terça-feira, 12 de setembro de 2017

QUEBRA-CABEÇA

Foto: AS
Depois de ter viajado e me bronzeado durante o feriado, pensei em colocar "Independência ou morte" como título do texto, mas como isso já faz quase uma semana acabei optando pelo título acima. Enfim, só registrei porque não é todo dia que me vem a cabeça dois títulos bacanas e infelizmente tive que deixar um de lado.

Bom, vamos ao que importa.

Sainz-Renault-McLaren-Alonso-Honda-Toro Rosso. Essa é a ligação. Informações da imprensa europeia. Só falta o famigerado "anúncio oficial". Vamos por partes:

McLaren e Honda irão encerrar a vexatória parceria depois de três anos. Os japoneses depositavam 90 milhões de euros na equipe, sendo 32 deles destinados para pagar Alonso. A Fênix exigia a saída dos nipônicos para continuar na equipe e seu pedido foi aceito. Evidentemente que seu salário será reduzido, diante da saída de quem lhe pagava tal quantia. A McLaren tenta um patrocinador master, ausente de Woking desde a saída da Vodafone em 2012. A ideia dos ingleses é manter essa parceria com a Renault até 2020 e a partir do ano seguinte, quando começa um novo regulamento técnico, produzir o próprio motor, uma questão que há anos já havia sido cogitada pela equipe e parece que finalmente será feito.

Retorno da parceria foi um fracasso. Foto: AS
Para que a Honda não saia da F1 e mostre para o mundo que não há espaço para que as novas fornecedoras de motor possam ser competitivas na categoria, Jean Todt e Ross Brawn tiveram que agir. Eles costuraram um acordo com Christian Horner e Helmut Marko para que os japoneses fornecessem os motores da Toro Rosso. E por que isso seria aceito? Bom, a Honda irá depositar uma boa quantia para a equipe de Faenza. Não será os mesmos números que os da McLaren mas é uma excelente medida. A negociação com a Renault foi simples: os nipônicos pagaram 15 milhões de euros para Marko e Horner para liberar Carlos Sainz da Toro Rosso e repassar aos franceses, que aceitariam fornecer motores para a McLaren e contariam com o piloto espanhol já na Malásia, daqui duas semanas, no lugar do zerado Jolyon Palmer.

Toro Rosso Honda em 2018. Foto: Motorsport
A Renault, que até o mês passado trabalhava para contar com o retorno de Robert Kubica ao volante, opta pelo espanhol, que já era desejado há alguns anos. Sem perspectivas de subir para a Red Bull no futuro próximo, essa foi a melhor decisão tanto para Sainz quanto para a Red Bull, que ganha uma boa grana com a transação. Ainda falta encaixar algumas peças.

Para a Honda sair da McLaren e fornecer motor para a Toro Rosso, uma das exigências seria a chegada do piloto japonês Nobuharu Matsushita para 2018. Ele tem 23 anos e está na F2, pilotando pela ART Grand Prix e é o sexto colocado, com duas vitórias nas etapas de domingo de Barcelona e Silverstone. Outra disputa seria travada no time satélite da Red Bull: com Sainz indo imediatamente para a Renault ainda esse ano, Pierre Gasly (campeão da GP2 ano passado) teria algumas corridas para mostrar serviço e tentar desbancar o depressivo Daniil Kvyat pela outra vaga na equipe ano que vem. Imagina Matsushita e Gasly na equipe satélite que revelou Vettel, Ricciardo e Verstappen e teve Buemi e Vergne como bons talentos subestimados?

Matsushita (E) e Gasly (C) podem ser companheiros de Toro Rosso em 2018. Foto: Motorsport


Bem, acho que está tudo devidamente e didaticamente esclarecido. Lembrando que nada disso ainda é oficial, mas bastante ventilado e dado como certo pelos principais veículos especializados da Europa. Meus pitacos?

A McLaren abre mão do protagonismo e busca nesse momento ser apenas uma mediana mas constante, que pontue com frequência e busque pódios esporádicos, algo impossível se continuasse com a Honda. O processo regrediu nesses três anos. Não é o ideal para Alonso, mas apenas o possível para que consiga completar algumas corridas sem que isso vire notícia.

A Toro Rosso não tem escolha. Com dois pilotos estabelecidos na Red Bull e sem nenhum grande talento emergente, Marko e Horner optaram pelo dinheiro da Honda e conseguiram ainda lucrar com o insatisfeito Sainz, que terá um grande chance em uma equipe de fábrica. Para Gasly e Matsushita, caso se concretize, é a chance de realizar um grande sonho que é pilotar a F1.

E, para finalizar, a Honda terá uma nova chance de se redimir, trabalhando em um ambiente de menor pressão. Precisa melhorar muito para ser minimamente competitiva. Quem sabe em 2021, com um novo regulamento técnico e a chegada de outras construtoras os japoneses não se destaquem? Difícil, mas vai que, né...

Até mais!


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