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domingo, 2 de abril de 2023

VÁRZEA

 

Foto: Dan Istitene/Getty Images

O problema de um carro muito dominante sem algum adversário qualificado para desafiá-lo é que, como o Lucas Carrano sempre pontua no Sexto Round, a falta de possibilidade de derrota afasta o público porque os resultados são óbvios.

Imagine isso de madrugada. Pois bem, a Mercedes até tentou dramatizar as situações com as boas largadas de Russell e Hamilton, que assumiram as primeiras posições. Verstappen, inexplicavelmente comedido por frear cedo demais na curva 2, era o terceiro e tinha muito a perder. O longo prazo é sempre mais efetivo.

Aí na primeira volta já teve problema. Leclerc foi atropelado por Stroll e ficou fora. Primeiro Safety Car e mais azar para o monegasco que a cada prova que passa vira o Jean Alesi moderno. Relargada. As coisas não mudam muito, mas uma pancada começa a mudar algumas coisas.

Albon, que fazia bom final de semana, bateu forte e sujou bastante a pista, além de estar numa posição perigosa. A primeira bandeira vermelha, logo na volta 7. Quer dizer, antes era Safety Car. Russell parou, Hamilton não. Estratégias diferentes para tentar lutar contra a Red Bull. Bandeira vermelha. Russell se ferra injustamente. Poder mexer em tudo nessas circunstâncias é uma palhaçada, uma das várzeas do regulamento da FIA.

Russell teve mais o que lamentar porque o motor Mercedes de seu carro estourou, o que é um histórico raro na equipe. O problema é que dali em diante a corrida ficou insuportável. Com a bandeira vermelha, todo mundo ficou na mesma estratégia. Algumas disputas soltas e nada demais. Verstappen abria para Hamilton, que controlava Alonso, que controlava Gasly, que brigava com Sainz e Stroll, enquanto Pérez ficava preso atrás de Norris, com um pelotão com Ocon e o resto brigando de foice no escuro.

Tamanha chatice, na madrugada, juntando com meu cansaço vindo da viagem de Caxias me fizeram apagar no sofá. Acordei achando que a corrida já tinha terminado, mas, sem entender nada, vi uma bandeira vermelha faltando duas voltas. Bandeira vermelha faltando duas voltas é sacanagem. Encerra a corrida logo. Não há constrangimento em terminar uma prova com as amarelas, igual na Indy. Não estão copiando tudo dos americanos?

Tentaram remendar um erro usando um regulamento ridículo para evitar outro constrangimento. Aliás, como o Magnussen conseguiu ir reto no muro? Era para bandeira vermelha? Perguntas que podem ser e não ser respondidas. 

O final de semana já mostrava inúmeras barbeiragens na F2 e F3, estreantes no traçado australiano, e a F1 não poderia ficar de fora. Se na largada já acontece algo, imagina numa relargada que define a prova nas voltas finais? Dito e feito. Sainz atropela Alonso, que perderia o pódio. As Alpine se batem, melhorando o clima amistoso entre os compatriotas Ocon e Gasly. Sargeant esquece de fazer a curva, tal qual Salvino, e atropela De Vries. Um caos.

Aí, o tal regulamento que conseguiu ser minimamente coerente. Como aconteceram tantas coisas e o primeiro setor estava um caos, mais bandeira vermelha. Como o líder Verstappen (ele e Hamilton ilesos) não tinha completado a volta então, na prática, aquele caos todo não valeu. Uma pena que os abandonos e barbeiragens não poderiam ser desfeitos.

Ou seja: quem se ferrou nesse caso foram Sainz, punido com cinco segundos, e as Alpine. Com uma volta restante e impossível de relargar, a F1 optou pelo óbvio que deveria ter escolhido antes: terminar com as amarelas ou, no caso, o Safety Car.

Três pódios seguidos de Alonso, mais um com sustos e emoção, algo inédito desde 2013. O primeiro de Hamilton e da Mercedes no ano, mostrando que o carro não é tão ruim quanto as declarações querem induzir. Não há milagre, mas sim uma boa notícia. Primeiros pontos da difícil McLaren e do dono da casa Piastri na carreira. Hulkenberg nos pontos também, assim como Zhou e Tsunoda. Portanto, todas as equipes já pontuaram em três etapas. Pior para Alpine e Ferrari, que saíram zeradas, assim como a Williams.

A Red Bull está em outro patamar, Mercedes, Aston Martin e Ferrari vem para a briga de segundo posto e o resto é resto. O mais importante é mostrar como a FIA está espetacularizando decisões ridículas que ferem a competitividade do esporte, ao mesmo tempo que se importa com idiotices que matam a essência da categoria. Safety Car e bandeira vermelha em tudo é falta de bom senso, mas a preocupação dos caras é encaixar mais uma corrida dos EUA no calendário e proibir piercing de piloto e os mecânicos na grade na hora da bandeirada.

A F1 que conhecíamos está definhando. 

Confira a classificação final do GP da Austrália:


Até!

sexta-feira, 31 de março de 2023

CORUJÃO MOLHADO AUSTRALIANO

 

Foto: Clive Mason/F1


Albert Park, Melbourne, Austrália. A grande novidade desta temporada é a estreia da F2 e da F3 em solo australiano. Setup desconhecido promete grandes emoções. Já tivemos alguns acidentes no treino da F3, onde o brasileiro Gabriel Bortoleto, pupilo da Fênix Alonso, fez a pole.

Talvez o brasileiro tenha sido agraciado pela sorte, pois haviam pilotos mais rápidos para completar a volta, mas um acidente na última curva encerrou de vez o treino. Há talentos por aí. Enzo fez um bom treino livre e a tendência é que o brasileiro evolua. Ele precisa, afinal a cobrança da Red Bull é pesada, como nós conhecemos.

E a F1? Bem, vemos a dominância inabalável da Red Bull e a Aston Martin aparentemente bem. Por falar em aparentemente, a Mercedes parece um pouco acima da Ferrari. Escrevo isso antes do TL2, entrando na madrugada. Um horário que me deixa animado para produzir, confesso.

O TL2 foi prejudicado por alguns pingos de chuva. Um treino onde geralmente o pessoal corre com menos gasolina e também prioriza as voltas rápidas além do stint de corrida. Com muitas retas, há muito tráfego. Diversos pilotos estão sendo atrapalhados uns pelos outros, o que pode fazer a diferença numa classificação. Pérez, por exemplo, não conseguiu completar voltas limpas utilizando o pneu mais macio. Assim, Alonso foi o mais rápido da sessão.

No entanto, a grande notícia negativa (para variar) é mais uma bizarrice da FIA: do nada eles resolveram proibir os mecânicos de subirem na grade na hora da bandeirada, visando a “segurança” de todos. Tipo, isso é uma tradição que existe desde que a F1 é F1. Grandes imagens históricas foram filmadas e registradas com a vibração dos mecânicos com as vitórias, pódios ou meros pontos de seus pilotos.

Mas claro, a FIA tem essas preocupações estéticas e outras idiotices como a posição do carro no grid ou o piercing do Hamilton. Ah, e a emocionante série da Netflix, é claro. E a competitividade na categoria nada, né? Ah, esqueci que o importante é encher de corridas nos EUA. É o suficiente.

Enquanto não chegarmos na Europa, tudo indica que a F1 mantém a hierarquia tradicional. Com mais retas e menos chicanes, vamos ver se Albert Park produz o entretenimento que sempre foi tradicional nas aberturas de temporada ou essa mudança matou a emoção do circuito de vez.

Confira os tempos dos treinos livres:




Até!

quinta-feira, 30 de março de 2023

GP DA AUSTRÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Austrália entrou no circo da F1 em 1985. Foi disputado nas ruas de Adelaide até 1995, quando foi substituído pelo circuito de Albert Park, que é palco do GP até os dias atuais. Em virtude do Covid, a etapa não aconteceu em 2020 e 2021, retornando ao calendário em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Charles Leclerc - 1:20.260 (Ferrari, 2022)
Pole Position: Charles Leclerc - 1:17.868 (Ferrari, 2022)
Último vencedor: Charles Leclerc (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (2000, 2001, 2002 e 2004)

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 44 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 43 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 30 pontos
4 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 20 pontos
5 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 20 pontos
6 - George Russell (Mercedes) - 18 pontos
7 - Lance Stroll (Aston Martin) - 8 pontos
8 - Charles Leclerc (Ferrari) - 6 pontos
9 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 4 pontos
10- Esteban Ocon (Alpine) - 4 pontos
11- Pierre Gasly (Alpine) - 4 pontos
12- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto
13- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 87 pontos
2 - Aston Martin Mercedes - 38 pontos
3 - Mercedes - 38 pontos
4 - Ferrari - 26 pontos
5 - Alpine Renault - 8 pontos
6 - Alfa Romeo Ferrari - 4 pontos
7 - Haas Ferrari - 1 ponto
8 - Williams Mercedes - 1 ponto

FORA DO PÁREO

Foto: AFP

Para Toto Wolff, o objetivo da Mercedes em 2023 é semelhante ao de 2022: tentar ganhar ao menos uma corrida. Disputa pelo campeonato? Fora de cogitação.

O chefão da Mercedes, inclusive, não descarta copiar o carro da Red Bull para melhorar, nem que para isso também seja necessário colar um adesivo de touro.

Mas por quê a Mercedes segue tão atrás e com evolução tímida? A equipe, segundo George Russell, se deixou enganar pela vitória em Interlagos e manteve o desenvolvimento dos conceitos do W13 para o W14. Ou seja: sidepods estreitos, mas o problema inesperado do porpoising basicamente jogou os alemães para serem a terceira força, ou a quarta em 2023, considerando a ascensão da Aston Martin.

“Fizemos apenas duas corridas. Mas é realista [dizer] que estaremos brigando na frente quando se olha para o tamanho da diferença [para a Red Bull]? Não, não é. Vamos dar o máximo e ver o que acontece.

“Conseguimos ganhar muito terreno ao longo da temporada passada. Fomos chegando cada vez mais perto da Red Bull e fomos capazes de competir por vitórias no final. Acho que esse será o nosso objetivo para este ano”, disse Wolff.

Há verdades aí, mas também a velha tática de que, caso a Mercedes consiga "superar a meta", seria um caso heróico da equipe e dos pilotos. Nunca é demais lembrar que Russell e Hamilton é a melhor dupla do grid e uma equipe octacampeã de construtores não desaprende de um regulamento novo para o outro. Muito cuidado com as entrelinhas e as armadilhas jogadas através da imprensa.

EVOLUÇÃO E PRESSÃO

Foto: Red Bull Content

Apesar do futuro nebuloso tanto da equipe quanto dos pilotos, o chefão Franz Tost elogia o início de temporada de Yuki Tsunoda. Na terceira temporada no time, é agora que o jovem japonês assume a responsabilidade de ser o líder da equipe, após Pierre Gasly ir para a Alpine. Apesar do desempenho consistente, Tsunoda e o time ainda não pontuaram no ano. O japonês foi o 11° nas duas corridas até aqui.

“Yuki deu um grande passo à frente. Não apenas do lado da pilotagem, mas também do lado técnico. O feedback técnico dele é muito bom e devo dizer, também, que suas atuações foram competitivas. Acho que ele tirou o máximo proveito do carro”, disse Tost.

Apesar das palavras elogiosas, o clima interno não é tão bom, visto que Helmut Marko coloca o futuro dele e de Nyck De Vries em prova, sem contar que a equipe pode ser vendida por não dar tantos resultados, gerar gastos e a mudança administrativa da Red Bull após a morte de Dietrich Mateschitz.

Dar tanta responsabilidade para um jovem que ainda não se provou é perigoso. Além disso, colocar um estreante de quase 30 anos, junto a um processo de possível fim da equipe satélite mostram como a Alpha Tauri está sem rumo. Sem talentos emergentes surgindo da F2, realmente é caso para se pensar se há sentido continuar com esses moldes na F1.

TRANSMISSÃO:
30/03 - Treino Livre 1: 22h30 (Band Sports)
31/03 - Treino Livre 2: 2h (Band Sports)
31/03 - Treino Livre 3: 22h30 (Band Sports)
01/04 - Classificação: 2h (Band e Band Sports)
02/04 - Corrida: 2h (Band)


terça-feira, 28 de março de 2023

ENTRE O PRESENTE E A MELANCOLIA

 

Foto: Getty Images

Albert Park sempre vai ser a abertura do ano. Não tem como, já escrevi isso algumas vezes e mantenho essa melancólica lembrança misturada aos meus humores do momento.

Primeiro porque era fascinante olhar uma corrida de madrugada. Ok, antigamente o GP era mais cedo. Lembro que era logo depois do Jornal da Globo. Tinha aquela ideia do “horário proibido”, ainda mais para crianças.

O tempo foi passando e sempre foi mantido o ritual que, aliás, tinha a companhia da Malásia. Nada mais início de ano real do que essas duas corridas e o mistério e perseverança de uma criança que briga contra os próprios instintos para assistir o que gosta.

O tempo foi passando e nada mudou. Como já citado nos ritos de passagem, o que variou, na verdade, foi a minha vida. Colégio, faculdade, mas acredito que há, no meio do caminho, um ponto de ruptura.

A pandemia.

Era uma quinta, 12 de março de 2020. Mais um começo. No ano anterior, a bomba que foi a morte de Charles Whiting às vésperas da abertura da temporada. Mal poderia imaginar...

Algo poderia ser diferente porque não conseguiria cumprir o ritual de assistir todos os treinos. O motivo? Naquela quinta-feira, simplesmente teria um Gre-Nal à noite. Não era um jogo qualquer, mas sim o primeiro Gre-Nal da história na Copa Libertadores. Um grande evento.

Naquela semana, os indícios de que a Covid era algo sério já tinham sido sentidos, noticiados e anunciados. No dia anterior, a NBA suspendeu os jogos após um atleta contrair o vírus. A notícia de que Tom Hanks também tinha testado positivo assustava porque não era só com os mortais. Os ricos e famosos estavam a perigo da mesma forma.

Enfim, o ponto de ruptura foi descobrir que os treinos tinham sido cancelados porque um mecânico da McLaren também testou positivo, quase no início da sessão. Posteriormente, o resultado que todos sabiam.

Vocês já sabem de tudo: a pancadaria no clássico e os desdobramentos da Covid no mundo e na nossa sociedade.

Eu paro e penso que, obviamente, nada foi igual depois daquilo. Não só justamente pela obviedade, mas sim pelas consequências: o retorno da Austrália em outro momento do calendário e mudanças pessoais.

Ali foi interrompido um momento de ascensão profissional que eu vivia. Três anos depois, me sinto fisicamente melhor, um pouco mais seguro de mim, mas ao mesmo tempo frustrado e ressentido com a vida em geral. A F1 é um dos poucos escapes dessas realidades que me atormentam e estão me levando para a autodestruição. A questão é que isso vai estourar a qualquer momento, mais cedo do que tarde.

Enfim, escrevo isso após outra pancadaria futebolística na semana de mais uma corrida na Austrália. No meio do caminho, uma provável viagem para Caxias, a trabalho. Participar de uma final de campeonato. Estaria mais feliz e deslumbrado em 2020. O ressentido 2023 apenas está preparado para mais um dia no escritório. Agradecido, é verdade, mas sem aquela vibração de outrora, em constante descolamento do universo.

Até!

domingo, 10 de abril de 2022

AVASSALADOR

 

Foto: Peter J. Fox/Getty Images

Fazia tempo que não via a Ferrari dominar uma corrida do início ao fim sem ser incomodada, sem correr riscos. Desde os tempos de Schumacher e também os dois anos que Massa e Raikkonen brigaram pelos campeonatos, em 2007 e 2008. Nem mesmo o Safety Car e a rápida ameaça de Max foram algo digno de algum drama.

Charles Leclerc vence a quarta corrida na carreira e a segunda no ano, liderando de ponta a ponta e fazendo a volta mais rápida, além da pole. É um início avassalador. Ele não dá chances a ninguém. Como Galvão Bueno sempre fala: o piloto bom é aquele que na hora decisiva mostra o que sabe. Leclerc, desde o surgimento, sempre foi um prodígio. Agora, maturando, parece mais próximo do que imagina para encontrar a glória eterna (além da Libertadores, é também a F1).

O contrário é Carlos Sainz. Fui um dos que bradou aos quatro cantos que o espanhol seria páreo duro por ter temporadas consecutivas de excelência. De novo, como diz Galvão: "fazer graça no meio do grid é fácil, difícil é ter consistência na pressão de disputar um campeonato". Sainz teve um péssimo final de semana. Teve azar no sábado e no domingo errou, ficou fora. O espanhol vai sentir ainda mais a pressão de ser Ferrari porque agora menos que a dobradinha será considerado um fracasso. 

Sainz antecipa um drama que a Ferrari "viveria": no fim das contas, o espanhol será o escudeiro de Leclerc. Não aproveitou a chance e, mesmo em três corridas, pode-se escrever que é tarde para alcançar um talento como o monegasco.

A dificuldade também está no carro número um. Max Verstappen. Brigando com o bólido, tentou de tudo para pressionar Leclerc mas não há carro suficiente para a briga. E nem motor ou combustível. Com dois abandonos em três corridas, a Red Bull sofre com a confiabilidade e pode ficar fora da briga mais cedo que imaginava. Numa F1 que quebrar é raro, 36 pontos a menos é um pecado. Dá tempo de recuperar? Com a Ferrari nesse nível, começa a parecer improvável, mesmo que falte vinte corridas. Aposto que Adrian Newey lembra desse carro da mesma forma que lembra a McLaren de 2005: velozes e inconfiáveis.

Por outro lado, Pérez parece mais competitivo e conseguiu o primeiro pódio no ano. Está mais perto de Verstappen e parece ser mais importante para o time nesse ano, além de mais ajustado ao novo carro. Um piloto muito útil. 

A Mercedes parece muito distante nas voltas lançadas pelo motor deficitário de potência e a dificuldade em aquecer os pneus, mas o ritmo de corrida é consistente. Os pneus duram mais, ao contrário da Red Bull, o que permitiu disputas com Pérez. A Mercedes não está no meio do pelotão e sim estabelecida como terceira força. Se a Red Bull e Sainz bobearem, eles estarão lá. Foi o caso. Russell teve sorte de um Safety Car surgir e conseguiu o primeiro pódio em uma corrida, superando Hamilton que tinha ritmo superior. O caminho é longo, mas os alemães estão na briga, hein? Não descartem eles!

A McLaren evoluiu desde a segunda etapa e retomou o padrão do ano passado. Norris foi perfeito e Ricciardo fez os primeiros pontos no ano diante da massa australiana. Entra de vez no bolo do pelotão intermediário, buscando os ajustes no decorrer da temporada. É uma parada dura, mas hoje foi um sinal positivo de reação.

Esteban Ocon foi regular e mesmo assim é o cara que traz pontos para a casa na Alpine. Dessa vez a culpa é da ex-Renault e a crueldade que fizeram com Don Alonso, o injustiçado do final de semana. Brigaria pela pole até o carro apagar. Uma estratégia equivocada de demorar a parar fez o espanhol desperdiçar uma grande oportunidade. Carro tinha, faltou visão e confiabilidade, menos para o francês.

Bottas conseguiu dois pontos importantes para a Alfa Romeo mas o nome da corrida foi Alexander Albon. Em uma estratégia quase suicida, conseguiu render 57 voltas com o pneu duro, parando na última e garantindo o décimo lugar, largando de último! Soube se beneficiar das circunstâncias da corrida, no agitado e remodelado Albert Park (viva as britas! mesmo mais rápida, ainda é difícil ultrapassar por lá, mas é um circuito belíssimo!) e traz um ponto importante para a Williams.

Fica cada vez mais claro que Latifi não consegue domar os carros da nova F1, assim como Stroll. Duas chicanes ambulantes. Não é surpresa, mas são os dois que bancam as equipes que guiam, então reclamar não vai adiantar nada.

Definitivamente a pior equipe do grid é a Aston Martin. Não adianta investimento maciço se não for nas áreas certas. Vettel estreou na temporada e parecia ainda com sequelas do covid, brincadeiras à parte: bateu o final de semana todo. Faz tempo, mas nem parece que o alemão é um tetracampeão mundial. Inacreditável o processo de decadência estabelecido pelo alemão. Virou uma chicane ambulante, quando Galvão falava sobre Villeneuve e Coulthard no final da carreira. Assim como Stroll, só sai quando quer, porque é acionista, mas vou dar um desconto: estreando e se recuperando da covid, Vettel precisa de tempo.

A Ferrari e Charles Leclerc começam o ano num ritmo avassalador, sem brechas para a concorrência. Com a Red Bull inconfiável e a Mercedes ainda distante de uma briga igualitária, pode parecer precoce mas a sensação é que os italianos talvez estejam mais próximo do ouro do que eles imaginavam...

Confira a classificação final do GP da Austrália:


Até!

sexta-feira, 8 de abril de 2022

MAIS UMA AMOSTRA

 

Foto: Bryn Lennon/F1/Getty Images

É estranho ver o agora remodelado circuito de Albert Park não ser sinônimo de início de temporada, e sim a terceira corrida do ano. São os novos tempos.

Os novos tempos também seguem a todo vapor na hierarquia do novo regulamento da Fórmula 1. Nos treinos livres dessa madrugada, algo inédito para nós desde 2019, a mesma tônica: Ferrari e Red Bull.

O circuito favorece os italianos. As retas não são tão longas e privilegia o conjunto mais equilibrado, no caso o ferrarista. Leclerc tem a chance de continuar ditando as regras, mas é claro: treino é uma coisa, ritmo de corrida é outra. O que não se esconde é a animação na manutenção da Ferrari entre os ponteiros.

Max teve dificuldades para encaixar uma volta limpa, seja pelo tráfego ou por erros próprios. Ainda assim, mesmo que tudo se alinhe, a Ferrari parece ter a vantagem nesse final de semana. A conferir se resulta isso em uma vitória.

A Alpine, a princípio, desponta como a terceira força, com Alonso muito forte. Aparentemente, a Mercedes esconde o jogo e faz testes, tudo isso para saber se é a terceira força isolada ou consegue algo além, talvez algo aquém também. Mistério.

O meio do pelotão segue a mesma briga encarniçada de sempre, com o acréscimo da McLaren, que consegue ser mais competitiva desde a estreia. Finalmente tivemos a estreia de Vettel na temporada, mas por pouco tempo: problemas no motor Mercedes e o grande momento do tetracampeão foi passear de moto pela pista para voltar aos boxes.

Na ainda nova F1 que estamos nos acostumando, Albert Park nos mostra mais uma amostra dos novos tempos: Ferrari contra Red Bull e Melbourne de cara nova, sendo a terceira corrida do ano. É o tempo...

Confira a classificação dos treinos livres:




Até!


quarta-feira, 6 de abril de 2022

GP DA AUSTRÁLIA: Programação

 O Grande Prêmio da Austrália entrou no circo da F1 em 1985. Foi disputado nas ruas de Adelaide até 1995, quando foi substituído pelo circuito de Albert Park, que é palco do GP até os dias atuais, sempre abrindo a temporada da F1 nos últimos 22 anos (exceção de 2006 e 2010). Em virtude do Covid, a etapa não aconteceu nos dois últimos anos, retornando ao calendário em 2022.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:24.125 (Ferrari, 2004)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:20.486 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Valtteri Bottas (Mercedes)

Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (2000, 2001, 2002, 2004)


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 45 pontos

2 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 33 pontos

3 - Max Verstappen (Red Bull) - 25 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 22 pontos

5 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 16 pontos

6 - Esteban Ocon (Alpine) - 14 pontos

7 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 12 pontos

8 - Kevin Magnussen (Haas) - 12 pontos

9 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 8 pontos

10- Lando Norris (McLaren) - 6 pontos

11- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 4 pontos

12- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 4 pontos

13- Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

14- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 78 pontos

2 - Mercedes - 38 pontos

3 - Red Bull RBPT - 37 pontos

4 - Alpine Renault - 16 pontos

5 - Haas Ferrari - 12 pontos

6 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

7 - Alpha Tauri RBPT - 8 pontos

8 - McLaren Mercedes - 6 pontos


CULTURA FERRARI
Foto: Reprodução/Ferrari


Em entrevista ao jornal alemão Bild, o chefão Mattia Binotto discorreu sobre o início de temporada positivo da Ferrari. Conquistando 78 dos 88 pontos possíveis, liderando o campeonato de pilotos (Leclerc) e construtores, além de quebrar um tabu de quase três anos sem vitória, Binotto está satisfeito.

No entanto, em meio a empolgação e a esperança da equipe ferrarista sair da fila, Binotto também disse que esse é um processo contínuo, iniciado nos últimos anos e que ainda precisa de muitos reparos. O chefão, mais do que tudo, deseja reconstruir e representar a "cultura Ferrari", da única escuderia presente na categoria desde 1950 e sem dúvidas a mais midiática e vencedora da história da F1.

"Grandes projetos levam anos, e foi uma longa jornada que ainda prossegue. Ainda existe muita coisa a fazer e melhorar. Queremos trazer de volta a cultura Ferrari no time, é isso que nos constrói. Somos os que sempre estiveram na F1 e o time de maior sucesso na história. É isso que representamos”, disse.

Ferrari sempre será Ferrari, simples assim. Tal qual um clube de futebol de massa, as hipérboles sempre estarão presentes, seja para o bem ou para o mal. A pressão sempre vai existir. O início de ano é uma ótima resposta a muitas temporadas decepcionantes. 

Isso acende uma esperança e também a pressão de finalmente quebrar o tabu dos títulos de pilotos (2007) e construtores (2008) para que, enfim, o alto investimento seja justificado. Caso o objetivo seja alcançado, a pressão não vai parar, porque o foco será manter uma possível hierarquia no grid. Ferrari é Ferrari.

SEM CHANCE
Foto: Motor Sport Magazine

No final de semana que marca o retorno da Austrália ao calendário da F1, uma sede outrora tradicional também teve o nome ventilado, ainda mais agora que a F1 se expande cada vez mais.

Realizada entre 1999 e 2017, quando optou por não renovar o contrato, o GP da Malásia está longe de retornar à F1, ao menos é o que falam as fontes oficiais.

O país foi o primeiro do Oriente Médio a adentrar o calendário, mas hoje os planos são outros. É o que explica o diretor executivo Azhan Shafriman Hanif, em entrevista para a agência malaia Bernama.

"Precisamos olhar para o quadro geral de forma holística, de como a F1 pode beneficiar não apenas a empresa, mas a Malásia em termos de marca, capacidade de fornecer oportunidades de emprego, desenvolvimento de talentos e outros.

Então, quando pagamos relativamente alto pelos direitos de organizar a corrida, o retorno tem de ser alto no geral, e não apenas no aspecto do circuito”, disse.

No entanto, o diretor executivo não fechou totalmente a porta, acreditando ser possível a realização da corrida no país caso haja interesse da F1 e o apoio do setor privado em parceria com o governo malaio.

O ministro do esporte, Datuk Seri Ahmad Faizal Azumu, disse que está disposto a receber a ajuda das empresas para que Sepang volte a F1. Atualmente, o circuito segue recebendo à Moto GP.

É uma pena. Sepang é com certeza um dos melhores circuitos e nunca deveria ter saído da F1. Além da boa estrutura, o clima semelhante ao de Manaus torna tudo indefinido. Com quase 25 corridas, chega a ser um absurdo as ausências de Sepang e Mugello mas calma, ainda dá tempo de colocar mais duas corridas nos Estados Unidos...

TRANSMISSÃO:
08/04 - Treino Livre 1: 0h (Band Sports)
08/04 - Treino Livre 2: 3h (Band Sports)
09/04 - Treino Livre 3: 0h (Band Sports)
09/04 - Classificação: 3h (Band e Band Sports)
10/04 - Corrida: 2h (Band)

terça-feira, 5 de abril de 2022

SOBRE RUPTURAS E RECOMEÇOS

 

Foto: Visit Melbourne

Coincidência ou não, as últimas edições  do Grande Prêmio da Austrália bateram com alguns acontecimentos interessantes da minha vida pessoal e profissional.

Voltando para 2019, o ano da última corrida. O início da temporada, tradicional. Dias antes, a morte repentina de Charlie Whiting, o diretor geral, o braço direito de Bernie Ecclestone. Aí surge a figura de Michael Mais na F1.

Mas, pra falar a verdade, não lembro de nada desse final de semana. Certamente assisti os treinos livres na madrugada e o classificatório, mas não tem nada na mente. O que lembro daquele final de semana foi a formatura de um amigo que fui, na tarde de sábado. Entre a colação de grau e a festa, iniciada no início da noite, curti bastante e bebi muito, até lembrar que deveria ir para casa descansar. No dia seguinte, faria meu primeiro grenal como narrador na Galera.

E tinha a corrida, é claro. Cheguei em casa, cansado e a ideia era tirar uma soneca e acordar na hora do jogo. A realidade: liguei a TV nas voltas finais, só lembro que Bottas venceu. E no dia seguinte fiz meu primeiro grenal, no período do GP da Austrália.

2020. A F1 voltava na tradicional quinta feira, mas não era uma quinta feira qualquer. Era uma quinta feira de grenal na Libertadores, histórico, o primeiro da história na competição. E lá estava eu, na Arena, naquela quinta feira. Era óbvio que não assistiria os treinos livres, mas naquela altura não era o mais importante. Também foi o dia que nasceu a minha prima, Maria Flor.

Naquele dia, já estava tudo confirmado que haveria uma pausa na outra semana em virtude do surgimento do tal Covid, que na época me parecia mais uma gripe suína do que uma pandemia devastadora. Lembro que enxergava como “frescura” não se cumprimentar e ficar próximo, entre outras coisas. Foi o último jogo com 60 mil pessoas que fiz e as informações eram avassaladoras.

Tudo ia parar, a NBA ia parar, pessoas famosas diagnosticadas. E um Grenal e a Fórmula 1 no meio do caminho. A F1, em Melbourne, estava pronta para começar os trabalhos, sempre na própria bolha e ignorando o mundo. Naquela noite, além do jogo, voltar tarde pra casa sabendo que era uma ruptura o que estava acontecendo, li que a F1 foi cancelada porque um funcionário da McLaren estava com covid.

Dali em diante, o mundo parou, mais precisamente na segunda feira seguinte. Portanto, faz quatro anos que não assisto uma corrida da Austrália ao vivo. Se me lembro? Só lendo no blog para recordar, confesso. Dessa vez, o grenal já passou e o máximo que vai acontecer é o UFC de sábado junto com a corrida, na mesma madrugada. Domingo, faço um concurso. Talvez faça a estreia do Grêmio na Série B na tarde de sábado mas enfim, outra vez todas essas questões se misturam.

O GP da Austrália nos últimos anos representou histórias e rupturas na vida pessoal e profissional. Agora, em 2022, com o retorno, as coisas estão diferentes. Estamos buscando uma normalidade mas certamente somos pessoas diferentes, obviamente. Estamos recomeçando, assim como a corrida em Melbourne, que reformou o traçado para ter mais possibilidades de ultrapassagem.

Passado, presente, futuro, histórias pessoais e profissionais. De certa forma, ao pisar em Melbourne nessa semana, talvez seja um passo quase definitivo de que a normalidade, embora com suas diferenças, foi retomada quase que de fato.

Até!


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

ANO NOVO, VELHOS PROBLEMAS

 

Foto: McLaren

A virada do ano não fez desaparecer os problemas do passado. Pelo contrário. A F1 já muda o calendário que, a princípio, será o mais extenso da história.

E vai começar uma semana mais tarde que o normal. Em virtude da Austrália exigir uma quarentena de duas semanas e uma biosfera para quem vai ao país, isso fez com que fosse inviável nesse momento a ida da F1 para lá. A corrida foi adiada para o final da temporada, mais precisamente para o dia 21 de novembro. Desde Adelaide que a corrida australiana não ia para o fim do ano.

A abertura da temporada será, portanto, no Bahrein, mas a data foi mantida: 28 de março. Será a terceira que a corrida de Sakhir começa o ano. Como efeito dominó, toda a logística foi modificada.

A pré-temporada, que seria na Espanha no início de março, será também no Bahrein, entre os dias 11 e 14 de março. A única vez que o país sediu esses treinos havia sido em 2014.

O coronavírus também provocou outras mudanças no calendário. A China pediu adiamento da corrida mas, a princípio, vai ficar fora da temporada de novo. Para o seu lugar, no dia 18 de abril, a F1 confirmou mais uma edição do GP de Emília Romagna, em Ímola, a segunda corrida do ano.

A terceira corrida, no dia 9 de maio, ainda não foi oficialmente anunciada. Como o espaço é de uma semana, parece ser improvável que seja em outro continente. Portanto, Vietnã está fora sem sequer existir. Provavelmente teremos o retorno do GP de Portugal, em Portimão.

Com o GP da Austrália sendo remanejado para 21 de novembro, isso provocou efeito-dominó em outras duas etapas: O GP de São Paulo, em Interlagos, foi antecipado para 7 de novembro, uma semana antes do original. 

As corridas finais foram empurradas: Arábia Saudita (que sequer tem um layout do circuito ainda) será dia 5 de dezembro e Abu Dhabi encerra os trabalhos no dia 12/12. A temporada mais longa da história começa e termina uma semana depois do previsto.

Sinceramente? Já disse que esse tanto de corrida é demais e desvaloriza a importância do espetáculo de um evento de Fórmula 1. Sobre os circuitos, podiam tirar Paul Ricard, Barcelona, Sochi, Arábia Saudita e Abu Dhabi de uma vez. Como isso não vai acontecer, poderiam ter colocado Mugello e Istambul ao invés de Ímola e Portimão, mas é o que tem pra hoje.

De resto, aguardamos os lançamentos dos carros e uma última informação: agora todos os treinos livres vão ter uma hora de duração. Menos tempo para treinar, mas convenhamos: o pessoal mal vai para a pista. Acho que todos ganham.

Ano novo, velhos problemas e soluções nem tão inéditas assim.

Até mais!

quinta-feira, 12 de março de 2020

O ÓBVIO

Foto: Getty Images
Jogos da Champions League com portões fechados. Na América do Sul, alguns países já suspenderam as atividades esportivas e aglomerações. Jogadores de futebol estão com o Covid-19. Na NBA, um jogador contraiu o coronavírus e a temporada está suspensa. O ator Tom Hanks e a esposa também anunciaram que estão doentes.

É um efeito dominó bem evidente. Quase tudo está sendo ou adiado ou, por estar em cima da hora, sendo feito sem a presença de público, fazendo com que as pessoas fiquem em casa, querendo elas ou não (vide a quarentena na Itália e China).

Na Austrália, oito pessoas sentiram-se mal e foram testadas. Apenas um membro da McLaren foi diagnosticado com o coronavírus. Diante disso, a equipe inglesa anunciou que estava fora da corrida.

Na coletiva de imprensa, Hamilton e Vettel se mostraram incomodados com o clima de estranha normalidade. Mesmo diante dos acontecimentos, o dinheiro e os negócios insistem em algo que não há clima algum para acontecer. Interessante dois campeões mundiais externarem esse tipo de pensamento, que qualquer um com bom senso deveria ter.

Pois bem. Segundo reportagem do Motorsport, a corrida será cancelada em um anúncio mais tarde. O fato de alguém da McLaren ter coronavírus além de outros membros das equipes terem sintomas e estarem em quarentena criou um clima desconfortável, onde a maioria das equipes afirmou a FIA que não querem correr. A decisão será oficializada mais tarde.

Repetindo: é o óbvio. Se para a OMS isso já virou pandemia, todos os cuidados devem ser tomadas. Isso é o mínimo e o máximo que precisa ser feito. O resto fica em segundo plano, bem como o futuro da categoria nesta temporada.

Até!

segunda-feira, 18 de março de 2019

COM AUTORIDADE

Foto: Getty Images
Em um morno GP da Austrália, o que vem sendo normal nos últimos anos (apesar da F1 estar morna também), Valtteri Bottas surpreendeu a todos e fez uma corrida excepcional, sem dúvidas a melhor da carreira. Decidiu logo na largada, quando deixou Hamilton para trás e não foi ameaçado em momento algum, chegando 20 segundos à frente. O inglês até teve um problema no assoalho, mas mesmo assim não seria o suficiente para parar o #77. De quebra, o finlandês anotou a volta mais rápida na penúltima e ganha mais um pontinho na abertura da temporada, em mais uma dobradinha da Mercedes. O pole só venceu uma vez nas últimas nove edições em Melbourne.

Fechando o pódio, Max Verstappen fez a Honda chegar lá depois de onze anos. A última vez havia sido com Rubens Barrichello no GP da Inglaterra. O RB15 mostrou que, como sempre, o ritmo de corrida é forte. O holandês mostrou coragem e talento ao não desperdiçar a oportunidade de ultrapassar Sebastian Vettel, com os pneus desgastados.

Aliás, tanto Hamilton quanto Vettel pararam cedo, fazendo um segundo long run muito longo. Pior para os vermelhos que, com o pneu macio, teve uma grande queda de rendimento. Leclerc, que parou depois, optou pelos médios. Com ritmo superior, poderia ter passado o alemão, se não fosse a ordem de Mattia Binotto para sossegar atrás e chegar em quinto. O lado amargo de ser piloto de Ferrari. No entanto, é importante mostrar serviço e deixar claro publicamente que foi impedido de brigar por forças nem tão ocultas assim.

Foto: EFE

Kevin Magnussen levou a Haas ao sexto posto. Grosjean poderia ter pontuado, mas a maldição dos boxes do ano pasasdo voltou a atacar. Parando mais cedo, Hulkenberg e Raikkonen seguraram o resto. Giovinazzi, que alargou a parada, prejudicou a boa estreia de Lando Norris, que demorou para se livrar do italiano e perdeu a chance de trazer bons pontos para a McLaren, até porque Sainz abandonou logo no início da corrida com problemas no motor Renault, que pareceu inferior e mais problemático que os da Honda até aqui.

Fechando o top 10, quem diria. Lance Stroll também se aproveitou do fato de Pérez ter parado cedo e garantiu os primeiros pontos da Racing Point. Kvyat se redimiu dos últimos anos e conseguiu segurar um decepcionante Pierre Gasly e garantir um pontinho para a Toro Rosso.

Robert Kubica finalmente reestreou na Fórmula 1 depois de oito anos do grave acidente de rali que sofreu. Todavia, sofreu um toque na largada e ficou muito distante de todo mundo, chegando a levar volta (ou quase isso) até do companheiro de equipe George Russell. Tudo bem que as lesões, limitações e o bom tempo inativo em um carro de F1 certamente o fariam ser mais lento que o jovem talentoso inglês, mas o que eu vi me deixou assustado, digno de lembrar Luca Badoer na Ferrari, dez anos atrás. Se a Williams está em outra rotação, uma Hispania com grife, Kubica parece estar em outra rotação em relação a própria equipe. Me pergunto se o polonês vai terminar a temporada por lá. Melhor esperar outras corridas.

Ricciardo teve a estreia na Renault prejudicada por ter ido na vala na largada e danificar o assoalho, abandonando. A Renault parece nunca estar pronta para o próximo passo. Ao menos serve de consolação o ótimo salário que o australiano irá receber nos próximos dois anos.

Bottas fez uma atuação assombrosa. A questão é saber se será esse piloto combativo e veloz de forma regular. A Ferrari, uma preocupante interrogação: como vai ser nas próximas etapas? Ninguém esperava, e talvez nós acreditamos demais na pré-temporada, mas a pulga atrás da orelha está ali: qual a verdadeira vantagem da Mercedes? Depende de cada característica de pista? Vale lembrar que Melbourne é completamente diferente de Barcelona. Perguntas inquietantes já na primeira corrida do ano.

Confira a classificação final do GP da Austrália:


Até!

sexta-feira, 15 de março de 2019

COMEÇOU

Foto: Mark Thompson/Getty Images
Os treinos da Austrália sempre são legais porque a saudade é grande. Até que foram sessões bem movimentadas. Afinal, é necessário ganhar quilometragem e se acostumar com o circuito australiano, que só funciona nessa época do ano.

Os treinos não dizem muita coisa, mas Lewis Hamilton foi o mais rápido em ambos. O inglês disse que a equipe está apenas seguindo o planejado de Barcelona e que há muito o que evoluir. Por outro lado, Bottas está satisfeito.

Quem se preocupa é a Ferrari e Vettel. Disse que a Mercedes estava "em seu próprio ritmo", como quem está muitos degraus a frente. A temperatura, a característica da pista e o asfalto são muito distintos entre Barcelona e Melbourne. Portanto, pode haver várias mudanças de acordo com o encaixe dos carros.

Ainda assim, todo mundo está escondendo o jogo e há bastante margem para melhora. Será que a Honda passou a Renault? Red Bull e Toro Rosso foram bem, um pouco melhor que os franceses.

Na parte de baixo estão McLaren e Williams. Os primeiros andaram sem gasolina para pegar as manchetes e patrocinadores e enfrentaram problemas nos treinos. O time de Grove já era esperado isso e assim vai ser o ano todo. Kubica ainda disse que evitava usar as zebras para não danificar o carro porque não há peças de reposição. É tudo precário.

Sendo assim, veremos o que o Albert Park nos proporciona nessa primeira etapa da temporada. Confira os tempos do TL1 e do TL2:




Até!

quinta-feira, 14 de março de 2019

GP DA AUSTRÁLIA - PROGRAMAÇÃO

O Grande Prêmio da Austrália entrou no circo da F1 em 1985. Foi disputado nas ruas de Adelaide até 1995, quando foi substituído pelo circuito de Albert Park, que é palco do GP até os dias atuais, sempre abrindo a temporada da F1 nos últimos 22 anos (exceção de 2006 e 2010).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:24.125 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:21.164 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (2000, 2001, 2002, 2004)

ANO NOVO, AMEAÇAS VELHAS

Foto: Getty Images
O Pacto de Concórdia encerra-se ano que vem. O futuro da categoria passa por uma nova renovação. Para isso, mudanças devem ser feitas. A Liberty negocia de um lado, as grandes equipes de outro. Sendo assim, se os interesses destas não forem atendidos, existe a possibilidade de debandada a partir de 2021. É o que diz Christian Horner, chefão da Red Bull.

Dietrich Mateschitz (dono da Red Bull) é apaixonado por esporte a motor, apaixonado por F1, está animado com a parceira dos motores da Honda e o potencial disso, mas é claro que a Fórmula 1 precisa entregar algo de volta pra marca Red Bull. Precisa ter um custo efetivo. As corridas precisam ser boas e precisamos estar abertos pra competir em um nível igual ao das equipes fabricantes. Acho que assim como todos nós, ele está esperando pra ver o que será a Fórmula 1 depois de 2020", avaliou.

Horner explicou que uma possível saída da equipe não seria por desmotivação por parte do dono.
"Nos dias bons e ruins, ele sempre apoiou muito, e investiu mais na F1 do que qualquer outra entidade. Duas equipes, um GP, mais toda a promoção que a Red Bull faz no mundo inteiro pra apoiar a F1. É enorme. Ele não faria isso se não acreditasse no esporte", pontuou.

O chefão da Red Bull também falou sobre as concorrentes diretas, Mercedes e Ferrari. Os alemães também estão envolvidos com a Fórmula E, enquanto que os italianos são de longe a marca mais lembrada quando o assunto é esporte a motor.

"A Mercedes pode focar na Fórmula E, porque acreditam que lá é mais em linha com o tipo de carro que vão fabricar. A Red Bull não precisa estar aqui, eles têm tanta publicidade das outras coisas que fazem. Não faria estragos. As pessoas acreditam que a Ferrari nunca pararia, mas a marca deles é tão grande que é difícil de diminuir. Eles poderiam tranquilamente fazer outra coisa no esporte a motor", finalizou.


É sempre o mesmo papo. Se não é do jeito que eu quero, tchau. Não duvido que a Red Bull faça isso, mas a Mercedes ganhando tudo com o regulamento na mão e a própria Ferrari eu duvido bastante. No fim das contas, acredito que vai sair algum acordo por aí, à forceps. Bernie faz falta nessas horas.


LIBERTY CULPA BERNIE POR DIFICULDADES EM RENOVAÇÃO COM AUTÓDROMOS

Foto: Getty Images

Greg Maffei, diretor-executivo do Liberty Media, também disse que o ex-dono da F1 não ajuda ao afirmar que os promotores pagam demais pelas corridas.Em janeiro, 16 dos 21 promotores das corridas da F1 assinaram um manifesto criticando a falta de comunicação e colaboração entre a Liberty e os organizadores dos eventos. Os casos mais alarmantes são Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e México. Em alguns deles, o problema é o financiamento público dessas etapas.

“Bernie fez um trabalho muito bom, indiscutivelmente um trabalho muito bom, e ele drenou os promotores. E nós sofremos muito, em parte porque somos público agora e eles podem ver os preços, e também em parte porque Bernie sugeriu a muitos deles que eles estavam pagando demais. O que também não ajudou”, disse Maffei em coletiva.

“É exacerbante que tenham governos tentando tirar subsídios, no México, em outros lugares ? na Espanha. Então isso cria alguns desafios”, continuou.

Diante dessas dificuldades, são pensadas alternativas. Ano que vem o Vietnã entra no calendário. Miami é obsessão, além de outros planos:

“Nós seguimos trabalhando por Miami, mas têm obstáculos em muito disso”, disse. “Nós olhamos para outras alternativas nos EUA, incluindo Las Vegas. Nós olhamos outras alternativas na África. Nós estamos tentando solidificar algumas das corridas da Europa Ocidental e trazer essas e potencialmente uma segunda corrida na China", explicou.


O futuro dos autódromos já é ruim. Agora a grande moda é enfiar os carros em "circuitos de rua" para fazer um evento família, com foodtrucks e pessoas que realmente não estão nem aí para a corrida. O preço inflacionado de Bernie também contribui e é um grande dificultador. A F1 não é mais rentável e nem movimenta rios de dinheiro como outrora.

Retrações financeiras, readequação da realidade, novos interesses e formas de consumo... o esporte sempre foi pensado para os ricos, que estão ficando não tão ricos assim. O efeito é uma bola de neve. Enquanto isso, a Liberty, que não tem experiência alguma, se desdobra tateando no escuro e batendo o mindinho na quina da mesa.

TRANSMISSÃO






TRISTE INÍCIO

Foto: Getty Images
2019 está pesado. Faleceu ontem, aos 66 anos, Charlie Whiting. Ele sofreu uma embolia pulmonar. Whiting é uma figura histórica da F1 e sua morte pega todo mundo de surpresa às vésperas (literalmente) do início da temporada.

Diretor de provas, Delegado de Segurança, Chefe do Departamento Técnico da F1, onde inspecionava e preparava todos os detalhes das corridas, participava ativamente das regras da F1 e controlava as luzes da largada e também as bandeiradas, sempre aparecendo no início e final da corrida.

Whiting nasceu perto do circuito de Brands Hatch no dia 12 de agosto de 1952. Chegou ao automobilismo por intermédio de Nick, o irmão mais velho, que era competidor. Decidiu ser engenheiro de corridas, formando-se em engenharia mecânica num curso técnico e também Instituto Politécnico de Borough.

O primeiro trabalho no automobilismo foi preparando carros de rally. Em 1976, ele e o irmão Nick estavam trabalhando com uma Surtees da piloto Divina Galica na Fórmula Britânica F5000. No ano seguinte, Charlie chegou para a F1 para trabalhar na Hesketh. Com o fim da equipe, acabou indo na sequência para a Brabham de Bernie Ecclestone, onde construíram uma grande amizade. Durante a década de 1980, Whiting era o chefe de mecânicos e participou ativamente das duas conquistas de Nelson Piquet por lá.

Piquet e Charlie Whiting (D): parceria vencedora na Brabham. Foto: Getty Images
Com o fim da Brabham e a ascensão de Bernie como chefão da F1, Whiting foi convidado para ser delegado técnico da F1 em 1988. Em 1997, virou Diretor da FIA, delegado de segurança e diretor de corridas, sendo responsável pela segurança das pistas e dos carros, os regulamentos técnicos e processuais e também o responsável pelas largadas em seu box, além de realizar inspeções de seguranças nos circuitos do calendário e nas outras candidaturas.

Whiting também trabalhava pela segurança dos pilotos, sendo um dos responsáveis pela entrada do Halo na categoria, no ano passado. Também foi iniciativa dele a introdução do encosto na cabeça, a célula de sobrevivência do piloto e as estruturas frontal e lateral do cockpit do piloto.

Em 2016, Vettel mandou Whiting "se foder" depois de uma punição durante o Grande Prêmio do México.

Foto: Getty Images

Para este final de semana, a FIA anunciou que Michael Masi será o diretor da corrida e delegado de segurança. Ele é australiano e é um oficial sênior do automobilismo no país, tendo já ocupado cargos na FIA.

Uma perda irreparável. Uma figura emblemática. Uma tradição quebrada. Desde que acompanho Charlie aparecia nas largadas, atento, apontando quem queimava o início e até se protegia de pancadas por perto. O que machuca ainda mais é ser uma perda repentina. A F1 começa o ano triste, de luto.

Sem Bernie, Ron Dennis, Patrick Head e Eddie Jordan, além de Luca di Montezemolo, aos poucos a "velha guarda" vai saindo de cena. É o ciclo da vida diante dos nossos olhos. Que a vida de Whiting seja sempre exaltada. Uma pessoa sempre preocupada com o melhor da categoria. Segundo relatos, sempre foi carismático, humilde e gente muito boa, de trato simples. Uma grande perda.

Que a F1 honre o legado de Whiting.

segunda-feira, 26 de março de 2018

CAIU DO CÉU

Foto: Getty Images
Depois de cravar uma pole position assustadora para a concorrência, Lewis Hamilton vinha mantendo uma tranquila vantagem de três segundos para Kimi Raikkonen, o segundo colocado. Parecia estar controlando e administrando tudo. Entretanto, a corrida mudou abruptamente quando, de forma inacreditável, as duas Haas, que faziam uma ótima corrida, abandonaram com o mesmo problema: má fixação de uma das rodas logo após o primeiro pit stop. Os americanos provaram que terão um bom ano utilizando praticamente o carro da Ferrari do ano passado, mas perderam pontos importantíssimos na briga pelos construtores. Isso causou um Virtual Safety Car e depois um Safety Car.

Vettel, que era o terceiro, havia alongado a primeira parada e liderava. Hamilton e Raikkonen já tinham feito o primeiro pit stop. Com o VSC, todos tiveram que diminuir a velocidade. Foi aí que o acaso e a oportunidade entraram em ação. Seb aproveitou para fazer a parada e conseguiu voltar a frente de Hamilton. O inglês bem que tentou atacar, mas a turbulência causada por esses carros dificultam as ultrapassagens e Lewis teve que se contentar em chegar em segundo. Vettel venceu na abertura da temporada, uma vitória absolutamente circunstancial e que não condizia com o que estava acontecendo na corrida. Raikkonen foi bem e fechou em terceiro.

A Ferrari sai na frente com importantíssimos 40 pontos no campeonato, de cara. A Mercedes fica com apenas 22: 18 de Hamilton e o péssimo final de semana de Bottas. Bateu no Q3, teve que consertar o carro, largou em 15° e, com dificuldades para ultrapassar, terminou apenas em oitavo, somando quatro pontos. Se esse ano será fundamental para a sua permanência (ou não) na Mercedes, o finlandês começou da pior forma possível.

Foto: Getty Images
Na Red Bull, Ricciardo bem que tentou e fez o possível, mas não foi dessa vez que ele conseguiu um pódio em casa. Certamente teria seu trabalho facilitado se não fosse a autoritária punição da FIA. Foi um dos poucos a conseguir ultrapassar no circuito, ao contrário de seu companheiro de equipe, que não o fez. Verstappen perdeu posição para Magnussen na largada e, ao tentar ultrapassá-lo, rodou e caiu para oitavo. Ganhou as posições dos americanos, mas foi superado por Alonso, nos mesmos moldes de Vettel, e foi incapaz de ficar além da sexta posição. Esses tipos de erros ficam cada vez mais intoleráveis para quem deseja brigar pelo título em breve.

Ah, Fernando Alonso. A Fênix voltou. Pela primeira vez em quatro anos o espanhol conseguiu completar a prova de abertura da temporada. Bastou um motor Renault, um pouquinho melhor, para que aprontasse das suas. Vandoorne, em nono, contribuiu para que em apenas uma corrida a McLaren já marcasse 12 pontos. Tudo bem que poderiam ter sido bem menos em virtude da barbeiragem da Haas, mas para quem marcou só 17 em 2017 inteiro... as perspectivas de melhoras são muito boas. Dá para sonhar com um pódio? Só se a confiabilidade permitir.

Foto: Mark Thompson/Getty Images
A Renault fez seu papel: Hulkenberg em sétimo e Sainz em apenas em décimo. A questão é que não se esperava uma diferença tão grande em relação a Haas. Entretanto, se não fosse o VSC, poderia estar ocupando a posição de Alonso. O equilíbrio é muito grande e a disputa entre esses dois pilotos de nível parecido promete trazer boas consequências para os franceses. A Force India, sem dinheiro, nem com o acaso conseguiu pontuar. Entretanto, chama a atenção a superioridade tão grande de Pérez diante de Ocon. E o resto...

Bem, a Williams está enrascada. Com dois pilotos ruins (estou sendo injusto: não deu para ver qual é a do Sirotkin ainda), será difícil ter boas notícias. Stroll conseguiu terminar atrás do Leclerc de Sauber. E a Honda, mais do mesmo. Render com potência minimamente competitiva são outros quinhentos. É o trio dos lanternas da F1.

A vitória de Vettel veio por acaso. Ainda bem. É bom criar essa aura de disputa e competição, mesmo que nós saibamos que ela seja mentirosa. Entretanto, ao menos pode servir para evitar que Hamilton seja penta em agosto ou setembro talvez. Faltam vinte corridas e muitos acasos irão acontecer por aí.

Confira a classificação final do Grande Prêmio da Austrália:


Até!


sexta-feira, 23 de março de 2018

CHINELADAS

Foto: Getty Images
A F1 voltou, senhoras e senhores! Lewis Hamilton já mostrou quem manda e liderou os dois primeiros treinos livres, seguidos pela Ferrari e pela Red Bull. A grande questão é que as três equipes ora estavam próximas, ora distantes. É uma questão que saberemos a realidade apenas no Q3, com amplo favoritismo das flechas de prata, sobretudo do atual campeão.

Nunca um piloto australiano conseguiu um pódio na corrida realizada em seu país. As coisas começam a se complicar para o sorridente Ricciardo. No segundo treino livre, durante uma bandeira vermelha causada por um fio solto na linha de chegada, o australiano excedeu a velocidade limite para esse tipo de situação e foi punido pela FIA com a perda de três posições no grid de largada. Foi um erro na leitura do painel do volante que causou essa infração para o #3, que por conta disso teve a pena reduzida. Diante do equilíbrio existente entre austríacos e italianos, uma posição de largada ruim pode comprometer a corrida de Ricciardo. Bom para a Ferrari e para Verstappen.

Como não poderia deixar de ser, todo mundo viu claramente a porcaria estética que é o Halo. As onboards ficaram horríveis, é triste de se ver. Na câmera "normal", esse artefato na frente do cockpit muitas vezes impede o rápido reconhecimento do piloto em questão. Depois eu volto para esse assunto.

Foto: Reprodução
 A grande expectativa era saber como a McLaren iria se comportar. Para variar, um problema na exaustão do MCL33 fez Alonso e Vandoorne andarem muito pouco. Entretanto, quando conseguiram ir para a pista, marcaram bons tempos - entre os 10 primeiros. A Fênix já disse que a evolução do carro se dará durante a temporada e que é improvável até mesmo completar a corrida desse fim de semana. Por enquanto, isso é um tapa na cara de todos nós que apenas culpávamos a Honda nesse processo todo.

Voltando para o Halo. O artefato é feio mas abriu oportunidades extraordinárias para o marketing. Na semana passada, uma marca de chnelos anunciou acordo com a McLaren. Agora, a grande novidade: a Force India (que manterá esse nome durante o ano) terá em algumas corridas o patrocínio da Havaianas. Sensacional! Se lançarem um chinelo rosa personalizado da equipe eu compro, viu? Ou até mesmo um laranja papaia da McLaren... Taí a utilidade do Halo. Menti?

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Para finalizar: parece que Haas e Renault brigam pelo posto de quarta força com a McLaren, que fica um pouco para trás nesse início de ano pela falta de confiabilidade em seus equipamentos. Toro Rosso parece estar segura no pelotão intermediário, enquanto Force India, Williams e Sauber parecem ser as mais fragilizadas no momento, por diferentes motivos. Veremos como as coisas se desenrolam.

Confira a classificação dos primeiros treinos livres do Grande Prêmio da Austrália:



Até!




quinta-feira, 22 de março de 2018

GP DA AUSTRÁLIA - Programação

O Grande Prêmio da Austrália entrou no circo da F1 em 1985. Foi disputado nas ruas de Adelaide até 1995, quando foi substituído pelo circuito de Albert Park, que é palco do GP até os dias atuais, sempre abrindo a temporada da F1 nos últimos 22 anos (exceção de 2006 e 2010).

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:24.125 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:22.188 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 4x (2000, 2001, 2002, 2004)


TOTO WOLFF ACREDITA QUE TERÁ BRIGA ACIRRADA COM FERRARI E RED BULL O ANO TODO

Foto: Iol
Como de praxe em todo o início de temporada, a Mercedes tenta se esquivar e dividir a responsabilidade e o favoritismo com seus rivais italianos e austríacos. Apesar de ninguém realmente acreditar nisso, Toto Wolff declarou que imagina Ferrari e Red Bull na cola da Mercedes o ano todo, baseado nos tempos e stints das equipes durante a pré-temporada. "o ano passado a competição foi muito apertada e não houve momento em que podíamos nos permitir a relaxar. A Ferrari colocou uma luta dura e tivemos uma batalha prateada e vermelha. Este ano promete ser uma emocionante batalha entre nós, Ferrari e RBR. Todos na fábrica trabalharam muito duro nos últimos meses para assegurar que vamos entrar na luta com a melhor máquina possível", comentou Wolff.

Outro motivo para o chefão das flechas de prata acreditar que a disputa será mais acirrada é devido ao fato de que cada piloto terá apenas três motores para a temporada, aumentando a probabilidade de ocorrer mais problemas, que podem resultar em punições para seus pilotos. "Ambos os nossos pilotos pareceram razoavelmente felizes com nosso novo carro, mas ainda precisamos ver como pilotado no limite. A redução no número de unidades de potência significa que a confiabilidade de novo terá muita importância em 2018. Nossa resistência nos testes pareceu boa, mas temos de tomar cuidado em tirar qualquer conclusão disso. Apesar de termos conseguido boa milhagem com o novo carro em Barcelona, muitos dos componentes não chegaram nem perto da vida que precisam completar durante a temporada", completou.


O velho blefe. Pelo que foi mostrado em Barcelona, a Mercedes corrigiu os problemas do aquecimento de pneus do ano passado e melhorou ainda mais seu carro para esse ano. Se isso se confirmar, amigos, será uma repetição de 2014 e 2015. Não vai dar nem graça. Enquanto isso, Toto e Hamilton se esforçam para fingir que há emoção e expectativa para o desenrolar da temporada.

HAMILTON NA FERRARI?

Foto: Getty Images
A imprensa inglesa está em polvorosa com a possibilidade de mais uma renovação de Lewis Hamilton com a Mercedes. Segundo o Sky Sports, os alemães ofereceram um novo contrato de três anos por 120 milhões de libras (R$ 554 milhões). Um possível anúncio de renovação pode ser feito nos próximos dias.

Entretanto, mesmo diante de cifras astronômicas, Toto Wolff não garante a permanência do tetracampeão. Não que as flechas de prata sejam insanas o suficiente para não contarem mais com seus serviços, mas a ameaça é outra, e íntima: a Ferrari. Escuderia mítica de 9 entre 10 pilotos, o chefão da Mercedes teme que o inglês possa encerrar a carreira a equipe italiana nos próximos anos. "Lewis é o melhor piloto da geração moderna. Então, é claro, gostaria de mantê-lo conosco o maior tempo possível. Mas acho que ele tem ao menos mais um contrato antes do seguinte, e a Ferrari segue atraente para qualquer piloto. Ele está feliz na Mercedes, nosso relacionamento vem ficando mais e mais forte. Mas é claro que durante a temporada as coisas podem ficar tensas" comentou, em entrevista ao jornal britânico "Daily Mail".

Caso essa informação seja verdadeira, Hamilton pilotaria até 2021, quando completaria 37 anos. Em sua última declaração, ele disse que não se sente no seu último contrato, dando a entender que irá assinar mais um acordo.Se será pela Mercedes ou por outra equipe, não sabemos. "Não parece o começo do último capítulo, e não sinto como se estivesse prestes a entrar no meu último contrato. Não sei como eu vou me sentir em dois ou três anos mas estou de volta para minha 12ª temporada e estou muito empolgado. Não sei de onde isso vem, esse sentimento de apenas querer ganhar, mas eu realmente mais do que tudo na minha vida, quero ganhar nesse fim de semana na Austrália. Quero sair matando nos treinos, conseguir a pole position e vencer a corrida de forma convincente", comentou.

Não me parece provável que isso aconteça um dia. É muito distante. Não há nem como projetar esse tipo de coisa. Parece aquelas histórias de que o Senna iria se aposentar pela equipe italiana também. 3 anos é muita coisa. 

TRANSMISSÃO