quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O FUTURO DE ALONSO

Foto: Motorsport
Em certo ponto da carreira, Alonso disse: “só me aposento depois que conquistar o tri.” Essa parecia uma realidade não muito distante, afinal o asturiano era o legítimo “sucessor” de Michael Schumacher. Era.

O então bicampeão mundial certamente não esperava que em pleno auge surgiriam dois grandes talentos que acabariam lhe ofuscando na década seguinte: um alemão chamado Sebastian Vettel e a promessa inglesa Lewis Hamilton, com o hype de ser o primeiro negro na F1 estreando justamente na McLaren, sendo companheiro de equipe da Fênix.
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A história vocês já sabem. A arrogância custou muito caro para a carreira de Alonso. Decisões erradas impediram que o espanhol pudesse ter feito mais história na F1. O começo de tudo, é claro, foi a guerra na McLaren, que lhe obrigou a retornar a Renault, onde tanto trabalhou, mas estava longe de ser aquela equipe onde esteve dois anos antes. Em uma espécie de exílio no cockpit francês, se juntou ao antigo inimigo, a Ferrari, com o objetivo de ser campeão com os italianos.

2006: parecia que Alonso seria o sucessor de Schumacher... Foto: F1 Fan Site
Sorrisos só por aí... relação belicosa com o estreante Hamilton entrou para a história
Foto: Motorsport
A passagem de Alonso na Ferrari foi brilhante, espetacular. Com muito menos potencial que a Red Bull e durante certo ponto até diante de McLaren e Lotus, Ferdi foi três vezes vice-campeão mundial, sendo que teve chances claras de ser campeão nas duas primeiras, logo na estreia pela Ferrari, podendo repetir o feito de Kimi Raikkonen.

A inesquecível reclamação com Petrov e a perda em Interlagos parecem ter selado o destino de Alonso. O tri poderia ter sido tetra, penta, hexa... Bastava permanecer na McLaren e ter jogo de cintura, fruto da falta de gestão da carreira, perdida por descontroles emocionais.

Uma deixa para postar um dos carros mais bonitos da história
Foto: Wikipedia Commons

Talvez Alonso tenha sofrido um “castigo” maior que ele merecia. Nem seu maior hater poderia imaginar que, dez anos depois da briga na McLaren, o espanhol retornaria para a equipe, posaria para fotos sorridente com Ron Dennis no retorno da mítica parceria McLaren Honda que no fim das contas é um retumbante fracasso, fazendo com que o Espanhol competisse na Indy 500 de tão desgostoso que está com a categoria.

O parágrafo sem pontuação (propositalmente feito assim, como se fosse uma frase cuspida sem nenhum planejamento) vai ser explicado agora: acredito que a única coisa boa para Alonso nesses últimos anos, além do salário anual que recebe dos japoneses, foi sua imagem. Sempre muito crítico (e ainda é) com os problemas da McLaren, o espanhol adotou uma linha bem humorada, simpática e carismática, sendo um dos pilotos favoritos dos fãs, justamente quando sua carreira esportiva está praticamente no fundo do poço da F1. 

Carrasco Petrov: um dos três vices pela Ferrari. Foto: MotorSport
O ultimato de Alonso a McLaren é uma jogada desesperada ou calculada? Sem espaço nas principais equipes por conta de seu passado, o espanhol tem apenas a McLaren como opção remota para tentar voltar a vencer,  o que não acontece desde 2013, ainda na Ferrari. Com a Renault trazendo Kubica de volta, a alternativa de Alonso é “rezar” para que a Honda faça progressos, o que parece improvável, visto que em três anos a equipe andou para trás. A esperança é que a equipe de Woking consiga um acordo com um novo fornecedor, mesmo que isso signifique o processo evidente de pequenez deflagrada na McLaren há cinco anos.

Por isso a Fênix pensa em alternativas. Com o objetivo de conquistar a Tríplice Coroa do automobilismo, disputou a Indy 500. Não descarta retornar em breve, quem sabe até participar de alguma temporada. Lá, as coisas são um pouco mais iguais. Se sua participação em Indianápolis foi um sucesso de público e audiência, imagina uma temporada inteira? Certamente não superaria a F1, obviamente, mas a categoria certamente iria ganhar muito mais notoriedade, principalmente na Europa. Depois, quem sabe, o objetivo final: Le Mans.

Indy: próximo destino? Foto: UPI
Por mais que o sonho do tricampeonato de Alonso esteja praticamente sepultado, o espanhol aprendeu nesses anos de perrengue que o automobilismo é muito mais que o glamour da F1. Quem sabe, ao optar por esse caminho, ele finalmente não acerta alguma das suas decisões na carreira?

Até!





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