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terça-feira, 27 de outubro de 2020

MUITO ALÉM DA TAMBURELLO

 

Foto: Getty Images

Ímola virou sinônimo de morte, de tragédia, especialmente para nós brasileiros. É claro que a morte de Senna na Tamburello deixa marcas eternas na lembrança popular de todos, mesmo os que odeiam o esporte. Também teve a morte de Ratzenberger e os acidentes de Piquet e Berger, mas este post serve para mostrar que o Auódromo Enzo e Dino Ferrari é muito mais do que um cemitério e também teve histórias importantes de disputas, rivalidade e inimizade.

Começamos por 1982. A Ferrari tinha uma grande superioridade e era favorita para o título. Depois de Nelson Piquet e Keke Rosberg terem sido desclassificados da corrida anterior, no Brasil, a FOCA resolveu boicotar a corrida, que teve somente a participação das equipes de fábrica (Ferrari, Alfa Romeo e Renault) e mais quatro equipes que "amarelaram" na hora H e formaram um grid de só 14 carros.

Na pista, as Ferrari assumiram a ponta após as duas Renault quebrarem. Com uma grande possibilidade de fazer uma dobradinha, algo que não acontecia desde Itália-1979, a Ferrari pediu que os pilotos se acalmassem e não fizessem bobagem. Villeneuve, que era o líder, entendeu que a ordem era manter as posições, mas Didier Pironi não. Na última volta, o francês ultrapassou o canadense e venceu pela primeira vez com a Ferrari. Gilles ficou furioso, prometeu nunca mais falar com Pironi e morreu na corrida seguinte durante os treinos para o GP da Bélgica.



1989. Berger bate forte na Tamburello no início da corrida e provoca uma bandeira vermelha. O carro da Ferrari pega fogo mas milagrosamente o austríaco só tem alguns ferimentos nas mãos. 

Na relargada, Senna passa Prost e vence, buscando o bicampeonato. Prost não gostou nada porque disse que o brasileiro violou um acordo que tinham feito antes da relargada, pois foi dito entre os dois que quem largasse na frente não seria atacado pelo outro até depois da primeira curva, porque a superioridade dos carros ingleses era enorme sobre as demais equipes que não valeria a pena um confronto logo na primeira curva de cada corrida.

A partir disso, a rivalidade entre os dois ficou cada vez maior e o final vocês já sabem.



1997. Particularmente, acho a corrida desse ano interessante porque, no meio da rivalidade entre Villeneuve e Schumacher, Heinz Harald Frentzen venceu pela primeira vez na carreira, com a Williams. 1997, o famoso campeonato onde o canadense e o alemão nunca dividiram o mesmo pódio o ano todo. Foi também a primeira dobradinha entre pilotos alemães na história da F1.



2003. Na manhã de domingo, morreu Elizabeth Schumacher, de 55 anos, vítima de cirrose hepática. Os filhos, Michael e Ralf, largavam na primeira fila e decidiram correr. Na pista, Michael conseguiu a primeira vitória na temporada e foi para o pódio, sem comemorar. Na coletiva, foi substituído pelo chefão Jean Todt.



2005. Com um início arrasador em um novo regulamento, a Renault e o jovem Fernando Alonso despontavam como candidatos ao títulos junto com a McLaren. Por outro lado, a Ferrari sofria com os pneus Bridgestone e a incapacidade de trocar durante a prova. 

Largando lá atrás, mesmo assim, Schumacher fez sua primeira grande corrida do ano e, mesmo pressionando Alonso, o espanhol venceu mais uma na temporada. Essa corrida tem um significado enorme: finalmente alguém capaz de segurar o alemão sem temê-lo. Foi o começo da caminhada do primeiro título de Fernando e o fim da "era Schumacher". No ano seguinte, Schumacher superou o recorde de poles de Ayrton Senna e deu o troco no espanhol.



E agora, o que o circuito diferente (sem a chicane final) vai nos proporcionar no próximo final de semana?

Até!





terça-feira, 18 de junho de 2019

QUANDO A F1 ERA F1

Foto: Continental Circus
Nada mais oportuno (coincidência ou não) do que a corrida seguinte do Canadá ser o GP da França, que 40 anos atrás protagonizou uma de suas maiores batalhas dentro da pista de todos os tempos. É claro que nos tempos atuais os dois protagonistas já estariam em uma prisão perpétua por colocar as próprias vidas e a do resto em risco, mas como o título, isto é do tempo que a F1 era F1.

Antes do circo chegar em palco francês, em Dijon, aconteceram algumas coisas. A primeira delas foi o acidente que Patrick Depailler sofreu enquanto voava de asa delta. Teve fraturas nas pernas, no tornozelo e em algumas costelas. Em seu lugar na Ligier foi contratado Jacky Ickx.

A F1 chegou a ficar um mês entre uma corrida e outra porque a corrida do meio, que seria a Suécia, foi cancelada diante da falta de apoiadores, claramente em virtude dos falecimentos de Ronnie Peterson e Gunnar Nilsson.

Desejando a primeira vitória em casa e com o motor turbo, a Renault tratou de ficar com a primeira fila, com Jean-Pierre Jabouille e Renè Arnoux, seguidos por Gilles Villeneuve (Ferrari) e a Brabham de Nelson Piquet, que até então havia conquistado sua melhor posição de largada na carreira.

Na largada, Villeneuve passa as Renault, assume a ponta e dispara. No entanto, na metade da prova, foi perdendo terreno até que Jabouille o passasse e retomasse a liderança. No pit-stop, Villeneuve escolhe pneus menos aderentes e vê a ameaça da outra Renault ameaçando seu segundo lugar. Nas voltas finais, aconteceu o que vocês já sabem, eu acho:


Jabouille venceu pela primeira vez na carreira, a primeira da Renault em casa e a primeira de um motor turbo na história da categoria, mas isso ficou totalmente esquecido pela briga insana entre Villeneuve e Arnoux.

É claro que as manobras dos dois foram criticadas por serem perigosas demais. Gilles respondeu: "Foi divertido". Completaram a zona de pontuação Alan Jones (Williams), Jean Pierre Jarier (Tyrrell) e Clay Regazzoni (Williams).

Foto: Getty Images
No momento onde brigar por posições parece pecado, o resgate histórico desta histórica corrida mostra que, como o título já diz, era quando a F1 era a F1.

Até!

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A HIPOCRISIA DA F1

Foto: Reprodução
A ultrapassagem de Verstappen em cima de Raikkonen ainda segue dando o que falar. Nico Rosberg, Mario Andretti e até o próprio Kimi discordaram da punição. Lewis Hamilton foi a favor. Afinal, a punição para Max foi justa?

O fato é que nada vai mudar. Entretanto, durante todo o fim de semana os carros aproveitaram as largas áreas de escape para cortar caminho, seja durante as voltas rápidas dos treinos ou até na defesa das posições nas corridas.

Os comissários aplicaram a regra. A culpa não é deles, e sim da regra. O critério foi definido durante o briefing dos pilotos? Por que nenhum piloto teve o tempo de volta anulado ou foi punido ao se beneficiar do uso das áreas de escape? Repito: faltou critério.

Uma solução bem simples e eficaz: acabar com essa palhaçada de áreas de escape asfaltadas. Coloquem grama e brita de volta, como sempre foi, que nenhum piloto irá se aproveitar da situação para fazer uma ultrapassagem supostamente ilegal.


CART, 1996: Na última volta, Alex Zanardi ultrapassa Bryan Herta em Laguna Seca e vence. Se fosse nos dias atuais, não valeria. Esse é o ponto da hipocrisia da Fórmula 1: ao mesmo tempo em que a Liberty Media busca desesperadamente formas da categoria ter mais apelo nas redes sociais e entre os jovens através de ações como a da última corrida, a FIA parece estar na contra-mão disso, punindo o piloto que pensa diferente da caixa e executava um movimento "ousado".


França, 1979: René Arnoux vs Gilles Villeneuve. Uma das maiores disputas roda a roda da história da categoria certamente resultaria em punição hoje em dia.


Massa e Kubica no Japão, em 2007: disputa que nunca mais acontecerá (primeiro, não teria corrida com essa chuva e segundo, seriam punidos).


Conclusão: Voltem com as gramas e a caixa de brita no lugar dessas áreas de escape e parem de punir a ousadia dos pilotos!

Até!

terça-feira, 9 de maio de 2017

VÍDEOS E CURTINHAS #29 - Lembranças

Foto: Alchetron
Semana de Grande Prêmio da Espanha, mais uma vez no dia das mães. Hora de relembrar alguns acontecimentos importantes dessa semana no mundo da F1.

Começando pela lembrança dos 35 anos sem Gilles Villeneuve. Para muitos, um gênio. Para outros, um porra louca superestimado por suas ousadias e barbeiragens na pista. Para fugir do clichê de postar a disputa do canadense com o Rene Arnoux no GP da França, aqui fica um tributo do excelente Antti Kalhola:


Outro aniversário importante é o da Williams na F1. A equipe de Sir Frank completou 40 anos na categoria com números impressionantes: 114 vitórias com 16 pilotos diferentes, com 7 títulos de pilotos e 9 de construtores (os últimos em 1997). O maior vencedor com a equipe é Nigel Mansell, com 28 triunfos. Abaixo, todos os vencedores pela Williams:

Damon Hill (21), Alan Jones e Jacques Villeneuve (11), Nelson Piquet e Alain Prost (7), Ralf Schumacher (6), Keke Rosberg (5), Riccardo Patrese e Juan Pablo Montoya (4), Carlos Reutemann e Thierry Boutsen (3), Clay Regazzoni, David Coulthard e Heinz Harald Frentzen (1).

E claro, para completar, Pastor Maldonado. Sua única vitória na carreira (e a última da Williams até aqui) vai completar MEIA DÉCADA. Sem dúvida alguma um dos acontecimentos mais improváveis desse esporte em toda a história. Uma atuação impecável do venezuelano, que liderou do início ao fim e segurou o ímpeto de gente como Alonso e Raikkonen. Memorável. Relembrem (como o tempo passa...):

Foto: Getty Images

Sobre o boato da Brabham: ele apareceu algum tempo atrás, sem força, e continuo duvidando da sua possibilidade. Óbvio que seria espetacular que uma escuderia histórica retornasse para a categoria (importante: os donos da marca realmente são os Brabham, diferente do caso da "Lotus" recente), mas não comprando a Force India. Mesmo que os indianos estejam com dificuldades econômicas, eles foram os únicos que não só conseguiram se manter mas também crescer na categoria. 

Que os Brabham comprem o espólio de uma Manor ou Caterham da vida e recomecem sua história do zero, aumentando o grid ao invés de matar com um time tão simpático como o liderado pelo picareta Vijay Mallya.

Foto: Reprodução

Por enquanto, isso é tudo pessoal! Até mais!

quinta-feira, 9 de junho de 2016

CANADÁ, A PRIMEIRA VEZ

Foto: Sauber
Historicamente, o GP do Canadá é o palco da primeira vitória de alguns pilotos - Desde as lendas até os apenas "bons".

Sendo sucinto, temos uma rápida lista de pilotos que venceram pela primeira vez em palco canadense:
Gilles Villeneuve (1978)
Thierry Boutsen (1989)
Jean Alesi (1995)
Lewis Hamilton (2007)
Robert Kubica (2008)
Daniel Ricciardo (2014)

Você pode conferir esses momentos nos vídeos abaixo:

GILLES VILLENEUVE (1978) = A primeira vitória na carreira justo em seu país torna a conquista muito mais especial. Ainda mais com a Ferrari. O mítico Gilles (que depois teve a pista rebatizada com seu nome) levou a torcida canadense a loucura!


THIERRY BOUTSEN (1989) = A primeira vez do belga veio em muita chuva, após se aproveitar de abandonos (principalmente de Senna). Confira o compacto da prova, com narração de Galvão Bueno!



JEAN ALESI (1995) = A única vitória na carreira do talentoso e injustiçado francês. Depois de muito tentar, finalmente Alesi foi agraciado com o triunfo. Detalhe: Pouco depois da bandeirada, acabou a gasolina de sua Ferrari. Rubens Barrichello chegou em segundo.


LEWIS HAMILTON (2007) = A primeira vez do tricampeão aconteceu logo no ano de estreia. Entretanto, o destaque da corrida foi o grave acidente de Robert Kubica, pela BMW Sauber e a ultrapassagem de Takuma Sato, da Super Aguri, no então atual bicampeão Fernando Alonso, da McLaren.

ROBERT KUBICA (2008) = Um ano depois de quebrar o tornozelo em uma sequência assustadora de capotagens, o destino quis que o polonês vencesse pela única vez na F1 justamente no palco onde sofreu (até então) o seu pior acidente (que depois virou rotina no rally), com direito a dobradinha da BMW Sauber, a também única vitória dos suíços na F1 (A partir de 13:38)



DANIEL RICCIARDO (2014) = Graças a problemas nas Mercedes, a corrida foi emocionante. Destaque para o acidente de Pérez e Massa na última volta, que permitiu a primeira vitória do sorridente australiano na F1.






Por enquanto é isso, até!

sexta-feira, 8 de maio de 2015

DOMINANTES (ATÉ QUANDO?)

Foto: Getty Images
Meus amigos, nada é mais prazeroso do que sair da aula, chegar em casa e conseguir assistir boa parte do 2° treino livre de hoje. É uma raridade que eu consegui aproveitar! O fim de semana começa com o tridente Hamilton-Mercedes-Vandoorne como os mais velozes e a serem batidos, o que se tornou corriqueiro. Vamos lá:

No treino 1, uma hipocrisia que poderia acabar com o sentido do título do texto: Hamilton não foi o mais rápido. Foi seu companheiro de equipe, Rosberg. Dominância das flechas de prata, com 1 segundo de vantagem sobre as Ferraris de Seb e Kimi. A Mercedes manteve uma boa margem para o cavalinho rampante, o que de certa decepcionou os italianos, que esperavam estar mais colados. As surpresas positivas do treino foram Red Bull e Toro Rosso. Equipe mãe e equipe satélite desempenharam um bom treino. Sainz e Verstappen, seguidos de Kyvat e Ricciardo. É cedo dizer que as tais atualizações dos carros estão fazendo efeito. É sempre prudente aguardar a classificação de amanhã. Como sempre, a Williams escondeu o jogo. Massa em 8° e Susie Wolff em 14°. A Sauber de Nasr, como todo mundo esperava, começa a perder terreno com o passar da temporada e a falta de recursos para desenvolver o bólido. O Brasileiro precisará ter paciência e aproveitar as oportunidades de pontuar quando aparecerem. A McLaren mandou para pista sua nova pintura "dinâmica e agressiva". Confira os tempos do TL1:

No treino 2, Hamilton terminou na frente. Com os carros treinando forte para a preparação do treino e do ritmo da corrida, tivemos alguns resultados interessantes. Com pneus médios, Vettel ficou na segunda posição e preocupa ainda mais os planos de Nico para reagir no campeonato. Kyvat e Verstappen confirmaram o TL1 e repetiram o bom desempenho. Na sétima posição, um alento: A "dinâmica e agressiva" MP4/30 de "Diênsan" Button, superando a Fênix Alonso e deixando esperançosos os fãs do pessoal de Woking para, quem sabe, conseguir a classificação para o Q3 amanhã. A possibilidade não é pequena. Com um circuito mais travado como é Catalunha, o frágil motor Honda não é tão exigido assim, mas ainda não é confiável. A Williams foi inconclusiva de novo, com Bottas em 8° e Massa em 10°. Entretanto, o que chamou a atenção no início do treino foi a Lotus (com o patrocínio do filme Mad Max) de Grosjean, onde a carenagem simplesmente se desintegrou no retão, chamando a atenção de todos, afinal não é com frequência que isso acontece. Confira o vídeo e a classificação do TL2:





GP2: O Belga Vandoorne, da ART (e da academia de pilotos da McLaren), conquistou sua sexta pole position consecutiva, e com isso, sairá na posição de honra da GP2. Logo seguida vieram a dupla da DAMS, com Alex Lynn (cria da Red Bull) e Pierre Gasly. O Brasileiro André Negrão novamente reclamou da falta de potência do motor (que a fornecedora, a Mecachrome, disse não haver nada de errado) e largará numa ruim 22a posição. A corrida amanhã será logo após o treino, às 10h40, no SporTV. Já a 2a bateria será às 5h35.

8 DE MAIO - 33 anos da morte de Gilles Villeneuve, um dos pilotos mais arrojados da história da F1 e que imortalizou o número 27. Conhecido por seu estilo agressivo e ousado, protagonizou um dos maiores pegas da história da categoria a bordo da Ferrari contra René Arnoux, da Renault no GP da França de 1979. Aprecie:



Até mais!