terça-feira, 4 de outubro de 2016

NÃO HÁ DE SER NADA

Foto: Hares Pascoal/Autódromo de Interlagos
Semana passada, uma parte da imprensa brasileira repercutiu bastante assustada a informação da FIA de que o Grande Prêmio do Brasil esteja com um asterisco em relação a sua realização no ano que vem.

Pois bem, Bernie quase sempre fala que o Brasil precisa de reformas na pista de Interlagos e faz uma série de exigências (entre elas uma fatia gorda de dinheiro). Então, Interlagos é um canteiro constante de obras há alguns anos. O que parece, como sempre, é a eterna ganância de Bernie ganhar mais dinheiro dos organizadores. Ele está apertando das corridas tradicionais (Brasil, Canadá e Alemanha) porque eles pagam menos que os modernos circuitos do Oriente Médio. Bernie não está nem aí se o circuito está no calendário há décadas, ele quer o quê? Dinheiro! Sim, você acertou.

Esses boatos saem anualmente, até semestralmente, eu diria. A F1 possui contrato com o autódromo até 2020. Portanto, as corridas serão realizadas, a princípio, até esse ano, caso o acordo não seja renovado posteriormente. O que podemos concluir: Até 2020, terá Grande Prêmio do Brasil. Depois, não sabemos. Há uma série de fatores (atração de público, infraestrutura, pilotos brasileiros no grid, dinheiro, entre outros). Bernie pressiona para ganhar dinheiro. Não duvidaria que nos próximos meses surja uma notícia anunciando a renovação de contrato da FOM com Interlagos. É o modus operandi do chefão da F1.

Foto: Grande Prêmio
Mudando de assunto: A FIA anunciou algumas novidades para a próxima temporada. A mais triste e bizarra é a seguinte: "As largadas na chuva não serão mais realizadas atrás do Safety Car." Essa aberração nunca poderia ter existido. Entretanto, se houver a necessidade de tal ato, a corrida será adiada até que haja condições da prova ser disputada. Ou seja: Choveu um pouquinho mais forte, a F1 não corre mais na chuva. É ridículo e inacreditável. Como se os acontecimentos do Japão dois anos atrás fossem culpa da chuva... Se cair um temporal, a corrida será adiada para outro dia? E a logística? Vou torcer para isso, quero que o circo pegue fogo...

Outras mudanças: Os pilotos só poderão mudar a cor do capacete uma vez no ano ou se trocarem de equipe durante a temporada. Em um fim de semana de corrida, se o piloto precisar de mais de uma peça de unidade de motriz ele será punido, e só a última das peças adquiridas poderá ser usada nos eventos seguintes sem punição. Nas cinco primeiras corridas do ano que vem, a Pirelli já determinou a escolha dos pneus porque o prazo antecede aos testes da pré-temporada e a maioria das equipes sequer usou os novos compostos. Serão dois jogos dos pneus mais duros, quatro dos médios e sete dos mais macios.

Foto: Because Race Car
Uma das promessas de campanha de João Doria, futuro prefeito de São Paulo eleito no último domingo, seria de privatizar espaços como Interlagos e o estádio Pacaembu, que não recebe mais muitos jogos depois que Corinthians e Palmeiras construíram seus próprios estádios (no caso do Verdão, ele foi reformado). "A proposta é privatizar Interlagos, com a garantia de que continuará a ser utilizado como autódromo, kartódromo e parque com acesso público. Com a privatização, será também um grande centro de eventos musicais e culturais ao ar livre na cidade", explicou Doria ao portal Grande Prêmio.

Tamas Rohonyi, promotor da corrida de F1, vê com bons olhos a privatização do autódromo e garantiu que não há risco da corrida sair do calendário da Fórmula 1, pois, como explicamos antes, o contrato vai até 2020. Por outro lado, Rohonyi acrescentou que a utilização de um circuito particular custaria mais caro para as categorias nacionais empobrecidas, que poderiam encontrar problemas para realizar as provas tradicionais no autódromo.

Muita gente diz que o processo burocrático dificultaria muito o processo de compra e transformação do autódromo em algo privatizado. A única coisa que não pode acontecer é o local virar um condomínio. O país está sem pilotos para um futuro próximo (talvez Nasr e no máximo Sette Câmara). A corrida é um evento altamente rentável para a cidade, que atrai muitos turistas. Que isso não seja modificado. O Brasil sem a F1 seria praticamente sepultar o automobilismo nacional. Interlagos, sem a F1, talvez também estaria se sepultando.

Melbourne, a eterna abertura das temporadas da F1. Foto: F1Fanatic
Para finalizar, a FIA soltou o calendário provisório de 2017. Como já escrito, Brasil, Canadá e Alemanha ainda precisam de uma confirmação. Apenas o caso alemão é complicadíssimo. Em anos ímpares, a corrida seria em Nurburgring, mas o autódromo vive uma séria crise financeira (tanto é que em 2015 não houve corrida na Alemanha em virtude desse problema). A tendência é que a Alemanha fique realmente de fora e só retorne em 2018, quando o rodízio apontar a vez de Hockenheim. Confira o calendário provisório da F1 em 2017:

1ª etapa - 26 de março - Austrália
2ª etapa - 9 de abril - China
3ª etapa - 16 de abril - Bahrein
4ª etapa - 30 de abril - Rússia
5ª etapa - 14 de maio - Espanha
6ª etapa - 28 de maio - Mônaco
7ª etapa - 11 de junho - Canadá*
8ª etapa - 18 de junho - Azerbaijão
9ª etapa - 2 de julho - Áustria
10ª etapa - 9 de julho - Inglaterra
11ª etapa - 23 de julho - Hungria
12ª etapa - 30 de julho - Alemanha*
13ª etapa - 27 de agosto - Bélgica
14ª etapa - 3 de setembro - Itália
15ª etapa - 17 de setembro - Malásia
16ª etapa - 1 de outubro - Cingapura
17ª etapa - 8 de outubro - Japão
18ª etapa - 22 de outubro - EUA
19ª etapa - 5 de novembro - México
20ª etapa - 12 de novembro - Brasil*
21ª etapa - 26 de novembro - Abu Dhabi
* Sujeitos a confirmação

Até!

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