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domingo, 19 de março de 2023

BAGUNÇA ORGANIZADA

 

Foto: Getty Images

Algumas raridades no dia de hoje. Voltei a assistir uma corrida já sabendo do final e dos principais momentos, que não foram muitos. Faz parte. Outros compromissos no caminho. Obviamente, isso influencia e até resume ainda mais o que aconteceu hoje nas ruas de Jedá.

O problema em Max Verstappen no sábado poderia ser um indicador de vida mais tranquila para Sérgio Pérez. Nem tanto. Fernando Alonso, a Fênix, assumiu a liderança na largada, mas seria punido por não posicionar corretamente o carro no colchete na largada. Esteban Ocon fez o mesmo na corrida de abertura. É estranho esses casos serem recorrentes justo agora, quando nunca foram punidos. Alonso disse que isso pode ser em virtude do Halo, que dificulta a visão. Enfim, é algo que chama a atenção.

Max foi escalando o grid, como era esperado. A missão do holandês ficou mais facilitada quando surgiu um Safety Car, absurdo por sinal. Stroll teve um problema em sua Aston Martin e parou na área de escape, como manda o figurino. A questão é que os comissários não "acharam" o carro e, copiando os americanos, meteram um carro de segurança sem nenhuma necessidade.

Isso só serviu para Max antecipar o trabalho de voltar até as primeiras posições. O Safety Car, que poderia ser um elemento de caos e desordem como realmente, na verdade definiu a hierarquia da corrida: Red Bull, Alonso, Mercedes, Ferrari, Alpine e Kevin Magnussen marcando o primeiro ponto da Haas no ano.

Verstappen chegou até a segunda posição e houve um princípio de tensão. O holandês iria para cima, mas os resquícios dos problemas de sábado fizeram com que a Red Bull optasse por evitar um conflito com Pérez tão cedo no campeonato. O número dois da Red Bull fez a pole outra vez em Jedá e venceu pela quinta vez na carreira, quatro delas em circuitos de rua. É a especialidade do mexicano, que se adapta mais rapidamente ao carro que o holandês.

Não é uma ameaça para o tri de Max, todos sabemos. O que ficou evidente na corrida de hoje é a distância monstruosa entre os taurinos e o restante do grid. A Aston Martin não foi alarme falso, mantendo o ritmo superior a Mercedes e superando a Ferrari de Leclerc em condições normais. A Alpine é a quinta força. A McLaren preocupa. Ver Norris e Piastri batendo roda com Sargent é preocupante para o time de Woking. Ao menos o novo australiano já deu mais trabalho para Lando do que o velho australiano na temporada passada.

Obviamente, deixei para o final todo o imbróglio envolvendo o pódio da Fênix. Como Ocon pode ter cumprido todas as sanções de forma imediata no Bahrein e os comissários terem punido Alonso depois do pódio? Uma decisão dessas muda a corrida. A questão deveria ser óbvia: o espanhol ser punido com a corrida em andamento, não depois da prova. Havia 40 voltas em disputa. A Aston Martin reverteu a situação porque conseguiu provar que o macaco que encostou no carro da Fênix não gerou vantagens e outras equipes fizeram o mesmo em punições semelhantes.

A FIA não anda bem com regras e interpretações. Tudo tem um peso diferente para as mesmas infrações. Não pode. É várzea, é desrespeitar o próprio produto. Como um fã assiste a corrida com um resultado e minutos depois algo é modificado na canetada sendo que deveria ter sido feito durante o evento?

No fim das contas, o negócio é inconclusivo. A segunda punição de Alonso não existiu, na prática, o que o beneficiou. Contudo, se algo fosse feito e/ou investigado durante a corrida, nem que fosse para justamente provar que não houve a infração nos boxes, a corrida seria outra. Se soubesse de uma possível punição, certamente o ritmo do espanhol seria outro, para garantir o pódio sem mais dramas.

As forças parecem definidas nesse primeiro momento da temporada antes da F1 desembarcar na Europa. A FIA tenta esculhambar o próprio campeonato, mas a pista trata de organizar tudinho, ao menos por enquanto.

Confira a classificação final do top 10 do GP da Arábia Saudita:


Até!


sexta-feira, 17 de março de 2023

TEM JEITO DE...

 

Foto: Giuseppe Cacace/AFP

Arábia Saudita. A Ferrari já troca pela terceira vez um componente eletrônico de Charles Leclerc e o monegasco perde 10 posições no grid. Segunda corrida do ano. A temporada promete...

A Ferrari parece estar brigando para ser uma segunda ou quem sabe terceira força. Os resultados hoje foram tímidos, mas todos sabemos que o mais importante é a classificação de amanhã. A mesma situação vive a Mercedes. É possível esconder o jogo estando tão distantes da Red Bull? Não sabemos, mas o começo de ano para as duas equipes é bem tortuoso.

Por outro lado, a Aston Martin tem cara e jeito de que vai ser uma força realmente séria durante o ano. Ainda precisamos de confirmações, mas ver Alonso tão próximo dos tempos de Max Verstappen faz bem para a alma. Imagina que sonho seria se os dois melhores pilotos da atualidade brigassem pelo título? Uma pena é que a Red Bull destoa e destrói o restante no ritmo de corrida.

Quem parece que está bem e vem, quietinha e sem alarde, é a Alpine. Gasly esteve nos pontos e Ocon numa jornada atípica no Bahrein. Os tempos são competitivos. No mínimo entre os dez para ambos. Quem parece tirar muito mais que o carro oferece é Alexander Albon, com tempos consistentes. Uma pitada de sorte e o tailandês nascido e criado na Inglaterra pode guiar a Williams para caminhos incríveis enquanto Sargeant se ambienta na categoria.

A notícia do dia, portanto, é notar que a Aston Martin pode estar nas forças do topo de forma definitiva, ou ao menos mais consistentes do que imaginávamos. Uma corrida de cada vez, muita calma, mas por outro lado, é impossível não se empolgar com a nova Alonsomania da Geração Z.

Confira os tempos dos treinos livres do GP da Arábia Saudita:




Até!

quinta-feira, 16 de março de 2023

GP DA ARÁBIA SAUDITA: Programação

 O Grande Prêmio da Arábia Saudita aconteceu pela primeira vez na história em 2021, em um circuito de rua da capital Jidá, com 27 curvas e 6.175 km de extensão, o segundo maior da temporada.


ESTATÍSTICAS:

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.511 (Mercedes, 2021)

Volta Mais Rápida: Lewis Hamilton - 1:30.734 (Mercedes, 2021)

Último Vencedor: Max Verstappen (Red Bull)

Maior Vencedor: Lewis Hamilton (2021) e Max Verstappen (2022) - 1x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 25 pontos

2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 18 pontos

3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 15 pontos

4 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 12 pontos

5 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 10 pontos

6 - Lance Stroll (Aston Martin) - 8 pontos

7 - George Russell (Mercedes) - 6 pontos

8 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 4 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpine) - 2 pontos

10- Alexander Albon (Williams) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Red Bull RBPT - 43 pontos

2 - Aston Martin Mercedes - 23 pontos

3 - Mercedes - 16 pontos

4 - Ferrari - 12 pontos

5 - Alfa Romeo Ferrari - 4 pontos

6 - Alpine Renault - 2 pontos

7 - Williams Mercedes - 1 ponto


SEM CAMARADAGEM

Foto: Red Bull Content

Helmut Marko sente que as coisas mudaram na Red Bull após a morte do fundador, Dietrich Mateschitz, no ano passado. Além de apaixonado por automobilismo, Marko e Mateschitz eram grandes amigos, a ponto de um ligar para o outro para falar sobre a vida e os treinos e corridas.

Desde então, quem agora lidera a operação da equipe de Fórmula 1 é Oliver Mintzlaff, chefe de projetos corporativos e investimentos.

“Nós nos encontramos duas vezes. Ele conheceu algumas coisas. Ainda veremos como ele responderá às nossas ideias. A equipe Red Bull sempre foi muito independente”, disse Marko.

O relacionamento direto e pessoal, além da amizade, não existe mais.

“Não é mais o caso de eu ligar por telefone após cada sessão de treinos livres, após cada corrida. O relacionamento direto, pessoal e de amizade não existe mais. Didi era um visionário, tinha emoções. Eu não vejo mais isso”, disparou.

Prestes a completar 80 anos, Marko não descarta se aposentar caso não se sinta mais feliz no cargo de consultor da equipe.

“Eu sou uma pessoa livre, e posso parar a qualquer momento se não estiver mais feliz”, destacou. Vou esperar e ver como o futuro vai acontecer”, finalizou, em entrevista à Speedweek.

A idade chega e as coisas mudam. Ainda não deu para sentir os efeitos da morte de Mateschitz na equipe da F1. 

O momento é o melhor possível. No entanto, o tempo passa para todos e as situações mudam, para melhor ou pior. Já velhinho, pode ser que Marko queira curtir o resto da vida e sair por cima, se as coisas forem estritamente profissionais e sem a paixão como razão e combustível para seguir em frente. 

Certamente o autêntico austríaco não vai pensar duas vezes independentemente da decisão que tomar. A questão é saber se já há um "sucessor" na Red Bull, se é que ele exista no momento.

PROJETO 2026?

Foto: Reprodução/Williams

Esse é o ano onde entra em vigor o novo regulamento, principalmente as especificações dos novos motores, que terão a chegada da Audi e da Ford já confirmadas. A Williams, em reestruturação, já pensa adiante.

Nesta semana, foi confirmado o nome de Fredéric Brosseau como novo diretor de operações. O novo chefão, o ex-Mercedes James Vowles, já estaria pensando em trocar de fornecedor de motor, visando o novo regulamento. A parceria Williams-Mercedes existe desde 2014, quando justamente houve o início de um novo regulamento na categoria.

“Claramente, estamos felizes com o relacionamento que existe há muitos anos, e a Mercedes produziu a melhor unidade de potência na média dos últimos 15 anos. Estamos analisando com a Mercedes e outros fabricantes, e precisamos decidir sobre isso em breve.

Sabemos que o primeiro passo, com o que temos agora, temos a capacidade de avançar de onde estamos. E esse é o objetivo número um, rever o futuro. Em algum momento você tem de estar no comando de seu próprio destino, e você simplesmente não está quando depende de outra pessoa para lhe fornecer peças”, disse.

Basicamente, a Williams deseja um parceiro que lhe dê prioridade para poder voltar aos dias de glória. Para isso acontecer, vai ser necessário atrair alguma montadora. Quem seria? A Porsche quase comprou a Red Bull, mas o negócio não foi adiante. 

É ela ou alguma outra marca, porque trocar a Mercedes para continuar sendo cliente de uma Ferrari ou Renault da vida não faz sentido. Bem, tem a Honda na jogada. Nunca se sabe. Imagina reeditar outra parceria antiga de sucesso?

TRANSMISSÃO:
17/03 - Treino Livre 1: 10h30 (Band Sports)
17/03 - Treino Livre 2: 14h (Band Sports)
18/03 - Treino Livre 3: 10h30 (Band Sports)
18/03 - Classificação: 14h (Band e Band Sports)
19/03 - Corrida: 14h (Band)


domingo, 27 de março de 2022

FOI LIMPO

 

Foto: Eric Alonso/Getty Images

Talvez seja efeito do início da temporada ou das polêmicas decorrentes do final do ano passado, mas o GP da Arábia Saudita foi uma tentativa de retorno as “raízes” da F1. Mesmo em uma corrida atribulada, a direção de prova não chamou pra si o espetáculo, apesar de uma decisão que achei particularmente questionável.

Sérgio Pérez fez a primeira pole da carreira em 216 corridas e vinha num bom ritmo, controlando Leclerc, que controlava Max. Nesses termos, o mexicano se encaminharia para uma vitória consagradora, pelo menos é o que se permitia sonhar.

Mais uma vez Latifi mudou o rumo de um resultado. Bateu outra vez no final de semana e, pela cara do Capito, talvez não tenha muito mais tempo na Williams. Com Mick ainda se recuperando do acidente de ontem e o carro de Tsunoda apresentando problemas antes de alinhar no grid, a corrida teve apenas 18 carros. A princípio, apenas um Safety Car Virtual, logo após Pérez parar. Assim, foi todo mundo para os boxes e Leclerc assumiu a liderança, com o mexicano em quarto. Uma injustiça. Só depois que foi acionado o Safety Car. Por quê não antes?

Nos tempos de Michael Masi, era capaz de ter uma bandeira vermelha e relargada. Tudo pelo espetáculo. Com a nova direção de prova, vimos o velho procedimento do Safety Car ir o máximo que pode, ainda mais que os comissários árabes são muito lentos. Em certo momento, a corrida foi secundária, mas no fim das contas houve etapa mesmo com as bombas sendo jogadas nas proximidades de Jidá.

O que se viu no final de semana foi a Red Bull superior com os pneus duros nos long runs. Mesmo mais veloz na reta, Leclerc controlava Max e Sainz controlava Checo. O final da corrida mudou tudo, novamente, quando parecia definido.

Uma sequência rara de três abandonos em uma volta. Alonso, que brigava com Ocon e vinha num bom sexto lugar (briga incomum diga-se, que jamais aconteceria com o espanhol no auge...), Bottas que fazia um bom trabalho na Alfa Romeo e Ricciardo, ainda brigando com a McLaren. Como os três se arrastaram pela pista e pararam perto dos boxes, apenas o Virtual Safety Car foi acionado e o pitlane fechado. Informação importante.

Isso fez Max se aproximar e, com melhor ritmo, ir para cima decidir. Zerado, o atual campeão precisava reagir. Leclerc, pensando nos pontos, estava mais tranquilo, mas com o histórico de perder corridas no final. Surpreendentemente, considerando o histórico das batalhas dos dois, foi uma disputa limpa e bonita na pista.

A única coisa patética, e aí não é culpa deles, é a asa móvel. Foi patético os dois fritarem pneus pra ver quem ficaria atrás para poder utilizar na reta principal. No final das contas, Verstappen passou e venceu a primeira no ano, mostrando que nos circuitos de alta a Red Bull tem vantagem, embora não tenha confiabilidade. 

A Ferrari foi competitiva e acumulou pontos com os dois pilotos, sendo mais forte nas pistas de baixa. Charles e Max, como já foi escrito em 2019, tem tudo para ser a grande rivalidade da década na F1. Dois pilotos jovens, arrojados e destemidos. É claro que a temperatura vai subir com o passar da temporada, mas ver uma disputa dessas até o final é lindo de se ver.

O pior final de semana de Lewis Hamilton em muito tempo. Eliminado no Q1, os acertos diferenciados da Mercedes pioraram o carro. Hoje, voltando ao normal, Lewis fez o que pode, mas foi traído pela incompetência da equipe ao não conseguir chamar para os boxes antes do VSC. No fim, deu pra salvar um pontinho. 

Enquanto isso, George Russell foi perfeito e vai mostrando consistência, mostrando que a Mercedes é uma terceira força muito distante de Red Bull e Ferrari. Problema no motor e na aerodinâmica. Pode ser uma temporada de transição, mas por ser longa, não é aconselhável fazer muitos prognósticos. Será Hamilton de 2022 o Schumacher de 2005?

Esteban Ocon foi um dos destaques da corrida e peitou até Alonso, garantindo um sexto lugar. Apresentando evolução, Lando Norris levou a McLaren para o sétimo lugar, com Pierre Gasly em oitavo e Kevin Magnussen conseguindo mais dois pontos importantes para a Haas. A Aston Martin aguarda se Vettel pode ser um diferencial porque o carro é fraco, enquanto a Williams precisa priorizar a questão financeira e quem sabe ter um piloto mais capaz para o ano que vem.

Numa disputa limpa, Max vence a primeira como um campeão do mundo. A última vez que um #1 havia vencido foi Sebastian Vettel no GP do Brasil de 2013. Em duas corridas, podemos dizer que Red Bull e Ferrari podem protagonizar o campeonato corrida a corrida, dependendo da confiabilidade, das evoluções e das características de cada pista. Pode ser mais uma temporada inesquecível na F1.

Confira a classificação final do GP da Arábia Saudita:


Até!


sexta-feira, 25 de março de 2022

ARMADILHAS

 

Foto: Hamed I Mohammad/Getty Images

Circuito longo, rápido, com muitas retas e curvas de alta velocidade num espaço reduzido. Qualquer erro será fatal para a corrida e pode implicar em muitos Safety Car e até paralisar uma sessão. Vimos isso na F1 e principalmente na F2, onde Felipe Drugovich vai ser o pole.

No entanto, no momento esse é o menor dos problemas da F1. A cerca de 10 km do circuito, no aeroporto internacional de Jidá, deu para ouvir bombardeios e fumaça nas proximidades. Desde o início da semana que a Aramco, petrolífera que patrocina a F1, vem sido atacada. A reinvidicação é do grupo houthi, do Iêmen, em consequência do conflito que existe entre os dois países e o Irã desde 2014.

Os pilotos fizeram uma reunião de emergência e o TL2 atrasou o início em 15 minutos. Mais essa agora. Se o final de semana pode ser cancelado? Tomara que não, mas creio que a Liberty pensou em todas as possibilidades além do dinheiro, certo?

Na pista, Leclerc foi o mais veloz e tivemos poucas mudanças em relação ao Bahrein, o que é normal. A Mercedes segue em dificuldades, a Red Bull está por perto mas a confiabilidade pode atrapalhar, Alfa Romeo, Alpine e Alpha Tauri bem (agora o problema foi com Tsunoda) e as equipes com motor Mercedes ainda lá atrás.

Vettel segue positivo para a Covid e teremos novamente Nico Hulkenberg em seu lugar. A Haas de Magnussen teve problemas e o momento dos sonhos pode ser interrompido rapidamente já nesse final de semana.

Uma pista de rua veloz e agora bombardeios. A F1 vai ter que lidar com muitas armadilhas nos próximos dias. Que não seja surpreendida.

Confira os tempos dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 24 de março de 2022

GP DA ARÁBIA SAUDITA: Programação

 O Grande Prêmio da Arábia Saudita aconteceu pela primeira vez na história em 2021, em um circuito de rua da capital Jidá, com 27 curvas e 6.175 km de extensão, o segundo maior da temporada.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:27.511 (Mercedes, 2021)

Volta Mais Rápida: Lewis Hamilton - 1:30.734 (Mercedes, 2021)

Último Vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior Vencedor: Lewis Hamilton (2021) - 1x


CLASSIFICAÇÃO:

1 - Charles Leclerc (Ferrari) - 26 pontos

2 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 18 pontos

3 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 15 pontos

4 - George Russell (Mercedes) - 12 pontos

5 - Kevin Magnussen (Haas) - 10 pontos

6 - Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 8 pontos

7 - Esteban Ocon (Alpine) - 6 pontos

8 - Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 4 pontos

9 - Fernando Alonso (Alpine) - 2 pontos

10- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Ferrari - 44 pontos

2 - Mercedes - 27 pontos

3 - Haas Ferrari - 10 pontos

4 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos

5 - Alpine Renault - 8 pontos

6 - Alpha Tauri RBPT - 4 pontos


FALTA POUCO

Foto: Getty Images

Além do início dos sonhos no GP do Bahrein, a Ferrari já trabalha para o futuro. A renovação com Carlos Sainz, cujo vínculo se encerra no final da temporada, está encaminhada, quase pronta. Só falta colocar no papel.

Foi isso o que falou tanto o piloto quanto o chefe, Mattia Binotto.

“Acho que estamos próximos. Muito perto. Muito, muito perto. Extremamente perto. Quase lá”, afirmou Sainz em entrevista coletiva depois da corrida.

“Acho que encontramos um acordo. É apenas uma questão de colocar no papel”, disse Binotto.

É um grande acerto. A dupla da Ferrari, embora não tenha grife, se completa. Dois pilotos talentosos e Sainz é um acumulador de pontos, regular. Vai ser fundamental na campanha dos construtores e já deixou evidente: se Leclerc bobear, o espanhol vai estar lá, pronto para aproveitar a oportunidade.

PROBLEMA NÃO É O MOTOR

Foto: Getty Images


A abertura da temporada mostra que, nesse momento, a Mercedes não está no topo da cadeia alimentar da F1. Um dos motivos, segundo os especialistas, pode ser o fato do motor alemão ser menos potente que os da Ferrari e da Red Bull. Há uma outra corrente que afirma que o mais provável é o problema de arrasto e o fato de o W13 quicar muito na pista.

A primeira hipóetese é negada pela equipe, embora Williams, Aston Martin e McLaren (todas usando o motor alemão) tenham ficado no fim do grid e reclamado publicamente durante a semana. Para Toto Wolff, a segunda hipótese pode ser a mais precisa.

“Precisamos analisar os níveis de arrasto primeiro, antes de fazermos um julgamento sobre estarmos ou não estarmos devendo potência. Acho que não existe uma grande diferença entre as unidades de potência”, disse Wolff.

Em Jidá, onde as retas são maiores, provavelmente deverão ser um problema maior para os alemães e seus clientes. Ainda é cedo e não há tempo para grandes ajustes. Só o futuro pode dizer se é problema de motor, arrasto ou ambos. Cedo ou tarde veremos quem é o profeta.

TRANSMISSÃO:
25/03 - Treino Livre 1: 11h (Band Sports)
25/03 - Treino Livre 2: 14h (Band Sports)
26/03 - Treino Livre 3: 11h (Band Sports)
26/03 - Classificação: 14h (Band e Band Sports)
27/03 - Corrida: 14h (Band)

terça-feira, 22 de março de 2022

UNS PODEM, OUTROS NÃO

 


A segunda corrida na Arábia Saudita em três meses, fruto do realocamento do circuito noturno e urbano de Jidá para o início de temporada faz com que seja, nesse ponto, impossível não levantar e repetir certas questões.

Em meio a incredualidade e indignação mundial com o conflito envolvendo Rússia e Ucrânia, os russos viraram a Geni da vez. Não, não vou fazer juízo de valor ou escrever sobre isso, mas sim todas as consequências político-esportivas que isso gerou. Na F1, vocês sabem, culminou com a saída da Rússia e de Nikita Mazepin. Esportivamente não foi ruim nenhuma das duas situações, o que deixa mais confortável a decisão para a FIA e a Liberty.

A questão é que a Arábia Saudita, Catar (que retorna em definitivo em 2023) e outros países assinaram com a Liberty mesmo com problemas de falta de liberdade e perseguição a jornalistas e minorias. Fatos comprovados. 

Logo a Liberty, que entrou no negócio para colocar a F1 no século XXI e tirar aquela aura do Bernie Ecclestone de que o que vale é o dinheiro. Além disso, ao tornaram o esporte mais atrativo para os jovens e o grande engajamento nas redes sociais, além das campanhas de maior inclusão e diversidade no automobilismo. Tudo isso é um discurso muito bonito na prática, colocar arcoíris no Safety Car, banir as grid girls, mas o que adianta se depois assinam contrato plurianual com países controversos em questões tão sensíveis, justamente o que a F1, na figura da Liberty, diz combater?

Como venho escrevendo há anos, o problema é o discurso e a prática. O problema do discurso é você virar refém dele e não ter jogo de cintura. Ao falar sobre diversas e se posicionar do jeito que se posiciona, não faz sentido a Liberty tirar a Rússia pela pressão política e manter Hungria, Arábia Saudita, Catar, entre outros.

A história mostra: uns podem e outros não. Mesmo com o verniz da modernidade, empatia e contra o preconceito, a F1 se mostra conivente e, pior, hipócrita, ao lidar com essas contradições. Pelo menos antigamente o discurso era único e coerente: dane-se o resto, o que vale é o dinheiro. Agora, é "somos contra x ou y, mas pagando bem que mal tem?"

Até!

domingo, 5 de dezembro de 2021

A ANTI-CORRIDA

 

Foto: Getty Images

Em um campeonato disputado curva a curva, qualquer detalhe vai fazer a diferença. No entanto, o que vimos hoje na Arábia Saudita a partir da batida de Mick Schumacher, inaugura uma situação que confesso nunca ter visto em um ambiente como a F1: a catimba e a pressão, como se fosse um jogo de Libertadores. Só faltou ter briga mesmo.

Começando pelo vício nas bandeiras vermelhas, acionada quatro voltas depois do acidente. A Mercedes, que parou, ficou no prejuízo e a Red Bull se deu bem porque Max continuou na pista e herdou a primeira posição. Todavia, a Mercedes também foi malandra: segurou o grid atrás do Safety Car para conseguir fazer a parada com segurança. 

O circuito da Arábia Saudita queimou minha língua: essa imprevisibilidade de um circuito de rua realmente aconteceu, somado ao fato de ser desconhecido de todos. Existem notórios problemas de administração, fruto da inexperiência em sediar um evento como esse, mas o ponto é que hoje o problema foi muito maior.

Na relargada, Hamilton pulou na frente e foi no limite. Verstappen teve que fazer a curva por fora e ganhou tempo. Dali em diante foi um show de horrores: Red Bull e Mercedes barganhando punições e quando isso aconteceria. Parecia House Of Cards. Não que isso seja inédito, apenas definitivamente explícito, mas a FIA não tem mais pulso nas decisões e está atrapalhando o campeonato.

Quando é para punir e quando não é? Max foi penalizado. Na sequência, relargou melhor porque teve outro acidente, envolvendo Perez, Leclerc, Mazepin e Russell, e ficou na frente. Max só estava ali porque a FIA decidiu por uma bandeira vermelha estapafúrdia que mudou os rumos da corrida.

Hamilton, com muito mais carro, seguiu pressionando e tentando passar. Max é muito mais Senna/Schumacher. Ele não mede as consequências e joga com a vantagem do regulamento. Outra vez, ganhou vantagem na curva e, quando ia fazer a troca de posição, sabe-se lá porque freou no meio da reta e Hamilton raspou nele. A Mercedes não foi notificada e a Red Bull sim, instruindo o holandês a fazer isso.

Na outra tentativa, Max foi malandro e deixou passar na zona de DRS, mas não teve jeito. O foguete Mercedes cresceu na hora certa e, contra tudo e todos, Lewis Hamilton venceu, com Verstappen em segundo. Empatados em pontos, a diferença é que Max tem mais vitórias. Tudo igual para Abu Dhabi.

Verstappen não é vilão. Sempre foi inconsequente e Hamilton agora joga o jogo. No entanto, foi o holandês quem parou no hospital nessa temporada. Não há mocinhos e cada um está passando do limite porque a FIA simplesmente não tem mais controle de nada desde a morte de Charlie Whiting. Virou uma verdadeira briga no grito. Além disso, a Mercedes parece melhor e, na chata Abu Dhabi, o campeonato pode ser decidido no sábado.

Bottas, em uma corrida de recuperação, completou o pódio nos metros finais, uma crueldade com Ocon. No caos, destaques para as recuperações de Ricciardo, da Ferrari em altos e baixos, os pontos importantes de Gasly e a atuação valente de Giovinazzi, conquistando provavelmente os últimos dois pontos da carreira na F1.

Tsunoda segue involuindo a cada etapa, mostrando que a permanência na Alpha Tauri é mais falta de opção do que necessariamente convicção em alguma coisa. É a crueldade em exigir tanto de alguém que mal completou 20 anos. Na pista rápida e traiçoeira, que constantemente teve Safety Car Virtual pelas batidas e os detritos nas pistas, chamou a atenção a disputa entre Vettel e Raikkonen, que pode ser o último grande momento do finlandês na carreira.

Em um circuito tão traiçoeiro e catimbado pelas circunstâncias do campeonato, o que vimos hoje foi uma corrida tumultuada por pilotos, equipes e a direção de prova. No jargão do futebol, a FIA, que seria o árbitro, perdeu o controle da situação e desbancou para um clima tenso, de confusão e muito disse me disse. 

Hamilton e Verstappen estão iguais. Assim, qualquer coisa vai fazer a diferença, inclusive gritar mais alto ou sabe se lá o que. A FIA, que uma hora quer deixar todo mundo correr pelo bem da F1, aplica punições e se justifica em regras e interpretações que só confundem pilotos, equipes, imprensa e fãs.

Outra coisa confusa: a FIA comprovou que Verstappen fez um brake test e puniu com 20 segundos no tempo final, o que não mudou em nada na posição de chegada.

Confira a classificação final do GP da Arábia Saudita!




sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

COMEÇANDO A DECISÃO

 

Foto: Mark Thompson/Getty Images

A segunda pista desconhecida consecutiva dessa reta final da temporada mostra como o simulador pode ser uma coisa e a realidade outra. Apesar de extensa, o circuito de rua da Arábia é rápido e estreito, muito semelhante com Baku. Poucos pontos de ultrapassagem e não vai perdoar quem errar. Charles Leclerc que o diga, pois arrebentou o carro no último instante do TL2 e talvez nem treine amanhã.

No início da semana, tinha sugerido que a Honda e a Red Bull pudessem trocar o motor de Max para que o holandês possa ter mais igualdade na disputa com Hamilton. Observando as particularidades da pista, talvez essa não seja a decisão mais sensata. Com pouco espaço e quase nenhum ponto de ultrapassagem, qualquer incidente certamente terá bandeira vermelha ou Safety Car, um risco muito grande.

Isso deixa a Red Bull numa situação complicada. É evidente que todos estão conhecendo a pista e longe de estar na confiança plena para guiar nessas condições, inclusive os protagonistas, mas outra vez a Mercedes parece levar vantagem com o novo e potente motor. Hamilton pode empatar ou praticamente fazer isso para a decisão em Abu Dhabi, jogando toda a bomba para os taurinos. 

Gasly, Alpine e Ferrari parecem continuar mantendo o bom ritmo e vão brigar pelos pontos. A McLaren murchou de vez depois da Rússia. E é assim que a F1 segue até o início do novo regulamento, da nova era da categoria em 2022.

Como já vimos diversas vezes no ano, o sábado e o domingo não correspondem a sexta e muitas surpresas aconteceram. Agora, um erro, problema ou deslize pode ser fatal para conhecermos o novo campeão talvez até domingo, embora seja improvável e apenas Max Verstappen tenha essa possibilidade.

É a F1 começando a grande decisão do campeonato mais equilibrado desde 2014. 

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

GP DA ARÁBIA SAUDITA: Programação

 O Grande Prêmio da Arábia Saudita acontece pela primeira vez na história em 2021, em um circuito de rua da capital Jidá, com 27 curvas e 6.175 km de extensão, o segundo maior da temporada.

Foto: Wikipédia

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Max Verstappen (Red Bull) - 351,5 pontos

2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 343,5 pontos

3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 203 pontos

4 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 190 pontos

5 - Lando Norris (McLaren) - 153 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 152 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 145,5 pontos

8 - Daniel Ricciardo (McLaren) - 105 pontos

9 - Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 92 pontos

10- Fernando Alonso (Alpine) - 77 pontos

11- Esteban Ocon (Alpine) - 60 pontos

12- Sebastian Vettel (Aston Martin) - 43 pontos

13- Lance Stroll (Aston Martin) - 34 pontos

14- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 20 pontos

15- George Russell (Williams) - 16 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 10 pontos

17- Nicholas Latifi (Williams) - 7 pontos

18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 546,5 pontos

2 - Red Bull Honda - 541,5 pontos

3 - Ferrari - 297,5 pontos

4 - McLaren Mercedes - 258 pontos

5 - Alpine Renault - 137 pontos

6 - Alpha Tauri Honda - 112 pontos

7 - Aston Martin Mercedes - 77 pontos

8 - Williams Mercedes - 23 pontos

9 - Alfa Romeo Ferrari - 11 pontos


EFEITO ZHOU (MAS JÁ?)

Foto: Divulgação/Alpine

O primeiro chinês contratado como titular na F1 ainda nem estreou mas o impacto parece ser positivo. 

É o que garante o chefão da Alfa Romeo, Frederic Vasseur.

Em entrevista para o Motorsport Magazin, Vasseur contou que a tratativa fracassada com a Andretti postergou a decisão da equipe, a útlima a confirmar a dupla de pilotos para 2022. 

Vasseur também disse que o anúncio de Zhou já está abrindo grandes possibilidades comerciais de patrocínio para a Alfa Romeo em um volume surpreendente:

"Acho que é uma grande oportunidade para a companhia. Nas últimas semanas, mais patrocinadores nos procuraram do que nos últimos 25 anos. Para a companhia, para todos os patrocínios (inclusive os atuais), é uma grande oportunidade e vamos nesta direção. Acho que existe muita confusão de onde vai vir o orçamento, mas acho uma grande oportunidade para nós, para a companhia, outras equipes e a F1 em geral. Pode funcionar para mim se Zhou performar na pista, é sempre sobre equilíbrio. Veja o que ele está fazendo na F2 agora. Estou convencido que pode fazer o mesmo na F1”, disse.

É o chinês viável. Certamente traz grande visibilidade em um mercado muito rico e populoso. Mas, vou reiterar: Zhou não é apenas um pagante. Ele está na F1 por méritos.

WORLD TOUR
Foto: Getty Images

O sucesso global da F1 faz com que cada vez mais países e cidades se interessem em sediar uma etapa no Mundial. No entanto, a categoria parece ter atingido um limite de calendário e logística em 23 etapas.

Para agradar todo mundo, a F1 pretende nos próximos anos fazer um rodízio entre algumas sedes e tem alguns planos: uma terceira corrida nos EUA, uma segunda etapa na China e a inclusão de uma corrida no continente africano.

Vamos por partes. A Liberty Media quer uma terceira corrida nos Estados Unidos, que já tem Austin e a partir do ano que vem vai ter Miami. Um retorno para a África também é estudado, mais especificamente para o Marrocos, onde a F1 correu pela única vez em 1958.

“A partir de hoje, o mercado americano estaria pronto para isso. Estamos em contato com a África. Estamos a considerar uma terceira corrida nos Estados Unidos e em outros países do Extremo Oriente”, disse Stefano Domenicali para a revista alemã Auto Motor und Sport.

Nem tudo são flores. Dificuldades econômicas afastam cada vez mais a Alemanha, um dos polos mais importantes da indústria automobilística, de retornar. No momento, não há condições de bancar a taxa anual da Liberty Media, entre 25 e 30 milhões de dólares.

“Acredite em mim: gostaria de ver a Alemanha em uma situação estável conosco por muito tempo. Especialmente quando você leva em conta o interesse dos alemães pelo automobilismo. Lamento porque, pessoalmente, creio, e por toda a indústria do automobilismo, que eles não estão dando a resposta certa para os fãs. Vou trabalhar muito para ver o que pode ser feito, junto com as fábricas e os nossos parceiros”, declarou.

A China, que retorna ao calendário em 2023 e renovou até 2025, já tinha acenado antes da pandemia interesse em disputar outra prova. O anúncio de Guanyu Zhou já disparou sondagens na Alfa Romeo e será novamente palco de negociações para a Liberty Media.

“Posso dizer que já recebemos o interesse de outra cidade para fazer um GP na China. Não estaremos lá no ano que vem, não por nossa causa, mas por causa da pandemia. É por isso que estendemos o contrato este ano imediatamente por mais três para garantir que haja esse entendimento para estarmos lá. E tenho certeza que o efeito de Zhou estar no mundo da F1, o primeiro piloto chinês da F1, vai ter um grande impacto. Esta é uma área onde devemos estar presentes, com certeza”, sinalizou.

Os pilotos são fundamentais para alguns mercados, assim como a tradição: nesse quesito, se encaixam Japão e Brasi, o retorno da Holanda graças a Max Verstappen e a paixão do México impulsionada por Sérgio Pérez. É a F1 sendo disputada a tapa. Se pudesse, apenas pediria uma coisa: que não deixem as corridas tradicionais para trás. Volta Malásia, volta Alemanha!

TRANSMISSÃO:
03/12 - Treino Livre 1: 10h30 (Band Sports)
03/12 - Treino Livre 2: 14h (Band Sports)
04/12 - Treino Livre 3: 11h (Band Sports)
04/12 - Classificação: 14h (Band e Band Sports)
05/12 - Corrida: 14h30 (Band)


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

ANO NOVO, VELHOS PROBLEMAS

 

Foto: McLaren

A virada do ano não fez desaparecer os problemas do passado. Pelo contrário. A F1 já muda o calendário que, a princípio, será o mais extenso da história.

E vai começar uma semana mais tarde que o normal. Em virtude da Austrália exigir uma quarentena de duas semanas e uma biosfera para quem vai ao país, isso fez com que fosse inviável nesse momento a ida da F1 para lá. A corrida foi adiada para o final da temporada, mais precisamente para o dia 21 de novembro. Desde Adelaide que a corrida australiana não ia para o fim do ano.

A abertura da temporada será, portanto, no Bahrein, mas a data foi mantida: 28 de março. Será a terceira que a corrida de Sakhir começa o ano. Como efeito dominó, toda a logística foi modificada.

A pré-temporada, que seria na Espanha no início de março, será também no Bahrein, entre os dias 11 e 14 de março. A única vez que o país sediu esses treinos havia sido em 2014.

O coronavírus também provocou outras mudanças no calendário. A China pediu adiamento da corrida mas, a princípio, vai ficar fora da temporada de novo. Para o seu lugar, no dia 18 de abril, a F1 confirmou mais uma edição do GP de Emília Romagna, em Ímola, a segunda corrida do ano.

A terceira corrida, no dia 9 de maio, ainda não foi oficialmente anunciada. Como o espaço é de uma semana, parece ser improvável que seja em outro continente. Portanto, Vietnã está fora sem sequer existir. Provavelmente teremos o retorno do GP de Portugal, em Portimão.

Com o GP da Austrália sendo remanejado para 21 de novembro, isso provocou efeito-dominó em outras duas etapas: O GP de São Paulo, em Interlagos, foi antecipado para 7 de novembro, uma semana antes do original. 

As corridas finais foram empurradas: Arábia Saudita (que sequer tem um layout do circuito ainda) será dia 5 de dezembro e Abu Dhabi encerra os trabalhos no dia 12/12. A temporada mais longa da história começa e termina uma semana depois do previsto.

Sinceramente? Já disse que esse tanto de corrida é demais e desvaloriza a importância do espetáculo de um evento de Fórmula 1. Sobre os circuitos, podiam tirar Paul Ricard, Barcelona, Sochi, Arábia Saudita e Abu Dhabi de uma vez. Como isso não vai acontecer, poderiam ter colocado Mugello e Istambul ao invés de Ímola e Portimão, mas é o que tem pra hoje.

De resto, aguardamos os lançamentos dos carros e uma última informação: agora todos os treinos livres vão ter uma hora de duração. Menos tempo para treinar, mas convenhamos: o pessoal mal vai para a pista. Acho que todos ganham.

Ano novo, velhos problemas e soluções nem tão inéditas assim.

Até mais!

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

TEORIA E PRÁTICA

 

Foto: Divulgação

A F1 anunciou que a partir do ano que vem a Arábia Saudita vai estar no calendário pela primeira vez na história. O Grande Prêmio será a noite, disputado nas ruas de Jeddah, a capital.

Até aí tudo bem: mais um país do Oriente Médio injetando dinheiro na categoria com um circuito de rua bisonho de noite, nenhuma novidade ou inovação, apenas mais uma etapa para um calendário inchado. O problema é além.

Recentemente, o país vive cercado em polêmicas e tentando desviar a atenção mundial em outras medidas, como sediar um Grande Prêmio (com sucesso) e uma candidatura para compor o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que também foi negada por ser justamente apenas uma manobra para melhorar a imagem do país, repleta de acusações de violações dos direitos humanos.

O governo saudita está sendo alvo de muitas críticas por uma série de prisões, julgamentos, torturas e execuções contra opositores, ativistas e jornalistas, além de uma série de leis que limitam os direitos das mulheres no país, que só foram autorizadas a dirigir em 2018. A homossexualidade é crime e é proibido passear com cães pela rua, pois é um animal impuro para o Islã (alô Hamilton, o Roscoe não pode ir!).

No entanto, ultimamente o país vem adotando medidas de flexibilização da sociedade também com o intuito de sensibilizar o mundo. Abertura para os turistas, permissão de lugares para passeio com os cães e até a autorização para que mulheres possam ir para estádios de futebol.

No fim do ano passado, todavia, a agência estatal de segurança classificou o feminismo, o homossexualismo e o ateísmo como atos de extremismo "inaceitáveis" pelo governo, sem contar o caso do jornalista Jamal Khashoggi, assassinado em 2018 na embaixada saudita em Istambul, cujo o governo saudita é acusado de ter orquestrado o crime.

O que adianta pintar os carros com arco-íris, fazer campanhas antirracismo, se ajoelhar antes da corrida, Black Lives Matter, a luta pela diversidade por mais mulheres, negros e pobres no mundo elitista do automobilismo, acabar com as grid girls e no mesmo ano acertar a ida para a Arábia Saudita, que é a antítese do que a F1 ou a Liberty Media diz pregar? Na teoria, a F1 diz combater muita coisa, mas na prática... nada que uns petrodólares não resolvam e vai ficar por isso mesmo.

Só se engana quem se deixa enganar. 

Até!