quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O DIA K

Foto: Getty Images
Com um batalhão de fotógrafos e um ótimo público presente em Hungaroring, finalmente Robert Kubica voltou a guiar um F1 da temporada atual depois de seis anos. No segundo e último dia dos testes coletivos da F1, o polonês andou 142 voltas (duas corridas), em 20 stints. Ele fez o quarto melhor tempo do dia (1:18.572), um segundo mais lento que Hulkenberg e menos de um décimo mais lento que Palmer. O melhor do dia foi Sebastian Vettel. Ontem, o mais rápido foi o virtual campeão da F2 e grande promessa monegasca Charles Leclerc, da academia de pilotos da Ferrari.

Foto: Getty Images
Os testes visam acertos para a temporada 2018. Como não sabemos o peso de cada carro nas voltas, não dá para levar à vera a comparação dos tempos de Kubica com os pilotos da Renault. É claro que é um indicativo animador, pois na primeira vez em que pilota o RS17 o polonês foi bem, embora não tenha ficado plenamente satisfeito com seu desempenho.

Após a sessão, ele disse aos jornalistas que estava muito feliz mas que precisava melhorar bastante, o que é natural, dada a falta de experiência com o novo bólido da F1, que exige mais fisicamente do piloto. Sua principal dificuldade com lidar com tantas coisas novas a bordo do RS17, além de sentir cansaço ao final do dia. Afinal, ele trabalhou por oito horas em um circuito tão desgastante como o húngaro, no escaldante verão europeu.

Kubica passou pelos testes da FIA e completou os 300 km mínimos exigidos para tirar a superlicença. Com mais testes nos simuladores, parece ser questão de tempo que seja oficializado como piloto da Renault para o ano que vem, sendo parceiro de Hulkenberg. Provavelmente no início o alemão levará vantagem, mas acredito no talento do polonês. Seu retorno para a categoria não é motivo de alegria apenas para os fãs e pilotos e a categoria, mas também um elemento para atrair o público médio com a sua história de superação. O toque humano e da persistência que a Liberty tanto deseja para conquistar ainda mais audiência e diminuir as barreiras que a F1 de Bernie construiu com os torcedores nas últimas décadas.

Será, com certeza, uma grande vitória, em uma F1 onde apenas jovens pilotos endinheirados e presentes nas academias das principais equipes podem adentrar esse universo tão e cada vez mais exclusivo.

Confira os tempos de ontem e de hoje, e explicarei um por um quem são os novatos que representaram as equipes nesses dois dias de testes:



Lando Norris - O britânico de 19 anos é o atual campeão da Fórmula MSA e da Toyota Racing Series. Com isso, tornou-se piloto da academia da McLaren. Atualmente, corre pela Carlin no Campeonato Europeu de F3. Fala-se que, no futuro, pode assumir um cockpit da equipe britânica, principalmente se Alonso deixar a equipe.

Lucas Auer - É sobrinho de Gerhard Berger. Corre no DTM.

George Russell - O britânico de 19 anos é o atual líder da GP3, correndo pela ART. Está desde o início do ano no programa de piloto da Mercedes. Provavelmente irá para a F2 no ano que vem.

Nikita Mazepin - O russo de 18 anos tem dinheiro. Com lobby, talvez tenha possibilidade de chegar na F1. Atualmente disputa a Fórmula 3, mesma categoria de Pietro Fittipaldi. Atualmente, é o 12° colocado, com 52 pontos. Seu melhor resultado foi um segundo melhor na corrida 1 de Spa Francorchamps.

Nicholas Latifi - O canadense de 22 anos pertence a Renault. Disputa a F2 pela DAMS.

Sean Gelael - Anotem esse nome... a versão indonésia de Stroll. O piloto de 20 anos tem muito dinheiro, tanto é que está na Toro Rosso. Ele corre pela Arden na F2.

Santino Ferrucci - Americano com sobrenome italiano, pertence a Ferrari. Está na F2. É mais um daqueles que podem ter uma vaga na Haas ou Sauber nos próximos anos.

Gustav Malja - Sueco, assim como os donos da Sauber. Está na sua segunda temporada na F2. No ano passado, pilotou pela Trident e pela Rapax. Esse ano está na Racing Engineering. Tem 21 anos.

Charles Leclerc - O mais badalado e a nova promessa do automobilismo para o futuro. Com 19 anos, lidera com sobras a F2, tal qual Vandoorne fez em 2015. É da academia de pilotos da Ferrari. Com suas atuações, existem grandes chances dele estrear na F1 ano que vem pela Sauber, e futuramente ir para a Ferrari. Anotem esse nome.

Nobuharu Matsushita - Apoiado pela Honda, já fez testes pela McLaren e agora pela Sauber, onde os japoneses tinham um acordo para o fornecimento de motores, cancelado na semana passada. Com isso, suas chances acabaram por lá. Entretanto, existe uma negociação da Toro Rosso com os japoneses e, quem sabe, pode parar por lá. Está na F2 há duas temporadas, alternando vitórias com algumas barbeiragens. Normal. Certamente um dos melhores pilotos japoneses dos últimos anos que pode ingressar na F1.


Por enquanto é isso. Até!




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