sábado, 3 de dezembro de 2016

A INESPERADA SAÍDA POR CIMA

Foto: Divulgação
Parecia pegadinha. Uma trollagem, como sempre acontece. Uma brincadeira. Não, não era.

Quando tudo parecia que aos poucos ia voltar a normalidade, de forma surpreendente e inacreditável, Nico Rosberg deu adeus para a F1 e se aposentou da F1 hoje, cinco dias depois de ser campeão mundial.

Rosberg, Button, Massa, Ron Dennis... que ano de despedidas da F1, hein? Fazia tempo que tantos pilotos de peso não saiam na mesma temporada. De quebra, a categoria perde dois títulos mundiais em menos de uma semana.

Segundo Rosberg, que recebeu o troféu de campeão mundial hoje em Viena, a ideia da aposentadoria começou a amadurecer em Suzuka. Seu grande sonho era ser campeão, e deu tudo de si para alcançar esse objetivo. Superar Hamilton lhe sugou muitas forças. Um título pra Nico é o suficiente. Quis parar por cima, "no topo da montanha". Até porque agora Rosberg teria que defender o título e provar suas qualidades ao invés de ser acusado de um campeão circunstancial. Hamilton não terá direito a revanche. Rosberg contou para a esposa, Vivian e Toto Wolff na segunda. Depois, para Lewis. Afinal, são amigos e rivais: O tricampeão debochou: "depois de 18 anos perdendo, venceu a primeira e se aposentou".

Foto: Reuters
Trata-se de uma decisão corajosa. É difícil parar no auge. Rosberg dificilmente seria campeão outra vez. Preferiu se retirar e curtir a vida com a família e a filha que recém nasceu. É o seu direito, obviamente. Assim como para Hunt e Kimi, um título basta. Nico claramente tinha apenas um objetivo: ser campeão mundial e depois sair. Não parece, aparentemente agora, desfrutar da carreira de piloto. Tem dinheiro, fama e agora reconhecimento. Seu último ato será sempre lembrado, o do título mundial depois de tantas derrotas para seu companheiro de equipe. Também venceu um Schumacher já afetado por lesões cerebrais pós-acidente de moto, quarentão e numa nova F1 da qual ele não estava habituado. Quem se importa? Seu "cartel" é muito bom. Venceu dois campeões mundiais na mesma equipe.

É a segunda vez que um campeão inédito se aposenta no ano seguinte. O último foi Mike Hawthorn, em 1958. Prost foi tetra em 1993 e largou, mas é outro contexto. Rosberg sai por cima para curtir a vida. Merecido.

Agora, diante de um mercado de pilotos praticamente fechado, abriu-se a vaga mais desejada da atual F1. Os principais candidatos? Wehrlein, piloto do futuro da Mercedes (o futuro é agora?), Bottas (agenciado por Toto Wolff, nunca pode ser descartado) e ele, a fênix Fernando Alonso, que possui um contrato bem amarrado com a McLaren até o ano que vem, mas diante de sua possível última chance de título, poderia se desvencilhar da McLaren. Dinheiro não falta. Todavia, corre bem por fora. Não descartaria também o ótimo Sérgio Pérez.

A notícia pode ser boa para Nasr. Com a provável ida de Wehrlein ou qualquer outro piloto já empregado, abre-se outra vaga que ele pode preencher, não necessariamente em uma equipe específica, mas principalmente na Manor. É o que restou. Está praticamente fora da Sauber. É o último suspiro para adentrar a F1.

Um post terá que ser feito nos próximos dias, mas o próximo piloto da Mercedes vai depender do perfil que a equipe deseja. Pela postura em Abu Dhabi, os alemães querem o máximo de pontos possíveis, o 1-2. Alonso seria o mais apropriado porque é a melhor das opções. Entretanto, a guerra com Hamilton seria ainda pior do que com Rosberg, até por existir um histórico entre o espanhol e o inglês. Todavia, Alonso parece mais "zen", o que poderia facilitar na negociação. É o que toda a F1 deseja: Alonso e Hamilton na mesma equipe, de novo.

Caso opte por um "segundão", Wehrlein está há tempos sendo preparado para assumir o posto da equipe prinicipal. O fato de ser preterido por Ocon na Force India o frustrou muito. Entretanto, Pascal pode ter recebido o GRANDE presente de Natal. Seria uma prova de fogo sair da Manor direto para a melhor equipe da F1, com muita pressão para andar na frente e com rivais na cola (Red Bull e Ferrari). Certamente não faria frente a Hamilton, mas poderia ser um bom escudeiro, assim como Pérez e Bottas, esses mais carimbados, experimentados e melhores.

Serão semanas quentíssimas na silly season desse fim de ano. Até quando dura as especulações? Será que a Mercedes já sabia antes e se preparou para negociar com alguém ou aprontar Wehrlein? Saberemos em breve.

Valeu, Rosberg!

Foto: AFP






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