quinta-feira, 14 de março de 2019

TRISTE INÍCIO

Foto: Getty Images
2019 está pesado. Faleceu ontem, aos 66 anos, Charlie Whiting. Ele sofreu uma embolia pulmonar. Whiting é uma figura histórica da F1 e sua morte pega todo mundo de surpresa às vésperas (literalmente) do início da temporada.

Diretor de provas, Delegado de Segurança, Chefe do Departamento Técnico da F1, onde inspecionava e preparava todos os detalhes das corridas, participava ativamente das regras da F1 e controlava as luzes da largada e também as bandeiradas, sempre aparecendo no início e final da corrida.

Whiting nasceu perto do circuito de Brands Hatch no dia 12 de agosto de 1952. Chegou ao automobilismo por intermédio de Nick, o irmão mais velho, que era competidor. Decidiu ser engenheiro de corridas, formando-se em engenharia mecânica num curso técnico e também Instituto Politécnico de Borough.

O primeiro trabalho no automobilismo foi preparando carros de rally. Em 1976, ele e o irmão Nick estavam trabalhando com uma Surtees da piloto Divina Galica na Fórmula Britânica F5000. No ano seguinte, Charlie chegou para a F1 para trabalhar na Hesketh. Com o fim da equipe, acabou indo na sequência para a Brabham de Bernie Ecclestone, onde construíram uma grande amizade. Durante a década de 1980, Whiting era o chefe de mecânicos e participou ativamente das duas conquistas de Nelson Piquet por lá.

Piquet e Charlie Whiting (D): parceria vencedora na Brabham. Foto: Getty Images
Com o fim da Brabham e a ascensão de Bernie como chefão da F1, Whiting foi convidado para ser delegado técnico da F1 em 1988. Em 1997, virou Diretor da FIA, delegado de segurança e diretor de corridas, sendo responsável pela segurança das pistas e dos carros, os regulamentos técnicos e processuais e também o responsável pelas largadas em seu box, além de realizar inspeções de seguranças nos circuitos do calendário e nas outras candidaturas.

Whiting também trabalhava pela segurança dos pilotos, sendo um dos responsáveis pela entrada do Halo na categoria, no ano passado. Também foi iniciativa dele a introdução do encosto na cabeça, a célula de sobrevivência do piloto e as estruturas frontal e lateral do cockpit do piloto.

Em 2016, Vettel mandou Whiting "se foder" depois de uma punição durante o Grande Prêmio do México.

Foto: Getty Images

Para este final de semana, a FIA anunciou que Michael Masi será o diretor da corrida e delegado de segurança. Ele é australiano e é um oficial sênior do automobilismo no país, tendo já ocupado cargos na FIA.

Uma perda irreparável. Uma figura emblemática. Uma tradição quebrada. Desde que acompanho Charlie aparecia nas largadas, atento, apontando quem queimava o início e até se protegia de pancadas por perto. O que machuca ainda mais é ser uma perda repentina. A F1 começa o ano triste, de luto.

Sem Bernie, Ron Dennis, Patrick Head e Eddie Jordan, além de Luca di Montezemolo, aos poucos a "velha guarda" vai saindo de cena. É o ciclo da vida diante dos nossos olhos. Que a vida de Whiting seja sempre exaltada. Uma pessoa sempre preocupada com o melhor da categoria. Segundo relatos, sempre foi carismático, humilde e gente muito boa, de trato simples. Uma grande perda.

Que a F1 honre o legado de Whiting.

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