segunda-feira, 29 de agosto de 2016

VENCEDOR?

Foto: Reprodução
Rosberg fez o seu papel. Largou na pole e liderou TODAS as 44 voltas do caótico e movimentado Grande Prêmio da Bélgica. Spa dificilmente decepciona, e os primeiros movimentos da corrida foram espetaculares. Diante de tudo isso, a vitória de Nico ficou quase em segundo plano pois mal apareceu na transmissão, não por culpa dele, mas pelo contexto que cercou a prova. Por exemplo, diante das inúmeras trocas de componentes do carro, Hamilton conseguiu arrancar um ótimo terceiro lugar, o que certamente não estava nos planos de seu rival. Lewis deve ter pensado nisso quando declarou que "talvez Nico não estivesse contente em o ver no pódio". O prejuízo poderia ser grande, mas foi de apenas 10 pontos na tabela: 232 a 223 no campeonato. Ricciardo também sobreviveu aos incidentes de corrida e foi o segundo, afirmando seu bom momento na temporada. Só falta uma vitória para coroar o trabalho bem feito até aqui.

Foto: EFE
Inegavelmente os três protagonistas da corrida foram Vettel, Verstappen e Raikkonen. Afinal de contas, o trio se envolveu no incidente desencadeador de toda a mudança de disputas da prova. Tudo começou na primeira curva. Vettel alonga na Source, enquanto Verstappen (que largou muito mal) foi otimista demais ao tentar passar Raikkonen, que ficou espremido entre os dois, pelo meio. Resultado: Toque de Verstappen em Raikkonen, que bateu em Vettel, que rodou. Incidente de corrida. O finlandês teve o bico danificado e o holandês também foi aos boxes. Vettel ficou para o fim do pelotão.

Foto: Reprodução
A partir de então, os três se propuseram a uma corrida de recuperação. Antes de tudo isso, outro fato que fez a diferença na corrida de hoje: A pancada fortíssima de Magnussen na Eau Rouge. Para a sorte do dinamarquês, o choque foi de traseira. Se fosse de frente, poderia ser muito pior. O piloto saiu com um corte no tornozelo e foi levado ao hospital para que fossem realizados exames. Está tudo bem com Magnussen, que espera ter condições de correr na semana que vem. A porrada destruiu a barreira de pneus, que teve de ser reconstruída, paralisando a prova por cerca de 10 minutos. A bandeira vermelha permitiu que houvesse trocas de pneus, o que alterou completamente a dinâmica da corrida. Todo mundo ficou com a mesma estratégia.

Foto: Reprodução
Diante disso, o trio da corrida voltou a disputar posições e chegaram a se cruzar. Verstappen, agressivo como é, se defendia de Raikkonen a qualquer custo. Em um dos ataques na grande reta, Verstappen chegou a mudar duas vezes o carro de direção, o que é proibido, além de praticamente fazer um "brake-test". Se não fosse o finlandês, teria acontecido outro acidente grave. Kimi reclamou com razão. Max retrucou dizendo que não era seu problema. Max também se envolveu em outros incidentes com Vettel e Pérez. Ambos tiveram que recolher para que não houvesse um acidente. Apesar disso, em nenhum momento o holandês chegou a ser investigado pelos comissários.

Entretanto, no paddock, muitas críticas: Da Ferrari, pois seus dois pilotos estiveram envolvidos em incidentes com Max, e também de outras pessoas, como Niki Lauda e Toto Wolff, da Mercedes. Lauda chegou a dizer que Verstappen precisa de um psiquiatra. É evidente que o arrojo de Max é ótimo para a F1. Ir para cima, vender caro a posição, jogar duro, essas coisas. Todavia, não foi isso o que ele fez hoje (ou ontem): Max jogou para todos os lados de forma irresponsável como se fosse videogame, contando com o bom senso dos adversários para que não acontecesse algo pior. Daqui a pouco essa paciência acaba e Max terá que aprender da pior maneira a medir a consequência de seus atos. Espero que não precise disso. Hoje ele fez uma das piores atuações da carreira, chegando em 11°, e deveria ter sido punido. Max não pode ser protegido só porque é popular e queridinho entre os fãs. Do contrário, as coisas irão piorar: Ele continuará jogando e espalhando o carro em excesso, e será irreversível. Estão deixando ele "se criar".

No fim das contas, Vettel foi o sexto e Kimi o nono, aquém do que a Ferrari poderia render hoje. Outro destaque da corrida foi ele, a Fênix Fernando Alonso. Seu feito foi maior que o de Hamilton, dadas as condições dos carros. Sem praticamente andar no final de semana, com a incrível punição de 65 posições, largou em último e também se aproveitou da corrida caótica para galgar posições. Chegou a ficar em quarto, mas caiu de rendimento quando todo mundo esteve com a estratégia nivelada. Mesmo assim, conteve os ataques de Massa a corrida toda, mostrando que o chassi da McLaren é bom e o motor Honda evoluiu um pouquinho, mas ainda continua abaixo de Mercedes e Ferrari. Enfim, Alonso conseguiu um ótimo sétimo lugar em uma pista dominada por retas. Button, no seu GP número 300, não teve a mesma sorte: Abandonou na primeira volta após ser atropelado pela Manor de Wehrlein.

Foto: Reprodução
A Force India confirmou o ótimo momento na temporada e fez o que se esperava: 4° e 5° com Hulkenberg e Pérez. O alemão bateu na trave em busca do pódio inédito, de novo. Com o resultado, a equipe de Vijay Mallya finalmente ultrapassou a Williams na tabela de construtores, alcançando o quarto lugar. A equipe de Grove, por sua vez, segue em franca decadência: Com um chassi fraquíssimo até em circuitos de alta, Bottas foi o oitavo e Massa, combativo, o décimo. Apesar de ficar em sexto quase toda a corrida, perdeu rendimento e foi ultrapassado por Pérez, seu companheiro de equipe e as duas Ferraris. O brasileiro parece estar se despedindo da F1. Nasr terminou em 17° (último dos que completaram a prova), mas a Sauber mostrou-se mais competitiva com as novas atualizações, ao menos. Foi atrapalhado por um pneu furado. Esteban Ocon, o estreante, ficou em 16°. Olho no francês, provável piloto da Renault no ano que vem!

Confira a classificação do Grande Prêmio da Bélgica:


A próxima corrida será o Grande Prêmio da Itália, em Monza, na semana que vem, nos dias 2, 3 e 4 de setembro. Até!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.