Mostrando postagens com marcador endurance. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador endurance. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 13 de junho de 2023

TOYOTA vs FERRARI

 

Foto: Reprodução/WEC

Semana passada, coincidência ou não, o Tela Quente mostrou em horário nobre na TV aberta o Ford vs Ferrari, que conta a história de quando os americanos venceram em Le Mans e a relação entre Ken Miles e Carroll Shelby.

No final de semana, aconteceu a corrida que marcou o centenário das 24 Horas de Le Mans, principal prova da WEC. A categoria foi abandonada nos últimos tempos e virou basicamente um parquinho de diversões da Toyota, principalmente quando a rival Audi também saiu de cena.

Eis que, para a surpresa de muitos, a Ferrari resolve voltar para as corridas de Endurance. O objetivo, claro, é ser competitivo e depois vencer e ser campeão, é claro.

Nas etapas anteriores, em Sebring e Spa, os italianos estavam no caminho, apesar dos problemas naturais de durabilidade. Afinal, desbancar os japoneses em tão pouco tempo é uma tarefa muito improvável. Mas tudo pode acontecer.

Le Mans tem o charme. Se na produção americana obviamente os italianos eram os vilões e os arrogantes da história, agora a trama era outra. Desde 1965 que a Ferrari não vencia em Le Mans e a principal montadora do mundo estava ausente do palco francês há exatos 50 anos.

Ingredientes que, por si só, já deram um outro tempero para a corrida desse final de semana. Finalmente a Toyota teria uma adversária a altura, em tese, apesar da Peugeot também estar de volta a corrida da casa.

Nos treinos, a primeira surpresa. Dobradinha italiana na primeira fila, embora o ritmo de corrida e o favoritismo continuassem do lado dos japoneses. Na largada, Buemi passou os dois e assumiu rapidamente a liderança.

Uma das Toyotas e uma das Ferraris tiveram problemas. O carro japonês abandonou e o italiano perdeu ritmo, se afastando da possibilidade da vitória. Agora era um contra um. Toyota vs Ferrari.

Um problema no pit-stop fez os italianos do #51 perderem a liderança para o #8 dos japoneses, que tiveram um pneu furado. Faltando duas horas para o fim, a Ferrari tinha uma vantagem pequena. Tensão total.

Até que Ryo Hirakawa rodou e bateu. Fim da disputa. Agora, só faltava o tempo passar.

E a Ferrari #51 de Alessandro Pier Guidi e os ex-GP2 James Calado e Antonio Giovinazzi quebraram um jejum histórico, de meio século. A vitória mais importante da Ferrari nos últimos 15 anos.

O fim da espera. Desbancar os favoritos. A redenção para dois pilotos da GP2, um prodígio que não deu certo na F1, e outro que também não chegou perto de ser titular, mas tinha valor. Mais uma vez, a lição que nem tudo se resume a F1. A história está a disposição de todos, basta acreditar e se reinventar.

Desta vez, os italianos são heróis e “mocinhos”. Só falta um Paolo Sorrentino dar vida nas telonas a esse grande capítulo da história ferrarista.

Até!

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

FÊNIX ANDARILHA

Foto: Racing Motor Sports
Voltemos dez anos no tempo. Recém saído da McLaren após a guerra travada com Lewis Hamilton e Ron Dennis, Fernando Alonso ainda era considerado o sucessor de Schumacher como o grande nome da categoria, apesar da chegada do jovem Lewis Hamilton ter empolgado a todos (Sebastian Vettel estrearia pela Toro Rosso).

Voltemos para hoje. Uma década depois, o número de títulos do espanhol manteve-se o mesmo. Lewis Hamilton e Sebastian Vettel são os caras, e Max Verstappen apontado como o próximo grande campeão. Vítima de seus próprios erros na carreira, restou ao espanhol sofrer com o motor da Honda em um improvável retorno à McLaren, andando no fim do grid. Ao menos isso serviu para deixar o espanhol mais bem humorado perante aos fãs e a imprensa, melhorando sua imagem.

Com o tri mundial cada vez mais improvável, resta a Alonso o desafio de ser o segundo piloto da história a vencer as três principais corridas do automobilismo: Le Mans, Mônaco (onde já venceu duas vezes) e Indianápolis. A primeira tentativa no oval americano não deu certo, mas não foi ruim. Agora, o desafio é outro: as corridas de longa duração.

Foto: Mundo Deportivo
O ensaio foi realizado no último fim de semana, nas 24 Horas de Daytona, vencida pela equipe do brasileiro Christian Fittipaldi. Com inúmeros problemas mecânicos, restou a Alonso, Lando Norris e Phil Hanson terminar em 38° lugar, 90 voltas atrás dos vencedores. Isso não desanimou o espanhol, que afirmou ter se divertido mais do que nas pistas de F1.

Pois bem, hoje a Toyota Fernando Alonso em sua equipe nessa temporada da WEC. O espanhol irá conciliar o Endurance com a F1, e só irá perder, a princípio, a etapa de Fuji, no Japão, que será realizada no mesmo dia que o Grande Prêmio dos Estados Unidos: 21 de outubro. A prioridade ainda é a F1. O acordo foi costurado graças ao bom relacionamento de Alonso com a equipe de Woking.

Foto: WEC
O espanhol havia feito testes pela equipe japonesa no fim do ano passado, no Bahrein. Ele será companheiro de Sebastièn Buemi e Kazuki Nakajima. O outro carro da Toyota terá Kami Kobayashi, Mike Conway e José Maria López como pilotos. Com a Audi e a Porsche fora da categoria, foi aberto o caminho para a Toyota finalmente vencer em Le Mans pela primeira vez, o que consequentemente também é interessante para Alonso conquistar o segundo objetivo de sua encruzilhada rumo à Tríplice Coroa.

As últimas vezes que campeões mundiais da F1 disputaram Le Mans foram Jacques Villeneuve (2007 e 2008) e Nigel Mansell (2010). Por capricho do destino, talvez se Alonso seguisse o caminho de Schumi, jamais estaria experimentando esses passos por outras categorias. A presença de um nome tão importante, talentoso e carismático em outras corridas é fundamental para mostrar que há muita vida além da F1, onde muitos que primeiramente são irão acompanhar as provas por Alonso podem se tornar fãs da categoria.

Já contando com Daytona, Alonso estará correndo em algum lugar do mundo em metade dos finais de semana do ano. Haja disposição para a Fênix andarilha. Se suas pretensões darão resultado não sabemos, mas que o mundo da velocidade estará seguindo seus passos e acompanhando atentamente sua missão.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

GP DO MÉXICO - Programação

O Grande Prêmio do México foi disputado entre 1962 e 1992, com exceção de 1971 à 1985, participou do campeonato da Fórmula 1. Em 2015, o circuito voltou a fazer parte do calendário do mundial da categoria.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Nigel Mansell - 1:16.788 (Williams, 1992)
Pole Position: Nigel Mansell - 1:16.346 (Williams, 1992)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Nigel Mansell (1987 e 1992), Alain Prost (1988 e 1990) e Jim Clark (1963 e 1967) - 2x


TOTO PRATICAMENTE DESCARTA WEHRLEIN NA F1 ANO QUE VEM

Foto: This Is F1

Agente da carreira do alemão, o chefão da Mercedes disse que a Williams é a única alternativa de Pascal para correr na F1 ano que vem. Isso porque a Sauber voltou a ser uma equipe B da Ferrari e irá com Charles Leclerc (piloto da escuderia e recém campeão da F2) e Marcus Ericsson, o sueco que manda em tudo (digo, seus patrocinadores).

Em entrevista para o jornal alemão Auto Motor und Sport, Toto disse que a alternativa Grove não é muito viável, apesar de Paddy Lowe, chefe da Williams, declarar que Pascal é um dos candidatos a ser piloto da equipe ano que vem, juntamente com Felipe Massa, Robert Kubica e Paul di Resta.
Wolff reconheceu que a influência da Mercedes na decisão não é determinante. “Não podemos fazer mais do que já estamos fazendo De qualquer forma, chega a hora em que um piloto precisa caminhar com suas próprias pernas.”

Apesar de a Martini exigir um piloto com mais de 25 anos como titular da equipe (Stroll tem 19 e Wehrlein 23), a Williams afirma que isso não é um impeditivo para a contratação do piloto pertencente a academia da Mercedes.

Wehrlein me parece injustiçado. Para ter uma avaliação melhor, seria necessário lhe entregar um equipamento menor. Correr com as piores equipes do grid por dois anos seguidos (Manor e Sauber) não é o ideal, apesar de o alemão ter conseguido a proeza de pontuar com as ambas as equipes.
Com a reaproximação surpresa de Sauber e Ferrari e a manutenção de outras vagas, é uma tremenda sacanagem Wehrlein ficar fora no ano que vem. Qual seria sua alternativa: outra categoria ou ser piloto reserva de alguma equipe? Enfim, quem disse que a vida (e a F1) é justa?

ALONSO IRÁ CORRER 24 HORAS DE DAYTONA

Foto: Motorsport
O bi-campeão mundial irá correr pela United Autosports, que pertence a Zak Brown, diretor executivo da McLaren. A ideia é a prova de Daytona servir como preparação para Alonso disputar as 24 Horas de Le Mans. O espanhol deseja conquistar as três principais provas do automobilismo: Gp de Mônaco (onde já venceu por duas oportunidades), a Indy 500 (disputou esse ano, abandonando no final com um problema no motor) e as 24 Horas de Le Mans.

O cronograma de Alonso já está traçado. Ele irá testar o carro pela primeira vez na Europa na semana seguinte ao GP de Abu Dhabi. No entanto, um de seus parceiros na empreitada de Le Mans, o campeão da F3 Europeia e protegido da McLaren Lando Norris irá realizar um teste em Paul Ricard no dia 7 de novembro. Alonso ainda não tem contrato para participar de Le Mans no ano que vem. Entretanto, a United Autosports é da classe LMP2, enquanto a principal é a LMP1, que já teve as saídas da Audi e da Porsche (ano passado e no fim desse ano, respectivamente). Portanto, a Toyota seria a única grande marca confirmada, mas que ainda não anunciou seus planos.

A United Autosports deve alinhar dois carros em Daytona. Um deles terá Alonso, Lando Norris e Phil Hanson, enquanto o outro terá a presença de Paul di Resta e Will Owen.

Mais uma vez o espanhol será o grande chamativo de uma das provas icônicas de Endurance. Disputada em janeiro, sentiríamos o ano no esporte a motor começar de forma antecipada, isso se a notícia for confirmada para nós, fãs de F1. Se o burburinho na Indy foi enorme, imagina em Le Mans? 

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 331 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 265 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 244 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 192 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 163 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 123 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 86 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 73 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Renault) - 54 pontos
10- Felipe Massa (Williams) - 36 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 32 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 15 pontos
15- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 13 pontos
16- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
17- Jolyon Palmer (Renault) - 8 pontos
18- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
19- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 5 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 575 pontos
2 - Ferrari - 428 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 315 pontos
4 - Force India Mercedes - 159 pontos
5 - Williams Mercedes - 68 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 53 pontos
7 - Renault - 48 pontos
8 - Haas Ferrari - 43 pontos
9 - McLaren Honda - 23 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO





sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A DESPEDIDA DEFINITIVA

Foto: Minardi
Mark Webber se despediu da Fórmula 1 em 2013, depois de 11 anos de carreira em quatro equipes: Minardi, Jaguar, Williams e Red Bull. Foram nove vitórias, 11 poles e 36 pódios (tudo pela Red Bull, exceção um pódio pela Williams) e três terceiros lugares como melhor resultado no campeonato (2010, 2011 e 2013). O australiano, conhecido pela franqueza, personalidade forte e conflitos com Sebastian Vettel, teve uma carreira bacana na F1, se despedindo de forma original e conseguindo boas vitórias, construindo uma carreira respeitável e admirável.

Desde 2014, o aussie está no Mundial de Endurance, correndo pela Porsche. Em três temporadas, foram sete vitórias e o título mundial no ano passado, sempre ao lado de Timo Bernhard e Brendon Hartley. Aos 40 anos, o australiano anunciou: sua carreira no automobilismo irá terminar no Bahrein, dia 19 de novembro, na última etapa do WEC. É provável que siga como diretor da equipe alemã, onde rasgou diversos elogios e foi retribuído pelo seu trabalho.

Foto: Ig
O quinto lugar na corrida de estreia na F1 logo em seu país natal alavancou a sua carreira. Conseguiu uma transferência para a Jaguar, onde permaneceu por duas temporadas antes de chegar a Williams. A equipe, vivendo o último ano com o motor BMW, já não apresentava o mesmo rendimento, e o aussie chegou a ficar conhecido como "leão de treino". A chegada na Red Bull, em 2007, mais a mudança de regulamento em 2009 foi um achado para quem já tinha uma carreira sólida, mas com apenas um pódio. Webber conseguiu vencer, ser pole e brigar pelo título. Alan Jones era até então o único piloto do país a alcançar tal façanha, que agora tem Ricciardo como sucessor.

Foto: F1Fanatic
Webber não era um piloto top. Estava abaixo, por exemplo, dos grandes protagonistas Alonso, Button, Hamilton e Vettel. Mesmo assim, chegou a dar sufoco no tetracampeão, principalmente em 2010 e 2012. Entretanto, suas más largadas sempre o comprometiam nas corridas, por mais que a Red Bull fosse dominante por quatro anos, tanto é que sequer foi vice. Bater de frente com Vettel, então queridinho dos fãs e da imprensa (exceção dos fãs de Alonso hahaha) o colocou em evidência e também lhe deu fãs e haters. Webber sempre foi diferente e autêntico, sincero e direto, sem politicagens e rodeios, franco. Muito decidido e maduro, foi inteligente ao sair por cima na melhor equipe da F1 na época ao invés de ser rebaixar lentamente como milhares de pilotos fazem.

Foto: F1Fanatic
Antes da F1, Webber disputou duas corridas das 24 horas de Le Mans, sem completá-las (pelo contrário, em 1999 sofreu um acidente cinematográfico - o primeiro de muitos em sua carreira). O trabalho duro com Bernhard, Hartley e o knowhow da Porsche lhe premiaram com um merecido título, e o aussie ainda pode se aposentar bicampeão, por que não? Webber é um daqueles personagens na F1 que não ficam marcados pela exímia pilotagem, qualidade, ousadia e técnica apuradas, mas sim pela singularidade e personalidade única, que davam aos fãs motivos para o admirar e o odiar.

O australiano é um belo piloto, mas não o suficiente para ser campeão. 99% dos pilotos que passam pela categoria são assim. Não é motivo para se envergonhar. Pelo contrário: Quem fica 11 anos initerruptos na F1 sem precisar de patrocínio e correndo os últimos cinco anos pela melhor equipe do grid, vencendo corridas, marcando poles e chegando em pódios? Não foram muitos que correram mais de 200 GPs no tão competitivo e imediatista mundo da F1, que queima pilotos como quem queima carvão em um domingo de sol para assar um churrasco. Mark Alan Webber é, sem dúvida, alguma, um personagem único da F1 e precisa ser valorizado pelos fãs. A categoria não é só feita de campeões. Os "figurantes" muitas vezes são personagens mais ricos e fascinantes do que aquele que é tri ou tetra-campeão...

Foto: Getty Images

Até!

Foto: Divulgação

terça-feira, 21 de junho de 2016

COMO NÃO TER DÓ?

Foto: Rodrigo França
Era a quinta tentativa da Toyota em vencer Le Mans desde o retorno ao WEC. Tudo estava encaminhado para a vitória. Os japoneses estavam sorridentes. A vantagem sob o Porsche estava muito confortável  após um pit stop extra dos alemães. A essa altura, já haviam sido disputados 23 horas e 54 minutos de prova. Faltava uma volta...

Bem, o carro #5 começou a se arrastar na reta dos boxes... Ninguém entendia nada. Nakajima, os mecânicos, o público, a imprensa... E o carro parou. E a vantagem de mais de um minuto foi se esvaindo, até que finalmente a Porsche de Neel Jani, que dividiu o carro com Marc Lieb e Romain Dumas passou e rumou para a vitória. Foi a 18a vitória dos alemães, a segunda consecutiva.

Depois do apagão, Nakajima conseguiu fazer o carro nipônico funcionar e terminou a volta, chegando em segundo, certo? Não. A direção de prova deu o carro como não classificado. No regulamento, está escrito que os carros precisam terminar a prova até seis minutos depois do vencedor, e o #5 completou a volta 11 minutos depois. O segundo lugar ficou com a Toyota de Stéphane Sarrazin, Kamui Kobayashi e Mike Conway. O terceiro lugar ficou com a Audi do brasileiro Lucas di Grassi, Loic Duval e Oliver Jarvis.

Nakajima inconsolável. Foto: Rodrigo França
O trio Nelsinho, Nick Heidfeld e Nicolas Prost venceu com a Rebellion a categoria de equipe independente.

Na LMP2, a Signatech Alpine venceu fácil, com Gustavo Menezes, Nicolas Lapierre e Stéphane Richelmi. Os brasileiros Ozz Negri, Bruno Senna e Pipo Derani ficaram em nono, décimo e 16°, respectivamente.

Confira aqui todo o drama da Toyota e a vitória da Porsche:


Confira a classificação completa das 24 Horas de Le Mans:



sexta-feira, 8 de abril de 2016

A LENDA EM CRISE

Foto: Novo Jornal
Semana passada, estava lendo em um fórum uma discussão sobre o Emmo. Eis que, no meio da conversa, surgem links da Justiça de São Paulo com milhares de ações contra o ex-campeão da F1 e da Indy. A informação era que Fittipaldi estava com sérias dificuldades financeiras, o que me causou, primeiramente, estranhamento. Sendo a figura pública que é, imaginei que seria muito bem resolvido financeiramente. Apoia seus filhos e netos no automobilismo europeu e americano, além de frequentemente postar merchandising em suas redes sociais.

Pois bem, dias depois o que era um dado curioso de um fórum estourou como uma surpresa (nem tanto assim no paddock, diga-se de passagem): Uma longa reportagem foi exibida no "Domingo Espetacular", da Record, detalhando os problemas financeiros de Emerson Fittipaldi.

Nessa semana passada, todos os seus objetos foram penhorados pela justiça, incluindo o carro em que Emmo venceu as 500 milhas de Indianapólis em 1989, que foi retirado do escritório do ex-piloto, na Avenida Rebouças, em São Paulo. Além do carro, foram levados todos os troféus conquistados durante a carreira, que irão servir como pagamento das dívidas.

Emmo possui dez empresas (sendo que muitas nem existem mais). Há pedidos de há pedidos de penhora, duplicatas e hipotecas que somam dívidas avaliadas em R$ 27 milhões. Os credores entraram na Justiça exigindo o pagamento pelas prestações de serviços.

Foto: Arquivo
Os carros penhorados chegaram a ir para o Autódromo de Interlagos, mas atualmente estão em um galpão que pertence a um dos bancos que pediu a penhora dos bens, conforme apurou o GRANDE PRÊMIO.

A Justiça também chegou às fazendas de laranja do ex-piloto em Araraquara, interior de São Paulo. Por estar largada e abandonada, as frutas não puderam ser penhoradas. Em dezembro, foram penhorados R$ 393 mil de suas contas bancárias. Em outras 26 contas, foram encontrados apenas R$ 256,13. Outro pedido de bloqueio foi feito em março do ano passado. Na ocasião, a Justiça reteve R$ 8.500 de uma dívida de mais de R$ 2,6 milhões.

Segundo a Record, Emerson começou a se endividar na década de 1970, quando criou a Copersucar e teria recuperado parte desse valor quando correu na Indy nos anos 1980 e 1990. O alvo da Justiça agora são os bens que estão no exterior e devem ser repatriados para quitação. Apesar dos problemas financeiros, Fittipaldi teria comprado uma casa no valor de R$ 16 milhões em Miami, situado num condomínio residencial de luxo, segundo reportagem do UOL.

Foto: Grande Prêmio
Segundo apuração do GRANDE PRÊMIO, a situação financeira de Fittipaldi voltou a piorar quando o ex-piloto passou a organizar as Provas do Mundial de Endurance sediadas em Interlagos entre 2012 e 2014. Na época, os fãs e a FIA criticaram as obras e a estrutura do circuito para a realização da prova, sendo um dos motivos da saída do circuito de Interlagos do calendário da WEC. Émerson ficou devendo a grande parte das empresas contratadas, de cathering, informática e assessoria de imprensa.

Difícil comentar sobre o tema. Emmo foi uma lenda nas pistas e isso jamais será apagado e esquecido. Agora, sua imagem pública fora das pistas pode ser seriamente manchada e, a esta altura do campeonato, difícil de ser limpa. Enfim, que a Justiça tome as providências que deve tomar e que Fittipaldi consiga quitar suas dívidas e dar a volta por cima.

FONTES:
http://grandepremio.uol.com.br/outras/noticias/campeao-na-f1-e-na-indy-fittipaldi-esta-em-situacao-de-falencia-e-tem-bens-penhorados-revela-tv
http://grandepremio.uol.com.br/outras/noticias/por-tras-da-falencia-ele-ficou-2-anos-para-receber-r-50-mil-de-emerson-fittipaldi-cansado-desistiu
http://esporte.uol.com.br/velocidade/ultimas-noticias/2016/04/05/fittipaldi-comprou-casa-de-mais-de-r-16-mi-nos-eua-e-netos-buscam-a-f-1.htm


Reportagem do "Domingo Espetacular", exibida pela TV Record no dia 3 de abril

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A SORTE SORRIU PARA HULK

Foto: Divulgação
Todas as edições de Le Mans são históricas. Nesse ano, não foi diferente. Cerca de 260 mil torcedores testemunharam a vitória do Porsche 919 (não vencia há 17 anos!), pilotado por Nico Hulkenberg (não subia no pódio desde a GP2, em 2009), o britânico Nick Tandy e o neozelandês Earl Barber. A Porsche quebra a sequência da Audi, que desde 2000 venceu 14 edições da prova e coroou, particularmente, o talento de Hulk. Desde que foi campeão da GP2 há 6 anos, as coisas não deram muito certo na F1. Passagens rápidas por Williams e Sauber, trocas frequentes de equipe, falta de equipamento para brigar na frente, decisões equivocadas na carreira... Os resultados não condizem com o talento do Alemão. Entretanto, no WEC foi diferente. Uma vitória logo na estreia, logo na mítica Le Mans.

Após o resultado, muitos analistas praticamente exigem a presença de Hulkenberg em uma equipe grande da Fórmula 1 em 2016 (Ferrari e Williams, por exemplo). Muita calma. Embora seja um resultado excelente, na prática a situação não mudou quase nada. Com 29 anos, "o cavalo encilhado" parece já ter passado. Suas chances em uma equipe top ainda são remotíssimas. Porém, a vitória em Le Mans claramente abre ainda mais a alternativa do talentoso Alemão em seguir no Endurance em uma temporada completa já no ano que vem, porquê não? Quando Hulk se cansar da F1 e da falta de perspectiva, tenho certeza que as portas estarão escancaradas. Curiosidade: A Porsche tentou levar Alonso para ser parceiro de Hulk, mas a McLaren vetou. Azar do Espanhol. Outra curiosidade: A última vitória de um piloto que estava fixo na temporada de F1 foi Didier Pironi, em 1978!

Completando o serviço, no segundo lugar ficou outro carro da Porsche: O trio composto pelo alemão Timo Bernhard, o ex-F1 Mark Webber e o neozelandês Brandon Hartley. A Audi ficou na terceira colocação, com carro guiado pelo suíço Marcel Fässler, o alemão André Lotterer e o francês Benoit Treluyer. Na quarta posição ficou o Audi do Brasileiro Lucas di Grassi, juntamente com o francês Loic Duval e o britânico Olivier Jardi. Duval, por sinal, se envolveu em um acidente logo nas primeiras horas de prova, comprometendo a briga pela vitória, mas o trabalho árduo dos mecâncos da Audi proporcionou uma excelente corrida de recuperação. Confira:



Mais cedo, o Porsche 911 RSR #92, dos Franceses Patrick Pilet e Fredéric Makowiecki, juntamente com o Alemão Wolf Henzler pegou fogo. O óleo deixado na pista provocou a rodada do R-One-AER #13, da Rebellion Racing, do trio Alexandre Imperatori, Dominik Kraihamer e o Alemão Daniel Abt, da F-E, que conseguiram retornar a corrida.



Na LMP2, a vitória ficou com o trio Matthew Howson, Richard Bradley, Nicolas Lapierre com um Oreca 05 Nissan. O  brasileiro Pipo Derani ficou em quinto, no time formado com Gustavo Yacaman e Ricardo Gonzalez a bordo de um Ligier JS P2 - Nissan. Nos carros de turismo, Na LMP2, Oliver Gavin, Tommy Milner e  Jordan Taylor venceram na GTE-Pro, com um Chevrolet Corvette C7R. O brasileiro Fernando Rees ficou em sexto, com os companheiros Alex MacDowall e Richie Stanaway no Aston Martin Vantage V8. Na GTE-Am deu Victor Shaytar, Andrea Bertolini e Aleksey Basov com a Ferrari i 458 Italia. A próxima edição das 24 horas de Le Mans serão nos dias 18 e 19 de junho de 2016.

NELSINHO NA INDY LIGHTS


O sempre versátil Nelsinho Piquet correu em mais uma categoria diferente na carreira. Dessa vez, na Indy Lights (espécie de categoria de acesso da Fórmula Indy) em Toronto, substituindo Max Chilton, que estava em Le Mans. E o Brasileiro fez bonito: Foi o pole position. Entretanto, sua corrida durou 13 voltas. Ele estava sendo atacado fortemente por RC Enerson que, na tentativa de ultrapassá-lo na reta, acabou acertando a traseira e literalmente decolou circuito afora. Nelsinho conseguiu ir para os boxes, mas não pode seguir na prova. Confira o acidente:


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

TÍTULOS, VITÓRIA E ACIDENTE

Foto: Victor Eleutério
Nesse final de semana agitado e decisivo para a Stock Car e o WEC (World Endurance Championship - Mundial de Endurance), começaremos falando do segundo. Na principal categoria, a  LMP1, o Porsche 919 foi o grande vencedor, guiado pelo Francês Roman Dumas, o Suíço Nell Jani e pelo Alemão Marc Lieb. Em 2° ficaram a Toyota de Anthony Davidson e Sebastian Buemi, que já haviam garantido o título na prova passada, no Bahrein e conquistaram em São Paulo o título de construtores. O Brasileiro Lucas di Grassi ficou em 3° pela Audi, junto com seus companheiros Tom Kristensen e Loic Duval.

Alías, a prova marcou a despedida de Kristensen, aos 47 anos. Sua grande marca na carreira são as 9 vitórias que teve em uma das provas mais charmosas do automobilismo, as 24 Horas de Le Mans, ganhando o pomposo apelido de "Senhor Le Mans". Do trio que dominou os anos 2000 em diferentes categorias (Michael Schumacher na F1, Valentino Rossi na MotoGP e Tom Kristensen no Endurance), só sobrou o Italiano. Sem esquecer, é claro, de Sebastien Loeb, também nove vezes campeão do WRC (World Rally Championship).

Foto: David Abramvezt
Outro destaque foi o aclamado e esperado retorno de Emerson Fittipaldi, 67, às pistas. Ele não disputava uma corrida internacional desde 1996 e a última na carreira havia sido em 2008. Entretanto, Emmo pouco pode fazer. Sua Ferrari F458 teve problemas no câmbio no meio de seu stint, e teve que retornar aos boxes, perdendo tempo. Representando a Ferrari juntamente com o Italiano Ale Pier Guidi e Jeff Segal, terminou em penúltimo na categoria GTE Am. O trio vencedor foi Paul Dalla Lana, Pedro Lamy e Chrystoffer Nygaard, pela Aston Martin. Outras categorias:

LMP2:  Vitória sem dificuldades de Matthew Howson, Richard Bradley e Alex Imperatori, pela Nissan.

GTE Pro:O Brasileiro Fernando Rees (Aston Martin) se envolveu em vários incidentes e terminou em 4°. A vitória foi da dupla Darren Turner e Stefan Mücke, seguido dos Franceses Fréd Makowiecki (Porsche) e Patrick Pilet (Porsche) e Davide Rigon e James Calado (Ferrari).

Foto: SporTV
11 anos depois, Mark Webber (Porsche) se envolveu em um novo acidente em Interlagos. Novamente, foi com grande estilo e exatamente no mesmo local. Ele foi tocado pela Ferrari F458 do Italiano na Curva do Café, ambos bateram no muro e voltaram para a pista, perigosamente. Apesar do fogo e do carro destroçado, o Australiano está bem. Ele foi levado para  o Hospital Bandeirantes, o oficial da prova. Veja o acidente e compare com o que o próprio sofreu com a Jaguar, em 2003:




Foto: Carsten Horst/Hyset
23 ANOS DEPOIS, CAMPEÃO: Rubens Barrichello saiu da seca e conquistou a Stock Car na temporada de 2014, em Curitiba. Rubinho precisava chegar em 4° para ser campeão por suas próprias forças, mas terminou em 3° após largar na pole, "escorregar" na curva da "confusão" e cair para o terceiro lugar. Daniel Serra venceu a prova, com Átila Abreu em segundo, Rubinho em terceiro e Cacá Bueno em quarto. Vale destacar a quantidade de incidentes e safety car durante os 40 minutos de prova: Sérgio Jimenez, Raphael Matos e Julio Campos na primeira prova (Curva 1) e Thiago Camilo na curva da parte final do circuito; Marcos Gomes e Rubinho também escaparam nesse local; Valdeno Brito e Max Wilson também na curva 1 (Volta 5). Parabéns para Rubens Barrichello, que após a sua frustrante passagem pela Fórmula Indy em 2012 e a experiência como comentarista da Globo na Fórmula 1, conquista a Stock em sua segunda temporada. Um talento subestimado e ridicularizado pelos Brasileiros, mas muito valorizado lá fora. Dalhe, Rubinho!