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terça-feira, 15 de agosto de 2023

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA 2023: Parte 2

 

Foto: Motorsport

Voltamos com a segunda parte da análise parcial da temporada 2023. Agora, com as equipes restantes: Alfa Romeo, Aston Martin, Haas, Alpha Tauri e Williams.

Foto: Getty Images

Valtteri Bottas – 6,5 – Praticamente um figurante na temporada, mal aparece nas corridas e nos treinos. Bottas faz o que pode, mas a futura Sauber/Audi só pensa no futuro. Está jogada às traças. Não há muito o que escrever.

Guanyu Zhou – 6,5 – Parece mais adaptado e melhor que no ano de estreia, mas o problema é o mesmo de Bottas: a equipe simplesmente não está lá. Alguns brilharecos no sábado e olhe lá. Maior definição de coadjuvante melancólico não há para uma equipe que só pensa em um futuro diferente, incluindo os nomes.

Foto: Motorsport

Fernando Alonso – 9,0 – Parecia que seria outro erro, o agora fatal, de gerenciamento de carreira da Fênix. No entanto, a evolução da Aston Martin é notável, e ter um dos melhores pilotos da história do time na hora certa faz a diferença. Muitos pódios, algumas possibilidades de vitória e consistência. Alonso também é um dos únicos que pontuou em todas as corridas. A Aston perdeu o terreno e vai precisar remar muito para voltar ao topo, mas talvez 2024 seja o outro grande pulo do gato. É uma temporada que já foi paga, independentemente do retorno das férias.

Lance Stroll – 6,5 – Colocar alguém como Alonso no mesmo bólido é evidenciar as limitações do filho do dono. Isso todos sabemos. Então, Stroll não faz o suficiente pelo carro que tem, mas quem se importa? É o piloto menos pressionado do grid hoje em dia, então não faz diferença alguma fazer qualquer ponderação além do que já foi escrito até aqui.

Foto: Getty Images

Kevin Magnussen – 6,5 – Está sendo o Mick Schumacher da vez. Se ano passado o retorno foi impressionante pelo domínio interno e a pole mágica na sprint race em Interlagos, o 2023 é um choque de realidade. Batido pelo rival Hulkenberg, a Haas também não permite fazer muita coisa, mas ser constantemente superado pelo companheiro de equipe que ficou fora da categoria por alguns anos não é bom sinal.

Nico Hulkenberg – 7,0 – Parece que o tempo ausente não fez diferença. Hulk continua com os mesmos vícios e virtudes. Muito rápido no sábado, mas sucumbe no domingo. Claro que o carro também tem uma dose de responsabilidade, mas parece que o alemão não tem sorte na F1. Pelo menos ele relembra a competência na consistência interna e está tirando Magnussen para pouco caso.

Foto: Motorsport

Yuki Tsunoda – 7,0 – Está melhor que o ano passado, mas isso não quer dizer muita coisa. A Alpha Tauri está à deriva e o japonês causa mais dúvidas que respostas. Ele está bem porque De Vries é que é fraco ou o carro pode mais a partir da chegada de Ricciardo?

Nyck De Vries – 5,0 – Desde sempre foi um boi de piranha na equipe, sem alternativas viáveis para subir alguém. No desespero e estreando na F1 num matadouro, também pouco se ajudou. Não teve ritmo e nenhum momento e fez parecer Tsunoda um piloto promissor e evoluído. É uma pena, mas parece que o holandês entrou num jogo de cartas marcadas.

Daniel Ricciardo – Sem nota. Desempenho será avaliado apenas a partir de agora.

Foto: Getty Images

Alexander Albon – 8,0 – Corre mais que o carro. Está evoluindo e merece uma equipe melhor, nem que seja meio de tabela. Espreme os resultados, tem ritmo, velocidade e briga de igual para igual com o resto do grid. Parece que finalmente desabrochou o talento do tailandês nascido e criado na Inglaterra. Estar longe da Red Bull parece ser bom negócio até aqui.

Logan Sargeant – 5,5 – Subiu para a F1 sem estar pronto, pela necessidade de ter um americano no grid. Não é ruim mas repito, ainda não está preparado. A comparação com Albon só torna as coisas piores. O ritmo é inexistente. Ainda há margem para evolução para minimamente ser competitivo e combativo. A melhora da Williams nas últimas atualizações é um alento para isso, principalmente no médio prazo. Não vou ser tão taxativo assim, ainda acredito no potencial, nem que seja mínimo, do Sargeant.

Concorda? Discorda? Escreva nos comentários e digite também as suas notas!

Até!




terça-feira, 11 de julho de 2023

DE VOLTA ÀS ORIGENS

 

Foto: Reprodução/Red Bull Content Pool

Conforme antecipado em maio e até mesmo na semana passada, Nyck De Vries era alguém marcado para dançar. A experiência na F1 durou apenas 11 corridas, 10 na Alpha Tauri e 1 na Williams. Monza parece ter "enganado" Helmut Marko diante de uma Red Bull sem opções para substituir a saída de Gasly. Não apostar em Mick Schumacher ou nos outros talentos mostra o problema atual da academia de pilotos da Red Bull: não há novos talentos.

A prova é que, com a demissão de Nyck De Vries, o escolhido é um velho conhecido, longe de ser uma surpresa: sete meses depois, Daniel Ricciardo está de volta ao grid e a Faenza. A única diferença é idade e o fato da equipe ter mudado de nome.

Oficialmente, contrato até o fim do ano. Os testes de pneu da Pirelli realizados em Silverstone nessa semana foram preponderantes para a mudança no curso na temporada. O australiano impressionou Horner e Marko. Como resultado, De Vries se junta a uma extensa lista de pilotos incinerados na Alpha Tauri/Toro Rosso, que tem Brandon Hartley, Alguersuari, Buemi, Vergne, Speed, entre outros.

De fato, a passagem do holandês foi apagada. Estrear na categoria "velho", aos 28 anos, mesmo vencido a F2 e a FE não foi o suficiente para mantê-lo ao menos até o fim do ano. O holandês teve dificuldades para se adaptar a F1, o que é normal, mas está fazendo parecer com que Yuki Tsunoda tenha dado um salto de qualidade.

A academia de pilotos da Red Bull vive uma entressafra. A escolha de De Vries foi um exemplo disso. Apesar de seis pilotos da academia estarem na F2 e Liam Lawson, teoricamente o mais próximo da vaga, estar na Super Fórmula lá no Japão, a escolha foi pelo mais experiente, o que prova que a filosofia da equipe mudou, além do nome.

Há boatos que a Red Bull quer vender a Alpha Tauri, uma equipe que hoje está jogada às traças. Franz Tost se aposenta no fim do ano, a Honda vai sair em breve e não há um projeto sólido de crescimento. A equipe é lanterna nos construtores. O retorno de Ricciardo é um teste para Tsunoda. Agora, veremos se o japonês realmente evoluiu ou apenas se aproveitou de um baixo nível de competição. É tipo a situação do Mick Schumacher na Haas com Mazepin e depois com Magnussen.

Ricciardo vai ter que se adaptar a equipe, é óbvio, mas sete meses fora da categoria não enferruja ninguém, ainda mais quem acabou de fazer um teste e está constantemente nos simuladores dos taurinos em Milton Keynes. Muito além de voltar às origens, Ricciardo tem um objetivo flagrante.

 Mostrar desempenho, mostrar a todos que está de volta e ainda é um piloto de ponta para que, no futuro, volte para os grandes assentos, seja em 2024 ou até mesmo 2025, afinal Pérez tem mais um ano de contrato, mas está cada vez entregando menos resultados. Sabemos que a natureza de Horner e Marko são de rupturas intempestivas, então a chance de Ricciardo pode aparecer mais cedo do que tarde.

O sorridente australiano retorna para onde tudo praticamente começou, se fomos fingir que ele não fez as primeiras corridas da carreira na finada Hispania. É como aquela promessa do seu time que vai para a Europa muito cedo e volta para jogar já mais experiente, quase veterano. 

Agora, é tudo com Ricciardo. A última parte da carreira tem uma grande chance de retorno ao protagonismo e a redenção. Será que ele desaprendeu? Será que na Red Bull/Alpha Tauri a confiança voltou? Na dúvida, sorria.

Até!

quinta-feira, 29 de junho de 2023

GP DA ÁUSTRIA: Programação

 O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003. Assim como em 2020, em 2021 o Red Bull Ring recebeu duas etapas: Estíria e o GP da Áustria.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Max Verstappen - 1:06.200 (Red Bull, 2021)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:02.939 (Mercedes, 2020)
Último vencedor: Charles Leclerc (Ferrari)
Maior vencedor: Alain Prost (1983, 1985 e 1986) e Max Verstappen (2018, 2019 e 2021) - 3x

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Max Verstappen (Red Bull) - 195 pontos
2 - Sérgio Pérez (Red Bull) - 126 pontos
3 - Fernando Alonso (Aston Martin) - 117 pontos
4 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 102 pontos
5 - Carlos Sainz Jr (Ferrari) - 68 pontos
6 - George Russell (Mercedes) - 65 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 54 pontos
8 - Lance Stroll (Aston Martin) - 37 pontos
9 - Esteban Ocon (Alpine) - 29 pontos
10- Pierre Gasly (Alpine) - 15 pontos
11- Lando Norris (McLaren) - 12 pontos
12- Alexander Albon (Williams) - 7 pontos
13- Nico Hulkenberg (Haas) - 6 pontos
14- Oscar Piastri (McLaren) - 5 pontos
15- Valtteri Bottas (Alfa Romeo) - 5 pontos
16- Guanyu Zhou (Alfa Romeo) - 4 pontos
17- Yuki Tsunoda (Alpha Tauri) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 2 pontos

CONSTRUTORES:
1 - Red Bull RBPT - 321 pontos
2 - Mercedes - 167 pontos
3 - Aston Martin Mercedes - 154 pontos
4 - Ferrari - 122 pontos
5 - Alpine Renault - 44 pontos
6 - McLaren Mercedes - 17 pontos
7 - Alfa Romeo Ferrari - 9 pontos
8 - Haas Ferrari - 8 pontos
9 - Williams Mercedes - 7 pontos
10- Alpha Tauri RBPT - 2 pontos

"SOB CIRCUNSTÂNCIAS CERTAS"

Foto: Getty Images

A FIA se vê pressionada. Por um lado, há várias equipes de olho para entrar na F1 a partir de 2026, quando o novo regulamento de motores entra em vigor. Por outro, enfrenta a resistência das equipes, que não querem dividir o bolo dos lucros, mesmo recebendo um percentual significativo da taxa de inscrição para as novatas, avaliadas em 200 milhões de dólares.

Resumindo: a FIA até se vê aberta para ter uma 11a equipe, mas o processo não vai ser do dia para a noite. E há muitas variáveis.

Além da Andretti, outro time que oficializou interesse na F1 foi a Hitech. Experiente e tradicional nas categorias de base, a equipe tem o aporte do investidor cazaque Vladimir Kim, que detém 25% do grupo Hitech. As principais atuações de Kim estão nos setores de mineração, bancos e aviação por meio da Kazakhmys, holding voltada para a indústria de mineração e metalurgia, e do KAZ Minerals Group, uma das dez maiores produtoras de cobre do mundo. 

Em participação no podcast Waker Webcast, Greg Maffei, CEO da Liberty Media, foi além nos motivos:

“O verdadeiro problema é a forma como a estrutura funciona atualmente. Provavelmente há quatro ou cinco garagens, áreas de paddock onde seria difícil colocar uma 11ª baia. Talvez isso se resolva com dinheiro e tempo, mas não é algo que você estala os dedos e pronto.

A outra questão é que as dez equipes dividem os lucros entre elas, e dividir de 11 formas não é algo que as entusiasma, particularmente.

As equipes agora olham e dizem ‘Bom, espere um pouco, não queremos dividir em 11, estamos muito satisfeitas’, e tudo o que está sendo proposto sobre pagar uma taxa de franquia não as compensa o suficiente pela diluição que haverá com a 11ª equipe", disse.

Então, como seria possível que uma nova equipe consiga convencer FIA, Liberty e as outras concorrentes para se juntar ao clubinho?

“Bom, acho que, nas circunstâncias certas, trabalharemos para ter a 11ª equipe, alguém que possa agregar muito valor aos fãs pela sua posição e tecnologia, como uma OEM, posição em marketing. Alguma combinação assim e podemos imaginar algum tipo de acordo. Mas não sem controvérsia entre as dez”, concluiu.

Ou seja: não temos interesse e iremos dificultar o máximo possível. A F1, com a anuência dos agora nem tão novos donos, é um clubinho administrado por Ferrari, Red Bull e Mercedes. Eles quem mandam e decidem o que fazer, com seus tentáculos e influências, como se fosse a WEC e as equipes satélites. Saudades quando as equipes comiam na mão da FIA e de Bernie Ecclestone, e não o contrário.

MUITAS ALTERNATIVAS

Foto: Divulgação/Red Bull Content Pool

O mercado de pilotos da F1 segue sempre aquecido, com grandes especulações nos períodos entre corridas e principalmente a partir da chegada do verão europeu. A Red Bull e sua academia de pilotos, na Alpha Tauri, é onde mais acontecem as trocas e, como consequência, surgem informações aqui e ali.

Começando por Sérgio Pérez. Três corridas seguidas eliminadas no Q1 e mais próximo do resto do grid que de Max Verstappen já acendem a luz amarela nos taurinos e no sempre exigente Helmut Marko. O reserva é Daniel Ricciardo, um dos maiores pilotos revelados pelo programa. Em julho, em Silverstone, o sorridente australiano vai guiar o carro da Red Bull em testes de pneus. Uma troca seria improvável, visto que Pérez tem contrato até 2024, mas vai servir para analisar e ter um parâmetro do australiano.

Até porque a Alpha Tauri está em processo de quase abandono. Tsunoda corre quase sozinho, enquanto Nyck De Vries sofre para se adaptar a categoria. O holandês pode até mesmo ser sacado durante o ano para a entrada do próprio Ricciardo, o que seria uma espécie de "vestibular", tudo no se: se for para a Alpha Tauri e guiar bem, poderia voltar para o time dos energéticos no próximo ano.

Enquanto isso, Tsunoda quer autonomia e seguir carreira solo. A parceria com a Honda pode ajudar no futuro, quando a Aston Martin e os japoneses começarem a parceria no fornecimento de motores. Até lá, parece apenas um desejo do que algo concreto.

A mesma coisa para Alex Palou. Líder absoluto da Indy e piloto da McLaren, o espanhol deseja se testar na F1 depois de conquistar o provável título na terra do Tio Sam e sabe que a grande vaga disponível seria justamente na Alpha Tauri, embora saiba que outro pupilo dos taurinos esteja na disputa: Liam Lawson, atual vice-líder da Super Fórmula, no Japão.

Resumindo: pode acontecer tudo ou pode acontecer nada. No entanto, o que não vai faltar nos próximos meses são pressão e muitas, mas muitas especulações.

TRANSMISSÃO:
30/06 - Treino Livre: 8h30 (Band Sports)
30/06 - Treino Classificatório: 12h (Band Sports)
01/07 - Classificação para a Sprint: 7h (Band Sports)
01/07 - Corrida Classificatória: 11h30 (Band e Band Sports)
02/07 - Corrida: 10h (Band)





terça-feira, 16 de maio de 2023

O BICHO TÁ PEGANDO

 

Foto: Getty Images

Se a F1 nas pistas está bem amena, a situação fora dela já começou a esquentar.

Ainda estamos no início da temporada, mas reações imediatas já prometem abalar as estruturas.

Começando pela Alpine. Em tese, a quarta montadora deveria se aproximar ainda mais das outras três grandes. No entanto, não é esse o resultado que estamos vendo aqui.

Desde problemas nos carros até erros e batidas dos pilotos (incluindo um no outro na Austrália), o CEO da Alpine, Laurent Rossi, já colocou a boca no trombone.

Em entrevista para a imprensa francesa na semana passada, ele basicamente esbravejou que a equipe deveria estar muito melhor na tabela, no desempenho e na distância em relação as outras favoritas e jogou tudo nas costas do chefão da equipe, Otmar Szafnauer.

Ele também afirmou que, se as coisas não melhorarem, ele não vai ficar de braços cruzados. Mudanças vão acontecer, mesmo que sejam bruscas.

Bem, a Renault há tempos tem esse histórico conturbado internamente. Uma equipe que cresce a passos bem tímidos, digamos assim. Apenas uma vitória desde que retornou como equipe.

Bem, Otmar também não geriu bem a questão Piastri e Alonso, além do conhecido relacionamento conturbado entre Ocon e Gasly, mas a culpa não é só dele. A bagunça administrativa que fez o time perder uma de suas promessas também é culpa da alta cúpula.

Se tratando dos franceses, não duvido que tudo isso seja algum motivo para novamente sair da F1, visto que o Pacto de Concórdia precisa ser renovado e, é claro, tudo precisa estar minimamente conforme os interesses da companhia.

Outra notícia forte, mas não surpreendente, é que a batata tá assando para Nyck De Vries. O campeão da F2, estreante aos 27 anos, não pontuou na temporada, assim como o outro rookie Logan Sargeant. O desempenho bem inferior em relação a Tsunoda e as batidas podem estar rendendo um ultimato.

Helmut Marko teria decretado: se as coisas não melhorarem nas próximas etapas europeias, o holandês será sacado do time. E quem seria o favorito? Daniel Ricciardo, hoje reserva da Red Bull.

Liam Lawson, hoje na Super Fórmula japonesa, também corre por fora.

Vamos por partes. Marko destruir a carreira de alguém e queimá-la tão rápido não é surpresa, mas o holandês não se ajuda. No entanto, o tempo para adaptação na F1 hoje em dia é grande. É brutal a diferença de um F2 ou FE para os atuais F1. Nyck precisa de resultados e de tempo, mas no momento é improvável ter os dois a favor.

Sobre o substituto, a própria Red Bull poderia ter colocado Lawson ao invés de trazer alguém de fora para a equipe B, por isso descartaria Lawson. Ricciardo não quis ir para a Haas e ainda está recebendo da McLaren, uma ida tampão para a Alpha Tauri não faz sentido nenhum.

Quer dizer, pode ser um all-in. Vai que ele se imponha diante de Tsunoda e ande mais que o carro, onde a equipe está jogada as traças e já pensando no futuro, se é que ele pode existir.

No entanto, imagina se ele perde para o japonês? Não seria anormal, pois precisaria se acostumar ao carro e a equipe. Enfim, Ricciardo já velho voltando para a Alpha Tauri não faz sentido nenhum, assim como a própria chegada de De Vries.

Sem um grande talento pronto para subir, os taurinos assumiram o risco de bater cabeça nessa escolha. Tirar De Vries para queimar outro talento que certamente ainda não está pronto também não parece prudente e inteligente.

São os bastidores já pegando fogo, e as coisas prometem esquentar ainda mais com o passar do ano, seja pelas especulações de pilotos, seja o Pacto de Concórdia, 2026 ou qualquer outro tema... Afinal, são 23 corridas. É preciso ter assunto para gerar tanto conteúdo, ainda mais que teremos um massacre taurino durante o ano.

Até!

quinta-feira, 2 de março de 2023

GUIA TEMPORADA 2023: Parte 2

 

Foto: Motorsport

Chegamos com a parte dois da tradicional análise antes do início da temporada 2023. Irei escrever sobre Alfa Romeo, Aston Martin, Haas, Alpha Tauri e Williams!

ALFA ROMEO F1 TEAM STAKE


Foto: Reprodução/Alfa Romeo

Pilotos: Valtteri Bottas (#77) e Guanyu Zhou (#24)

Chefe de Equipe: Alessandro Alunni Bravi

Títulos de Pilotos: 2 (1950 e 1951)

Vitórias: 10

Pódios: 26

Pole Positions: 12

Voltas Mais Rápidas: 15

A futura Sauber/Audi vive um momento de transição. Com um novo e desconhecido chefe de equipe, os suíços querem mais pontos do chinês Zhou aliados com a consistência de Bottas para navegar no pelotão intermediário. O time perdeu o fôlego na metade final da temporada, então o objetivo é ter mais consistência durante o ano. Resta saber como está o foco do time em meio a tantas e futuras mudanças no corpo diretivo e, porque não, técnico da equipe.

ASTON MARTIN ARAMCO COGNIZANT F1 TEAM


Foto: Reprodução/Aston Martin

Pilotos: Fernando Alonso (#14) e Lance Stroll (#18)

Chefe de Equipe: Mike Krack

Pódios: 1

A grande atração é ver Fernando Alonso no time de Lawrence Stroll. Um projeto ambicioso, mas o tempo (ou a falta dele) pode ser o principal empecilho. Até aqui, a Aston Martin deu passos bem tímidos. A promessa é que as coisas melhorem com a finalização do novo túnel de vento na fábrica. De novo: Alonso terá tempo para tentar mais uma última tentativa de voltar ao topo da F1?

MONEYGRAM HAAS F1 TEAM

Foto: Reprodução/Haas

Pilotos: Kevin Magnussen (#20) e Nico Hulkenberg (#27)

Chefe de Equipe: Gunther Steiner

Pole Positions: 1

Voltas Mais Rápidas: 2

Estabilidade é o que procura a Haas. Depois de contratar Magnussen as vésperas do início do ano passado, os americanos conseguiram mais pontos do que a expectativa e K-Mag ressurgiu das cinzas com uma pole em Interlagos. A surpresa é um desafeto ser o novo companheiro de equipe: o retorno de Nico Hulkenberg, o piloto número 21 do grid. Dois anos ausentes e mais velho pode ser um fato de desequilíbrio no início do enfrentamento, mas o que Gunther e companhia esperam é que os dois briguem com os outros na pista e não entre si para que a Haas consiga pontuar o máximo possível na temporada.

SCUDERIA ALPHA TAURI

Foto: Reprodução/Alpha Tauri

Pilotos: Yuki Tsunoda (#22) e Nyck De Vries (#21)

Chefe de Equipe: Franz Tost

Vitórias: 1

Pódios: 2

Voltas Mais Rápidas: 1

A dupla mais intrigante do grid: o jovem, mas experiente Tsunoda e o novato de quase 30 anos De Vries, que impressionou ao pontuar com a Williams num rabo de foguete. O holandês vai usar a experiência dos títulos da F2 e FE e a experiência na McLaren e Mercedes como reserva. O japonês está na Alpha Tauri por falta de opção, visto que De Vries já é a própria admissão de que ainda não há um prodígio taurino pronto para ser alçado. Cobaia da equipe principal, certamente o time de Faenza precisa fazer muito mais do que a penúltima posição de 2022. Vão conseguir com uma dupla inexperiente?

WILLIAMS RACING

Foto: Reprodução/Williams

Pilotos: Alexander Albon (#23) e Logan Sargeant (#2)

Chefe de Equipe: James Vowles

Títulos de Pilotos: 7 (1980, 1982, 1987, 1992, 1993, 1996 e 1997)

Títulos de Construtores: 9 (1980, 1981, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997)

Vitórias: 114

Pódios: 313

Pole Positions: 128

Voltas Mais Rápidas: 133

Mudam o chefe de equipe e o parceiro de Albon: ex-Mercedes James Vowles e o retorno de um americano no grid, o cria da casa Logan Sargeant. O tailandês nascido e criado na Inglaterra mostrou-se apto a ser consistente e liderar uma equipe tão frágil. Apesar de três pilotos terem pontuado no ano, a Williams não conseguiu sair da lanterna. Mesmo sem dinheiro, reformulada e com um jovem no time, a expectativa é fazer o que pode, até porque a esperança é um futuro que talvez nunca chegue.

E essas foram as análises antes do início da temporada. O que você está esperando? Comente!

Até!



terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

INCERTEZA

 

Foto: Alpha Tauri

Pré-temporada e a semana que marca o início da temporada também é um período aberto a especulações e informações, desde se Stroll vai participar da estreia pela Aston Martin até uma informação que ganhou força nos últimos dias.

A Alpha Tauri (nome da marca de roupas da Red Bull), antiga Toro Rosso e de propriedade dos taurinos desde 2006, quando compraram a Minardi, pode estar com os dias contados.

A informação é do Auto Motor und Sport. Enquanto a equipe mãe foi bicampeã com Max Verstappen e voltou a conquistar os construtores depois de nove anos, a prima pobre foi a penúltima colocada no Mundial de Construtores.

Depois que Dietrich Mateschitz morreu, em outubro, a Red Bull passa por uma ampla reestruturação. Atualmente, a companhia é administrada por um conselho formado por Franz Watzlawick [CEO do Negócio de Bebidas], Alexander Kirchmayr [CFO] e Oliver Mintzlaff [CEO de Projetos Corporativos e Investimentos].

Segundo Mintzlaff, os gastos da Alpha Tauri estão ficando insustentáveis e algumas alternativas foram debatidas. Além disso, algumas filiais das lojas de moda estão prestes a fechar.

A primeira possibilidade é fazer com que a Alpha Tauri se mude definitivamente para a Inglaterra e fique mais integrada a Red Bull. Atualmente, a fábrica fica em Faenza, Itália (antiga sede da Minardi) e o setor de aerodinâmica em Bicester, Inglaterra. Assim, os custos seriam reduzidos em médio e longo prazo. A outra alternativa é radical: vender a equipe.

Segundo a revista alemã, existem duas interessadas: a Andretti, como sempre, babando para chegar na F1, mas a publicação aponta o favoritismo para a Hitech, muito tradicional nas categorias de base e que tem parceria com a Red Bull na F2 e na F3, colocando os pilotos da academia de pilotos dos taurinos por lá.

A questão é: a Red Bull sempre teve como premissa revelar pilotos para a equipe mãe. A não ser que exista negociações e acordos, esse clima de incerteza, em tese, pode acabar com o principal papel da escuderia na F1 até então.

A não ser que, pós-Mateschitz, a empresa passe por um novo posicionamento estratégico, o que obviamente afetaria a F1, a começar pelo fim da equipe B. O fato é que há tempos a Red Bull rompeu com o preconceito de ser uma “fábrica de energéticos” e é considerada uma montadora, ao menos na categoria.

Esta é uma decisão que muda não só a própria empresa, mas também pode impactar a F1. Imagina a Andretti pegando uma estrutura dessas praticamente pronta? E a Hitech, com excelência na base, pode continuar usufruindo da experiência e expertise da Red Bull para as estruturas de equipe e pilotos?

Enfim, ainda é tudo muito prematuro e especulativo, mas o próprio Helmut Marko falou que tudo depende dos acionistas, além do próprio desempenho da Alpha Tauri, é claro.

Seria esse um fator de pressão para essa temporada? Com Tsunoda e De Vries, dois pilotos verdes na categoria, esse não é um cenário que se apresenta muito favorável para superar e se desenvolver.

Até!


segunda-feira, 10 de outubro de 2022

ESTRELAS ALINHADAS

 

Foto: Getty Images

Na noite de sexta-feira, peças importantes do quebra-cabeça da F1 2023 foram encaixadas. Uma obviedade e uma relativa surpresa, até.

Como esse querido blog sugeriu no início do ano, lá em janeiro, mas por linhas tortas, Pierre Gasly foi anunciado piloto da Alpine e será parceiro de Esteban Ocon em 2023, formado uma equipe 100% francesa. Os dois, ex-inimigos, agora vão dividir o mesmo ambiente. A missão de Pierre é superar Esteban, mais ambientado e acostumado com o time.

Piastri foi o responsável direto pela ascensão de Pierre. O francês caiu pra cima. Fadado ao ostracismo pela Red Bull, surgiu a oportunidade certa no momento certo. A estrela alinhada. A Alpine também não tinha muitas opções, visto que Ricciardo nunca esteve no radar. Os dois se precisam nesse momento e, de certa forma, a Alpine faz uma dupla que atinge as necessidades diretivas: dois jovens pilotos em um projeto a longo-prazo. Para Gasly, é a grande oportunidade de ouro, agora numa equipe de fábrica.

Dizem que os franceses vão desembolsar 10 milhões de euros para os taurinos para completar a operação.

Como consequência, uma vaga na Alpha Tauri estava aberta, pois Tsunoda já havia renovado. A solução é surpreendente: Nyck De Vries, outrora cotado pela Williams, foi anunciado. Aos 27 anos, o rapaz teve um 2022 cheio de histórias para contar: ligado a Mercedes, fez testes na Aston Martin, correu na Williams e vai para a Red Bull B. Está vivendo.

A contratação diz mais sobre a Red Bull do que sobre o holandês, que tirou a sorte grande. Está no lucro. Aos 27 anos, campeão da F2 e da FE, tem a grande chance da carreira contra um adversário acessível. Vai correr pela sobrevivência. A Red Bull não quis apostar em ninguém da academia, até porque ninguém se mostrou pronto, e preferiu pagar para tirar alguém da Mercedes do que um outro investimento como Drugovich, por exemplo.

De Vries coroa, tardiamente e graças a estar no momento certo e com os contatos certos, o sonho da F1. É um cara que também tem uma história diferente da atual usual, dos talentos cada vez mais precoces. E será mais um holandês na F1, fazendo parceria com o agora bicampeão Max.

Nyck era o ficha um da Williams por motivos próprios, então agora há um certo clima de suspense sobre as vagas restantes: Haas e o time de Grove. Sem o holandês, quem será o escolhido? O jovem Logan Sargeant é da academia da equipe e americano, duas vantagens consideráveis na atual F1. Ademais, quais seriam os outros candidatos, pois não há nenhum nome ventilado?

Posso chutar aqui, facilmente: Nico Hulkenberg (sempre), Stoffel Vandoorne e Felipe Drugovich. Três gerações distintas em momentos distintos. Sabe se lá o que Williams deseja para complementar Alexander Albon, mas em termos esportivos, isso é o melhor que há para o momento. Por esse mistério, é a vaga mais misteriosa que sobrou no grid.

Em circunstâncias diferentes, Gasly e De Vries foram beneficiados pela sorte e as estrelas alinhadas. Dizem, claro, que a sorte acompanha os bons e isso é um complemento, mas todos sabemos que a sorte e o timing mudam carreiras, para o bem e para o mal.

Pierre e Nyck, os felizardos sortudos do final de ano na F1.

Até!


terça-feira, 27 de setembro de 2022

AJUSTES

 

Foto: RaceFans

Com essa mini férias de três semanas, a F1 aproveitou para descansar e resolver alguns imbróglios para o ano que vem.

Um deles foi a oficialização do calendário de 2023, com 24 corridas e as novidades esperadas: Catar e Las Vegas, além da ausência da França e Paul Ricard. Melhor do que isso: as renovações de Mônaco (até 2025) e mais um ano com Spa Francorchamps, ao menos.

O problema é que são corridas demais. Claro que a LIberty e a FIA estão preocupados com a grana, principalmente pós-pandemia e o contexto de crise mundial que vivemos. No entanto, a logística é quase desumana. Não estou falando dos pilotos, mas sim dos mecânicos e funcionários da reta-guarda das equipes, que ganham muito pouco, trabalham muito e não tem muito tempo para descansar e/ou curtir a família. Deveriam olhar para essas pessoas com um pouco mais de carinho e atenção.

Sem contar a logística. Uma volta ao mundo. Ir e voltar a um continente. Por exemplo: a F1 sai da América do Norte para correr em Interlagos e depois volta para Las Vegas. Por que não fazer Austin-México-Las Vegas de uma vez? Ah, a corrida de Las Vegas, diferentemente do tradicional, vai ter a largada no sábado à noite, madrugada de domingo por aqui.

Partindo para o mercado de pilotos, o óbvio veio: Latifi não permanece na Williams para 2023. O desempenho constrangedor ficou escancarado quando De Vries estreou do jeito que foi. Isso é sinal que as finanças do time de Grove estão sólidas o suficiente para a equipe optar por dois pilotos de qualidade.

Embora o favorito seja o holandês, ainda mais depois de impressionar no desempenho, a Williams não confirma nada. Quem poderiam ser os outros concorrentes? Vandoorne também é da Mercedes e também é campeão da Fórmula E. Logan Sargeant é da academia do time e há o lobby de ter um piloto estadunidense, principalmente, depois da negativa da FIA para Colton Herta. No entanto, é um cenário improvável. Agora, é aguardar pela decisão dos britânicos.

Sem Colton Horta, a Red Bull optou pelo “não tem tu, vai tu mesmo.” Yuki Tsunoda renovou o contrato. O motivo é simples: o jovem japonês também e vítima das circunstâncias do carro da Alpha Tauri, apesar da fase não ser boa. Além disso, não há um talento nas academias de piloto prontos para subir: Hauger, Daruvala e Liam Lawson não impressionaram e precisam de tempo.

Com isso, Tsunoda ganha uma oportunidade rara e de ouro, num ambiente que não é conhecido por ter muita paciência com os empregados. Sem Herta, por efeito dominó, é improvável que haja uma liberação de Gasly para Alpine. O cenário francês é um grande mistério: sem Pierre, qual será o escolhido? Qual o critério? Colocarão o inexperiente e que não impressionou tanto na F2 igual o Doohan direto na equipe de fábrica?

A Alfa Romeo, momentos antes da publicação desse texto, confirmou a manutenção de Guanyu Zhou para o ano que vem. É justo. O chinês é talentoso e está se adaptando, assim como Tsunoda. É a primeira temporada. Não há muito o que fazer, ainda mais num carro que não se esperava muita coisa. É difícil ter boa vontade com os asiáticos e nós sabemos o motivo, mas sempre vou insistir e reiterar: Zhou não é somente um pagante que está ali porque é chinês.

A Alpine é a grande incógnita do momento. Todavia, essas dúvidas, assim como o bicampeonato de Max Verstappen, serão resolvidas em questão de tempo. Sejamos pacientes para espantar o tédio para longe.

Até!

domingo, 11 de setembro de 2022

ATÉ ASSIM

 

Foto: MotorSport

Monza é a corrida mais rápida do ano. Em 1h15, temos tudo definido. Um circuito rápido, onde a posição de largada faz a diferença para o resultado final, a não ser que você seja Max Verstappen.

Ele e Sainz, com motor novíssimo em folha, foram abrindo o grid. Em poucas voltas, Max já estava rapidamente em segundo, atrás de Leclerc. Com a diferença de pneus, a estratégia poderia ser um fator chave para decidir. E estratégia e Ferrari...

A primeira mudança na corrida foi o abandono de Vettel, que gerou um VSC. A Ferrari chamou Leclerc para colocar os médios. A intenção era boa: ter pneus novos para o final da corrida. O problema é que a ideia da Red Bull e das outras equipes eram diferentes: uma parada só, terminando com os duros. Pérez foi o pioneiro. Saindo de trás, chegou a ter problemas no freio, mas se recuperou, assim como Hamilton.

O Sir mostra que a Mercedes demora para pegar no tranco, mas depois o carro reage bem. Desse jeito, falta o algo mais para vencer um Max Verstappen e uma Red Bull no estado da arte. O mesmo vale para o senhor consistência Russell. 

Verstappen e a Red Bull estão muitos degraus acima do resto, tanto que bastou uma parada porque o ritmo, mesmo com os macios, era insano. A esperança era Leclerc, com novos pneus, se aproximar e arriscar algo no fim, mas não foi possível. Tudo bem, desta vez a Ferrari tentou. Não dava para competir com os taurinos em condições normais.

A condição anormal surgiu. Justo na melhor corrida do ano, no palco onde venceu pela última vez, Ricciardo abandonou em uma posição complicada para o carro ser retirado da pista com rapidez. Faltavam oito voltas. Tinha tudo para que, ao menos, houvesse uma tentativa de pressão para Max, por mais difícil que fosse.

Acontece que o carro de Ricciardo demorou para ser retirado da pista e não haveria tempo de reorganizar o grid para a relargada. Não foi algo tão grave para bandeira vermelha. Entretenimento tem limite. E assim terminou a corrida: com o Safety Car, Max venceu mais uma, agora largando em sétimo. São 11 vitórias no ano. Mais três e ele passa a ser o que mais venceu em uma temporada. O campeonato pode acabar em Cingapura. Basta mais uma vitória e Leclerc fazer no máximo dois pontos. Não duvido de nada.

Sainz fez uma boa corrida e chegou em quarto, seguido por Hamilton e Pérez. Norris se destacou perante as Alpine, que zeraram. Alonso abandonou. Gasly voltou aos pontos, assim como Zhou.

O grande destaque inesperado foi Nyck De Vries. Treinou com a Aston Martin na sexta. É piloto reserva da Mercedes. No sábado, Albon teve diagnosticado um caso de apendicite e não tinha condições de correr no final de semana. As estrelas se alinharam e o holandês de 27 anos, campeão da F2 em 2019 e da F-E recentemente, enfim estreou na categoria.

Fez um treino honesto no sábado e, beneficiado pelas punições, largou em oitavo. Na corrida, também esteve com um bom ritmo e a entrega saiu melhor que a encomenda. Não só foi bem, como ainda conquistou o nono lugar. Estreando na categoria direto nos pontos, com a pior equipe do grid, mostrando desempenho.

Se antes De Vries era um candidato potencial pela relação da Mercedes com a Williams, agora há algo mais consistente. E o mais impressionante: sem treinar com o carro. Isso constrange Latifi. A questão é saber se a grana do canadense ainda é suficiente para algo, porque o desempenho obviamente não. A Williams está se recuperando financeiramente, e talvez ter uma dupla de pilotos de fato ajude a equipe ter um avanço mais significativo.

Não foi a primeira e nem a última vez que uma corrida termina com o Safety Car. Teve até um campeonato que acabou assim. E tem gente que acredita que o do ano passado também deveria... ao menos é o que diz a Mercedes. A Red Bull discorda. A FIA seguiu as regras, diferentemente de Michael Masi.

Regras são regras, até a página dois. O problema foi a lentidão em tirar o carro de Ricciardo. Anticlímax total, mas faz parte. Uma regra imbecil precisa ser quebrado, pelo bem do bom senso. A F1 vira refém das próprias manias e se enrola toda em momentos como esse. Nem tão ao céu, nem tanto a terra. Sem rigidez, mas sem virar Netflix.

Verstappen vence pela primeira vez em Monza. Nunca tinha ido sequer ao pódio. O holandês vence largando de todos os lugares. Desta vez, também vence de forma inédita com a bandeira amarela. De todos os jeitos e maneiras. Até assim a Red Bull sobra. O campeonato deve acabar no Japão, mas não duvido que seja em Cingapura, a julgar pela sorte, competência e incompetência de Red Bull e Ferrari, respectivamente...

Disparado nas pesquisas, Max tem tudo para confirmar os números e vencer a F1 2022 no primeiro turno.

Confira a classificação final do GP da Itália:


Até!

terça-feira, 31 de agosto de 2021

DANÇA DAS CADEIRAS

 

Foto: Divulgação/TKart

Em meio as repercussões e reclamações do que aconteceu (ou melhor, não aconteceu) no domingo, hoje tivemos uma notícia que julgo ser interessante virar um post. Embora essa época seja normal para a publicação das fofocas da rádio paddock, me surpreendi com os nomes e a complexidade da situação. Vamos lá:

Começando pelo óbvio. Na semana que vem, George Russell deve ser anunciado piloto da Mercedes. Aí já começa o efeito dominó: e pra onde iria Valtteri Bottas?

Conforme publicado pelo Grande Prêmio há um bom tempo, o finlandês seria a prioridade da Alfa Romeo. Todos os pontos parecem fechar porque Frederic Vasseur, o chefão do time suíço, recentemente disse que a Alfa Romeo autorizou maiores investimentos no time. Como sabemos, contratar um piloto que estava na Mercedes e viria para uma das piores do grid não seria nada barato, mas mostraria ambição e aposta num projeto ousado a médio/longo-prazo.

E as mudanças na Alfa Romeo não iriam parar por aí: ainda sem contrato, Raikkonen e Giovinazzi seriam dispensados. O finlandês, de 41 anos, se aposentaria de vez. O italiano, piloto Ferrari, poderia ir para o projeto dos italianos na WEC, além de reserva da equipe na F1. E quem seria o possível parceiro de Bottas?

O escolhido seria o holandês Nyck De Vries, de 26 anos. Campeão da F2 em 2019 e campeão da Fórmula E nessa temporada, o holandês foi piloto reserva da McLaren e hoje pertence a Mercedes, onde venceu o mundial de bólidos elétricos. E como um piloto Mercedes iria para uma equipe que possui parceria com a Ferrari? Segundo a RaceFans, que desenrola todo esse fio, a proximidade de Toto Wolff e Vasseur seria um facilitador para colocar o holandês no grid, pois a Mercedes está de saída da Fórmula E.

Uma dupla nova num carro que tem dificuldades e um seria estreante aos 26, sem nenhuma ligação com a Ferrari... Difícil de acreditar, mas o desenlace é no mínimo curioso, o que também representaria o fim da era Raikkonen, o piloto que mais largou na história. Muito significativo, mas o tempo passa para todos nós, não é mesmo?

Calma que não terminou. Se Russell for confirmado na Mercedes, a Williams precisa de um piloto. Nico Hulkenberg, sempre citado, não é o favorito. Segundo a RaceFans, Alexander Albon, o tailandês nacsido e criado na Inglaterra, seria o escolhido para substituir o rival de F2 (Russell foi campeão e Albon o vice, em 2018). Hoje, Albon está na DTM e ainda pertence a Red Bull, sendo uma espécie de empréstimo. Latifi tem contrato indefinido, mas como o pai financia tudo e faz um bom trabalho, deve permanecer. E seria merecido.

Tirando De Vries, ainda que fosse um nome comum na F2 e era reserva da McLaren, são todos nomes experientes, apesar de jovens. Isso mostra como a F1 se resume as ligações dinheiro-academia de pilotos-sobrenome. Seria interessante ver o holandês De Vries estreando aos 26 anos na categoria, o que seria impensável hoje em dia, sendo compatriota de Max. Albon na Williams e Bottas na Alfa Romeo teriam desafios diferentes, mas uma missão em comum: recuperar prestígio no grid, alcançando objetivos diferentes.

Mesmo assim, seria interessante ver todas essas transferências se concretizando, com nomes em macacões e equipes impensáveis até aqui.

Por ser muito complexo e cheio de detalhes, a essa altura do ano, honestamente não acredito muito na hipótese. Gastei linhas justamente pelo fio, ou "thread", e também para me desintoxicar do ódio do acontecido em Spa Francorchamps. Tinha um post programado que será publicado nos próximos dias. Vai perder um pouco da validade ou antecipar uma situação, ou as duas coisas. Aguardem. 

Até!