sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A DESPEDIDA DEFINITIVA

Foto: Minardi
Mark Webber se despediu da Fórmula 1 em 2013, depois de 11 anos de carreira em quatro equipes: Minardi, Jaguar, Williams e Red Bull. Foram nove vitórias, 11 poles e 36 pódios (tudo pela Red Bull, exceção um pódio pela Williams) e três terceiros lugares como melhor resultado no campeonato (2010, 2011 e 2013). O australiano, conhecido pela franqueza, personalidade forte e conflitos com Sebastian Vettel, teve uma carreira bacana na F1, se despedindo de forma original e conseguindo boas vitórias, construindo uma carreira respeitável e admirável.

Desde 2014, o aussie está no Mundial de Endurance, correndo pela Porsche. Em três temporadas, foram sete vitórias e o título mundial no ano passado, sempre ao lado de Timo Bernhard e Brendon Hartley. Aos 40 anos, o australiano anunciou: sua carreira no automobilismo irá terminar no Bahrein, dia 19 de novembro, na última etapa do WEC. É provável que siga como diretor da equipe alemã, onde rasgou diversos elogios e foi retribuído pelo seu trabalho.

Foto: Ig
O quinto lugar na corrida de estreia na F1 logo em seu país natal alavancou a sua carreira. Conseguiu uma transferência para a Jaguar, onde permaneceu por duas temporadas antes de chegar a Williams. A equipe, vivendo o último ano com o motor BMW, já não apresentava o mesmo rendimento, e o aussie chegou a ficar conhecido como "leão de treino". A chegada na Red Bull, em 2007, mais a mudança de regulamento em 2009 foi um achado para quem já tinha uma carreira sólida, mas com apenas um pódio. Webber conseguiu vencer, ser pole e brigar pelo título. Alan Jones era até então o único piloto do país a alcançar tal façanha, que agora tem Ricciardo como sucessor.

Foto: F1Fanatic
Webber não era um piloto top. Estava abaixo, por exemplo, dos grandes protagonistas Alonso, Button, Hamilton e Vettel. Mesmo assim, chegou a dar sufoco no tetracampeão, principalmente em 2010 e 2012. Entretanto, suas más largadas sempre o comprometiam nas corridas, por mais que a Red Bull fosse dominante por quatro anos, tanto é que sequer foi vice. Bater de frente com Vettel, então queridinho dos fãs e da imprensa (exceção dos fãs de Alonso hahaha) o colocou em evidência e também lhe deu fãs e haters. Webber sempre foi diferente e autêntico, sincero e direto, sem politicagens e rodeios, franco. Muito decidido e maduro, foi inteligente ao sair por cima na melhor equipe da F1 na época ao invés de ser rebaixar lentamente como milhares de pilotos fazem.

Foto: F1Fanatic
Antes da F1, Webber disputou duas corridas das 24 horas de Le Mans, sem completá-las (pelo contrário, em 1999 sofreu um acidente cinematográfico - o primeiro de muitos em sua carreira). O trabalho duro com Bernhard, Hartley e o knowhow da Porsche lhe premiaram com um merecido título, e o aussie ainda pode se aposentar bicampeão, por que não? Webber é um daqueles personagens na F1 que não ficam marcados pela exímia pilotagem, qualidade, ousadia e técnica apuradas, mas sim pela singularidade e personalidade única, que davam aos fãs motivos para o admirar e o odiar.

O australiano é um belo piloto, mas não o suficiente para ser campeão. 99% dos pilotos que passam pela categoria são assim. Não é motivo para se envergonhar. Pelo contrário: Quem fica 11 anos initerruptos na F1 sem precisar de patrocínio e correndo os últimos cinco anos pela melhor equipe do grid, vencendo corridas, marcando poles e chegando em pódios? Não foram muitos que correram mais de 200 GPs no tão competitivo e imediatista mundo da F1, que queima pilotos como quem queima carvão em um domingo de sol para assar um churrasco. Mark Alan Webber é, sem dúvida, alguma, um personagem único da F1 e precisa ser valorizado pelos fãs. A categoria não é só feita de campeões. Os "figurantes" muitas vezes são personagens mais ricos e fascinantes do que aquele que é tri ou tetra-campeão...

Foto: Getty Images

Até!

Foto: Divulgação

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