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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ANÁLISE DA TEMPORADA 2020: Parte 2

 

Foto: Getty Images

Olá! Essa é a segunda parte da análise da temporada 2020. Agora, vou escrever sobre a Alpha Tauri, Racing Point, Alfa Romeo, Haas e Williams.


Foto: Getty Images

ALPHA TAURI:

Pierre Gasly – 8,0: Revigorou a carreira. De chutado e ridicularizado (inclusive por mim), o francês mostrou que era mais uma vítima da Red Bull do que algoz. Os desempenhos excelentes que culminaram na épica vitória em Monza. Muito mais maduro e consistente, Gasly mostra que continuar na Alpha Tauri é um desperdício de talento. Deveria mirar a Renault onde, por ser francês, teria uma vantagem também. 2020 foi o ano da recuperação, então 2021 precisa ser o da afirmação.

Daniil Kvyat – 7,0: Não fez uma temporada ruim, mas também não esteve perto de Gasly. Também correu praticamente sabendo que não permaneceria. Não se destacou, não foi para o pódio mas também não fez feio. Foi apenas normal, mediano, o que chamamos de nota seis, mas essa seria uma nota baixa, então fica o sete mesmo para o russo que dessa vez parece ter dado um adeus definitivo para a F1.


Foto: Getty Images

RACING POINT:

Sérgio Pérez – 8,5: Começou mal e teve Covid. No ano em que teria mais chances de brilhar, o mexicano desabrochou apenas no final, quando teve o pódio na Turquia, perdeu no Bahrein nas voltas finais e teve a redenção recompensadora em Sakhir. Foi lindo ver para um fã o desfecho de uma carreira com uma vitória apoteótica dessas. Pérez é um piloto maduro e consistente, sempre competitivo e extraindo o que pode do carro, às vezes até mais, mesmo demitido e preterido pelo filho do dono. É um crime que o mexicano esteja fora do grid em 2021, mas como o próprio disse, a vitória lhe dá paz. Todos sabem do que é capaz e 2022 é uma nova história. Sai por cima.

Lance Stroll – 7,0: Mesmo filho do dono e com uma corrida a mais que Pérez, terminou 50 pontos atrás. Mesmo com um bom carro, só foi para o pódio em situações extremas, apesar da pole na chuva onde anda um pouco melhor. É muito carro para pouco piloto, mas esse é o preço do investimento de Lawrence. E assim, de pódio em pódio, Stroll vai conquistando números que não merece e serve para enganar muita gente que não enxerga além.


Foto: Getty Images

ALFA ROMEO:

Kimi Raikkonen – 7,0: Lá atrás e sem motivação ou perspectiva de algo, fica complicado julgar. Não apareceu muito nas corridas mas a idade cobra um preço: está mais lento que Giovinazzi nas voltas lançadas, o que compensa nas corridas. É legal ver um campeão mundial no grid mas é meio deprimente vê-lo tão deslocado dos ponteiros. É uma sensação estranha, igual sua temporada.

Antonio Giovinazzi – 7,0: Quase a mesma coisa de Raikkonen. Não fez nada para merecer uma renovação de contrato, mas o ano de pandemia e a jovialidade de Shwartzman pode ter contribuído. Não teve tantos erros bestas desta vez, mas falta ritmo de corrida. É claro que o carro piorou, o que complica em termos de análise e cobrança, mas o italiano precisa dar o sangue para continuar na F1 em 2021. Mesmo assim, a impressão que fica é que está apenas esquentando o banco do russo da F2 mais para a frente.

Foto: Getty Images


HAAS:

Kevin Magnussen – 6,5: Terminou atrás de Grosjean. O carro da Haas piora a cada ano e, sem dinheiro e na melancolia, não há o que fazer. Difícil de avaliar. Para preencher o espaço, apenas escrevo que é raro alguém ir para o pódio na primeira corrida e depois nunca mais. Esse é o caso do dinamarquês, já estabelecido no automobilismo americano e provável figurinha da Indy nas próximas temporadas.

Romain Grosjean – 6,5: Quase se matou em mais uma barbeiragem, mas a última impressão é a que fica: lutou e conquistou a sobrevivência num acidente incrível que jamais teria acontecido se Grosjean não fosse chutado da F1 há tempos. Nesse ano chegou ao limite. São muitos erros bobos e agora mais um quase mortal. Vai tarde e, o mais importante, com saúde. De resto, não há o que lamentar.


Foto: Getty Images

WILLIAMS:

George Russell – 7,5: Anda mais que o carro, mas parece ter uma síndrome de Nico Hulkenberg. Foi para o Q2 algumas vezes mas na hora de pontuar o sobrenatural acontece, ou então erra de forma bisonha batendo durante o Safety Car. Com a Mercedes, mostrou estar pronto para o desafio e um desperdício na Williams, mas o que o inglês pode fazer? Pelo menos agora ele já conquistou alguns pontinhos e não tem mais esse drama na equipe inglesa.

Nicholas Latifi – 6,5: Outro pagante que pegou a bucha de canhão de estrear no ano de pandemia. Não é piloto de F1 mas não me causa antipatia, ao menos salvou a Williams. Claro que a equipe merece um pagante melhor para sobreviver, mas o canadense faz um trabalho honesto. Foi preocupante ter andado quase a mesma coisa que o Jake Aitken, mas lembrei que os dois têm talentos semelhantes na F2. Se continuar salvando a Williams, é possível aturá-lo sem tanta ojeriza.

E essa foi a análise da temporada 2020. Concorda? Discorda? Comente aí!

Até!


domingo, 13 de dezembro de 2020

ZZZ...

 


Abu Dhabi é irritante, insuportável. Essa pista não dá mais. Não dá uma corrida boa ou com alguma lembrança marcante tirando 2010, 2012, 2014 e 2016. É sempre aquele clima de fim de festa, de pelada de fim de ano, despedidas e as pessoas pensando já no Natal e ano novo. Parece que só está lá para aquele foguetório e pirotecnia na chegada e mostrar o hotel. O traçado não tem atrativo algum.

Além do mais, hoje ainda tiveram azar. O Safety Car causado pelo abandono de Pérez fez todo mundo parar e ir com os pneus duros até o final. Uma verdadeira procissão. Vitória de Max Verstappen, seguido de Bottas que chegou a correr riscos contra o debilitado Lewis Hamilton em terceiro. Alexander Albon, distante de Max, ficou em quarto e não se sabe se fez o suficiente para a Red Bull para permanecer em 2021. Para o resto de nós, a resposta é óbvia.

Na sequência veio a dupla da McLaren, Lando Norris e Carlos Sainz Jr, que garantiram o terceiro lugar da equipe nos construtores, a melhor posição dos ingleses desde 2012. O renascimento é em passos lentos. Vejamos agora como será com o retorno da Mercedes na unidade de potência. Valeu a importância de ter dois pilotos semelhantes na equipe para garantir consistência e bons pontos. 

Ricciardo, Gasly, Ocon e Stroll completaram a pontuação. O canadense filho do dono conseguiu a proeza de ficar em 11° no campeonato com o terceiro melhor e 50 pontos atrás do mexicano mesmo com as peças novas sendo colocadas antes no carro dele e ter disputado uma corrida a mais. Patético.

Na parte final, Pietro Fittipaldi vinha atrás das Williams e inexplicavelmente fez uma parada a mais para não terminar a frente de Kevin Magnussen, que se despediu da categoria. Segundo a equipe, houve um superaquecimento do motor e o brasileiro poderia tentar a melhor volta com pneus novos. Tá bem... o brasileiro evoluiu mas mostrou que Schumaquinho e o psicopata Mazepin terão trabalho. Pode-se afirmar que a Haas virou a pior equipe do grid e não há um George Russell para extrair algo a mais.

Uma corrida medonha dessas poupou o meu trabalho de escrever bastante. Abu Dhabi não pode estar na F1, tampouco no calendário. E assim termina o louco ano de 2020 na categoria que, apesar do marasmo na frente, proporcionou grandes histórias de superação e reviravoltas. Um período histórico e memorável, sem dúvidas. Depois de sete meses sem corridas, os três meses que separam até a Austrália (será?) nem parecem muita coisa (será?). 

Confira a classificação final do GP de Abu Dhabi:


Até!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

RETORNOS E DESPEDIDAS

 

Foto: Getty Images

Como o GP de Abu Dhabi tradicionalmente é uma corrida que não vale nada, o final de semana é marcado pelas despedidas, como as corridas finais de alguns pilotos, seja na carreira ou na equipe, além de equipes com o nome ou falindo, etc.

Como o grid de 2021 será bastante modificado, teremos várias despedidas neste final de semana e alguns mistérios. Esta será a última corrida de Sebastian Vettel na Ferrari, de Daniel Ricciardo na Renault e Carlos Sainz na McLaren. Além disso, teremos a última corrida de Kevin Magnussen na F1 e também de Sérgio Pérez (ao menos por enquanto). Pietro Fittipaldi encerra a participação como piloto da Haas e o restante é mistério ou ainda precisa de uma confirmação oficial: Kvyat está deixando a F1 outra vez e o futuro de Alexander Albon apenas Helmut Marko sabe.

Além disso, são as corridas derradeiras de Racing Point e Renault, ao menos com esse nome, transformadas em Aston Martin e Alpine para 2021. Mas nem só de adeus vive a F1. Também há os retornos.

Lewis Hamilton, recuperado da covid, tenta a 12a vitória no ano, mesmo sem estar 100%. Talvez nem precise, afinal é Bottas que está do outro lado. É bom ver o campeão de volta mas quem perde com isso é a própria corrida. Abu Dhabi já é chatíssima, imagina com o retorno de um extraclasse em um carro muito superior aos demais...

Também tivemos o retorno de Robert Kubica, realizando mais um treino livre com a Alfa Romeo e, claro, todos os holofotes na nostalgia: no intervalo entre um treino e outro, Fernando Alonso guiou com sua Renault de 2005, que lhe deu o primeiro título mundial. Só faltou o capacete da época para o exercício de nostalgia estar completo. Como é gostoso o barulho dos carros antigos!

Foto: XPB/James Moy Photography



Também tivemos a estreia de Mick Schumacher em um final de semana de F1, agora pela Haas, sua futura equipe. Não deixa de ser uma nostalgia também, o filho do homem honrando os passos do pai. Como sempre escrevo, faria mais sentido se fosse na Alfa Romeo.

Já ia esquecendo: pode ser a última corrida da F1 na Rede Globo também, o que não deixa de ser emblemático. 

Já ia esquecendo 2: com a volta de Lewis Hamilton para a Mercedes, George Russell volta para casa na Williams depois do conto de fadas com as flechas de prata.

Abu Dhabi, o palco das despedidas, retornos e estreias. Um ar melancólico, nostálgico e ao mesmo tempo de esperança para um futuro melhor que nem sempre chega.

Confira a classificação dos treinos livres do GP de Abu Dhabi:




Até!


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

GP DE ABU DHABI: Programação

 O Grande Prêmio de Abu Dhabi acontece sobre o crepúsculo. Inicia-se de dia e encerra-se à noite. Mistura um traçado de rua com retas longas e curvas "em cotovelo", típicas do arquiteto da F1, Hermann Tilke. Foi disputado pela primeira vez em 2009 e vencido por Sebastian Vettel.


Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Lewis Hamilton - 1:39.283 (Mercedes, 2019)

Pole Position: Lewis Hamilton - 1:34.779 (Mercedes, 2019)

Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)

Maior vencedor: Lewis Hamilton (2011, 2014, 2016, 2018 e 2019) - 5x


EM PAZ

Foto: Getty Images


A vitória apoteótica de Sérgio Pérez provavelmente vai ser o encerramento de um ciclo do mexicano na F1, ao menos neste primeiro momento. Depois de nove anos, Checo não deve ter vaga para 2021, mas já mira 2022. Pérez acredita que, em virtude do novo regulamento, o tempo inativo não será ruim e garante: já existem movimentos para voltar em dois anos.

“Sempre disse que havia uma corrida para 2022, tirando um ano neste estágio em que estou da minha carreira”, disse Pérez. “Nunca sei o que vai acontecer, se terei a vontade de voltar para fazer isso. Em um ano ruim, decidiria parar, mas depois de hoje, das últimas corridas, estou meio que determinado a estar aqui, seja no próximo ano ou no seguinte.

“Já tenho algumas boas opções para 2022, então minha melhor alternativa obviamente é seguir em frente no próximo ano, mas se tiver de para, não será um desastre, posso voltar em 22. O regulamento vai mudar tanto, que não acho que vá prejudicar muito do lado da minha pilotagem, para atingir velocidade. Estou em paz comigo mesmo, sabe?, disse.

Ele também lembrou da conversa que teve com Esteban Ocon no pódio. Os dois foram rivais nos últimos momentos da Force India e o francês viveu situação semelhante: ficou sem vaga para 2019 e retornou nessa temporada para pilotar com a Renault.

“Acho que Esteban [Ocon] mencionou que pilotos como ele ficaram sem vaga, então é assim que a Fórmula 1 é. Ela pode ser muito dura e, infelizmente, não são os melhores pilotos do mundo que estão na Fórmula 1. Estão vamos seguir forçando, seguir entregando. Acho que este é o melhor caminho”, encerrou.

Pérez está por cima e em paz. Entregou tudo o que podia nesses anos todos: pódios, desempenhos e agora a vitória. É óbvio que ele mereceria uma equipe realmente de ponta por tudo o que já fez, mas isso é problema da F1. Checo Pérez agora é uma lenda do México, e não há nada melhor do que isso. Se bem que a Red Bull também não seria ruim...


"PRESTIGIADO"

Foto: Motorsport Images

Apesar de no primeiro momento a Mercedes ter negado que as atuações de George Russell e Valtteri Bottas no oval de Sakhir fizessem diferença para 2021, parece que não é bem assim.

O chefão Toto Wolff segue maravilhado com o desempenho do inglês, sempre frisando que o resultado não foi melhor graças aos erros da equipe. Além disso, Toto pode-se escrever que fez críticas ao finlandês, afirmando que Bottas não mantém um ritmo forte durante a temporada e por isso sucumbe facilmente para Lewis no decorrer do ano.

Em uma volta, ele [Bottas] fica muito próximo de Lewis. Em dias bons, sabemos o que temos nele”, declarou Wolff. “Mas também é fato que ele começa a temporada forte como um urso, mas aí vai caindo conforme o campeonato vai acabando. Você só pode sobreviver contra Lewis e vencer um campeonato se está no pico ao longo de toda a temporada. Agora temos de discutir isso com ele”, disse.

Apesar de ambos já terem contratos assinados com suas equipes para 2021, Toto Wolff não descartou uma mudança imediata. Nos perfis do Instagram, tanto Russell quanto Bottas retiraram que eram pilotos de Williams e Mercedes, deixando apenas que eram pilotos, o que aumenta todo esse burburinho.

“Nós temos um plano de pilotos definido para o próximo ano. George tem contrato com a Williams. Nós temos contrato com Valtteri. A Mercedes honra seus contratos”, apontou. “Mas nunca se sabe. Só podemos trabalhar com a informação que temos no momento e o cisne negro sempre passa nadando quando você menos espera. George estará no nosso carro cedo ou tarde”, encerrou.

Essa última frase é emblemática. Russell será piloto da Mercedes, a questão é quando. Já ficou claro que ele merece imediatamente, assim como ficou evidente que Bottas não está a altura das flechas de prata.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 332 pontos

2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 205 pontos

3 - Max Verstappen (Red Bull) - 189 pontos

4 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 125 pontos

5 - Daniel Ricciardo (Renault) - 112 pontos

6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 98 pontos

7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 97 pontos

8 - Alexander Albon (Red Bull) - 93 pontos

9 - Lando Norris (McLaren) - 87 pontos

10- Lance Stroll (Racing Point) - 74 pontos

11- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 71 pontos

12- Esteban Ocon (Renault) - 60 pontos

13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 33 pontos

14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 32 pontos

15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos

16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 4 pontos

17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos

18- George Russell (Williams/Mercedes) - 3 pontos

19- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos

20- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto


CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 540 pontos

2 - Red Bull Honda - 282 pontos

3 - Racing Point Mercedes - 194 pontos

4 - McLaren Renault - 184 pontos

5 - Renault - 172 pontos

6 - Ferrari - 131 pontos

7 - Alpha Tauri Honda - 103 pontos

8 - Alfa Romeo Ferrari - 8 pontos

9 - Haas Ferrari - 3 pontos


TRANSMISSÃO:






















domingo, 6 de dezembro de 2020

UM SUJEITO COM QUALIDADES

 

Foto: Getty Images

Eu nunca pensei que esse dia chegaria. Ele esteve perto algumas vezes, como na longínqua Malásia em 2012 ou mais recentemente agora, na Turquia. Bateu na trave. O importante era os pódios e bater o adversário, isso foi feito. Para o Bahrein, havia uma pequena chance. A largada foi boa e Sérgio Pérez pulava para segundo, atrás de Russell. Apesar do favoritismo de Verstappen e Bottas, que mais uma vez largou mal, havia a esperança de um bom resultado.

Eis que surge o inesperado inconsequente Charles Leclerc. Tentando ser mais rápido que o carro, foi otimista demais na manobra da curva 4 e bateu em Pérez, que rodou. Verstappen, tentando desviar dos dois, também bateu, juntamente com o monegasco. Na contra-mão, o mexicano cai para último e precisaria de uma corrida de recuperação para pontuar. A sorte após o azar começava aí. 

O primeiro porém: Leclerc foi inconsequente como a gente não via há tempos e faz parte do crescimento pois é jovem. Max, por outro lado, não está conseguindo capitalizar as oportunidades e mais uma vez se envolveu em um enrosco na primeira volta. Apesar de não ter como concorrer pelo título, penso que o holandês está devendo.

Voltando: graças ao Safety Car, Pérez conseguiu colocar os pneus médios e partir para uma nova estratégia, que era basicamente aguentar o quanto pudesse na pistacom o jogo de pneus e ver o que acontecia. Escalando posições, facilmente chegou na zona de pontuação. Com os carros de pneu macio parando cedo, o mexicano conseguiu se livrar de Albon e Ocon, que tinham estratégias semelhantes.

Ao contrário de Sainz e Ricciardo, que iriam para duas paradas, Pérez e as Mercedes foram para uma só. Ou duas, no caso do mexicano, contando com a primeira volta. O pneu duro seria até o final. Voltando para o nono lugar e com pneus novos e mais duráveis, parecia possível ao menos chegar em quinto, onde largou. Até que chegou o momento.

O estreante Jake Aitken, que vinha fazendo um bom papel até então, escapou na última curva e conseguiu evitar que a batida fosse fatal. Perdeu apenas a asa dianteira, que ficou no meio da pista. No entanto, em um circuito oval, não havia muito tempo para que os fiscais pudessem retirar o artefato com segurança e limpar a pista com a areia que entrou no traçado. E o que era para ser um Safety Car Virtual virou um Safety Car normal.

Absolutos, George Russell constrangia Bottas ao largar muito melhor e mostrar que estar na Williams é um desperdício. Bottas num carro de ponta é um desperdício e só mostra o quanto Hamilton não tem adversários nessa F1, mas a culpa não é dele, claro. De última hora, a Mercedes resolve trocar para os pneus médios para os dois. Uma falha no rádio faz com que os alemães peguem os pneus médios de Bottas e coloquem em Russell, percebendo o erro apenas na sequência pois o finlandês estava sem compostos para trocar e perdeu muito tempo no grid. No fim, teve que colocar os mesmos e não pode trocar para não ser desclassificado. Quando a fase não é boa...

O erro amador da Mercedes ainda fez com que Russell andasse com dois compostos diferentes e precisasse parar de novo, voltando atrás de Bottas. Enquanto o Virtual Safety Car tinha virado bandeira verde, antes do Safety Car, Sainz e Ricciardo também pararam nos boxes e abriram caminho para Pérez, que já havia superado Ocon e Stroll. O mexicano, que na primeira volta era último, estava na liderança.

Claro que seria momentânea. Russell, com pneus macios, estava ultrapassando todo mundo e já era o segundo. Estava tudo pronto para fazer história e estrear pontuando com o valor máximo (vitória e volta mais rápida) na estreia na Mercedes e substituindo Lewis Hamilton. Parecia. Quando já estava próximo do mexicano, o pneu furou, provavelmente por passar pelas zebras ou detritos da pista na hora de ultrapassar e o inglês mais uma vez teve um grande azar. Parece que Deus odeia o rapaz. Russell voltou para o pelotão intermediário e conseguiu os primeiros três pontos da carreira mas com sabor amargo, de choro. 

O inglês mostra que está pronto para o desafio de guiar um carro de ponta. Foi muito superior a Bottas e pode sim dar um pouco mais de desafio para o compatriota, talvez motivado por um novo desafio depois do hepta. No entanto, realmente, a Mercedes lhe tirou a vitória com erros inacreditáveis e uma pitada de azar. Lewis pode voltar semana que vem, o que seria ainda mais trágico: uma única chance em vão. Bottas deveria ter o contrato rescindido mas entra em 2021 como alguém já praticamente entregue, técnica e psicologicamente.

E o conto de fadas no deserto terminou com um final incrível: Sérgio Pérez, finalmente, venceu na Fórmula 1. A tensão foi até o final porque abandonou nas voltas finais na semana passada, mas agora isso não será mais lembrado. Uma corrida épica, saindo de último e superando todos os obstáculos que teve na temporada: Covid, um início ruim superado por Stroll, alguns pódios desperdiçados e o desempregado, preterido pelo filho do chefe que teve que engolir seco a vitória do mexicano. 2020 é um ano de reviravoltas e a trajetória de Checo esteve representada nesse contexto.

Os mecânicos o recebendo aos gritos de "Sérgio" e "Checo" é emblemático. No primeiro momento, foi o mexicano que salvou o emprego de todos quando Vijay Mallya foi definitivamente afastado, antes do Stroll pai fazer a compra. Mesmo que seja um absurdo (e é) sua provável ausência, ao menos para 2021, Checo sai por cima. Tem como último ato uma vitória e tem um ano inteiro sabático para atrair um projeto interessante para 2022, na última arrancada da carreira. Sabemos que é lamentável que Strolls, Mazepins e Latifis sejam escolhidos, mas Checo Pérez pode bater no peito e dizer que venceu e fez pódios apenas em equipes médias (Sauber e Force India/Racing Point - a primeira e última antes de se transformar em Aston Martin). Uma carreira linda no lado B da Fórmula 1.

Foto: Getty Images

Outro pódio histórico e surpreendente é de Esteban Ocon. Quem disse que não teve um piloto Mercedes lá no alto? Também contando com a sorte das paradas de Sainz e Ricciardo, o francês segurou a pressão do pelotão de trás e conquista o melhor resultado da Renault desde o retorno à F1, em 2016. Era um resultado necessário para ver se, agora, Ocon consegue se soltar mais. O desafio será ainda maior, contra o bicampeão Fernando Alonso que já estava de olho...

Stroll, com o mesmo carro, foi ultrapassado por Pérez e achou um terceiro lugar. Voltou a ter sorte e pontuar desde o outro pódio, em Monza. Sainz e Ricciardo bateram na trave. Sobre os estreantes: Aitken deu emoção a prova e fez seu papel, assim como Pietro, confirmado para o GP de Abu Dhabi. O ritmo de corrida não está nada bom, mas o que vale é a experiência de guiar em um grande prêmio, representando uma nação de 8 títulos e o avô, deve ser muito gratificante e prazerosa no final das contas.

A vitória de Sérgio Pérez mostra que a Fórmula 1, quando quer, é algo apaixonante e emocionante. O grande legado de 2020 foram as pistas e traçados diferentes. Fica uma pontinha para o futuro. Alguém sentiu falta de Hamilton? Infelizmente, a F1 quase não quer ser legal, emocionante e competitiva. Hoje, todavia, tivemos o conto de fadas rosa mexicano que teve drama, monomito e a reviravolta que todos esperavam.

Sérgio Pérez, ao contrário de Arnaldo, é um sujeito com qualidades. 

Confira a classificação final do GP de Sakhir:


Até!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

O QUE ESTÁ EM JOGO

 

Foto: Getty Images

Na quarta-feira, após o anúncio da Mercedes, escrevi que os alemães foram cautelosos e conservadores ao escolherem George Russell, o mais óbvio e fácil, para o lugar de Lewis Hamilton. Alguns dias depois e pensando mais sobre o tema, mudei de opinião. Não se trata de uma questão conservadora, muito pelo contrário: a Mercedes tomou uma decisão ousada e que pode impactar o curto-prazo.

Se fosse colocado alguém que não tivesse perspectivas de assumir o cockpit, seria um ambiente de tranqulidade para Bottas e a tentativa de uma redenção para Hulkenberg ou Vandoorne, dois dos especulados. Agora com Russell, piloto da Mercedes e candidato a piloto da equipe no futuro, está feita a prova, mesmo que o inglês não esteja adaptado ao carro de Hamilton: um bom desempenho pode lhe credenciar para a equipe principal mais rápido do que o imaginado.

Além disso, joga toda a pressão para Bottas em um contexto que é alto risco, baixa recompensa: ele é obrigado a vencer no Bahrein. Se fizer isso, será apenas uma obrigação. Do contrário, caso Russell consiga se sobressair com um bom desempenho, isso pode acarretar um futuro cada vez mais próximo do fim para o finlandês e um grande porém, mais do que já existe, sobre o nível de competição que Lewis Hamilton enfrentou desde 2017.

Em um circuito oval e curto, é difícil encontrar espaço. Bottas pareceu pressionado e não conseguiu encaixar uma volta limpa, embora tenha um stint superior, o que é normal e obrigatório. Russell, estrela do dia ao ser o mais rápido nos dois treinos, ainda pode evoluir com mais um treino e a classificação, mas o ritmo de corrida é inferior. Normal, afinal não está acostumado com esse carro.

Os outros estreantes foram bem decentes e tranquilos. Pietro Fittipaldi e Jake Aitken não comprometeram e, com quilometragem, têm tudo para fazer um final de semana seguro. No meio disso tudo, uma grande briga por espaço e posições na largada, onde um erro, uma distância ou um vácuo podem definir várias posições.

O Grande Prêmio de Sakhir é a grande corrida do ano: oval, sem Hamilton, pilotos estreantes e sem Grosjean para matar os outros ou a si, há muita coisa em jogo na noite quente do deserto de Sakhir.

Confira a classificação dos treinos livres do GP de Sakhir:



Até!


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

GP DE SAKHIR: Programação

 O Grande Prêmio de Sakhir, em virtude da pandemia, foi uma adição da F1 no calendário utilizando o anel externo do circuito. Pela primeira vez, a F1 terá um circuito parecido com algo oval, com tempos de volta inferiores a um minuto.

Foto: Wikipédia


TUDO OU NADA

Foto: Motorsport



Após convocar uma coletiva de imprensa para falar sobre o futuro, Sérgio Pérez foi claro: ou ele vai para a Red Bull ou vai tirar um ano sabático do automobilismo em 2021.

É tudo ou nada. Ou vou para a Red Bull, ou me vou da Fórmula 1. Mas a Red Bull disse que vai tomar a decisão quando acabar a temporada. Meu plano B é tirar um ano sabático para considerar o que quero fazer da minha vida, da minha carreira e se posso retornar a outro projeto para 2022, talvez até parando definitivamente. Não quero tomar uma decisão apressada e, por isso, tiraria esse ano sabático”, afirmou.

O mexicano também disse que está negociando para ser piloto reserva de uma grande equipe e que inclusive já recebeu ofertas de equipes para a temporada 2022, quando um novo regulamento entra em vigor na F1.

“Está em discussão ser piloto reserva de uma grande equipe. Mas ainda estamos conversando porque não quero viajar a todas as corridas.

Já tenho opções para retornar à Fórmula 1 em 2022, por isso não quero me precipitar para tomar uma decisão ou falar de outras categorias. Não me afetaria ficar um ano fora da F1. Em 100 ou 200 voltas, com certeza estaria adaptado. E mais, tendo em conta que haverá um novo regulamento, todos nós começaríamos do zero”, completou.

Do jeito que está falando, Pérez está bem confiante e tranquilo quanto ao futuro. É um bom piloto. Quem sabe, em outro contexto, possa esperar por 2022 ou ainda batalhar para convencer Helmut Marko e Christian Horner. Além de bom piloto, tem o aporte de Carlos Slim, o que ninguém pode jogar fora em um período de pandemia. 

Pérez merece essa vaga ou um carro competitivo. Sozinho, está guiando a Racing Point entre os primeiros nos construtores, mesmo com covid e tudo. Como diz o auditório aquele: "ele merece, ele merece!".

A ÚLTIMA DANÇA?

Foto: Divulgação


Apesar de ainda hospitalizado e se recuperando das queimaduras na mão causadas pelo acidente de domingo, Romain Grosjean não quer que a explosão e a luta pela sobrevivência sejam sua última imagem na categoria.

Em entrevista para a TV francesa onde também falou sobre a batida, o francês deixou claro que vai fazer o possível para se recuperar e disputar a última corrida pela Haas na semana que vem, em Abu Dhabi.

“Eu diria que existe uma sensação de felicidade por estar vivo, de ver as coisas diferente. Mas também tem a necessidade de voltar ao carro, se possível em Abu Dhabi, para terminar a minha história na F1 de uma maneira diferente”, disse.

A Haas confirmou Pietro Fittipaldi apenas para o GP do Sakhir do final de semana, por enquanto. Tecnicamente, ainda há possibilidade. Sinceramente, não sei. Ter como última imagem sobreviver a um acidente incrível pode ser bom para assimilar os traumas que isso causa, ao mesmo tempo que todo esportista ainda quer tentar de novo e ao menos encerrar o ciclo.

Seja lá o que for, Grosjean sairia por cima com qualquer uma das decisões. O importante é que sobreviveu.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 332 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 201 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 189 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Renault) - 102 pontos
5 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 100 pontos
6 - Charles Leclerc (Ferrari) - 98 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 86 pontos
8 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 85 pontos
9 - Alexander Albon (Red Bull) - 85 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 71 pontos
11- Lance Stroll (Racing Point) - 59 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 42 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 33 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 26 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos
19- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 533 pontos
2 - Red Bull Honda - 274 pontos
3 - McLaren Renault - 171 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 154 pontos
5 - Renault - 144 pontos
6 - Ferrari - 131 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 97 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 8 pontos
9 - Haas Ferrari - 3 pontos

TRANSMISSÃO:







domingo, 29 de novembro de 2020

QUASE TUDO IGUAL

 

Foto: Reprodução/F1

Pela primeira vez (ou talvez segunda), uma geração de telespectadores teve a sensação de estar testemunhando a morte de um piloto ao vivo durante uma corrida, justamente quando a F1 parece mais segura a esse tipo de fatalidade.

O acidente de Jules Bianchi não foi televisionado e, a primeira vista, não parecia grave. Me referi a grave batida de Robert Kubica em 2007, em Montreal, quando capotou várias vezes e desmaiou no carro. Eu pensei que tinha morrido, mas no final das contas teve apenas um tornozelo quebrado.

Hoje, Grosjean fez mais uma das suas trapalhadas que, de novo, quase causaram sua morte. Ninguém esquece de suas batidas, a largada na Bélgica em 2012 e o cavalo de pau que ele deu na largada de Barcelona e quando tentou dar a volta com metade do grid atrás. Hoje, talvez por não enxergar no ponto cego ou simplesmente não ver os retrovisores, foi no meio de Kvyat e bateu reto no guard-rail.

Uma explosão. Fazia tempo que um carro não explodia assim. Parecia filme de ação. A TV não mostrou os detalhes no primeiro momento e sempre faz isso quando algo parece ser gravíssimo. A impressão era de morte, ou no mínimo o francês estava bem passado. 

Foto: Getty Images

Depois, com a recuperação das imagens, deu para entender a sequência dos acontecimentos. O mais impressionante é que a Haas atravessou o guard-rail, teve vazamento da gasolina e o carro ficou partido em dois. Como Grosjean não ficou dividido também? Tudo bem que a célula de sobrevivência é feita para maximizar o impacto, mas como um carro desses passa no crash test? E como um guard rail desses permite que um carro a 200 o atravesse?

A explosão à la Berger em 1989 e o carro no guard rail à la François Cevert e Koinigg juntaram e parecia um acidente que deformaria o corpo do francês que milagrosamente sobreviveu graças aos aparatos de segurança, o macacão anti-chamas, a rápida ação das pessoas que fazem parte do carro médico, a destreza do francês, na adrenalina, além do próprio Halo. Hoje sim ele evitou que a cabeça de Grosjean virasse uma almôndega.

Os fiscais estavam visivelmente despreparados, mas alguns conseguiram identificar que Grosjean, saindo pela lateral, pulava o guard rail enquanto pegava fogo num último espasmo para depois ser levado ao hospital. O francês misturou diversos acidentes fatais da história do automobilismo e só não teve o mesmo fim por pura e simplesmente sorte, além da tecnologia.

Foto: Reuters

Grosjean está no hospital em observação e teve queimaduras nas mãos. Suas chances de terminar a temporada são pequenas, visto as lesões e até o próprio trauma psicológico que isso deve demandar. O francês sempre mostrou ter medo dos ovais da Indy e tem filhos pequenos. Talvez isso tenha sido um sinal de que o automobilismo acabou para ele. Dito isso, a culpa do acidente foi do francês e ele quase foi vítima de sua própria inconsequência.

Até os próprios pilotos voltaram a se dar conta que sim, o automobilismo é perigoso e pode te tirar daqui em um instante. A sensação de segurança e a falta de limites que isso implica serão abordados em outro texto, mas é nítido que processar tudo isso teve um abalo emocional em todos. De repente, estar vivo e saudável era a grande vitória de cada um.

Na relargada, a bruxa parecia solta e Kvyat, envolvido indiretamente na quase morte de Grosjean, fez Stroll capotar. O canadense anda numa zica que eu fiquei triste por uns dois segundos e passou, mas eu seria castigado no fim, para variar. 

Sobre a corrida? A péssima largada de Bottas e seu azar ficaram em segundo plano, mas mais uma vez é inclassificável esse cara ser o grande adversário de Hamilton, que venceu sem fazer muita força com Max Verstappen em segundo. Sérgio Pérez vinha para mais um pódio tranquilo quando o motor Mercedes explodiu no final. O mexicano é uma das pessoas mais injustiçadas do mundo e deve anunciar amanhã que não estará na F1 em 2021. O pódio caiu de paraquedas para Albon. Sua situação não muda muito mas ao menos ganhou mais um troféu para a coleção.

Os destaques ficaram com a dupla da McLaren, que soube capitalizar as oportunidades recebidas, Pierre Gasly, a combativa dupla da Renault e Charles Leclerc, que fez o possível.

Hoje, o resultado foi o que menos importou. Onde tudo foi quase igual, o banal de viver precisou ser celebrado pelas circunstâncias, e é isso que realmente importa.

Confira a classificação final do GP do Bahrein:



Até!


sexta-feira, 27 de novembro de 2020

FIM DE FESTA

 

Foto: Getty Images

Nas próximas três semanas, a F1 encerra a temporada maluca de 2020 com o oval do Bahrein como grande novidade. Enquanto isso, entre esse evento, temos a primeira corrida em Sakhir e o chatíssimo GP de Abu Dhabi simbolizando esse fim de feira da categoria.

No deserto, que teve até garoa e onde as condições normais imperam, será mais um grande final de semana para Lewis Hamilton, o mais veloz dos dois treinos.

Outro que já entendeu que é realmente o fim da festa mesmo é Alexander Albon, que deu uma porrada na última curva no treino dois e deve ter sacramentado a saída da categoria com isso, pois o japonês Tsunoda deve ir para a Alpha Tauri.

Quem está aproveitando essas chances para uma última boa impressão é o ascendente Sérgio Pérez, mais uma vez entre os mais rápidos. A grande motivação é a última grande chance da vida: guiar um grande carro, mas com o conhecido pacote Red Bull: Max Verstappen e as prioridades... a essa altura, pouco importa para Checo. É como ganhar na loteria.

O grande fato do final de semana é a decisão na F2. Callum Ilott é pole, Drugovich o segundo e o virtual campeão Mick Schumacher apenas o décimo. Vai ser tema de um post no blog o grande ano da F2 que tivemos, com bons pilotos ascendendo para a categoria no futuro.

Ademais, não há muito o que escrever. Os principais convidados já foram embora e agora está todo mundo embriagado esperando o nascer do sol para apagar na cama e se recuperar da ressaca.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP do Bahrein:



Até!


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

GP DO BAHREIN: Programação

 Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

Foto: Getty Images


ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Charles Leclerc - 1:27.866 (Ferrari, 2019)
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel (2012, 2013, 2017 e 2018) - 4x

MOTOR PRÓPRIO? É POSSÍVEL

Foto: Motorsport

É o que diz o chefão Christian Horner. Com a saída da Honda e a impossibilidade e o desinteresse de negociar com os outros fabricantes (Ferrari, Mercedes e Renault), a última e única alternativa é tentar adquirir a tecnologia dos japoneses, com quem os taurinos possuem boa relação.

“A grande questão, então, é: um energético pode produzir um motor capaz de competir com os melhores do mundo? Conseguimos com o chassi, então deve ser possível com o motor”, disse para a Sky Sports.

Vale lembrar que Helmut Marko está em tratativas e estava em vias de viajar para o Japão para resolver tudo isso pessoalmente com o pessoal da Honda. A questão é que o tempo é inimigo dos austríacos: eles têm um ano para acertar e começar a colocar em prática a operação. 

Do contrário, a Red Bull pode deixar de figurar como uma equipe de ponta, com diferencial, o que também pode, como consequência, afugentar Max Verstappen, que já está ficando velho e impaciente por um projeto vencedor a curto/médio-prazo.

2020? JÁ ERA

Foto: Getty Images

Não estou falando do campeonato, que todos sabem que foi mais uma vez vencido por Lewis Hamilton e a Mercedes, mas sim das possibilidades de vitória da Red Bull na temporada. Foi o que disse Max Verstappen, ainda muito decepcionado com o domingo na Turquia, onde perdeu a grande chance de vencer a segunda no ano depois de fazer treinos muito competitivos.

Errando na chuva e rodando duas vezes em momentos cruciais, Max deu mostras daquele piloto irregular do início da carreira que ainda não sabe digerir a responsabilidade da obrigação de andar bem quando há o protagonismo, o que era nítido em Istanbul. Ele segue lamentando o sexto lugar e não acredita que será capaz de vencer no Bahrein e em Abu Dhabi.

“Ainda que as condições de pista estivessem complicadas na sexta-feira, eu estava contente com o equilíbrio que encontramos e o carro funcionava bem. Sentíamos uma motivação para o fim de semana. Foi decepcionante para toda a equipe terminar na sexta colocação porque não era o que desejávamos e nem esperávamos.

Não só eu, mas toda a equipe saiu decepcionada da Turquia porque sempre queremos ganhar. Não creio que vamos ter essas condições de pista outras vezes e as próximas corridas provavelmente vão ser mais normais.

[O Bahrein] é uma pista que conhecemos bem, mas é sempre dura com os pneus, então será importante para encontrar uma boa configuração [do carro]”, disse para o GP Fans.

Apesar de duro, Max tem razão. Ele tem poucas chances de vencer por ano e, desta vez, não aproveitou. Em 2021 não será muito diferente. A única esperança é o tal do novo regulamento, mas até lá muita coisa pode mudar, melhorar ou piorar. A conferir.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 307 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 197 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 170 pontos
4 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 100 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 97 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Renault) - 96 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 75 pontos
8 - Lando Norris (McLaren) - 74 pontos
9 - Alexander Albon (Red Bull) - 70 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 63 pontos
11- Lance Stroll (Racing Point) - 59 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 40 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 33 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 26 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos
19- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 504 pontos
2 - Red Bull Honda - 240 pontos
3 - Racing Point Mercedes - 154 pontos
4 - McLaren Renault - 149 pontos
5 - Renault - 136 pontos
6 - Ferrari - 130 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 89 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 8 pontos
9 - Haas Ferrari - 3 pontos

TRANSMISSÃO













segunda-feira, 16 de novembro de 2020

DINASTIA

 

Foto: Getty Images

O final de semana na Turquia, só pelo fato de ter retornado para Istambul em virtude da pandemia, já seria algo diferente por si só. No entanto, com a chuva no treino que infelizmente nos premiou com uma pole para Lance Stroll, o sentimento de incerteza tomou conta de todos. E foi ótimo.

A corrida foi com pista molhada. Imprevisível como sempre, parecia que seria um dia histórico para a Racing Point, que foi se isolando do pelotão, sobretudo Stroll. Parecia que o inevitável iria acontecer. Verstappen teve uma péssima largada e, na ânsia de recuperar posições, rodou várias vezes e desperdiçou uma grande oportunidade. Quando precisou ser protagonista, fraquejou no sábado e no domingo. Brilhar sem responsabilidade é fácil. Max teve um dia daquele Max de 2016-2018.

Vettel, por sua vez, teve seu grande dia. Muito bem na chuva, pulou para o quarto lugar e segurou Hamilton durante boa parte da corrida, em sua grande atuação na temporada. Leclerc, lá atrás, apostou em parar logo que a pista começou a melhorar e foi mais rápido, acelerando e ganhando posições. Um piloto rápido, cerebral e preciso. Em grandes momentos que vai ter na carreira, o monegasco parece quase pronto...

Com um show de rodadas de Albon e Verstappen e a parada de Vettel, mais a pista secando, fez com que Hamilton finalmente entrasse na corrida. A Racing Point, tentando copiar a estratégia da Ferrari, fez Stroll parar para tentar voltar acelerando para garantir a vitória. Acontece que Stroll não é Leclerc e, obviamente, o conto de fadas virou pó. Por um segundo cheguei a ficar com pena do canadense, que liderou 32 voltas e foi só o nono. Bem decepcionante.

O caminho livre fez Hamilton passar Pérez e, sem parar, abrir caminho e progredir rumo a uma vitória épica que coroa uma temporada e o momento histórico, que ficou até em segundo plano: o heptacampeonato. No entanto, não deixa de ser um fim broxante para uma boa corrida que prometia algo inédito.

Ao menos Checo Pérez volta para o pódio depois de dois anos e pode dar um grande passo para assinar com a Red Bull, mostrando segurança e bom ritmo. Vettel volta ao pódio de forma merecida por tudo que a Ferrari está fazendo com ele, uma verdadeira canalhice. Também é bonito um tetracampeão e o terceiro maior vencedor da história presente no pódio que corou o hepta.

Para isso, contou com um erro de Leclerc originado pela escapada do mexicano. O monegasco foi para o ataque para garantir o segundo lugar, passou do ponto e ficou fora do pódio. Ele ficou puto, o que é compreensível, mas Charles não pode ser tão emocional a ponto de se autodepreciar. Com o carro que tem, largando lá atrás, foi um dos melhores da corrida.

O silencioso Carlos Sainz pegaria o pódio se tivesse mais algumas voltas, sempre constante. A Renault deixou a desejar e foi coadjuvante. De resto, o mesmo de sempre.

Ah: Bottas é inqualificável. Não deveria continuar na Mercedes. É inacreditável como ele facilita o trabalho de Hamilton. É mais um desperdício de vaga.

A dinastia de Lewis Hamilton precisava de uma vitória épica como essa para simbolizar a carreira e genialidade deste grande do esporte. Ele não precisa provar nada para ninguém, mas o grande recado do inglês é seu envolvimento fora da pista, entendendo o papel de ídolo e exemplo que possui.

O que vem por aí? Mais vitórias, talvez mais títulos... não importa: a história está sendo feita diante dos nossos olhos. A frase é clichê mas precisa ser repetida para que se entenda essa magnitude.

Confira a classificação final do GP da Turquia:


Até!

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

AQUECENDO OS MOTORES

 

Foto: Getty Images

Já começo o post avisando que um texto sobre o futuro de um Grande Prêmio no Brasil será postado na semana que vem, com mais calma. Gostaria de abordar outros assuntos antes nessa que deve ser a corrida que vai sacramentar o heptacampeonato de Lewis Hamilton.

O foco de hoje é a Red Bull. Desde o anúncio da saída da Honda para o final do ano que vem, estão pipocando muitas coisas sobre quem será o novo fornecedor de motores. Se falou do retorno da Renault, por regulamento, mas parece que pode existir um desfecho positivo envolvendo os japoneses.

Segundo o consultor Helmut Marko, são boas as chances da Red Bull continuar tocando o projeto da unidade de potência dos japoneses por conta própria. Um acordo precisa ser finalizado, além da questão técnica das fábricas e a cooperação das duas empresas. Ele vai para o Japão resolver essas questões. Se os taurinos conseguirem êxito, pode ser um trunfo interessante para a sequência do projeto, além de ser uma questão que desde a McLaren o pessoal tem a curiosidade de saber como seria para uma equipe de fábrica fazer o próprio motor (excluindo Mercedes, Ferrari e Renault, claro).

Marko confirmou que Yuki Tsunoda vai estar na Fórmula 1 ano que vem, basta o japonês terminar entre os três primeiros na Fórmula 2. Mais um pé na bunda para Kvyat e provavelmente para Albon, que prefere cair atirando do que tentar uma redenção, se ele tivesse essa opção, é claro. Não é injusto.

Na fria e no novo recapeamento da pista de Istambul, os pilotos relataram estar "correndo no gelo". Muita dificuldade para aquecer os pneus e fazer boas voltas, com muitas rodadas. Verstappen liderou os dois treinos e até a Ferrari andou entre os primeiros, mas isso só serve para deixar o panorama ainda mais incerto e atrativo para o classificatório e a corrida, provavelmente consagradora para Lewis Hamilton.

A F1 tenta se aquecer nesse final de temporada único e maluco mas que poderia ser bem melhor se a Mercedes tivesse um adversário, frase essa que está sendo repetida desde 2014. 

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Turquia:



Até!


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

GP DA TURQUIA: Programação

 O Grande Prêmio da Turquia fica localizado no autódromo de Istanbul Park e foi inaugurado em 2005, permanecendo na F1 até 2011. Em 2020, com a pandemia do coronavírus, a pista volta para o calendário da Fórmula 1.

Foto: Wikipédia


ESTATÍSTICAS:

Melhor volta em corrida: Juan Pablo Montoya - 1:24.770 (McLaren, 2005)

Pole Position: Sebastian Vettel - 1:25.049 (Red Bull, 2011)

Último vencedor: Sebastian Vettel (Red Bull)

Maior vencedor: Felipe Massa - 3x (2006, 2007 e 2008)

E VOLTA O CÃO ARREPENDIDO...

Foto: Getty Images

A informação é do Grande Prêmio. Sem qualquer indicativo de que possa ter um aval das autoridades competentes para as liberações ambientais do tal autódromo de Deodoro, a direção da categoria resolveu voltar a olhar a realidade e já trabalha para tentar realocar o autódromo de Interlagos no calendário de 2021.

No mês passado, o futuro ex-chefão Chase Carey enviou um documento para Cláudio Castro, governador interino do Rio de Janeiro, uma carta lobby para liberar a área do autódromo para que as obras iniciassem. 

O Inea, por sua vez, assinou um parecer com dúvidas, erros e irregularidades no relatório enviado pela EIA (Estudo de Impacto Ambiental), o que esfriou a situação.

A questão vai além: no final de outubro, Carey voltou a entrar em contato com a organização do autódromo de Interlagos no mesmo momento em que encerrava o prazo de 45 dias para que a Rio Motorsports, "detentora" dos direitos da F1 a partir de 2021, realizasse as garantias financeiras estipuladas na minuta.

Bom ver que a F1 saiu da fantasia e entrou na realidade. Agora só falta finalmente entender que essa Rio aí não vai pagar nada, mas aí é uma outra conversa.

... COM SUAS ORELHAS TÃO FARTAS

Foto: Autosport.pt

Toto Wolff, apesar de todo o drama, vai continuar como chefão da Mercedes até o fim de 2021. Ele confirmou a informação para a emissora austríaca ORF.

Alegando cansaço e saúde debilitada, o alemão disse que gostaria de estar num cargo na equipe alemã onde não precisasse viajar tanto. 

Apesar de começar a procurar substitutos, essa é uma decisão para o longo-prazo. Enquanto ele e a equipe não encontram o candidato ideal, Toto vai seguir desempenhando suas funções normalmente.

“Quando chegar a hora certa, vou continuar em outra função. Como acionistas, precisamos pensar no que é melhor para a equipe. Agora não é a minha hora de ir embora porque ainda não encontramos ninguém a quem eu possa entregar o bastão.

Estou ocupado tentando encontrar o melhor homem ou mulher para me suceder. Se tiver sucesso, posso assumir uma nova função. Sempre achei que não deveria ir de muito bom para bom, porque então alguém estaria mais apto para assumir. Sinto que ainda posso dar uma contribuição, mas quero pensar no futuro sobre como eu quero a estrutura da equipe no futuro.

Acho que vou ficar por mais um ano e vou de fato continuar como chefe de equipe. Acho que os próximos dois anos podem ser uma situação interessante e, enquanto estiver curtindo, quero seguir fazendo isso.

Sei que terei de treinar lentamente meu substituto, e ele poderá trabalhar ao meu lado no ano que vem. Depois, talvez dirija [a equipe] em paralelo por um ano e, depois, assisto às corridas da TV em casa", afirmou.

O drama também serve para valorizá-lo, seja lá para qual desafio Toto queira ir no futuro. Ir para casa talvez seja um desejo primário de descanso, mas pessoas como ele não vão aguentar ficar no sofá se coçando por muito tempo. Essas pessoas vivem por desafios estabelecidos e alcançados. Enquanto a Mercedes não perder a hegemonia, essa chama vai continuar em fogo baixo. Imagina se a Mercedes perde? O papo de ir para casa vira balela.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 292 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 197 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 162 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Renault) - 95 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 85 pontos
6 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 82 pontos
7 - Lando Norris (McLaren) - 69 pontos
8 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 65 pontos
9 - Alexander Albon (Red Bull) - 64 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 63 pontos
11- Lance Stroll (Racing Point) - 57 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 40 pontos
13- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 26 pontos
14- Sebastian Vettel (Ferrari) - 18 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 10 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
18- Romain Grosjean (Haas) - 2 pontos
19- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 479 pontos
2 - Red Bull Honda - 226 pontos
3 - Renault - 135 pontos
4 - McLaren Renault - 134 pontos
5 - Racing Point Mercedes - 134 pontos
6 - Ferrari - 103 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 89 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 8 pontos
9 - Haas Ferrari - 3 pontos

TRANSMISSÃO












domingo, 1 de novembro de 2020

E CONTANDO...

 

Foto: Getty Images

São 93 vitórias de Lewis Hamilton e sete títulos consecutivos da Mercedes, um novo recorde na F1. E contando... Apesar de parecer fim de festa para Toto, cada vez mais convencido de que vai deixar a equipe no final do ano, Hamilton ainda faz um drama e tenta chamar a atenção afirmando "que pode não estar aqui ano que vem", ele mesmo que também diz ter muito mais a conquistar na categoria.

É uma simbiose que se torna sinônimo da maior hegemonia da história da Fórmula 1. Apesar disso, a equipe tem seu patinho feio e azarado. Bottas é inqualificável, e hoje ainda teve o azar de ficar com um pedaço da asa do carro de Vettel no assoalho na corrida toda, o que custou uma possível vitória. Para piorar, Hamilton foi aos boxes bem no momento em que entrou o Safety Car Virtual, para sepultar de vez as chances do finlandês. Hamilton está a 19 pontos do heptacampeonato, na Turquia.

Mas Bottas também teve sorte porque conseguiu salvar a segunda posição graças ao pneu estourado de Verstappen. Ao tentar uma estratégia diferente, a Mercedes usou o finlandês para marcar território e deixou Hamilton com a pista livre, com pneu melhor apesar do desgaste. Uma vitória à la Schumacher. A Red Bull errou e viu o pneu traseiro direito de Max explodir, o que de certa forma mudou tudo lá atrás.

O inqualificável Stroll fez mais uma corrida deplorável, mostrando a qualquer um com QI com mais de dígitos que ele só está lá porque é filho do papai. Pior: mostrou um instinto homicida ao atropelar o mecânico da Racing Point que claramente se inspirou em Neymar. Fez todo um malabarismo e contorcionismo desnecessário para valorizar o incidente. Se tivesse VAR, não teria sido marcado nada.

 Pérez, largando de 11°, tinha tudo para confirmar o pódio até ser chamado de forma suspeita para os boxes numa burrada e perder essa condição. Melhor para Ricciardo, que herdou o posto e resistiu aos ataques de Kvyat, em grande apresentação no ano (a melhor), provavelmente em seu canto do cisne. Gasly, com o lindo capacete de Senna, abandonou na nona volta. Poderia estar no bolo, mas o australiano tem tudo para confirmar e ser o melhor do resto. Será que já se arrependeu de deixar a Renault e ir para a McLaren em uma situação inferior?

Por falar em burrada, é preciso ter sorte e competência na vida até para atravessar a rua, já dizia Nélson Rodrigues. George Russell é atropelado todas as semanas. Quando finalmente tinha chances límpidas de pontuar pela primeira vez, bateu estando atrás do Safety Car. Lembrou a decepção de Badoer ao abanadonar em 1999. O inglês é promissor, mas se não aproveitar as frestas que lhe oferecem... Digo o mesmo para Ocon, hoje vítima do motor francês estourado.

De contratos renovados, os dois pilotos da Alfa Romeo estiveram juntos na zona de pontuação pela primeira vez no ano, o que é uma "resposta" para os críticos e um estímulo para Giovinazzi, pois sabemos que Raikkonen não se importa com nada. A McLaren claramente virou a quinta força outra vez e, sem investimento, pode voltar a estagnar nas posições intermediárias. Sainz já está chegando em Norris na tabela.

Em um circuito travado, curto e pequeno, Ímola poderia compensar na imprevisibilidade de apenas Raikkonen conhecer a fundo o circuito. No final, o Safety Car até deu um suspense, mas foi uma corrida previsivelmente insuportável. Ah, Vettel. Quando não é ele que caga na entrada é a Ferrari que faz caca na saída. Um "erro" no pit e lá se foi mais uma chance de pontuar. Agora o tetracampeão está atrás de Kvyat e apenas alguns pontos a frente de Nico Hulkenberg, que só largou duas vezes em 2020.

Ah, Albon. Ele definitivamente assinou hoje a saída da Fórmula 1. O contexto não ajuda e ele também não. Parece que desistiu da causa. Uma pena. Escreverei mais sobre no post de amanhã.

Mais uma vitória para Hamilton, mais um título para a Mercedes e, em duas semanas, mais um título para Lewis Hamilton igualar mais um recorde da Fórmula 1. E assim o mundo segue, girando e contando...

Confira a classificação final do GP de Emília Romagna:


Até!