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terça-feira, 19 de junho de 2018

NOVA ERA

Foto: Autosport
Diversos veículos europeus publicaram agora a noite que a Red Bull decidiu que irá trocar de fornecedor de motor depois de 12 anos. Portanto, os taurinos estão inclinados a acertar uma parceria com a Honda para 2019 e 2020, apostando todas as fichas no novo regulamento de 2021, visando a entrada de outros novos fornecedores como a Aston Martin, que hoje é apenas uma espécie de patrocinadora.

O anúncio oficial deve ser nessa semana ou na próxima, quando os taurinos correm em casa, no circuito de Spielberg. A relação, depois de 2013, sempre foi tensa. A coisa melhorou depois que o motor foi rebatizado de Tag Heuer. A Renault já estava impaciente. Segundo o contrato, a Red Bull tinha até o dia 31 de maio para decidir se iria renovar ou não o contrato. Horner, Marko e cia postergaram a decisão.

Observando os desafios e a evolução do motor nipônico na Toro Rosso, equipe satélite, os manda-chuvas da Red Bull esperaram o Canadá para dar uma resposta definitiva. Lá, gostaram do que viram. Motor mais veloz e com maior durabilidade.

O risco é enorme para as duas partes. Podem ser suas últimas chances. Um fracasso nesses dois anos podem sacramentar a saída de ambas da categoria, mesmo que o pensamento esteja em 2021, no novo regulamento da F1. Vendo que a Renault vai gradativamente crescer até voltar a ser uma equipe de ponta, o caminho natural para os taurinos seria de continuar sendo uma equipe cliente, muito possivelmente recebendo depois as atualizações dos motores. Com a Honda, o risco é enorme. Entretanto, o acordo é exclusivo com as suas duas equipes, o que acende a possibilidade de ser uma terceira potência na disputa dos motores sem depender de pagar para os franceses ou depender de versões mais antigas e menos potentes, muito pelo contrário.

A própria escolha pela Honda no último ano para auxiliar a Toro Rosso já indicava o que seria feito: temporada de testes com a equipe B, vendo se os nipônicos seriam capazes de produzir motores bons e confiáveis. Em relação aos últimos anos, mudou da água para o vinho. Em relação a Ferrari e Mercedes, a distância é ocêanica.

Terão Red Bull e Honda paciência para lidar com dois anos antes do novo regulamento sem rompimentos ou falência? Só saberemos quando esse acordo for oficialmente analisado. Como já escrevi: os dois apostaram suas últimas fichas nesse empreendimento. Veremos o que acontece.

Até!


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A NOVA F1

Foto: Divulgação
Essa é uma expressão clássica, utilizada de meses em meses, de anos em anos. Afinal, qual o seu significado? Bem, é aquela coisa: "tem que tornar a F1 mais humana, dificultar a vida dos pilotos, fazer eles ganharem no braço igual nos anos 1980 e 1990" e blá blá blá.

Desde então, a Fórmula 1 segue essa empreitada em busca de dificultar a vida dos pilotos, o que vai na contramão da essência da categoria, que é ser vanguarda tecnológica, onde muitas coisas desenvolvidas vão para os carros de rua.

Agora, só se fala em uma coisa: como será a F1 a partir de 2021? Por que esse ano? Bem, a Liberty Media ainda tem que honrar os compromissos firmados por Bernie Ecclestone até 2020, e isso inclui o Pacto de Concórdia (distribuição da quantia para as equipes) e o regulamento técnico das próximas três temporadas. A partir daí, os americanos poderão tentar alterar as estruturas da F1 que lhe acharem melhor.

A primeira delas já está sendo feita, e era necessário urgência. Uma categoria mais ativa com os fãs nas redes sociais, com vídeos, interatividade e tudo mais, uma obrigação para qualquer empresa bem sucedida na busca. A segunda parte do plano começa só daqui a três anos e ontem, em uma reunião em Paris, foi dado o primeiro passo. Em uma reunião com representantes das equipes e dos fabricantes de motores ficou definido que a unidade motriz será mais simples e barata, mas ainda manter a tecnologia híbrida para servir de desenvolvimento dos carros de rua e, como sempre, tentar aumentar o som emitido pelos carros (sdds, V12). As primeiras propostas, que precisam ser ratificadas, foram as seguintes:

- Motor de 1.6 litros V6 turbo com sistema de recuperação de energia
- Aumento de 3000 rpm (rotações por minuto) no motor para aumentar o som
- Parâmetros internos de projeto prescritos para restringir custos de desenvolvimento e desencorajar projetos mais agressivos
 - O fim do MGU-H (antigo KERS, que recuperava energia através do calor dispersado pelo turbo)
- MGU-K (que recupera energia das frenagens) mais potente e com possibilidade de ativação manual na corrida junto com a opção de economizar energia ao longo de várias voltas para dar ao piloto um elemento tático
- Turbo simples com restrições de dimensão de peso
- Armazenamento de energia e controle eletrônico padrões

O desenvolvimento desse projeto todo será feito durante o próximo ano. O ínicio do projeto e construção da unidade de potência só começará quando todas as informações a respeito da unidade de potência foram liberadas pela FIA ao fim de 2018. A intenção de não liberar logo as informações é para garantir que as atuais fabricantes envolvidas com a F1 (Mercedes, Ferrari, Renault e Honda) permaneçam focadas no desenvolvimento da especificação atual de motores.

Os novos mandachuvas da F1. Foto: Divulgação
Repitindo, essa parte é a mais simples de mudar. Quer dizer, não vai mudar muita coisa, a não ser atrair outras equipes e fornecedoras de motores como Porsche, Aston Martin e Lamborghini, que declararam interesse em participar da F1 nesses termos. Os próximos passos do grupo é que deverão ser mais complicados.

A filosofia americana não quer saber de tecnologia, e sim de emoção e competitividade. É melhor ter 7 ou 8 equipes teoricamente capazes de ganhar uma corrida do que ser símbolo de modernidade. E como fazer com que uma Haas, Force India ou Sauber tenha condições de brigar com Ferrari, Mercedes e Red Bull? "Simples": o famigerado teto orçamentário (tentado por Max Mosley e devidamente rejeitado, na época). Bom, as últimas três equipes citadas mandam na F1. Como qualquer empresa, ninguém seria louco de abrir mais de ganhar mais dinheiro e entregar para os times "pobrinhos" em prol da competitividade. Além do mais, muitas equipes recebem um bônus por estarem na categoria desde o início (Ferrari, McLaren e Williams). A Liberty também deseja cortar essas regalias.

Chase Carey e Sérgio Marchionne: guerra à vista? Foto: SoyMotor
O embate entre Liberty e equipes mais pobres versus o status quo promete muitas emoções e ameaças. O sempre corriqueiro "se fizerem isso eu vou abandonar a F1" e tudo mais. Sinceramente, a Liberty irá precisar de um bom tempo para mexer nessas estruturas definidas há décadas entre as equipes e Bernie Ecclestone. Melhor não ir com sede ao pote para não se frustrar. Outras medidas da Liberty para os próximos anos são aumentar o calendário de provas (de 21 para 25), com a entrada de outra corrida nos Estados Unidos (uma corrida de rua em Nova York, por exemplo) e o retorno de tradicionais corridas europeias no lugar dos insossos circuitos do Oriente Médio turbinados por quantias que somente eles são capazes de pagar em acordos prévios feitos com Bernie. Por exemplo, não duvido que em um futuro próximo a Holanda retorne a F1, pegando carona no sucesso de Verstapppen.

Enfim, essa coisa de projetar a F1 do futuro é sempre uma tarefa feita corriqueiramente e que na maioria das vezes não sai como nós imaginamos. No fundo, é aquele tipo de texto e de pauta ideais para períodos como esse: final de temporada, semana sem corrida, campeonato decidido...

Certamente iremos retomar esse assunto nessas condições já citadas e sem lembrar de quase nada escrito, dito e debatido até aqui.

Meus dois centavos? Acho legal a aproximação da F1 com a tentativa de uma categoria mais humana e competitiva, mas ela não pode perder sua essência, que é a tecnologia e a competência das equipes. Não gostaria de ver uma falsa emoção nas disputas. Ainda tenho um pé atrás com Chase Carey. Não posso confiar em alguém que ostenta um bigode desses e tem o poder que possui. São boas as chances das coisas ficarem piores. Nunca se sabe. Puro preconceito meu, mas é o que sinto.

Até mais.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

VÍDEOS E (NÃO) CURTINHAS #18

Foto: F1 Madness
Salve, galera. Assim como a F1, estou 90% de férias. Como a última etapa é na sempre emocionante Abu Dhabi, o foco das notícias estão em outras coisas. Vamos lá:

GRUPO DE ESTRATÉGIA EM PARIS: O pessoal da FIA, da FOM e as equipes se reuniram hoje na capital francesa para debater temas que podem mudar a categoria a partir de 2017. Um dos assuntos na mesa, segundo a AutoSport, é a questão do motor alternativo. Três fornecedores se inscreveram para o processo: A britânica AER, a tradicional Ilmor e recentemente (mais conhecido como hoje) a histórica Mecachrome, que fornece os motores da GP2. A proposta vai contra os objetivos das principais montadores da F1 atual: Mercedes, Honda, Sauber e McLaren se opõem. Por outro lado, Red Bull, Toro Rosso e Force India se declararam a favor dessa alternativa. A ideia é escolher um dos projetos de motor independente para diminuir o poderio das montadoras e reduzir os custos das equipes com menor orçamento.

Outro assunto na reunião é a possível adoção do  efeito solo, proposta pela Red Bull para inclusão nas novas normativas aerodinâmicas que a categoria busca implementar para a temporada. O objetivo do Grupo de Estratégia é proporcionar uma F1 mais rápida, com carros entre 5 e 6s mais velozes e pneus que sejam mais aderentes e mais largos.

Além disso, o Grupo de Estratégia vai debater a possibilidade de realizar pequenas mudanças em termos de aerodinâmica, mas já visando a próxima temporada da F1, bem como discutir os testes de pneus e a requisição da Pirelli, que pediu um carro mais atualizado para desenvolver os pneus para 2017 ao longo do ano que vem.

Vale lembrar que todas as propostas debatidas e aprovadas pelo Grupo de Estratégia não viram regra logo de imediato, uma vez que tudo precisa ser oficialmente ratificado pelo Conselho Mundial da FIA. O próximo e derradeiro encontro do Conselho será realizado em dezembro.

Foto: AP
ADIANTAMENTO: Sauber e Manor entraram em contato com Bernie Ecclestone para pedir adiantamento de pagamentos relacionados às suas posições nos Construtores (8° e 10°, respectivamente), segundo a AutoSport. Ou seja: A situação tá pronta, o que, convenhamos, não é nenhuma novidade. A medida visa facilitar o desenvolvimento dos bólidos da próxima temporada. A FOM, presidida pelo próprio Tio Bernie, realiza pagamentos mensais entre fevereiro e novembro. Porém, entre dezembro e janeiro - período de testes e a confecção de carros, ou seja, o maior custo e demanda de dinheiro, as equipes precisam se virar com o que tem disponível. Bom, no caso de ambos, o que não tem. Logicamente, isso compromete o desenvolvimento do C35 e do novo carro da Manor. Com o desenvolvimento prejudicado, novamente irão ficar para trás, por isso a urgência em conseguir alguma graninha emprestada antes deste período que a FOM "fecha a mão" para as equipes. Recentemente, a Force India também fez isso, e a FOM aceitou. Ela estaria sendo mais permissiva nesse quesito em virtude da falência da Caterham e Marussia no ano passado. Entra ano e sai ano, as mesmas equipes com menos grana e mais custos altíssimos e elevadíssimos. Ninguém se interessa em entrar na F1 e as garageiras ficam de saída. Se continuar assim, o futuro é sombrio.


"Leave me alone, i know what i'm doing"


Alonso reclamando de Petrov após perder o título em 2010

Por fim, a Manor anunciou Jordan King e Rio Haryanto como pilotos nos testes da semana que vem, no circuito de Yas Marina, após o GP de Abu Dhabi. Atualmente, ambos estão disputando a GP2. Haryanto é o 4°, enquanto King é o 12° No dia 1° de Dezembro, King vai assumir o carro da equipe inglesa pela primeira vez na carreira. Haryanto, por outro lado, já teve a honra de pilotar a Marussia nos testes de 2010 e 2012. 

Por enquanto é isso, até mais!