Mostrando postagens com marcador abu dhabi. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador abu dhabi. Mostrar todas as postagens

domingo, 20 de novembro de 2022

1, 2, 3

 

Foto: Karim Sahib/AFP

O chatíssimo GP de Abu Dhabi só proporciona alguma relevância quando acontece uma disputa de título. Em mais de dez anos de corrida, isso só aconteceu quatro vezes. Quando não tem, vira uma corrida amistosa, marcada por incidentes e significados externos.

Hoje começo pelo principal. Quer dizer, a corrida em Abu Dhabi, num circuito horrível mesmo com algumas alterações, é uma chatice deprimente, onde todos nós só suportamos porque é a última do ano e tinha a abertura da Copa mais tarde.

Verstappen venceu de ponta a ponta. 15 vitórias no ano, um recorde absoluto que, no mínimo, vai demorar a ser batido. Na disputa do vice-campeonato, uma raridade: a Ferrari acertou na estratégia e a Red Bull não. Os taurinos fizeram Pérez parar duas vezes e esse foi o motivo do mexicano chegar em terceiro. Leclerc, contra a Ferrari e contra todos, foi o segundo na corrida e também no campeonato. Assim como no ano passado, o pódio da última corrida reflete o que foi a temporada.

Não tem muito o que escrever dentro da pista. Não houve grandes emoções. Sainz deu um chega pra lá em Hamilton na primeira volta, onde entendi ser um incidente de corrida. Não havia espaço para o Sir fazer muita coisa, mas a FIA entendeu que ele tirou vantagem da situação e deveria dar a posição para o espanhol, rapidamente recuperada voltas depois.

Hamilton e Abu Dhabi ultimamente não tem sido amigáveis. Com perda de potência, o inglês encerrou a temporada com um raro abandono. Não foi raro, mas Alonso abandonou também. Os dois poderiam ter feito zerinhos depois da corrida junto com Vettel, o protagonista do domingo. Graças ao abandono de Hamilton, Sainz foi o quinto colocado no campeonato e Lewis, pela primeira vez desde 2007, sai zerado em poles e vitórias no ano. Estranho, considerando que ele está na Mercedes. Acontece nas melhores equipes e com os melhores pilotos também.

Graças a isso que Sainz terminou em quinto no campeonato e em quarto na corrida. Antes dele no campeonato e depoi em Abu Dhabi, o sempre consistente Russell, que bate um heptacampeão no ano de estreia. Inapelável. Norris e Ocon foram o melhor do resto, assim como Stroll conseguiu bons pontos.

A corrida teve outras despedidas, menores é claro, além de Vettel. Ricciardo não sabe se volta e foi o nono. Mick Schumacher e Latifi fizeram o que pode se resumir de ambos: barbeiragem e punição ao alemão, que pode ser reserva da Mercedes. O canadense vai seguir caminho em outra categoria.

Sebastian Vettel. 122 pódios, 53 vitórias e quatro títulos. Os números são impressionantes e, claro, discutíveis, mas não é sobre isso. Escreverei mais sobre durante a semana. O fato de rivais como Hamilton organizar um jantar e o eterno adversário Alonso correr com um capacete em homenagem ao alemão mostra a importância de Seb para grid, não só como piloto mas principalmente pelo que passou a representar fora dele nos últimos anos, encorajando pelas iniciativas de Hamilton.

Seb merecia terminar bem a carreira. Dentro do possível, o bem era pontuar, e isso foi bem sucedido, mesmo com uma estratégia equivocada. A última disputa com Ricciardo finalizou uma carreira de excelência. Ainda não temos noção da importância e do furacão Sebastian Vettel na F1. Talvez nem ele tenha se dado conta também.

Os deuses ainda nos proporcionaram uma última disputa entre ele e Alonso na pista e o alemão, como quase sempre, se deu melhor e foi a grande pedra no sapato da Fênix, responsável por três vices do espanhol. Vettel é um gigante, muito pelo valor e as qualidades humanas que tem, assim como as qualidades técnicas que apresentou em quinze anos no grid. Não é sempre que um tetracampeão se despede do grid e, por ser conterrâneo, talvez tenha sido o motivo de Hamilton e Alonso se sensibilizarem.

Tal qual Djokovic e Nadal chorando pela aposentadoria de Federer, Alonso e Hamilton carregam o fardo de serem os mais experientes e sem mais contemporâneos além deles mesmo. O tempo está acabando e passa para todos nós, o que é muito triste.

Não vou encerrar isso com essa sensação ruim. Pelo contrário. É um alívio terminar a temporada. Ano que vem será pior. A mais longa e cansativa da história. Vou precisar descansar bastante, ainda que precise produzir alguns materiais por aqui antes de só querer saber sobre corridas lá em fevereiro do ano que vem. Missão cumprida.

1,2,3 chega ao fim a temporada 2022, com a ordem estabelecida no pódio. Campeonato inapelável que mostra, na ordem, quem mais venceu no ano. Tomara que as coisas sejam mais emocionantes, de forma natural, em 2023.

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

É ASSIM

 

Foto: Getty Images

O bebê que nasce ao mesmo que um homem morre. O início e o fim. Enquanto a vida avança e precisamos tentar explicar o que tentamos entender e definir o que nos marca.

A F1 em Abu Dhabi não é muito diferente do início de "Nas Is Like", do Nas, um dos melhores raps da história.

A corrida final tem os primeiros encontros e as despedidas, traduzidas nos capacetes e cerimônias. O caso mais marcante é obviamente o de Sebastian Vettel. 

De forma rara e surpreendente, todos os 20 pilotos se reuniram num jantar na quinta feira para celebrar a carreira do tetracampeão, que faz a corrida derradeira nesse final de semana. Claro que há outras despedidas, como de Latifi, Ricciardo e também de Mick Schumacher. Sobre o filho de Schummi, escreverei na semana que vem, assim sobre o super trunfo Hulkenberg.

A coisa é tão inacreditável que talvez eu pudesse abrir outro post para falar sobre a surpreendente, bonita e sensível homenagem de Alonso para o grande rival, algo inimaginável há dez anos, quando os dois, no limite, disputaram o tricampeonato aqui no Brasil. A Fênix, que substitui o alemão na Aston Martin, vai correr com um capacete semelhante ao de Seb.

Só vou escrever o seguinte: para Alonso, os contemporâneos já foram. Só sobrou ele e Hamilton. Então, quando um rival se aposenta, é uma parte dele que vai embora junto. Tipo quando Federer saiu de cena e levou Djokovic e Nadal as lágrimas. Eles sabem que o momento deles também está próximo, assim como Don Alonso, que já foi e voltou. 

Mick, o protegido, também faz parte das homenagens. E assim a vida segue. 

Como o pessoal do Sexto Round gosta de falar, a F1, embora não tão rápida, também tem o processo de renovação, talvez com uma despedida mais humanizada. Os velhos são escadas para os novatos.

Abu Dhabi, que também recebe o teste dos novatos pós-temporada, teve diversos novos rostos no primeiro treino livre. Vamos lá: desde os brasileiros Felipe Drugovich e Pietro Fittipaldi (pela primeira vez desde 2016 que temos dois brasileiros numa mesma sessão), passando por Liam Lawson, Logan Sargeant (futuro titular da Williams), Robert Shwartzman, Pato O'Ward, Jack Doohan e não jovem Robert Kubica. 

A Mercedes foi a mais rápida com uma dobradinha. Hamilton na frente. Isso significa e não significa muita coisa ao mesmo tempo. É um indicativo da força dos alemães, mas Verstappen entrou no carro no TL2 e já reestabeleceu a ordem. Para a corrida é isso mesmo. Aos poucos, o retorno de 2021: Verstappen, sozinho, contra as Mercedes, embora a Red Bull tenha colocado panos quentes para que Max ajude no que for possível o vice-campeonato de Checo Pérez.

Abu Dhabi, tirando o ano passado, é isso aí: despedidas, encontros e desencontros. Uma corrida que tem mais cara de pelada de fim de ano do que algo tão competitivo assim, principalmente porque, nesse ano, está todo mundo pensando na Copa que vai começar ali perto, um pouco mais tarde.

A F1 é assim.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

GP DE ABU DHABI: Programação

 O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:26.103 (Red Bull, 2021)

Pole Position: Max Verstappen - 1:22.109 (Red Bull, 2021)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016, 2018 e 2019) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 429 pontos (CAMPEÃO)

2 - Charles Leclerc (Ferrari) - 290 pontos 

3 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 290 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 265 pontos

5 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 240 pontos

6 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 234 pontos

7 - Lando Norris (McLaren) - 113 pontos

8 - Esteban Ocon (Alpine) - 86 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 81 pontos

10- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 49 pontos

11- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 36 pontos

12- Daniel Ricciardo (McLaren) - 35 pontos

13- Kevin Magnussen (Haas) - 25 pontos

14- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 23 pontos

15- Lance Stroll (Aston Martin) - 14 pontos

16- Mick Schumacher (Haas) - 12 pontos

17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 12 pontos

18- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 6 pontos

19- Alexander Albon (Williams) - 4 pontos

20- Nicholas Latifi (Williams) - 2 pontos

21- Nyck De Vries (Williams) - 2 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 719 pontos (CAMPEÃ)

2 - Ferrari - 524 pontos

3 - Mercedes - 505 pontos

4 - Alpine Renault - 167 pontos

5 - McLaren Mercedes - 148 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 55 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 50 pontos

8 - Haas Ferrari - 37 pontos

9 - Alpha Tauri RBPT - 35 pontos

10- Williams Mercedes - 8 pontos


AVISO PRÉVIO

Foto: Getty Images

É assim que entende o jornal francês AutoHebdo sobre a ausência do chefão Mattia Binotto nas últimas etapas. Segundo a publicação, a Ferrari e Binotto estão costurando um acordo de demissão do profissional após um 2022 turbulento e muito abaixo do que se imaginava.

As decisões equivocadas nas pistas e a série de erros nas estratégias dos pilotos, além da relação um tanto quanto tensa com eles, sobretudo Leclerc, são alguns motivos para o desligamento de Binotto, chefão desde 2019 e na equipe desde 1995.

Alguns nomes circulam internamente, mas o desejo é por um profissional experiente. Frederic Vasseur, da Alfa Romeo, que teve parceria com a Ferrari, é um dos favoritos. Andreas Seidl, da McLaren, é outro, assim como não está descartado subir Laurent Mekies, atual diretor esportivo. Vale lembrar que Binotto era chefe de motores e foi alçado a líder pelo então presidente Sérgio Marchionne para substituir Maurizio Arrivabene.

Binotto como chefe de equipe foi um desastre, seja nos erros, nas estratégias e na incapacidade de definir prioridades e no controle dos pilotos. Leclerc já teve problemas com Vettel e algumas rusgas com Sainz, embora o problema maior seja o relacionamento com chefão, que inexplicavelmente preteriu o talentoso monegasco em prol do esforçado espanhol, mas sabidamente inferior a Charles. A Ferrari entrega menos do que pode e precisa de uma repaginada para voltar ao topo.

A história mostra que isso só será possível se a equipe se organizar em nomes que não sejam italianos. Nos últimos 30 anos, as coisas só funcionaram quando tudo foi centralizado por Jean Todt, Ross Brawn, Rory Bryne, entre outros.

NOVO RUMO

Foto: Reprodução/Instagaram

Depois da oficialização de Nico Hulkenberg na Haas no lugar de Mick Schumacher, o alemão precisa procurar outros caminhos para 2023, onde não será titular na F1.

Um dos caminhos pode ser numa certa equipe alemã. A Mercedes perdeu Nyck De Vries (Williams) e Stoffel Vandoorne (agora reserva da Aston Martin) como pilotos reservas e precisa de reposição.

Mick Schumacher pode ser justamente esse candidato, até porque, como o chefão Toto Wolff diz, "Schumacher sempre vai fazer parte da família Mercedes", uma óbvia referência ao passado de Michael com os alemães, desde os anos 1990.

“Não é segredo para ninguém: não escondo o fato de que a família Schumacher pertence a Mercedes. Gostamos muito de Mick”, disse.

Parece lógico. Um prêmio de consolação, mas que não diz muita coisa. Certamente Mick não teria grandes aspirações ou possibilidades de ascender para o time alemão, no máximo ser repassado para algum cliente dos alemães.

Confesso que fico triste com o iminente fim da jornada do filho do homem na categoria. O peso do sobrenome ajudou a criar a má vontade que alguns erros e inconsistências do alemão foram evidenciados no processo. Uma pena. Faz parte da vida.

TRANSMISSÃO:
18/11 - Treino Livre 1: 7h (Band Sports)
18/11 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
19/11 - Treino Livre 3: 8h (Band Sports)
19/11 - Classificação: 11h (Band e Band Sports)
20/11 - Corrida: 10h (Band)





segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

INACREDITÁVEL

 

Foto: Getty Images

Inacreditável, mas vou escrever esse texto um pouco distante das minhas condições ideais. Chutei o balde.

Cheguei a conclusão que qualquer ponto de vista sobre o fim da temporada é válido. Começamos do começo. Max foi pole enquanto o favoritismo era da Mercedes. A largada seria fundamental porque as duas equipes tinham estratégias diferentes, mas mesmo assim eram os alemães que pareciam estar mais tranquilos.

A largada definiria tudo, e ali Hamilton, com pneu médio, assumiu a liderança. No segundo grande retão, Max mergulhou o carro numa tentativa desesperada mas Lewis continuou na frente e tinha um ritmo muito superior. Mesmo com estratégia diferente, seria muito complicado. Bastava marcar Max para o octa.

Na primeira parte, a Mercedes cumpriu a missão na nova pista, mais rápida porém igualmente chata e torturante. É preciso que alguém pague bilhões para que o campeonato não se decida por lá. Pelo jeito é impossível, porque o autódromo foi renovado até 2030!

Num Safety Car Virtual, Max aproveitou para parar e tentar uma última tentativa. Lewis e a Mercedes não marcaram. Vale destacar o grande momento da corrida que foi a limpa disputa entre Pérez e Hamilton. O mexicano tirou 7 segundos de vantagem do inglês apenas travando-o o quanto pode em uma volta e meia. Foi o escudeiro que se esperava, que foi contratado pra isso. Lá atrás, Bottas fez uma despedida melancólica na Mercedes.

A superioridade mesmo assim era avassaladora. Enquanto isso, a dupla da Alfa Romeo também se despedia antes do fim, junto com Russell. De forma melancólica, Raikkonen abandonou na corrida que valia o campeonato. Parecia um prenúncio e, convenhamos, o jeito mais adequado. Kimi não é dos holofotes.

A briga pelo penúltimo lugar mudou toda a história. Hamilton marchava para o título até que, nas voltas finais, Latifi se enbananou na disputa com Mick Schumacher e bateu. E agora? Mick "defendeu o legado" do pai, enquanto um carro com motor Mercedes batia. Se fosse uma Alpha Tauri, certamente seria investigado.

Aí começa o show da FIA, rasgando protocolos para virar entretenimento hollywoodiano. O correto era parar a corrida (já tinham colocado bandeira vermelha em quase todos, qual a diferença?) para que tudo fosse decidido numa relargada em "igualdade de condições".

Enquanto o final parecia se encaminhar para ser com o Safety Car, igual Interlagos 2012, a Red Bull já tinha parado Max para uma suposta tentativa desesperada. Hamilton e a Mercedes não marcaram, por acreditar que naquela altura não haveria mais corrida e evitariam o máximo possível mais um encontro na pista com Max.

Michael Masi mais uma vez manipulou as regras e ficou no meio do caminho. Às pressas, ficou definido que teria largada na última volta mas não autorizou todos os retardatários a darem a volta necessária. Era a final dos sonhos: empatados e lado a lado na última volta!

Rendida, a Mercedes que venceria sem sustos perde o campeonato de pilotos depois de sete anos. Com pneu mais novo, Max cumpriu a profecia e destronou Lewis Hamilton. Quarto piloto mais jovem da história a virar campeão, o primeiro nascido na Bélgica mas de nacionalidade holandesa. 

Um final emocionante, histórico mas também manipulado. Se falou tanto na questão sobre acidentes na pista que novamente a FIA na primeira aparição 'definiu' o campeonato. O acidente do Latifi era pra ter paralisado bem antes ou ter terminado a corrida, o meio do caminho facilitou um título que é sim muito merecido.

Desde a estreia precoce, Max parecia estar destinado a ser campeão. O talento e a agressividade não eram comuns para os olhos treinados. Mesmo ainda com o temperamento inconsequente, o holandês mostrou coragem e estrela pra vencer um heptacampeão em mais de 20 corridas. Um grande esforço mental e físico. Ainda precisando aprimorar, Max é um justo campeão mundial! 

Uma bela volta por cima da Honda, que voltou sendo piada com a McLaren e agora sai de cena campeã mundial, o que não acontecia desde o tri de Ayrton Senna em 1991.

Quinto título de pilotos para a Red Bull. A Mercedes fica com uma sensação agridoce, pois venceu pela oitava vez os construtores mas viu a hegemonia ir embora. Hoje, o azar foi para os alemães. Desde o Brasil, a Mercedes mostrou-se imbatível, mas hoje as circunstâncias trabalharam contra. Como certo time, talvez os alemães tenham despertado tarde demais e não poderia mais errar. Foi o Glock inverso, um castigo digno de filme e agora também em uma decisão por título.

Foto: Getty Images

Outros destaques: Sainz, que superou Charles Leclerc e terminou o ano no pódio; Uma grande reação da Ferrari na reta final. Também sabe-se lá como, a dupla da Alpha Tauri foi muito bem e Tsunoda foi o quarto! Circunstancial, que isso sirva como confiança, porque o japonês já entra com a corda no pescoço.

Um campeonato espetacular dentro da pista terminou com um final épico e que beira o inacreditável. Ao longo da temporada, os dois times foram prejudicados e cada um tem as corridas para lamentar o resultado. Hamilton pode lembrar do erro em Baku e o acidente em Monza, por exemplo. Agora é tarde.

Tomara que o regulamento de 2022 consiga fazer com que as outras equipes se aproximem das outras duas. Com mudanças de pilotos, certamente Alonso e Leclerc mereciam um equipamento muito competitivo.

Max Verstappen, um campeão inacreditável, diante das circunstâncias. O roteiro do "Red Bull x Mercedes" já está definido.

Confira os 10 primeiros do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

GP DE ABU DHABI: Programação + Treinos de sexta

 O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Getty Images

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:39.283 (Mercedes, 2014)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:34.779 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016, 2018 e 2019) - 5x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 369,5 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 369,5 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 218 pontos

4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 190 pontos

5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 158 pontos

6 - Lando Norris (McLaren) - 154 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 149,5 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 115 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 100 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 77 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 72 pontos 

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 43 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 34 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos

15- George Russell (Williams) - 16 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 10 pontos

17- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos

18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 3 pontos


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 587,5 pontos

2 - Red Bull Honda - 559,5 pontos

3 - Ferrari - 307,5 pontos

4 - McLaren Mercedes - 269 pontos

5 - Alpine Renault - 149 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 120 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 77 pontos

8 - Williams Mercedes - 23 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 13 pontos


SEM FINAL FEIO

Foto: Getty Images

Lewis Hamilton e Max Verstappen se estranharam nas pistas o ano inteiro. Em Abu Dhabi, empatados, vão decidir o título da temporada 2021. 

Toto Wolff, chefão da Mercedes, teme que o que está acontecendo durante a temporada se repita na decisão: uma batida entre os dois podendo decidir o título, e isso ele não quer.

“Eu espero que a corrida de domingo tenha tido repercussões suficientes para que todos aprendam e se adaptem para a corrida final, em Abu Dhabi. Acho que uma pilotagem similar — se os comissários decidirem que foi além do limite — poderia ser novamente penalizada em Abu Dhabi e terminaria em uma situação muito feia para todos”, disse.

"Acho que no Brasil, eu disse que estaríamos criando um precedente caso a manobra não fosse investigada. Isso pode terminar muito mal para o campeonato. E vocês viram incidentes domingo que foram parecidos com o Brasil em velocidade menor, e não queremos ter isso em Abu Dhabi. O carro mais rápido, com o piloto mais rápido, deveria ganhar o campeonato. E não por tirarem um ao outro", completou.

A tentativa de pano quente foi estabelecida. Os ânimos estão exaltados e todos têm culpa no cartório. É claro que não é do interesse de todos, principalmente de quem vende, que o título termine com toques assintosos igual aconteceu no passado. No entanto, isso não pode ser apenas no discurso, e sim com ações. Veremos até sábado como isso vai acontecer.

MARCADO PELA FIA
Foto: Getty Images

Postura unilateral. Assim define Helmut Marko sobre as decisões da FIA envolvendo Max Verstappen e Lewis Hamilton. O todo-poderoso da Red Bull se mostrou incomodado com as avaliações e punições impostas ao piloto da equipe no último domingo, na Arábia Saudita.

No total, Max teve 10s de punição pela batida de Hamilton na hora de devolver a posição, 5s por voltar a pista por fora e mais 20s pelo brake test, após a corrida.

Marko nega o brake test:

"Primeiro, podemos rebater esse suposto brake test com o qual Hamilton estava tão irritado. Quase nunca vi algo tão estranho. Não há nenhuma mudança na pressão dos freios nos nossos dados. Hamilton apenas calculou mal. Aí recebemos uma punição e os pneus de Max ficaram danificados com dois grandes cortes”, respondeu para a emissora alemã Sky.

Depois, Marko esbravejou contra, segundo ele, o rigor da FIA em julgar Max e não fazer o mesmo com Hamilton.

"Isso não pode continuar assim. Assim que Max mostra os dentes, ele recebe uma punição, mas se Hamilton o coloca para fora da pista, aparentemente não tem nada de errado. Não pode continuar assim. Isso é inaceitável”, frisou para a austríaca ServusTV.

Enquanto Toto Wolff usa a imprensa para acalmar os ânimos, pois supostamente está em vantagem para a decisão, Marko e a Red Bull são inflamados o ano todo. Afinal, são os desafiantes, e a pressão está nas costas. 

A famosa "pressão na arbitragem". Vale tudo, nessas horas, o racional fica de lado. Cada um tem seu direito e que arque com as consequências. A FIA é que precisa controlar o que não foi capaz de controlar durante nove meses.

TRANSMISSÃO:
10/12 - Treino Livre 1: 6h30 (Band Sports)
10/12 - Treino Livre 2: 10h (Band Sports)
11/12 - Treino Livre 3: 7h (Band Sports)
11/12 - Classificação: 10h (Band e Band Sports)
12/12 - Corrida: 10h (Band)

Foto: Getty Images

Em virtude da agenda apertada e muitos compromissos no mesmo período de tempo, hoje tive que fazer um dois em um, justamente no momento mais importante da temporada. Acontece.

Pelo que vi, a Mercedes tem a clara vantagem em Abu Dhabi, na pista que ficou 10 segundos mais curta e promete ao menos não ser tão chata quanto é sempre. A Red Bull aposta no ritmo de corrida e, francamente, no acaso. Os austríacos, se estiverem fingindo muito bem, tem apenas como esperança tirar o coelho da cartola.

A grande questão é evitar que Max e Lewis se encontrem na pista, por mais que a FIA faça ameaças a quem ousar subir o tom na disputa. Dizem até que a Mercedes pretende colocar um novo motor para Hamilton, imbatível, sair de trás sem sustos. Nada é garantido.

A Alpine segue muito bem nesse final de temporada, enquanto Alpha Tauri, Ferrari e McLaren brigam pelo resto. A queda do time de Woking foi preocupante, mas agora tudo é o novo regulamento.

Diante de todo drama entre Lewis e Max, esquecemos que esse é o último final de semana de Kimi Raikkonen como piloto de F1. Definitivamente. Talvez seja até assim que ele quiera: sem alarde, deixando o finlandês em paz como ele gosta de frisar sempre no rádio.

Um final de semana histórico se aproxima na F1. Muito drama que, esperamos, seja também na pista, sem artificialidades ou intervenções grotescas, nem algo muito Hollywoodiano ou Netflixesco. Apenas uma corrida, nada mais nada menos que isso. E que vença o melhor!

Confira a classificação dos treinos livres:







Até!

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

CANTE PELO MOMENTO

Foto: Getty Images

Fiquei pensando por dias e só depois de uma rápida pesquisa eu descobri: esta é apenas a segunda vez na história que os protagonistas do título chegam empatados na última etapa. Antes dessa semana, isso só havia acontecido em 1974, quando Emerson Fittipaldi derrotou Clay Regazzoni pra ser bicampeão.

Durante todo o ano, contei os percalços, acertos e erros que levaram Lewis Hamilton e Max Verstappen a essa situação. No entanto, é necessário ressaltar: é raro que dois pilotos tenham uma consistência tão grande a ponto de deixar os outros parecerem de uma prateleira bem inferior.

Hamilton mostra o desafio de se manter no topo e sempre querer mais. Como quase todos os outros, queria apenas alguns títulos para sair por cima. Agora, renovou até 2023. Tudo para ser o maior campeão isolado da F1. 

Max Verstappen, por outro lado, sempre foi visto como um futuro campeão, desde a estreia. Quando parecia ser muito precoce (desde a estreia na Toro Rosso, em 2015), calou os críticos (inclusive eu, se lembram?). Desde então, sempre foi colocado em pauta: Max é agressivo porque não tem nada a perder. Se quiser ser campeão, vai ter que dosar essa síndrome de xerife inconsequente. É exatamente o que estamos vendo.

Pilotos e personalidades totalmente distintas. Um pop star, muito mais que um piloto, engajado contra o racismo e as injustiças do mundo. Max é somente piloto, sem querer criticá-lo. Gosta de corridas online e não quer os holofotes fora dos autódromos. É o caso onde ele responde por si e para os outros na pista. É lá que detém o amor e a antipatia de todos. É o suficiente.

E agora, como lidar? Num sistema de pontuação tão diferente de antigamente, chegar empatado nessas circunstâncias é absolutamente anormal, raro e talvez nem estejamos vivos quando isso acontecer outra vez. Tire o drama de lado e desfrute. É claro que o novo regulamento deixa as coisas mais animadoras, uma expectativa e ansiedade positivas. 

Pense: um superpiloto prestes a fazer história e virar o maior campeão da história. Do outro lado, o prodígio que pode, depois de 23 corridas, desbancar oito anos de supremacia inglesa e alemã.

Como lidar? Sei lá, apenas desfrute! São momentos como esse que queremos guardar para sempre porque eles valem ouro, e nós precisamos saber disso imediatamente. Foi mais ou menos isso que Eminem escreveu em Sing For The Moment.

Até!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

ANO NOVO, VELHOS PROBLEMAS

 

Foto: McLaren

A virada do ano não fez desaparecer os problemas do passado. Pelo contrário. A F1 já muda o calendário que, a princípio, será o mais extenso da história.

E vai começar uma semana mais tarde que o normal. Em virtude da Austrália exigir uma quarentena de duas semanas e uma biosfera para quem vai ao país, isso fez com que fosse inviável nesse momento a ida da F1 para lá. A corrida foi adiada para o final da temporada, mais precisamente para o dia 21 de novembro. Desde Adelaide que a corrida australiana não ia para o fim do ano.

A abertura da temporada será, portanto, no Bahrein, mas a data foi mantida: 28 de março. Será a terceira que a corrida de Sakhir começa o ano. Como efeito dominó, toda a logística foi modificada.

A pré-temporada, que seria na Espanha no início de março, será também no Bahrein, entre os dias 11 e 14 de março. A única vez que o país sediu esses treinos havia sido em 2014.

O coronavírus também provocou outras mudanças no calendário. A China pediu adiamento da corrida mas, a princípio, vai ficar fora da temporada de novo. Para o seu lugar, no dia 18 de abril, a F1 confirmou mais uma edição do GP de Emília Romagna, em Ímola, a segunda corrida do ano.

A terceira corrida, no dia 9 de maio, ainda não foi oficialmente anunciada. Como o espaço é de uma semana, parece ser improvável que seja em outro continente. Portanto, Vietnã está fora sem sequer existir. Provavelmente teremos o retorno do GP de Portugal, em Portimão.

Com o GP da Austrália sendo remanejado para 21 de novembro, isso provocou efeito-dominó em outras duas etapas: O GP de São Paulo, em Interlagos, foi antecipado para 7 de novembro, uma semana antes do original. 

As corridas finais foram empurradas: Arábia Saudita (que sequer tem um layout do circuito ainda) será dia 5 de dezembro e Abu Dhabi encerra os trabalhos no dia 12/12. A temporada mais longa da história começa e termina uma semana depois do previsto.

Sinceramente? Já disse que esse tanto de corrida é demais e desvaloriza a importância do espetáculo de um evento de Fórmula 1. Sobre os circuitos, podiam tirar Paul Ricard, Barcelona, Sochi, Arábia Saudita e Abu Dhabi de uma vez. Como isso não vai acontecer, poderiam ter colocado Mugello e Istambul ao invés de Ímola e Portimão, mas é o que tem pra hoje.

De resto, aguardamos os lançamentos dos carros e uma última informação: agora todos os treinos livres vão ter uma hora de duração. Menos tempo para treinar, mas convenhamos: o pessoal mal vai para a pista. Acho que todos ganham.

Ano novo, velhos problemas e soluções nem tão inéditas assim.

Até mais!

domingo, 13 de dezembro de 2020

ZZZ...

 


Abu Dhabi é irritante, insuportável. Essa pista não dá mais. Não dá uma corrida boa ou com alguma lembrança marcante tirando 2010, 2012, 2014 e 2016. É sempre aquele clima de fim de festa, de pelada de fim de ano, despedidas e as pessoas pensando já no Natal e ano novo. Parece que só está lá para aquele foguetório e pirotecnia na chegada e mostrar o hotel. O traçado não tem atrativo algum.

Além do mais, hoje ainda tiveram azar. O Safety Car causado pelo abandono de Pérez fez todo mundo parar e ir com os pneus duros até o final. Uma verdadeira procissão. Vitória de Max Verstappen, seguido de Bottas que chegou a correr riscos contra o debilitado Lewis Hamilton em terceiro. Alexander Albon, distante de Max, ficou em quarto e não se sabe se fez o suficiente para a Red Bull para permanecer em 2021. Para o resto de nós, a resposta é óbvia.

Na sequência veio a dupla da McLaren, Lando Norris e Carlos Sainz Jr, que garantiram o terceiro lugar da equipe nos construtores, a melhor posição dos ingleses desde 2012. O renascimento é em passos lentos. Vejamos agora como será com o retorno da Mercedes na unidade de potência. Valeu a importância de ter dois pilotos semelhantes na equipe para garantir consistência e bons pontos. 

Ricciardo, Gasly, Ocon e Stroll completaram a pontuação. O canadense filho do dono conseguiu a proeza de ficar em 11° no campeonato com o terceiro melhor e 50 pontos atrás do mexicano mesmo com as peças novas sendo colocadas antes no carro dele e ter disputado uma corrida a mais. Patético.

Na parte final, Pietro Fittipaldi vinha atrás das Williams e inexplicavelmente fez uma parada a mais para não terminar a frente de Kevin Magnussen, que se despediu da categoria. Segundo a equipe, houve um superaquecimento do motor e o brasileiro poderia tentar a melhor volta com pneus novos. Tá bem... o brasileiro evoluiu mas mostrou que Schumaquinho e o psicopata Mazepin terão trabalho. Pode-se afirmar que a Haas virou a pior equipe do grid e não há um George Russell para extrair algo a mais.

Uma corrida medonha dessas poupou o meu trabalho de escrever bastante. Abu Dhabi não pode estar na F1, tampouco no calendário. E assim termina o louco ano de 2020 na categoria que, apesar do marasmo na frente, proporcionou grandes histórias de superação e reviravoltas. Um período histórico e memorável, sem dúvidas. Depois de sete meses sem corridas, os três meses que separam até a Austrália (será?) nem parecem muita coisa (será?). 

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

RETORNOS E DESPEDIDAS

 

Foto: Getty Images

Como o GP de Abu Dhabi tradicionalmente é uma corrida que não vale nada, o final de semana é marcado pelas despedidas, como as corridas finais de alguns pilotos, seja na carreira ou na equipe, além de equipes com o nome ou falindo, etc.

Como o grid de 2021 será bastante modificado, teremos várias despedidas neste final de semana e alguns mistérios. Esta será a última corrida de Sebastian Vettel na Ferrari, de Daniel Ricciardo na Renault e Carlos Sainz na McLaren. Além disso, teremos a última corrida de Kevin Magnussen na F1 e também de Sérgio Pérez (ao menos por enquanto). Pietro Fittipaldi encerra a participação como piloto da Haas e o restante é mistério ou ainda precisa de uma confirmação oficial: Kvyat está deixando a F1 outra vez e o futuro de Alexander Albon apenas Helmut Marko sabe.

Além disso, são as corridas derradeiras de Racing Point e Renault, ao menos com esse nome, transformadas em Aston Martin e Alpine para 2021. Mas nem só de adeus vive a F1. Também há os retornos.

Lewis Hamilton, recuperado da covid, tenta a 12a vitória no ano, mesmo sem estar 100%. Talvez nem precise, afinal é Bottas que está do outro lado. É bom ver o campeão de volta mas quem perde com isso é a própria corrida. Abu Dhabi já é chatíssima, imagina com o retorno de um extraclasse em um carro muito superior aos demais...

Também tivemos o retorno de Robert Kubica, realizando mais um treino livre com a Alfa Romeo e, claro, todos os holofotes na nostalgia: no intervalo entre um treino e outro, Fernando Alonso guiou com sua Renault de 2005, que lhe deu o primeiro título mundial. Só faltou o capacete da época para o exercício de nostalgia estar completo. Como é gostoso o barulho dos carros antigos!

Foto: XPB/James Moy Photography



Também tivemos a estreia de Mick Schumacher em um final de semana de F1, agora pela Haas, sua futura equipe. Não deixa de ser uma nostalgia também, o filho do homem honrando os passos do pai. Como sempre escrevo, faria mais sentido se fosse na Alfa Romeo.

Já ia esquecendo: pode ser a última corrida da F1 na Rede Globo também, o que não deixa de ser emblemático. 

Já ia esquecendo 2: com a volta de Lewis Hamilton para a Mercedes, George Russell volta para casa na Williams depois do conto de fadas com as flechas de prata.

Abu Dhabi, o palco das despedidas, retornos e estreias. Um ar melancólico, nostálgico e ao mesmo tempo de esperança para um futuro melhor que nem sempre chega.

Confira a classificação dos treinos livres do GP de Abu Dhabi:




Até!


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

GP DE ABU DHABI: Programação

 O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.


Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:39.283 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:34.779 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016, 2018 e 2019) - 5x


EM PAZ

Foto: Getty Images


A vitória apoteótica de Sérgio Pérez provavelmente vai ser o encerramento de um ciclo do mexicano na F1, ao menos neste primeiro momento. Depois de nove anos, Checo não deve ter vaga para 2021, mas já mira 2022. Pérez acredita que, em virtude do novo regulamento, o tempo inativo não será ruim e garante: já existem movimentos para voltar em dois anos.

“Sempre disse que havia uma corrida para 2022, tirando um ano neste estágio em que estou da minha carreira”, disse Pérez. “Nunca sei o que vai acontecer, se terei a vontade de voltar para fazer isso. Em um ano ruim, decidiria parar, mas depois de hoje, das últimas corridas, estou meio que determinado a estar aqui, seja no próximo ano ou no seguinte.

“Já tenho algumas boas opções para 2022, então minha melhor alternativa obviamente é seguir em frente no próximo ano, mas se tiver de para, não será um desastre, posso voltar em 22. O regulamento vai mudar tanto, que não acho que vá prejudicar muito do lado da minha pilotagem, para atingir velocidade. Estou em paz comigo mesmo, sabe?, disse.

Ele também lembrou da conversa que teve com Esteban Ocon no pódio. Os dois foram rivais nos últimos momentos da Force India e o francês viveu situação semelhante: ficou sem vaga para 2019 e retornou nessa temporada para pilotar com a Renault.

“Acho que Esteban [Ocon] mencionou que pilotos como ele ficaram sem vaga, então é assim que a Fórmula 1 é. Ela pode ser muito dura e, infelizmente, não são os melhores pilotos do mundo que estão na Fórmula 1. Estão vamos seguir forçando, seguir entregando. Acho que este é o melhor caminho”, encerrou.

Pérez está por cima e em paz. Entregou tudo o que podia nesses anos todos: pódios, desempenhos e agora a vitória. É óbvio que ele mereceria uma equipe realmente de ponta por tudo o que já fez, mas isso é problema da F1. Checo Pérez agora é uma lenda do México, e não há nada melhor do que isso. Se bem que a Red Bull também não seria ruim...


"PRESTIGIADO"

Foto: Motorsport Images

Apesar de no primeiro momento a Mercedes ter negado que as atuações de George Russell e Valtteri Bottas no oval de Sakhir fizessem diferença para 2021, parece que não é bem assim.

O chefão Toto Wolff segue maravilhado com o desempenho do inglês, sempre frisando que o resultado não foi melhor graças aos erros da equipe. Além disso, Toto pode-se escrever que fez críticas ao finlandês, afirmando que Bottas não mantém um ritmo forte durante a temporada e por isso sucumbe facilmente para Lewis no decorrer do ano.

Em uma volta, ele [Bottas] fica muito próximo de Lewis. Em dias bons, sabemos o que temos nele”, declarou Wolff. “Mas também é fato que ele começa a temporada forte como um urso, mas aí vai caindo conforme o campeonato vai acabando. Você só pode sobreviver contra Lewis e vencer um campeonato se está no pico ao longo de toda a temporada. Agora temos de discutir isso com ele”, disse.

Apesar de ambos já terem contratos assinados com suas equipes para 2021, Toto Wolff não descartou uma mudança imediata. Nos perfis do Instagram, tanto Russell quanto Bottas retiraram que eram pilotos de Williams e Mercedes, deixando apenas que eram pilotos, o que aumenta todo esse burburinho.

“Nós temos um plano de pilotos definido para o próximo ano. George tem contrato com a Williams. Nós temos contrato com Valtteri. A Mercedes honra seus contratos”, apontou. “Mas nunca se sabe. Só podemos trabalhar com a informação que temos no momento e o cisne negro sempre passa nadando quando você menos espera. George estará no nosso carro cedo ou tarde”, encerrou.

Essa última frase é emblemática. Russell será piloto da Mercedes, a questão é quando. Já ficou claro que ele merece imediatamente, assim como ficou evidente que Bottas não está a altura das flechas de prata.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 332 pontos

2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 205 pontos

3 - Max Verstappen (Red Bull) - 189 pontos

4 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 125 pontos

5 - Daniel Ricciardo (Renault) - 112 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 98 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 97 pontos

8 - Alexander Albon (Red Bull) - 93 pontos

9 - Lando Norris (McLaren) - 87 pontos

10- Lance Stroll (Racing Point) - 74 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 71 pontos

12- Esteban Ocon (Renault) - 60 pontos

13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 33 pontos

14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 32 pontos

15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos

18- George Russell (Williams/Mercedes) - 3 pontos

19- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos

20- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 540 pontos

2 - Red Bull Honda - 282 pontos

3 - Racing Point Mercedes - 194 pontos

4 - McLaren Renault - 184 pontos

5 - Renault - 172 pontos

6 - Ferrari - 131 pontos

7 - Alpha Tauri Honda - 103 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 8 pontos

9 - Haas Ferrari - 3 pontos


TRANSMISSÃO:






















segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

PROTOCOLAR

Foto: Getty Images
Abu Dhabi, juntamente com Paul Ricard e outras, são pistas extremamente descartáveis. Não deveriam estar no calendário. Quando que teve corrida boa por lá? No máximo, com boa vontade, as tensões das disputas de título de 2010, 2012 e 2016. De resto, é uma porcaria. Como foi o post da semana, é um clima de férias e fim de festa total, desinteresse e corridas chatíssimas, sem emoção alguma.

Hoje, Hamilton liderou do início ao fim e venceu fácil, com o sexto Grand Chelem da carreira. Verstappen e Leclerc tiveram um enfrentamento interessante. O monegasco passou Max na largada, mas depois, na estratégia, o holandês parou depois e com o pneu menos desgastado retomou a segunda posição.

O destaque foi Bottas, largando em último em virtude da troca da unidade de potência e que quase conseguiu passar Leclerc. Vettel e Albon vieram depois. Pérez fez mais uma grande corrida e foi o sétimo, seguido por Norris, Kvyat (outra boa recuperação) e Carlos Sainz, definitivamente o "melhor do resto".

Hulkenberg se despediu da F1 e essa prova foi a síntese da carreira. Vinha bem, numa estratégia interessante, parando depois de todo mundo para no final tentar engolir todo mundo. Acabou colocando o pneu médio e perdeu ritmo. Passou a ser atacado e na última volta saiu da zona de pontuação. Uma despedida realmente melancólica e triste, o que de fato virou a carreira do alemão nos últimos anos.

Kubica também foi outro que se despediu com algum lampejo, disputando posição com Giovinazzi. Motivos diferentes, sentimentos semelhantes. Serão os personagens dos textos dessa semana no blog.

Ademais, a temporada 2019 encerra-se com boas corridas, algumas esquecíveis e o desejo desesperado por alguém que consiga enfrentar Hamilton. A Ferrari é errante e uma Red Bull sozinha não faz verão. No entanto, é difícil imaginar isso em um período onde todas já estão pensando em 2021. Talvez 2020 seja um spin-off de agora. Melhor para Hamilton, agora só sete vitórias atrás de Michael Schumacher na história.

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

GP DE ABU DHABI - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:34.794 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016 e 2018) - 4x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 387 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 314 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 260 pontos
4 - Charles Leclerc (Ferrari) - 249 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 230 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 95 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 95 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 84 pontos
9 - Daniel Ricciardo (Renault) - 54 pontos
10- Sérgio Pérez (Racing Point) - 46 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 45 pontos
12- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 43 pontos
13- Nico Hulkenberg (Renault) - 37 pontos
14- Daniil KVyat (Toro Rosso) - 35 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 21 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 20 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 14 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 701 pontos
2 - Ferrari - 479 pontos
3 - Red Bull Honda - 391 pontos
4 - McLaren Renault - 140 pontos
5 - Renault - 91 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 83 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 67 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 57 pontos
9 - Haas Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO:

Sexta-feira:

Treino Livre 1 - 6h (SporTV 2)
Treino Livre 2 - 10h (SporTV 2)

Sábado:

Treino Livre 3 - 7h (SporTV 2)
Classificação - 10h (SporTV 2)

Domingo:

Corrida - 10h10 (Rede Globo)

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

RITMO DE FÉRIAS

Foto: F1
Quando este post for publicado, estarei no Rio de Janeiro curtindo uma semana de folga. Portanto, não terá o post dos treinos livres de sexta, mas isso não significa que o blog tirou férias. Ele, tal qual a F1, já está no ritmo de férias, o que é bem diferente.

Como Abu Dhabi completa nesta temporada dez anos no calendário, já é tempo suficiente para ter sido realizada algumas corridas. Como sempre ficou no final do calendário, em muitas oportunidades a corrida era somente um ato protocolar antes do final de férias, portanto o intuito do tópico é justamente relembrar essas corridas inesquecíveis de caráter amistoso:

Foto: BBC

A primeira corrida por lá foi logo após Jenson Button ser campeão mundial com a Brawn. Havia todo o caráter de novidade em uma prova que começava de tarde e terminava de noite. Hamilton era o grande favorito para dominar a prova mas sua McLaren quebrou e permitiu a dobradinha da Red Bull com Vettel e Webber, com Button e Rubinho fechando a despedida da Brawn GP. Também foi a despedida da Toyota e da BMW da F1.

Foto: Motor Authority

Com Vettel barbarizando e conquistando o bi, um pneu furado na largada fez com que Hamilton vencesse a corrida que deveria ter ganho em 2009. De significativo, foi a última corrida da carreira do Rubinho, que terminou em 12° com a Williams.

Foto: F1
A nona vitória seguida de Vettel veio fácil, apesar de ter largado em segundo. Foi a última prova e pódio de Mark Webber, a despedida de Felipe Massa da Ferrari e de Kimi Raikkonen na Lotus.

Foto: Motorsport
No auge da Mercedes, Rosberg só passou a vencer depois de Hamilton ter confirmado o tricampeonato. Não tem mais o que tirar, gente.

Foto: F1
Com o tetra garantido, Hamilton chegou em segundo, atrás do parceiro Bottas. Foi a despedida definitiva de Felipe Massa da F1, assim como de Pascal Wehrlein.

Foto: Reprodução/F1
Parece ontem, mas já vai fazer um ano que Alonso se despediu da F1, juntamente com Ericsson, Vandoorne, Sirotkin e Hartley. Hamilton venceu mais uma.

Como vocês podem perceber, essa pista só tem o mínimo atrativo quando há alguma disputa de título, o que aconteceu somente em quatro oportunidades. Mesmo assim, como o traçado é horrível e nada acontece, é difícil de se ter emoção, exceto quando Alonso ficou preso atrás de Petrov e Hamilton segurou o ritmo para todo mundo tentar passar Rosberg, sem sucesso.

Abu Dhabi não pode finalizar uma temporada. Só está lá pelo dinheiro. Pode ser bonito, ter uma estrutura espetacular no entorno e shows pirotécnicos, mas de corrida, corrida mesmo, talvez só em 2012 tenha sido decente (a famosa "leave me alone" do Raikkonen). Bem, é o que temos para hoje. Retorno em breve com a programação normal, definitivamente de férias.

Até!

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

EU SOU A LENDA

Foto: Getty Images
Até que o GP de Abu Dhabi não é tão ruim assim. Nas últimas etapas, as três principais equipes estiveram com forças equiparadas e andaram próximas. O que decidiu foram as estratégias e a forma como lidar com as situações de corrida. Pena que foi justamente quando o campeonato acabou e, coincidência ou não, a Mercedes deixou de usar os pneus com furos.

O pentacampeão mostrou hoje porque é o melhor piloto da atualidade e deu aula de como administrar uma corrida. Depois que Kimi Raikkonen se despediu da Ferrari com um problema no motor logo na volta 8, o inglês antecipou a parada, algo já recorrente nesse tipo de situação. Voltando em quinto durante o VSC, passou Verstappen e depois foi ultrapassado, sem brigar pela posição e pensando no senso de corrida. Não valia a pena brigar e desgastar pneu a toa. Sem precisar fazer mais paradas, bastou administrar a vantagem e vencer pela 72a vez na carreira e estabelecer números tão impressionantes quanto a pilotagem.

Vettel fez uma corrida sem erros, algo que já merece ser chamada a atenção nessa temporada, que é para esquecer. Muito aquém do nível de um campeão. No ano que vem, terá que lutar contra Hamilton, Mercedes, Ferrari, seus próprios e agora também um jovem e faminto Charles Leclerc, outra vez sétimo colocado e com uma impressionante temporada de estreia na Sauber, elevando o nível da equipe e agora chega na equipe italiana com muita moral. Resta saber se vai suportar a pressão agora que vai ser protagonista e se a Ferrari vai ter paciência com o monegasco.

Verstappen começou a corrida com um problema no motor e perdeu posições. Combativo, arrojado e inconsequente como sempre, recuperou elas e terminou no pódio. Se envolveu de novo em embate na pista com Ocon, passando nos cotovelos e dando chega pra lá em Bottas, jogando o carro, de novo em posição de quem não tem nada a perder. Apesar dos destemperos, Verstappen em termos de rendimento só perdeu para Hamilton na segunda metade da temporada. Os números comprovam isso. Mais rápido e constante, precisa domar mais as emoções e pensar na corrida como um todo, não só na curva seguinte.

Foto: Getty Images
Nas despedidas positivas, Ricciardo terminou em quarto e tinha ritmo para ficar no pódio, mas a Red Bull optou por fazer a parada mais tarde e tentar recuperar o terreno com pneus frescos para atacar no final. Não deu certo. Para o australiano, o fato de não ter abandonado nas duas últimas provas é algo bastante positivo. Com oito abandonos, a temporada ficou completamente comprometida. Nos treinos se mostrou mais lento que Max, mas o ritmo de corrida é no mínimo igual ou ainda levemente superior ao do holandês. Resta saber o que será capaz de fazer na ainda combalida Renault.

Carlos Sainz foi o melhor do resto, com uma ótima estratégia. Hulkenberg, futuro parceiro de Ricciardo, capotou na primeira volta. Parecia algo sério, mas o santo antônio protegeu bem o alemão. Com o Halo, ficou impossível sair do carro sem ter esperado ele ter se virado pelos fiscais, que demoraram bastante para chegar no local. Foi um acidente de corrida com Grosjean, que incrivelmente não foi culpado. Hulk espalhou demais na curva e, em virtude do ponto cego, não viu o francês por ali, causando a batida. Depois de dois anos com Palmers e Sainzs, Hulk parte para o maior desafio da carreira: dividir a equipe com o australiano sorridente. Será um embate interessante de se assistir.

Pérez em oitavo e Magnussen em décimo complementaram o top 10. Um capítulo a parte é Bottas: o primeiro piloto da Mercedes na era híbrida a terminar o ano zerado. Era para ter vencido em Baku e na Rússia, mas as circunstâncias não ajudaram. Ademais, foi uma temporada lamentável, principalmente o fim. Hoje, sem ritmo, foi desgastando o pneu até não ter mais aderência e ser passado facilmente por Vettel e Red Bull. Se não fosse uma temporada tão errática quanto do alemão, a Mercedes poderia estar ameaçada nos dois campeonatos. O que Toto Wolff pretende para 2020: colocar Ocon, instável e que perdeu para Pérez? Ou as fichas vão para George Russell, o novo bola da vez? Problemas para quem deseja manter a hegemonia no campeonato. Só com Hamilton basta, mas é perigoso dar chance para o azar.

O mais legal da corrida aconteceu depois. Os três campeões mundiais andando lado a lado e fazendo zerinhos. Uma pena é que foi o público de Abu Dhabi que presenciou esse título histórico. Alonso, lado a lado com os dois maiores rivais e algozes, o respeito mútuo de quem teve diversas batalhas ao longo dos anos e vê um dos melhores pilotos da categoria sair em virtude do comportamento problemático fora da pista que queimou pontes até resultar no fim. Alonso é um gigante do esporte e que vai fazer muita falta. Tomara que volte. Foi um momento lindo reconhecer o grande piloto que foi, mas lamentar o que poderia ter sido se tomasse as decisões certas.

É claro que esse lindo momento e Hamilton tirando o macacão no pódio (ainda bem!) você não pode ver na Rede Globo porque ela resolveu optar mostrar torcedores bêbados comendo churrasco e palpitando sobre resultados de jogos inúteis do Brasileirão de quatro horas depois. Uma total falta de respeito com o fã que queria ver a última festa do pódio na temporada. Se é pra fazer transmissão porca, é melhor manter a corrida no SporTV e passar os melhores momentos depois do Domingo Maior como fazem nas corridas da América do Norte ao invés de nos tratar como idiotas.

Ademais, hoje Abu Dhabi presenciou a despedida de um ídolo do esporte e, com a presença do amigo Will Smith, vê a cada prova Lewis Hamilton se tornar mais lenda do que já é, podendo tornar-se o maior e superar Michael Schumacher. Somos privilegiados de ver tantos campeões em ação e a história sendo feita. Que venha 2019 com mais competitividade e emoção. Vai ser difícil, mas não podemos perder as esperanças.

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Nesse fim de ano vem muito mais no blog: o restante do especial Alonso e a análise da temporada.

Até!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

ÚLTIMOS ATOS

Foto: Getty Images
Corrida de Abu Dhabi é marcado pelo clima de fim de festa. Teremos a despedida (ou até logo?) de Fernando Alonso, a última prova de Daniel Ricciardo na Red Bull, Kimi Raikkonen na Ferrari, Esteban Ocon na F1 (por enquanto), Lance Stroll na Williams, Marcus Ericsson e Charles Leclerc na Sauber, Pierre Gasly na Toro Rosso, Stoffel Vandoorne na McLaren e Carlos Sainz na Renault. Ufa!

Verstappen liderou o FP1, Bottas o FP2. Nesse treino, a distância entre as três principais equipes foi apenas de seis décimos, o que signfica quase nada para o treino e a corrida. No entanto, esperamos ao menos emoção genuína nessa corrida onde tudo é chato e artificial. Por falar no segundo treino livre, Verstappen e Ocon quase se bateram nos boxes. É a última chance de Ocon tentar a revanche, depois só em 2020 e olhe lá.

Uma imagem curiosa no FP1 foi Hamilton usar pela primeira vez de forma espontânea o #1. Adepto do #44, ele não gosta do número dos campeões, mas decidiu utilizar em homenagem ao esforço e para comemorar mais uma temporada de sucesso com a equipe.

Foto: Reprodução

Também no FP1, Kubica guiou a Williams pela primeira vez após ser anunciado oficialmente como piloto titular. No onboard, percebe-se claramente que ele dirige com um braço só, apertando em todos os botões com a esquerda e usando a direita como apoio somente. Os resultados podem não ser animadores para alguém de seu calibre, mas só o fato de estar lá de novo já é estimulante para todos nós não desistirmos de nossos objetivos.

Foto: Getty Images
Com ressaca, calor e cansaço, veremos o que Abu Dhabi nos reserva. Provavelmente vai ser algo que nos faça dormir no domingo, o que seria uma boa despedida para essa temporada. Ou não. Quero testemunhar as últimas voltas da Fênix na categoria. Espero não me emocionar demais.

Confira os tempos dos treinos livres do GP de Abu Dhabi:



Até!

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

GP DE ABU DHABI - Programação

O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:40.279 (Red Bull, 2009)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:36.231 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2009, 2010 e 2013) e Lewis Hamilton (2011, 2014 e 2016) - 3x


COM SAINZ E NORRIS, McLAREN ESPERA 2019 DIFERENTE

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio
A primeira temporada sem a Honda prometia uma evolução para a McLaren. Entretanto, os resultados mostraram o contrário. Gradativamente o time britânico foi caindo para as últimas posições. Irritado e desmotivado, Alonso anunciou aposentadoria. Vandoorne, com desempenho aquém do esperado e também vítima de um carro ruim, foi despedido.

Para o ano que vem, Carlos Sainz e a jovem promessa Lando Norris serão os responsáveis por guiar a McLaren. A questão é: sem um piloto bicampeão e com várias mudanças internas realizadas ainda nesse ano, para qual direção vai a McLaren? É possível piorar a situação?

“É impossível dizer que a gente não vai sentir falta do Fernando. Considero o Fernando como um dos melhores pilotos da história da F1. Então não tem como negar. Ele vai deixar um espaço grande. Mas é o sentido da vida, as coisas são como o relógio anda. Andamos para a frente, e tanto o Lando como o Carlos são dois pilotos jovens. Então vamos ter desafios diferentes, coisas diferentes, problemas diferentes e oportunidades diferentes para lidar. Mas vejo isso não como uma coisa negativa, mas como o sentido natural das coisas”, afirmou o diretor técnico, o brasileiro Gil de Ferran.

O desafio de 2019 é fazer a McLaren evoluir justamente com esses dois jovens pilotos. "Com relação ao carro deste ano, por exemplo, a gente entende bem onde errou, onde não foi bem, quais os pontos fracos do carro, a gente compreende bem isso. E toda essa compreensão acho que vai nos ajudar a fazer um carro melhor no ano que vem”, completou.


Por mais que muita coisa esteja mudando, é difícil a McLaren piorar mais. Não se sabe se a melhora virá justamente dessas turbulências. Sem patrocínios e a qualidade de Alonso, resta ao time de equipe Woking apostar em um novo regulamento ou numa jogada de mestre da nova equipe de engenheiros que está desenvolvendo o MCL34. Com Sainz e o novato Norris, será difícil saber qual será realmente o potencial do carro, mas repito: dificilmente será pior que o do passado.

INCOMODADO

Foto: Daily Express
Sergey Sirotkin não estava confortável com as crescentes especulações (QUE AGORA FORAM CONFIRMADAS; POST SAIRÁ MAIS TARDE) de que Robert Kubica vai tomar seu lugar na Williams para o ano que vem. O anúncio, segundo a imprensa europeia, será realizado nos próximos dias. "Eu só quero que as coisas fiquem claras. É muito desagradável ler as últimas notícias. Mesmo assim, em Abu Dhabi vou sentar atrás do volante e os problemas vão desaparecer”, afirmou, questionado pelo jornal russo ‘Sport-Express’.

O russo disse não estar pronto para perder a titularidade. "Já disse várias vezes que me dediquei muito mais nessa temporada do que as pessoas veem. A última coisa que eu quero é que os resultados do meu trabalho fiquem com outra pessoa. Está claro esse ano que trabalhamos pensando no futuro, em resultados da próxima temporada. Vai ser uma grande decepção se eu perder aquilo pelo qual eu trabalhei”, encerrou.

Se isso acontecer será o troco, pois Kubica perdeu a vaga para Sirotkin nesse ano.


Superar Stroll seria obrigação se estivesse na Williams por mais tempo. É mais veloz, mas na corrida o péssimo conjunto inglês deixa o russo na mão. Sirotkin também não mostrou grandes credenciais a não ser o dinheiro. Estava no momento certo na hora errada. Não fará falta na categoria. Equipe pequena é um matadouro e só busca formas de sobreviver (leia-se dinheiro). É isso que a Williams virou, infelizmente.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 383 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 302 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 251 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 237 pontos
5 - Max Verstappen (Red Bull) - 234 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 158 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 69 pontos
8 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 58 pontos *
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 55 pontos
10- Fernando Alonso (McLaren) - 50 pontos
11- Esteban Ocon (Racing Point) - 49 pontos *
12- Carlos Sainz Jr (Renault) - 45 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 35 pontos
14- Charles Leclerc (Sauber) - 33 pontos
15- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 29 pontos
16- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 12 pontos
17- Marcus Ericsson (Sauber) - 9 pontos
18- Lance Stroll (Williams) - 6 pontos
19- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 4 pontos
20- Sergey Sirotkin (Williams) - 1 ponto

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 620 pontos
2 - Ferrari - 553 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 392 pontos
4 - Renault - 114 pontos
5 - Haas Ferrari - 90 pontos
6 - McLaren Renault - 62 pontos
7 - Racing Point Force India Mercedes - 48 pontos *
8 - Sauber Ferrari - 42 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 33 pontos
10- Williams Mercedes - 7 pontos

* Com a venda da Force India, a equipe foi rebatizada de Racing Point Force India e teve a pontuação dos construtores zerada. No entanto, os pilotos mantiveram os pontos que conquistaram até o GP da Hungria, quando a equipe era Force India.

TRANSMISSÃO