segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

ANÁLISE DA TEMPORADA 2016 - Parte 1

Foto: The Sun
Fala, galera! Depois de uma pausa necessária para descanso, essa semana teremos as últimas postagens do ano. Em virtude do inacreditável suspense sobre o retorno (ou não) de Felipe Massa, sua série especial fica, por ora, adiada até um segundo momento de 2017. Hoje iremos começar a analisar individualmente os pilotos da temporada 2016 da F1. Começarei pelas seis primeiras equipes colocadas no ano (Mercedes, Red Bull, Ferrari, Force India, Williams e McLaren). Vamos começar:

NICO ROSBERG - Eficiente e agressivo quando necessário. Aproveitou os erros e problemas de Hamilton para começar a temporada com quatro vitórias seguidas. Chegou a ficar 19 pontos atrás de Lewis no meio do ano, mas teve forçar para reagir, reultrapassá-lo na tabela e garantir o título inédito antes da surpreendente aposentadoria. Se no final ele foi bastante pragmático e arriscou pouco, apenas administrando a vantagem, é verdade que quando precisou ser agressivo também foi, contra Verstappen em Abu Dhabi. NOTA = 9,5

LEWIS HAMILTON - Começo ruim, com acidentes, problemas e largadas péssimas. Esses fatores impediram Lewis de ser tetra. Quando não teve infortúnios e/ou erros, sobrou como sempre. Com mais vitórias e poles na temporada, o vice fica marcado por esses problemas e a quebra da Malásia. Talvez, se tivesse acordado mais cedo para o campeonato e treinasse largadas antes, estaria desfrutando do quarto título mundial, o terceiro seguido. Como não existe "se"... NOTA = 9,5

Foto: ABC
DANIEL RICCIARDO - Herdou a vitória na Malásia, mas era para ter vencido antes em Mônaco, se a Red Bull não errasse na estratégia. Na Espanha, também poderia ter sido o ganhador, mas foi "sacrificado" outra vez nas paradas. É incrivelmente certeiro e preciso nas ultrapassagens, sem bater ou jogar alguém para fora da pista. Muitos (inclusive a Autosport) consideram o australiano o melhor piloto da temporada, o que não é nenhum absurdo. Seu desempenho cresceu após a chegada de Max a equipe. Tem tudo para brigar pelo campeonato do ano que vem. NOTA = 9,0

MAX VERSTAPPEN - Começou ainda na Toro Rosso e foi efetivado a Red Bull, substituindo Kvyat. Diante da crítica de quase todo mundo, Max mostrou porque é o maior talento da atual F1 ao vencer logo na estreia pela equipe taurina, na Espanha. Mostrando maturidade impressionante e qualidade sensacional, tenho certeza que o holandês em breve empilhará muitas taças de campeão mundial da F1. A atuação no Brasil é uma das melhores coisas que eu já vi na vida, digno de Senna, Schumacher, Hamilton ou Vettel. Todavia, sua juventude ainda lhe atrapalha em várias coisas: erros e um comportamento também imaturo (sim, ele alterna maturidade com imaturidade), com batidas e defesas de posição muito criticadas, que colocavam a integridade física dos pilotos em perigo. Não tenho dúvidas de que Max será campeão mundial em breve. NOTA = 9,0

Foto: F1
SEBASTIAN VETTEL - Ano difícil para o tetracampeão. Pela segunda vez na carreira, passou o ano sem vitórias. O ambiente efervescente da Ferrari não ajuda. Creio que o próximo ano não seja tão positivo também. Seb já poderia preparar o terreno para se transferir para a Mercedes em 2018. Nesse ano, cometeu muitos erros e bateu bastante, com dois incidentes de destaque com Kvyat. Seu grande momento na temporada foi xingar Charlie Whiting e a disputa com Verstappen no México. Perdeu para Raikkonen nos treinos. Segundo pior ano da carreira do alemão, que não tem uma boa perspectiva na Ferrari para 2017. NOTA = 8,0

KIMI RAIKKONEN - Escrevi no ano passado que esse seria seu último ano. Deve ser o próximo. Kimi evoluiu em relação a 2014 e 2015, mas ainda assim está muito longe de seu auge, na McLaren. Embora tenha sido o último campeão da Ferrari, sua passagem pela equipe italiana é bem ruim. Muito burocrático, foi batido por Vettel nos pontos. O saldo positivo foi ter sido mais veloz nos treinos, uma característica marcante dos seus tempos áureos que estava adormecida. Para o ano que vem, a tendência é repetir os últimos anos: atuações burocráticas em sua grande maioria e alguns brilharecos e desempenhos ruins escassos. NOTA = 8,0

Foto: F1
SÉRGIO PÉREZ - Mais uma vez Checo mostrou o seu valor. Diante do badalado Hulkenberg, o mexicano sobrou na Force India. No momento certo, aproveitou para brilhar e conquistar mais dois pódios, em Mônaco e em Baku. Na corrida monegasca, mais uma vez apostou em uma estratégia diferente e foi premiado com isso. No GP da Europa, iria largar em segundo. Punido com cinco posições pela troca de câmbio, largou em sétimo e chegou em terceiro em um final de semana espetacular. Checo vem melhorando nos treinos, tentando ser mais constante. Entretanto, sua maior característica é modificar a estratégia na corrida para surpreender. Em três anos com Hulk de companheiro de equipe, venceu em dois. Tem tudo para conseguir um carro melhor em 2018. Tem capacidade para isso. NOTA = 8,5

NICO HULKENBERG - O hype em cima de Hulk existe desde quando foi pole pela Williams no Brasil, em 2010. Desde então, decisões erradas e "azares" transformaram um piloto em potencial no novo Jean Alesi ou Nick Heidfeld dos tempos modernos. Com muitos acidentes e poucas corridas como destaque, Nico teve um ano normal. Sem Le Mans nessa temporada, ficou difícil sobressair. A mudança para a Renault é a última chance de brilhar na categoria. Entretanto, quando tudo parecia que ia virar, surge a informação de que Nico foi procurado para substituir o outro Nico, na Mercedes. Os franceses negaram. Como líder da equipe de Enstone para 2017, Hulkenberg vive um ano decisivo para seu futuro para a F1. É agora ou nunca. NOTA = 7,0

Foto: F1 Fanatic
VALTTERI BOTTAS - Com o carro da Williams bastante inferior ao dos últimos anos, o finlandês não conseguiu produzir muita coisa. Sempre constante e aproveitando as oportunidades, foi premiado com o pódio no Canadá, a melhor atuação individual de sua carreira. Beliscando sempre o sétimo ou o nono lugar, o que era disponível, Bottas não teve dificuldades para bater Massa de novo. O futuro piloto da Mercedes (?) pode ganhar a grande chance de sua carreira ano que vem, ou permanecer na equipe de Glove para ser líder no novo regulamento e com um piloto adolescente como parceiro de equipe. O futuro dirá. NOTA = 7,5

FELIPE MASSA - O último ano (?) da carreira do brasileiro foi melancólico. A queda de rendimento dele e da equipe ficaram evidentes. Nem a reação no segundo semestre e as boas largadas apareceram. Felipe se retira do circo no momento certo: sem espaço em carros competitivos e na descendente da carreira. Entretanto, isso pode mudar. Caso Bottas vá para a Mercedes, Felipe pode voltar para a categoria depois de sair pela porta da frente, repleto de homenagens, carinho e respeito dos fãs e do mundo da F1. Um piloto experiente, sem nada a perder, em um novo regulamento. Difícil fazer alguma projeção, mas seu retorno garantiria o Brasil na F1, pois a situação de Nasr é complicada. Enfim, Massa escolheu a hora certa para sair. Que curta outra categoria e o descanso merecido depois de 15 anos dedicados integralmente a F1. NOTA = 6,5

CARLOS SAINZ JR - Bastou Verstappen ir para a Red Bull para o espanhol começar a se destacar, apesar do motor defasado da Toro Rosso e dos inúmeros problemas mecânicos durante o ano. Mesmo assim, conseguiu bons pontos e aniquilou o apático e depressivo Kvyat no ano. Alvo de interesse de Renault e até Ferrari, o espanhol já deixou claro que quer alçar voos maiores. Com a improvável promoção a Red Bull (a não ser que Ricciardo vá para a Ferrari em 2018), a tendência é que o espanhol pressione a saída para outra equipe de fábrica. A Red Bull vai dificultar ao máximo, mas não resta outra opção a Sainz. NOTA = 7,0

DANIIL KVYAT - Um dos piores pilotos do ano. Sua cabeça virou uma grande montanha russa. De piloto Red Bull e com pódio na China a rebaixado para a Toro Rosso duas semanas depois. Na "nova velha equipe", seu desempenho seguiu pífio e patético. Sem conhecer o carro, foi tratorizado por Sainz. O russo parecia deprimido. Impossível não ficar com pena do que aconteceu com ele. Alguns pequenos lampejos de recuperação durante o ano e só. Teoricamente, não era nem para permanecer na F1 em 2017. Entretanto, dada a falta de confiança e de testes ruins de Pierre Gasly, o russo terá mais um ano na F1 para mostrar seu talento. Com a cabeça no lugar, talvez seja possível. No final, todos sabemos que ele será dispensado no fim do ano que vem, e geralmente um ex-Red Bull não consegue ir para outra equipe (vide Vergne, Buemi, Alguersuari, entre outros), à exceção de Liuzzi. Que as férias recuperem a força mental do russo. NOTA = 5,5

Foto: Pit Pass


Essa foi a primeira parte da análise. A segunda e última parte sairá amanhã. Até!

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