segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A JUSTIÇA TARDA MAS NÃO FALHA

Foto: AP
Ricciardo merecia, no mínimo, ter vencido duas vezes na temporada. Os erros de estratégia da Red Bull na Espanha e em Mônaco, na sequência, o frustraram muito. É justificável. É raro ver a Mercedes fora da briga e, quando é possível brigar, a própria equipe lhe prejudica? Difícil, ainda mais porque até o jovem companheiro havia vencido na estreia... Pois bem, o australiano finalmente foi agraciado pela "sorte" (ou "justiça") e venceu uma corrida que caiu do céu, defendendo o ataque de Verstappen com maestria e garantindo a dobradinha austríaca, algo que não ocorria desde o GP do Brasil de 2013, ainda com Vettel e Webber.

E o que seria justiça para Hamilton? Depois de tantos problemas e erros durante o ano, parecia que a Malásia seria palco de mais um ressurgimento na temporada. Pole tranquila, corrida mais ainda, Rosberg perdendo pontos... Tudo parecia propício para que o inglês retornasse a ponta do campeonato. Mas... Mas na "justiça" (ou "injustiça", ou "azar"), o motor da flecha de prata #44 foi para o espaço, faltando 15 voltas para o fim. O áudio desesperador e as reações decepcionadas são as imagens que resumem o momento de Lewis, talvez resumam a temporada no futuro. Nunca o tetra esteve tão ameaçado.

Foto: Divulgação
A desvantagem passou para 23 pontos. Isso que poderia ter sido pior caso Rosberg não tivesse sido acertado em cheio por Vettel na largada. Muito irritado e triste, Hamilton cobrou explicações da Mercedes pelo fato dele ser o único dos oito carros equipados com o motor sofrer tantos problemas e insinou uma teoria da conspiração. Toto Wolff e Lauda passaram panos quentes. O próprio Lewis também recuou e evocou a fala de Senna, que sempre dizia que tudo dependia Dele (sim, você sabe de quem eu estou falando). Faltando cinco corridas, o tetra de Hamilton ficou em situação difícil. Serão necessárias atuações perfeitas e um bocado de sorte que veio pouco este ano. Para Nico, basta a famosa regularidade, mas que ele também não "amarele" em momentos difíceis e adversos.

Foto: F1Fanatic
Rosberg conseguiu fazer uma ótima corrida de recuperação após sofrer um ataque suicida e irresponsável (injustificável até) do tetracampeão do mundo. Aliás, como Vettel vem tendo problemas nas largadas. A FIA o considerou culpado pelo incidente e perderá três posições no GP do Japão, semana que vem. O quarto lugar de Raikkonen foi suficiente para ultrapassá-lo na classificação. Péssima temporada de Seb. Rosberg mostrou-se afoito para ultrapassar, jogando o carro e quase causando uma colisão quando foi passar Raikkonen. Foi punido com acréscimo de 10 segundos no tempo total da prova, o que é absolutamente inútil e não muda em nada a corrida. Isso, além do "Safety Car Virtual", são coisas ridículas.

O quê falar de Fernando Alonso? Largando em último, a Fênix simplesmente ganhou 15 posições e chegou em sétimo. Button, por exemplo, largou em nono e ali terminou. Geralmente, corridas com números históricos são problemáticas, não para o pacato inglês. Enfim, Alonso mostra que tem muita lenha para queimar e evidencia o processo de crescimento da McLaren, que ultrapassou a Toro Rosso e credenciou-se de vez como sexta força da F1 no ano. As perspectivas para 2017 são melhores. Quem sabe um pódio até o fim do ano? A Williams vem em queda livre. Bottas conseguiu um ótimo quinto lugar graças a uma parada a menos de estratégia. Massa teve problema no acelerador e não conseguiu sair com o carro na volta de apresentação, precisando largar nos boxes. Depois, teve um pneu furado e terminou apenas em 13°. Sexta corrida consecutiva que não pontua. A aposentadoria calhou em boa hora. Dificilmente seria chamado para outra equipe, e seu futuro segue indefinido entre WEC e DTM. Seu provável subsituto, o jovem canadense Lance Stroll, sagrou-se campeão da F3. Caminho livre para Grove em 2017.

Foto: Divulgação
Depois de muita novela, Pérez renovou com a Force India. Tantas especulações, Ferrari, Renault... E no fim mais um ano na equipe indiana. Não sei se foi a melhor decisão de Checo, mas é o que tinha: Uma opção segura e que já trabalha há três anos. A Toro Rosso com o velho motor Ferrari do ano passado ficou para trás. Difícil julgar Sainz e Kvyat. Até a Renault evoluiu e pontuou pela segunda vez consecutiva, inédito no ano, outra vez com o décimo lugar. Dessa vez Palmer foi o autor, marcando seu primeiro (e único?) ponto na categoria. Até o britânico campeão da GP2 já saiu do zero na temporada, menos Gutiérrez... Ridículo. Nasr abandonou a prova com problemas de freio. Ericsson até foi combativo, mas insuficiente para pontuar: Foi o 12°.

Ricciardo novamente comemorou com o "shoey" (beber champanhe na bota)! O gesto, "inventado" pelo compatriota Jim Miller, da Moto3, também foi copiado por Valentino Rossi. Até Verstappen, Rosberg e Christian Horner entraram na onda!! O australiano é, de longe, o piloto mais carismático da F1, um showman de simpatia! Ah, ele prometeu que agora só bebe quando vencer as corridas. Será que vamos esperar muito tempo de novo?








Confira a classificação final do GP da Malásia:


A próxima corrida será o Grande Prêmio do Japão na semana que vem, em Suzuka, nos dias 7, 8 e 9 de outubro. Até!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.