar deles, o que não é inédito.

BWT RACING POINT F1 TEAM

Foto: Motorsport.com
Pilotos: Sérgio Pérez (#11) e Lance Stroll (#18)
Chefe de equipe: Otmar Szafnauer

Com mais dinheiro, a eficiente estrutura dos tempos de Force India fizeram com que a Racing Point fizesse um bom carro e lançado na pré-temporada sem pressa, sem sustos, o que é fundamental. O resultado desse trabalho competente é promissor: para muitos, hoje é a quarta força da F1. O problema é que a equipe só tem um piloto, porque o outro é o investidor, quem paga a conta. Ao menos é uma grana bem gasta. A Racing Point promete.

ALFA ROMEO RACING ORLEN


Foto: Divulgação

Pilotos: Kimi Raikkonen (#7) e Antonio Giovinazzi (#99)
Chefe de equipe: Frederic Vasseur
Títulos de pilotos: 2 (1950 e 1951)
Vitórias: 10
Pole Positions: 12
Voltas mais rápidas: 14

O que escrever sobre a Alfa Romeo? Vai brigar pelo pelotão intermediário. Com Raikkonen batendo o recorde de Rubinho e Giovinazzi buscando afirmação, me parece que as coisas serão iguais, ou seja: bem irregulares.

HAAS F1 TEAM

Foto: Divulgação

Pilotos: Kevin Magnussen (#20) e Romain Grosjean (#8)
Chefe de equipe: Gene Haas          
Voltas mais rápidas: 2

Sem dinheiro, carro ruim e dois pilotos que não ajudam, parece que o grande papel da Haas atualmente é servir de entretenimento para a série da Netflix. No entanto, com os resultados esportivos em decadência, essa pode ser a season finale. Gene Haas já avisou: se as coisas não melhorarem, ele pode deixar a categoria. Não vai mais gastar para ficar na rabeira, e sem patrocínio então... o panorama não é nada animador.

RoKIT WILLIAMS RACING

Foto: RaceFans
Pilotos: George Russell (#63) e Nicholas Latifi (#6)
Chefe de equipe: Claire Williams
Títulos de pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)
Títulos de construtores: 9 (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)
Vitórias: 114
Pódios: 312
Pole Positions: 128
Voltas mais rápidas: 133

Pior do que tá não fica. Latifi com os dois braços é igual ao Kubica com um só. A Williams andou bastante e não atrasou o lançamento do carro. Só por isso é possível apontar que pelo menos vai dar pra brigar pela penúltima fila, mas nada além disso. O problema ali é de comando. Claire Williams não está capacitada para o cargo. É uma figura que parece apática, sem liderança, sem pulso... ao menos a Williams sobrevive, mas não sei até quando.

Agora é só esperar o início dos treinos livres em Melbourne, isso se o pânico pelo Coronavírus não cancelar tudo de vez.

Até!


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

ANÁLISE FINAL DE 2019 - PARTE 2

Foto: Getty Images

Fala, galera! Estou de volta com a parte final da minha análise da temporada 2019 com as equipes que faltaram. Vamos lá!

McLAREN

Foto: Getty Images
Carlos Sainz – 9,0: o melhor do resto, sem dúvida. Em Interlagos, o pódio que faltava para coroar um grande trabalho. Se o espanhol foi vítima de desconfianças ao ser superado por Max e Hulk na Toro Rosso e Renault, na McLaren o “sucessor de Alonso” foi quase perfeito. Apesar de não muito rápido nas voltas rápidas, soube usar o grande ritmo de corrida para se afirmar perante a competição de seu calibre. Com a evolução dos ingleses, pode ser questão de tempo para que o espanhol seja o novo piloto regular mas com uma pitada de sorte, estilo Pérez, mas a concorrência é dura.

Lando Norris – 7,5: a temporada decepcionante na F2 me deixou com desconfiança, mas Lando foi muito melhor nesta temporada do que na anterior. Parece que a qualidade e o desafio que enfrentaria o fizeram entrar no nível. Muito rápido, ele mesmo admite que falta administrar melhor os pneus e o ritmo de corrida nos domingos. É normal, faz parte do processo, é da juventude. Com uma McLaren melhor estruturada, um companheiro comprovadamente capaz e um Lando mais experiente é a receita ideal para que as coisas sejam no mínimo iguais em 2020, mas a expectativa é de superação.

RACING POINT

Foto: Reprodução/Racing Point
Sérgio Pérez – 8,0: Uma primeira metade de campeonato bem apagada, onde chegou a ser superado por Stroll, o que seria uma aberração. O pódio anual não veio, mas no segundo semestre o mexicano voltou a ser regular, junto com a melhora do carro. Mesmo com o aporte do pai Stroll, a Racing Point não conseguiu superar McLaren e Renault, o que talvez seja normal. No próximo ano, a expectativa é a mesma: somar pontos e bater Stroll, o que não é difícil.

Lance Stroll – 6,5: tirando o aborto que foi o quarto lugar na Alemanha, foi o de sempre. Lento e sem ritmo de corrida, somando poucos pontos com o carro que tinha a disposição. Sorte dele (e azar o nosso) que seu emprego nunca está sob risco, mas isso prova uma questão: por mais que exista estrutura e repetição de trabalho, se não existir talento, já era. 

ALFA ROMEO

Foto: Getty Images
Kimi Raikkonen – 7,0: funcionário público batendo carteira. É bom e também estranha a longevidade do IceMan. No primeiro semestre, foi quase perfeito. Aproveitou as oportunidades e somou pontos como um líder de equipe. No verão europeu, ele e a Alfa tiveram uma queda vertiginosa, sendo Raikkonen mais lento que o próprio Giovinazzi. Pra 2020, temos que somente desfrutar da carreira e do grande personagem que é esse finlandês para a F1, não a toa será o piloto com mais largadas na história.

Antonio Giovinazzi – 6,5: Um começo muito aquém das credenciais que tem na base. Pode se dizer que os dois anos inativos podem ter influenciado, mas Antonio foi lento e só começou a ter melhores resultados no final do ano. Para sua sorte, parece que fica mais por falta de opção e a perspectiva somente para 2021 do que qualquer outra coisa. Essa rápida melhorada no fim do ano pode ser o combustível que faltava para engrenar de vez na categoria. 

TORO ROSSO

Foto: Motorsport
Daniil Kvyat – 7,0: O pódio inesperado da Alemanha foi um grande alento para aquele que só estava vendo o lado ruim das coisas. Com experiência, estava superando Albon em pontos e fez boas corridas. Na segunda metade, com Kvyat, perdeu um pouco da regularidade e conseguiu poucos pontos, com alguns erros. Talvez Kvyat seja isso mesmo, um piloto irregular mas que agora ganhou mais um ano de sobrevida, graças também a estagnação do programa de pilotos da Red Bull. Seguirei na torcida.

Pierre Gasly – 7,0: se não fosse o pódio no Brasil, seria um dos piores do ano. Na Red Bull, foi uma tragédia, mas na Toro Rosso voltou a normalidade e foi brindado com um pódio. Talvez Gasly também esteja na mesma prateleira que Kvyat: irregular demais para voos maiores. No entanto, é mais jovem e ainda tem o benefício da dúvida. No entanto, com os dois rejeitados, fica improvável uma segunda chance, mesmo se acontecer algo na equipe mãe.

WILLIAMS

Foto: Autoracing
George Russell – 6,5: na verdade a nota é porque basicamente é impossível ter um critério objetivo para avaliar o inglês. Superou Kubica em todas as corridas mas não pontuou. É cruel. Com o carro fraco da Williams e um companheiro com limitações físicas, fica complicado traçar um parâmetro, apesar dos predicados da F2 serem animadores. Pra 2020 a situação não vai ser muito diferente, a não ser que talvez tenha virado o novo “ficha 1” da Mercedes, se é que isso ainda vale alguma coisa.

Robert Kubica – 6,5: o retorno valeu pela superação pessoal e o ponto conquistado na Alemanha. É o que entra nos livros de história. De resto, se não fosse pelo histórico e pela ciência de suas limitações (além do dinheiro), Robert teria sido dispensado no meio da temporada. Com um carro ruim, pertencia a outra categoria e isso é até bom, porque também foi prejudicado por ter poucos parâmetros, mas ser brutalizado por Russell não é positivo. Que seja feliz em outra categoria com o alento de que o tal Latifi não vai fazer muita coisa diferente, isso que este está com 100% das capacidades físicas e técnicas.

E essa foi a minha análise. Concorda? Discorda? Comente!

Até mais!

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

CONSEQUÊNCIAS

Foto: Getty Images
A FIA estragou mais uma corrida com decisões imbecis. Era só anular a volta de Verstappen e estava tudo certo. No entanto, me parece que não foi apenas uma questão técnica, mas sim disciplinar, de mostrar quem manda. Ao debochar do fato na coletiva, Max foi condenado e punido mais pela justiça de ter um ato burro e imbecil do que qualquer outra coisa. Da pole ao quarto lugar, já era uma corrida comprometida.

Alguém que já é inconsequente sente-se vítima de injustiça e vai para a largada com tudo. Vettel esbarra Hamilton, que divide e esbarra Max, que dá uma batida leve no inglês e perde posições. Ao fazer uma bela ultrapassagem diante de Bottas, o finlandês atinge o pneu traseiro esquerdo e um furo de pneu abrevia as chances de Max, obrigado a se contentar com um sexto lugar. Tudo isso em virtude das consequências de ações equivocadas. Não dá para falar mais em imaturidade. Tentou ser malandro e foi apenas burro. O holandês desperdiçou uma chance de vitória que dificilmente irá aparecer outra vez para a Red Bull neste ano.

Voltando para a corrida. Ninguém esperava que os pneus durassem tanto. Por isso a estratégia eram duas paradas. Leclerc, o líder, e Albon, o terceiro, fizeram isso. Vettel, buscando uma nova alternativa, seguiu na pista, assim como Bottas, que o marcou. Hamilton parou logo depois do monegasco e, diferentemente dele e do tailandês, colocou os pneus duros. O diferencial.

Com o passar do tempo, ficou nítido que os pneus não se degradaram tanto. Ricciardo andou quase 50 voltas com os duros até fazer a única parada. Vettel e Bottas botaram os duros até o final, enquanto Albon e Leclerc foram obrigados a parar por terem repetido o pneu da largada. Mais um grande erro da Ferrari com o jovem, além de terem perdido tempo nos pits.

Hamilton, mesmo desgastado, controlou a vantagem e Vettel, mais preocupado em segurar Bottas, se contentou com o segundo lugar. Vitória da estratégia da Mercedes. Xeque mate. Se em velocidade não eram os melhores, o ritmo de pneu e o melhor trato nos compostos mais uma vez os diferenciam da Ferrari, mais rápida e que come os pneus de forma mais veloz também.

Foto: Getty Images
Albon tem 4 a 2 diante de Verstappen desde que chegou a Red Bull. É mais lento? É, mas diferentemente de Gasly, aproveita as oportunidades e está sempre lá. Pérez foi o melhor do resto na corrida da casa. É um grande piloto e merece o reconhecimento de ídolo local. Ricciardo com uma boa corrida de recuperação mostra que falta carro. Na última curva, Kvyat fez uma trapalhada com Hulk e perdeu pontos importantes para a Toro Rosso. Uma pena perder o final de semana assim, mas é a vida.

A McLaren com os médios não funcionou e, além do mais, os mecânicos abreviaram a corrida de Norris com a trapalhada nos boxes. Haas segue no drama e Raikkonen não voltou das férias. Um endiabrado Kubica até passou Russell, mas no fim terminou atrás dele de novo.

A Liberty conseguiu o que queria: o título de Hamilton será "em casa", nos Estados Unidos, com toda a badalação e o marketing que os americanos sabem fazer, lá no Texas. É por isso que inverteram a corrida com o México. Bastam quatro pontos. É hexa, é hexa. E faltam, agora, oito vitórias para igualar Michael Schumacher. Sempre que vejo isso, parece ser inacreditável. Fruto das consequências ao sair das asas da McLaren e apostar numa Mercedes que só comia pneus...

Confira a classificação completa do GP do México:


Até!

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

ERA PARA SER

Foto: Getty Images
Com apenas 21 anos, Charles Leclerc vive muitas emoções para alguém que é tão jovem. Enquanto trilhava o caminho do kart e os primeiros passos nos monopostos, perdeu repentinamente o grande amigo e um de seus maiores incentivadores, o francês Jules Bianchi. Com a naturalidade das coisas, teoricamente era para o francês estar na posição que o monegasco ocupa hoje. Leclerc corre por Bianchi e é uma extensão dele.

Em 2017, outro duro golpe: o falecimento do pai, vítima de câncer. Meses depois, foi confirmado em um das posições de maior prestígio existente no imaginário popular: piloto da Ferrari. Monegasco, com apenas 21 anos, quebrando uma escrita dos italianos, relutantes em apostar nas promessas.

Logo na segunda etapa como ferrarista, a primeira pole para tirar a pressão. Tudo se encaminhava para uma vitória consagradora, mas um problema no motor impediu isso. Uma crueldade.

Na Áustria, o mesmo roteiro. Depois de alguma instabilidade e um erro no treino em Baku, rapidamente Leclerc tinha a chance de vencer. Sem motor problemático e liderando de ponta a ponta. Nada poderia dar errado até Max Verstappen o empurrar para a área de escape, não ser punido e vencer. Outro duro golpe para quem constantemente era escudeiro de Vettel e via uma Ferrari muito instável, desperdiçando raras oportunidades de vitória com estratégias equivocadas e um intenso problema dos pneus se desgastarem muito rápido.

No retorno das férias, a terceira pole e sete décimos para a concorrência. Com sobras. A terceira chance.

Além do pai, Hervé, e de Jules Bianchi, outros grandes contatos de Charles na vida e no automobilismo é o chamado "Os Quatro Mosqueteiros": ele, Pierre Gasly, Esteban Ocon e Anthoine Hubert. Três franceses e o monegasco, que corriam, conviviam e chegavam até a morar juntos.

Foto: Getty Images
O acidente fatal do amigo, justo depois de mais uma pole, é mais um baque emocional em Charles, tão jovem e tão acostumado a lidar com as adversidades da pista. Um jovem morrer fazendo o que gosta em algo que notabiliza pela constante evolução da segurança é chocante para todos nós que não pegamos a época onde "morria um por corrida", como diz meu pai. Um quê de triste coincidência poderia ser o chavão: vai ter que ser por ele.

Corrida controlada o tempo todo. O mesmo cenário de Bahrein e Áustria. Os acontecimentos recentes provaram que, realmente, "a corrida acaba só quando ela termina". Eis que, nas voltas finais, Hamilton, rendendo mais com os médios e desgastando menos os pneus, começa a se aproximar. O tetracampeão Vettel, renegado a escudeiro de luxo, o atrapalhou por algumas voltas até finalmente ser ultrapassado. Estava aberta a caça. Hamilton venceria de novo nas voltas finais? Leclerc perderia de novo nas voltas finais? Justo neste final de semana?

Lewis já estava a menos de um segundo, contornando o segundo setor, onde a Mercedes sobrava. O diferencial dos vermelhos era o mais potente motor ferrarista, que os mantinha na frente. Quando Hamilton poderia se aproximar para usar a asa e tentar o bote final, uma bandeira amarela e mais barreiras de pneus acertadas. Giovinazzi, que fazia a melhor corrida do ano, desperdiça mais uma chance e bate. Todo mundo precisa diminuir a velocidade. Quando iria abrir a última volta, uma crueldade acontece com Norris: o motor de sua McLaren estoura. Se isso acontecesse antes, poderia ser ultrapassado como retardatário pelo líder e chegar nos pontos. Gasly, reestreando na Toro Rosso, se beneficia disso e ganha dois pontos que não conseguiria em condições normais, onde foi superado por Kvyat em mais uma bela atuação do russo em seu grande momento da carreira, no sétimo lugar.

Era para ser. Leclerc vence a primeira na carreira. Por Hervé. Por Bianchi. Por Hubert. Pela Ferrari. A homenagem para o amigo e para tantos outros que partiram tão cedo em sua trajetória. Era para ser. Há o copo meio vazio também. A primeira vitória é justa em Spa, onde os carros não fazem aquela "volta da vitória" onde extravazam e acenam para o público. Rapidamente Bianchi vai para os boxes. Ele está muito feliz, mas não pode comemorar muito porque a vitória vem justo quando perde um amigo na véspera. Era para ser. Tão bonito e tão emocionante ao mesmo tempo. O tal do destino é caprichoso.

Foto: Getty Images
Bottas chegou em terceiro e o escudeiro Vettel em quarto. Alexander Albon, o estreante da Red Bull, fez uma corrida F1 típica no que fazia na F2: largando com pneu médio, foi conservando os pneus para no stint final, mais macio, atropelasse todo mundo. Contou com a sorte de Norris ficar fora mas mostrou arrojo para ultrapassar Pérez passando pela grama na última volta. Só hoje já fez mais que Gasly no ano.

Verstappen foi aquele Verstappen do ano passado. Até então impecável, ele largou mal de novo e tentou recuperar tudo na primeira curva. Tocou em Raikkonen, que quase capotou, e com o carro sem condições, foi se arrastando até ser tocado pelo finlandês e bater na Eau Rouge. Justo um dia depois do que aconteceu (e farei um post sobre isso amanhã), Max mostra que não se decide tudo na largada, que tem carro para recuperar as posições, especialmente diante da Alfa Romeo, que teve a corrida arruinada.

Os outros beneficiados pelos abandonos da última volta foram Hulkenberg, que achou um oitavo lugar, e Stroll, com um pontinho. Inexplicáveis as estratégias de Ricciardo e Magnussen, que praticamente andaram a corrida toda com os macios e foram sendo ultrapassados por todo mundo volta a volta. Que ano constrangedor da Renault, cada vez mais perdida. A Haas então...

Em um contexto que pode ser utilizado para quase tudo, hoje a vitória de Leclerc, a batida de Verstappen e os abandonos de Norris e Giovinazzi eram para ser. Com crueldade para uns, sorte para outros. E assim a F1 segue em um final de semana mais emocional desde a morte de Jules ou até mesmo Ímola. Era para ser.

Confira a classificação final do GP da Bélgica:


Até!

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: Racefans

Esta foi a parte um. Em breve, a segunda parte com a análise dos pilotos restantes. Até mais!
Fala, galera! Agora ta na hora da segunda e última parte da análise da temporada 2019 depois de 12 das 21 etapas disputadas. Vamos que vamos:

McLAREN

Foto: Reprodução/McLaren
Carlos Sainz Jr – 8,0: sem dúvidas é o melhor do resto. Pulando de galho em galho, parou na McLaren com o peso de ser o espanhol que substitui Alonso em um carro que colecionava fracassos desde o fim da parceria da Mercedes, a Honda e agora a Renault. Contudo, para a surpresa de todos, o carro é confiável, razoavelmente veloz e bem competitivo. Além disso, Sainz é incrivelmente regular e competente, pontuando quase sempre e aproveitando as oportunidades, tanto é que está relativamente próximo de Gasly mesmo com um equipamento bem inferior. De contrato renovado, corre tranquilo para manter o bom momento pessoal e da equipe para que, talvez ano que vem, seja possível sonhar com coisas maiores.


Lando Norris – 7,5: apesar de ter considerado prematura a subida para a equipe, é inegável afirmar que o inglês faz uma temporada melhor na F1 do que era na F2, talvez porque o hype de todos tenham diminuído ou algo assim. Veloz e razoavelmente consistente, vem conquistando os pontos que pode. Claro que precisa mais de experiência, mas até aqui é um início acima das expectativas diante de um carro que evoluiu para a surpresa de todos, tornando-se quase a quarta força da F1. Um ambiente assim é quase que o ideal para evoluir e amadurecer na categoria.

RACING POINT

Foto: Reprodução
Sérgio Pérez – 6,5: com o carro pior, Pérez não está transformando alguns treinos bons em corridas satisfatórias. Neste ano, parece improvável que consiga aquele pódio anual circunstancial, pois bateu logo no início na Alemanha. No caos, o feitiço virou contra o feiticeiro: está atrás de Stroll na tabela, embora a diferença técnica dos dois não esteja refletida. No limbo da F1, tem o segundo semestre para ao menos se impor internamente na equipe do canadense, mesmo com um carro deficitário.

Lance Stroll – 6,5: não tem nível para estar na F1 mas é aquilo, é o neo Pedro Paulo Diniz. Com dinheiro, é impossível não evoluir minimamente a ponto de ficar menos pior e capitalizar em momentos caóticos. Ao menos tem essa estrela, principalmente em corridas chuvosas. Com o orçamento do papai, não precisa fazer muito para continuar. Não bate, não ultrapassa e apenas sobrevive nas corridas esperando o acaso acontecer. Infelizmente, é o suficiente para ele.


ALFA ROMEO

Foto: Pirelli
Kimi Raikkonen – 7,5: sem a pressão e o glamour das equipes grandes, parece ficar mais a vontade neste novo momento da vida. A agora Alfa Romeo, com a ajuda da Ferrari, vai melhorando, e o experiente finlandês mostra que se não é o cara para brigar por vitórias, pode ser o líder que uma equipe média precisa. Regular e consistente durante quase todas as corridas até aqui. Sua experiência é fundamental para mostrar os caminhos de desenvolvimento da ex-Sauber para que fique de vez no pelotão intermediário.

Antonio Giovinazzi – 5,5: um ano sem guiar os monopostos pode ser cruel, ainda mais quando se tem Kimi Raikkonen no mesmo carro. A verdade é que o italiano não se encontrou ainda. Apenas um ponto. Ritmo ruim e erros recorrentes. A pressão para que saia é grande, ainda mais com o frenesi que envolve Mick Schumacher. Sorte do italiano que Mick parece não estar pronto o suficiente para subir, do contrário já estaria quase fora para o ano que vem. Ainda assim, precisa ser outro piloto nestas últimas nove etapas se quiser continuar na F1.

TORO ROSSO

Foto: Getty Images
Daniil Kvyat – 7,5: muita desconfiança no improvável retorno (mais um) a categoria. Poderia ser difícil ser pior do que estava, e realmente não é, pelo contrário. Maduro, entregando resultados o quanto pode, aproveitou o caos para retomar definitivamente a confiança. Tem um companheiro de equipe duro pela frente, ou então tinha. Agora, precisa ser o tutor de um jovem que vive o que ele já viveu. No segundo semestre, tudo vai depender de como Gasly vai reagir ao rebaixamento.


Alexander Albon – 7,0: o agora Red Bull faz uma temporada correta. Faz o que pode, pontua quando o possível, não comete muitos erros e foi bastante elogiado pelos chefes meses antes de ser promovido. Agora, o desafio é outro. Encarar Max sem a preparação adequada é quase suicídio, mas não há escolha. É o famoso “cavalo encilhado só passa uma vez” e o tailandês, assim como os laços da Red Bull, precisa aproveitar. É mais piloto que Gasly e dificilmente vai ser tão pior que o francês, então é a grande chance de alavancar definitivamente uma carreira que até 9 meses atrás parecia fadada a Fórmula E.

WILLIAMS

Foto: Getty Images
George Russell – 6,5: é difícil escrever sobre o campeão da F2. O carro é de outra categoria, não há margem para competição. Na única existente, contra Kubica, foi superior em quase todas, menos na mais importante. Está zerado na temporada e, no fim das contas, é isso que as pessoas lembram. Dificilmente terá a oportunidade de dar o troco. É continuar sendo mais veloz que o polonês e torcer para que Toto tenha um plano de carreira para ele que não seja semelhante a de Wehrlein.

Robert Kubica – 6,5: seu retorno é uma vitória pessoal, e isso basta. É muito bom ver um cara talentoso dar a volta por cima diante das dificuldades e retornar para o topo do esporte a motor. No entanto, as lesões no braço claramente mostram que o polonês não é mais competitivo a este ponto. Superado com larga vantagem, tem no pontinho da Alemanha o fator desequilibrante que fez valer a pena todo esse processo. Sem esse peso, a perspectiva é apenas se divertir dentro do possível diante de um carro tão fraco, sabendo que estar ali já é uma vitória maior do que qualquer ponto.
Esta foi a minha análise. Concordam? Discordam? Agora é só aguardar para a parte final da temporada daqui algumas semanas!
Até!

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

VESTIBULAR (A PRÓXIMA VÍTIMA?)

Foto: Getty Images
O matadouro da Red Bull/Toro Rosso voltou a funcionar. Para a surpresa de ninguém, foi feito o esperado: Pierre Gasly foi rebaixado para a satélite Toro Rosso depois de apenas 63 pontos em 12 corridas, desempenhos pífios e constrangedores, chegando até a levar uma volta de Max Verstappen, no auge da carreira. Inadmissível, sendo que os dois possuem (teoricamente) o mesmo equipamento.

Para o seu lugar, o outro novato: Alexander Albon, o tailandês nascido e criado em Londres, estreando na temporada. É uma ascensão meteórica, como você pode ler no post que fiz em dezembro de 2018 clicando AQUI. No início do ano passado, ele não tinha dinheiro para competir na F2. No fim do ano, estava acertado para correr com a Nissan na Fórmula E, até que o efeito Ricciardo mudou tudo e o fez retornar para a Red Bull, onde já foi demitido do programa de pilotos no longínquo 2014, quando era um guri.

No comunicado da Red Bull, a ideia é comparar os desempenhos de Albon e o que Gasly fez neste ano para definir o parceiro. Claramente é uma equipe perdida e que busca alguém que possa ajudar Verstappen nos construtores, mas como ajudá-lo se é proibido andar próximo dele?

"O efeito Ricciardo" cria um novo problema nos taurinos desde quando Vettel deixou a equipe. Gasly tinha a credencial de ser campeão da GP2. Albon ano passado foi o vice. São pilotos com muito talento, mas ainda muito jovens e inexperientes, o que é normal. Ninguém vai ser um prodígio igual Verstappen e não há nada de errado nisso.

Incinerar Gasly, embora seu desempenho seja indefensável, para colocar outro jovem é uma faca de dois gumes. É a chance da vida do jovem inglês-tailandês, de indas e vindas na própria Red Bull. No entanto, e se ele não estiver pronto para este nível de competição? Não há pré-temporada e nem simulador para prepará-lo. A F1 está de férias. Se era para substituir o francês, por que colocar de volta Kvyat, que já viveu todas essas emoções? O russo está mais maduro, recuperado dos traumas e sem nada a perder. Ser rebaixado de novo, qual o problema?

A Red Bull cria um "vestibular" para saber quem será o parceiro de Max Verstappen. Gasly não serviu e Helmut Marko e Christian Horner estão praticamente dizendo que ele não serve para uma equipe grande, tal qual Kvyat. Qual vai ser a motivação do francês, desmoralizado técnica e emocionalmente? Grandes as chances de virar o russo 2.0. Aliás, os dois rebaixados agora serão parceiros de equipe, e o próprio Gasly o substituiu em 2017, no que parecia o fim dele na F1. Certamente Kvyat tem conselhos para dar.

Albon é um piloto com muita qualidade e potencial. Mostrou isso na F2 e estava mostrando na Toro Rosso. No entanto, o nível de competição que irá enfrentar e sem qualquer preparação pode transformar esse sonho em um pesadelo, e os exemplos estão na agora vizinha Toro Rosso, sem contar Buemi, Vergne, Alguersuari... Gasly não serviu. E se Albon não servir e for a próxima vítima, o que farão Christian Horner e Helmut Marko, que dão a luz e ceifam carreiras na mesma proporção e velocidade?

Até!

terça-feira, 30 de julho de 2019

INFERNO E CÉU

Foto: Motorsport Images
Um ano atrás, Vettel era líder do campeonato e parecia a salvação da lavoura da F1 para brecar o domínio da Mercedes, como um certo ídolo Michael Schumacher. Na Alemanha, uma pole consagradora, enquanto que o concorrente Hamilton largaria lá atrás, com problemas no treino.

Uma corrida que parecia tranquila colocou tudo a perder no próprio erro do alemão, em casa, em frente a torcida. O que seriam 33 pontos de vantagem viraram 17 atrás. A partir dali, Vettel não se recuperou mais. Pelo contrário. Mergulhou em uma sequência de erros inacreditáveis para alguém tão gabaritado com quatro títulos.

Nada mudou neste ano, mais pressionado ainda com a chegada do jovem queridinho Leclerc. Uma vitória no Canadá seria a resposta consagradora, mas o próprio alemão voltou a errar na hora decisiva. Apesar disso, saiu por cima porque uma boa parte do público considerou injusta a punição. Portanto, um vencedor moral, mas a moral não conta em nada no fim das contas.

De volta para a Alemanha, tudo parecia para uma zica renovada. Sem treinar e largando em último, as chances do errático alemão conquistar um bom resultado eram nulas, e estavam sendo, mesmo com todos os acontecimentos caóticos. A sorte enfim decidiu sorrir (?) no último Safety Car e, com pneus mais novos, foi fácil chegar em segundo. No caso de Vettel, o resultado vale mais que o meio. Uma redenção em casa, no mesmo palco onde a maior espiral negativa da carreira começou pode ser um indício de recomeço na cambaleante confiança e motivação do alemão na categoria. Será?

O próprio Kvyat disse que a corrida resume a carreira: altos e baixos. Discordo levemente. Na corrida, o russo não lembrou nenhum pouco o arremedo de piloto que tinha virado após ter o mental quebrado pelo rebaixamento à Toro Rosso, as más atuações e também ter sido obliterado por Carlos Sainz. Tudo isso logo depois de ter feito, até então, seu último pódio, na China, em 2016. Na corrida seguinte, Verstappen foi o vencedor com o mesmo carro.

Depois, foi demitido antes do fim de 2017 para dar vaga a Pierre Gasly, que agora ocupa duas vagas que já foram a dele. Tudo isso com alguém que superou Daniel Ricciardo logo no ano de estreia. O "torpedo" já viveu essa situação de caça e caçador, todos sabemos como o programa da Red Bull é sedutor e cruel ao mesmo tempo com suas jovens vítimas.

Um ano afastado e relegado a piloto de simulador da Ferrari, a saída de Ricciardo provocou um efeito dominó que fez Kvyat retornar a F1 repleto de desconfianças, é claro. "De novo ele? Vai ser humilhado de novo!". O que estamos vendo até aqui é um Kvyat sólido, maduro, com resultados semelhantes a sua estreia na equipe B, cinco anos atrás. Por já ter feito parte e não ter dado certo, parece ser carta fora do baralho caso a equipe canse de Gasly, o que não vai demorar. Será mesmo? Não seria inteligente colocar outro jovem talento no matadouro que é enfrentar Max Verstappen.

O próprio Kvyat tem como objetivo voltar a matriz. Não sei se conseguirá. Faltava um resultado diferente, e ele veio. Bonito e simbólico ver três gerações diferentes do programa de pilotos da Red Bull no pódio, dois deles os únicos que conseguiram fazer isso com a equipe satélite (Vettel em Monza-2008 e agora Kvyat). Se até o ano passado o novo pai da praça estava no fundo do poço, no início da temporada ele conseguiu equilibrar as ações e agora passa a um grande momento, o maior diria eu, porque fazer pódio com a Red Bull é obrigação, com a Toro Rosso nunca será, mesmo em circunstâncias excepcionais.

Está tarde, mas gostaria de mencionar também no texto um caso que já abordei, o de Verstappen. Até o ano passado ele também estava por baixo e começou a amadurecer e unir o talento com regularidade e agora vive o melhor momento da carreira. Jovem e já relativamente experiente na categoria, acostumado a algumas glórias e grandes frustrações, os três pilotos estavam no inferno e agora chegaram ao céu. Ok, talvez Vettel esteja no purgatório, mas o simbolismo ainda assim não deixa de ser bonito e chamativo. As reviravoltas da vida e da Fórmula 1, que ocorrem em milhares de giros em um autódromo, representam inícios, meios, fins, recomeços e todas as coisas juntas. É por isso que é maravilhoso escrever sobre esta categoria, que resolveu me calar nas últimas três corridas.

Ainda bem. Até!

segunda-feira, 29 de julho de 2019

FOGO E ÁGUA

Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

25 anos atrás, em Hockenheim, Jos Verstappen quase virou churrasquinho em um pit stop onde a gasolina acabou vazando do carro e causando uma grande explosão. Hoje, o filho Max Verstappen venceu em Hockenheim diante da chuva. Apesar da corrida caótica, foi a vitória mais cerebral de Max, que ainda teve alguns percalços, como não poderia deixar de ser.

Começando pela largada, onde o torque da embreagem (falaremos mais disso depois) fez com que o holandês saísse muito mal, caindo para quarto. Aliás, a corrida teve três voltas atrás do Safety Car porque parece proibido correr na chuva. A primeira prova do ano nesta condição, aliás. Enfim. Mesmo que a chuva trouxesse ares de imprevisibilidade, a corrida parecia estar afeição da Mercedes, que fazia 1-2. Logo na segunda volta, Sérgio Pérez, que sempre tira pódios da cartola em ambientes caóticos iguais ao que se apresentava hoje, bateu. Primeiro Safety Car da tarde.

A primeira troca foi tranquila. Dos pneus de chuva para o intermediário. Hamilton disparava enquanto Max estava preso atrás de Bottas. Com a pista secando, quem estava atrás começou a arriscar com o pneu macio, como foi o caso de Magnussen. O erro de muitos. Para quem está atrás, não há nada a perder. Vettel, que largou em último e estava em oitavo, seguiu, assim como os outros. Depois de algumas voltas, deu para perceber que, embora em alguns trechos a pista estava seca, em outros ela continuava molhado, pois chovia na parte do estádio. Os tempos não melhoravam. E assim todo mundo seguiu. Max deu um 360°, Sainz rodou, Stroll rodou. Estes conseguiram se salvar, outros...

Leclerc forçou demais. Estava com uma boa estratégia, era o quarto colocado. Rodou num ponto onde a pista parecia sabão e tinha nenhuma aderência, praticamente empurrando os carros para a brita. Lembrou vagamente o ponto onde todo mundo rodou e bateu no GP do Brasil de 2003. 

Aí a corrida virou uma algazarra. Alguns não tinham colocado os pneus macios e se deram bem, trocando apenas o intermediário, casos das Mercedes e de Hulkenberg. Outros chegaram para o topo, como Albon. Max, mesmo assim, se manteve entre os ponteiros. Não por muito tempo. Alguns também caíram na armadilha...

Foto: Getty Images
Logo ele. No mesmo ponto. Mesmo com Safety Car, Hamilton bateu. Como estava na cara dos boxes, cortou o caminho de forma insegura e foi para o pit. A Mercedes não estava preparada e bateram cabeça, literalmente. Mais de 30 segundos parado. Tinha uns caras de boina (outra ação comemorativa dos 125 anos da Mercedes no final de semana) que só depois percebi que eram mecânicos. O clima de festa estava preparado, com homenagens e patrocínio da corrida. A consagração alemã estava ameaçadíssima. Entre perder um minuto e ser punido com cinco segundos, Hamilton optou pelo lógico. Teve que remar tudo de novo. Tentou, mas rodou, bateu e caiu para o fim do grid, atrás até mesmo das Williams.

Outro que desperdiçou, mais uma vez, a chance de finalmente brilhar foi Nico Hulkenberg. É impressionante como as coisas parecem afeição dele e o alemão se borra e estraga tudo. Definitivamente não vai fazer pódio nunca, não tem jeito. Uma pena que perca tantas chances assim. 

Com a batida de Hulkenberg, ainda faltavam umas 15 voltas. Com o SC um bom tempo na pista, ela foi voltando a secar. Os ponteiros não queriam arriscar muito porque era reta final. Já quem estava atrás... 

Stroll e Kvyat botaram os macios e tacaram o foda-se. Não tinham nada a perder. Logo que a corrida reiniciou, ficou claro que era preciso botar os pneus de pista seca. E, com todo mundo nos boxes, os dois assumiram a liderança faltando umas 10 voltas! Stroll e Kvyat! Inacreditável! O canadense, por mais fraco que seja, parece capitalizar nas situações caóticas, sobretudo na chuva. Max, que tinha uma boa vantagem, conseguiu voltar próximo e rapidinho retomou a liderança. Bottas estava em quarto, pressionando Stroll, até que bateu. Incrível. Além de não conseguir passar o riquinho, o finlandês simplesmente bate de forma vergonhosa e perde a chance de tirar alguns pontos em relação a Hamilton. Não que fosse voltar a briga pelo título, mas enfim. A reação de Toto pode implicar em mudanças. Bottas pode ter escrito o seu fim na Mercedes.

Vettel, que ficou 40 voltas atrás da Alfa Romeo de Kimi Raikkonen, aproveitou o novo Safety Car para colocar pneus mais novos. Com o grid realinhado, foi questão de tempo para galgar as posições e chegar em segundo porque Max já havia se mandado para vencer pela sétima vez. Kvyat precisava deste resultado. A corrida foi a síntese da carreira: cheia de altos e baixos, de demitido duas vezes para recontratado em dois anos, o russo consegue o segundo pódio da história da Toro Rosso! O agora papai (cuja mãe é Júlia Piquet, filha do Nelson) deu um passo importante para a retomada da confiança e coroa uma temporada segura neste retorno cheio de desconfianças. De quebra, viu Gasly ficar atrás das duas Toro Rosso e ainda bater pateticamente ao tentar ultrapassar Albon. Parece que depois das férias o futuro do francês é o rebaixamento para Toro Rosso, lugar onde Kvyat parou depois de ser preterido por Verstappen. Que pódio é este, composto por três membros da academia Red Bull!

Foto: Getty Images

Para Vettel, um segundo lugar enganoso, onde teve a competência de não cometer erros mas não soube se sobressair. É estranho falar isso de alguém que não treinou e chegou em segundo largando de último. Enfim, que seja um pequeno passo mas muito importante para a retomada de confiança de Sebastian, justamente onde a perdeu no ano passado.

Coube ao rico um quarto lugar, o melhor da Racing Point no ano, fato que geralmente Pérez é o responsável. Difícil ser hater do canadense hoje. Carlos Sainz foi outro que teve altos e baixos. Caiu para último após rodar, voltou para a prova graças as circunstâncias e fica numa ótima quinta posição. Albon, ofuscado por Kvyat mas igualmente muito bem, o sexto.

Agora voltamos para o torque da embreagem na largada. Foi isso que desclassificou a dupla da Alfa Romeo. Segundo o Globoesporte.com, "os comissários detectaram que o torque na embreagem de ambos na largada não correspondia ao exigido pelo regulamento, com a liberação da embreagem tendo sido feita em 70 milissegundos, enquanto o estipulado é de 300 milissegundos.

Pelo entendimento dos comissários, essa infração pode ser comparada com uma queima de largada, o que deu uma vantagem em potencial. A decisão foi dar aos dois pilotos uma penalidade de dez segundos num pit stop, que, sem ter sido feito, foi convertido a 30 segundos somados aos tempos finais de Raikkonen e Giovinazzi na corrida."

Sendo assim, pasmem, a dupla da Haas herdou as posições, mesmo com ambos fazendo de tudo para abandonar pois se tocaram de novo. Diante do caos total, Hamilton é um sortudo até quando tem azar: subiu para nono e em décimo ficou Kubica, responsável pelo primeiro ponto da Williams no ano e o primeiro do polonês desde Abu Dhabi 2010, sendo assim o piloto que teve maior diferença entre datas de pontuação: quase nove anos.

Mesmo diante da desgraça, Hamilton sai com mais dois pontos de vantagem em relação a Bottas. A Mercedes, sortuda no sábado, teve a lei do retorno no domingo. Acredito que, depois de hoje, homenagens, pinturas especiais e boinas não estarão no centro das discussões.

Mais uma vitória da Honda, com dois pilotos no pódio. Que karma para a fênix...

Para Verstappen, a confirmação de que ele é o futuro da categoria e só precisa de um carro; para Vettel, um possível renascimento, assim como Kvyat;

O GP da Alemanha é uma das melhores coisas que já aconteceram na década. Viva a chuva, viva as áreas de escape!

Confira a classificação final do GP da Alemanha:


Até!


segunda-feira, 10 de junho de 2019

NA MÃO GRANDE

Foto: AFP
Até quando perde Hamilton ganha e até quando a Ferrari não erra tanto ela não vence. Uma boa corrida no Canadá terminou em um anticlímax lamentável e constrangedor, mas que serviu para movimentar as redes sociais com cenas que com certezas ficarão na memória dos fãs e de todo mundo por muito tempo.

Ainda bem que aconteceu no Canadá e não passou na Globo, do contrário nós aqui do Brasil teríamos perdido o ataque de fúria (justificada, diga-se) de Sebastian Vettel. Iriam cortar o pódio e mostrar alguma reportagem aleatória sobre futebol. Até do VT eles não mostraram o que talvez tenha sido a grande cena da temporada, digna de filme, mas vamos lá.

Depois da parada, Hamilton e a Mercedes estavam mais velozes com os pneus duros e passaram a atacar Vettel. Este, em uma das várias voltas de perseguição, escapou na curva 4 e acabou voltando para a pista com Hamilton do lado do muro, que precisou recolher para não causar um acidente.

Ora bolas, tentar controlar um carro que vem com os pneus sujos de grama e tentar corrigi-lo para a parte suja da pista seria quase impossível de fazer sem que Vettel sofresse um acidente. Além do mais, a ação foi tão rápida que não teria tempo de simplesmente ser proposital e bloquear quem viesse atrás. Uma disputa de corrida, salientada por Lewis Hamilton.

Mas a FIA e seus comissários não viram assim. Depois de muita análise, cinco segundos de punição. A FIA, que não faz nada para mudar os regulamentos e tornar a F1 competitiva, que coloca um instrumento até hoje inútil como o Halo vai acabando com o automobilismo por simplesmente punir disputas mais rígidas em uma corrida, coisas normais, sem a antidesportividade ou até mesmo o mal-caratismo. São os verdadeiros coveiros do esporte estes zé regrinhas, que empurraram para Hamilton a quinta vitória no ano e a ira de quase toda a torcida que passou a vaiá-lo, um símbolo errôneo e injusto de um grave erro dos comissários, estes assim que deveriam ser vaiados, como bem disse Vettel, indignado no pódio.

Foto: Reprodução
Vettel fez o que qualquer ser humano sensato e puto da cara ao terem roubado uma vitória depois de tanto esforço e de tanta coisa que o alemão vem passando no último ano por culpa dele próprio. Primeiro ao não estacionar o carro no local demarcado, depois saiu em disparada pra cima dos comissários e parecia se recusar a ir para o pódio. Foi convencido. Chegou lá e trocou a placa dos carros dele e de Hamilton. Subiu puto da cara, recebeu o troféu e saiu direto. Tinha é que ter quebrado o troféu, ou então a Ferrari bater em retirada e alguém mais passional fazer ameaças do tipo "não vamos correr na França" ou abandonar o campeonato, algo mais dramático.

Bem, a equipe vai recorrer da decisão, embora isso seja praticamente impossível pelo regulamento. Enfim, a derrota da Ferrari é mais dolorosa ainda por não saber qual será a outra oportunidade que o SF70 vai ter de vencer, pois geralmente quando a chance aparece a equipe faz questão de se auto-sabotar.

Leclerc foi apagado mas completou o pódio. Bottas em um fim de semana ruim ainda foi o quarto. Verstappen teve o domingo prejudicado pelo erro de estratégia do sábado e ainda assim foi o quinto. As Renault finalmente estrearam na temporada e Ricciardo fez sua melhor atuação no ano, segurando Bottas o quanto pode e defendendo/arriscando ultrapassagens como pode, seguido por Hulkenberg. Pierre Gasly deve estar guiando uma Toro Rosso pintada de Red Bull. Não é possível ser tão mais lento que Verstappen, ficar preso em Stroll quase todo o tempo e sequer esboçar uma aproximação com as Renault. Ou o francês não tá pronto pra equipe ou Max é que está atingindo a plenitude de sua forma, ou talvez as duas coisas.

Stroll só funciona em algumas corridas, e o Canadá é uma delas. Mais dois pontos na conta do riquinho. Kvyat conseguiu um bom décimo lugar ao passar no final um exaurido Carlos Sainz, que andou quase 65 com o mesmo pneu. Norris, se não tivesse um problema na roda traseira direita, certamente deveria ter pontuado. A McLaren e sua dupla evoluem a cada GP, e isso é formidável.

Robert Kubica segue em uma outra categoria atrás da Williams, fechada em seu mundo paralelo em relação as não tão competitivas desta semana (Alfa Romeo e Haas).

Hamilton abre 30 pontos de vantagem para Bottas e além de ser um grande piloto, é muito sortudo: duas vitórias que caem no seu colo em diferentes circunstâncias. E assim o inglês se aproxima do hexa e do recorde de Schumacher... agora faltam só 13 vitórias...

Confira a classificação final do Grande Prêmio do Canadá: