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terça-feira, 22 de agosto de 2023

INÊS É MORTA

 

Foto: Getty Images

O campeonato de 2008 sempre vai gerar dúvidas e questionamentos. Esse ano, tudo aumentou com a ação de ingresso de Felipe Massa na justiça para ser corado campeão mundial daquela temporada.

Neste ano, Bernie Ecclestone admitiu em entrevista que sabia do escândalo de Cingapura ainda em 2008 e não fez nada para não manchar o esporte, o que seria não cumprir com o próprio regulamento da FIA da época, que era presidida por Max Mosley.

Esse inclusive é o argumento da defesa, além das perdas financeiras por não ser campeão, as oportunidades que se abririam para Massa e os brasileiros impactados por um compatriota no topo (lembrem que nós só gostamos de quem vence, certo?), contratos, exposição, etc. Felipe Massa poderia ter sido uma super estrela, ou simplesmente um “novo Senna”, um novo vencedor e exemplo para o Brasil.

Pelo que li e foi contextualizado, são argumentos convincentes, inclusive com a definitiva infração da própria FIA ao lavar as mãos para o caso. Já passando dos 90, Ecclestone ativou a carta do “não lembro de ter dito isso”, mas a verdade é que a boca grande dele é que está gerando esse burburinho.

Mas na prática, é correto mudar alguma coisa? É possível mudar alguma coisa? Massa foi prejudicado nesses termos, além de uma tramóia ter tirado uma vitória que ele tinha grandes chances de confirmar. Aí que está. Tinha grandes chances, não é algo certo. Quem não poderia imaginar que algo aconteceria tal qual em Hungaroring?

E outra: Hamilton não tem nada a ver com isso e é tão vítima de uma atitude suja quanto Massa. Os dois tiveram problemas e foram irregulares naquele ano, por isso a quase igualdade.

Também não é justo e correto usar apenas a lógica de dar os pontos para Cingapura ou “se o Massa tivesse vencido ele era campeão”. Se o brasileiro vencesse em Cingapura ou chegasse com uma vantagem mínima para decidir em Interlagos, certamente o comportamento da McLaren e de Hamilton seriam diferentes no decorrer do ano após a corrida noturna.

A situação só chegou na catarse porque justamente era Hamilton que tinha a vantagem e pilotava o suficiente para ser campeão. Mudando essa estrutura, ele correria com uma outra motivação e estratégia. Ninguém pode prever o que aconteceria.

Sim, Massa parece ter sido vítima de uma negligência da própria FIA. Isso é o suficiente para ser considerado campeão ou co-campeão? Hamilton tem que pagar o pato por algo que ele também foi no mínimo prejudicado? É possível reescrever a história, colocar um asterisco?

Penso que não, assim como, infelizmente, não será possível fazer “justiça” para o brasileiro até porque, mesmo assim, um título reconhecido tardiamente também não mudaria em nada para o destino de todos. Agora, Inês é morta.

Até!

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

JÁ FAZ 10

Foto: Getty Images
O Grande Prêmio de Cingapura de 2008 tinha diversos motivos para entrar na história da F1. O primeiro, o mais simples: o primeiro a ser realizado nas ruas da cidade-estado. O segundo: a primeira corrida noturna da história do Mundial. A terceira: O GP número 800 da F1. Convenhamos que nenhuma (ou quase) delas foi lembrada.

Hamilton e Massa disputavam ponto a ponto o campeonato. Vantagem do inglês por um ponto. Entretanto, o brasileiro simplesmente voou no Q3 pra largar na pole, seis décimos mais veloz que o inglês. Raikkonen, Kubica e Kovalainen completaram os cinco primeiros. Rubens Barrichello foi só o décimo oitavo.

28 de setembro de 2008. Na largada, Massa mantém a primeira disposição e abre boa vantagem pra Hamilton. A corrida transcorre normalmente, até que o inesperado acontece.

Alonso, que só largou em 15°, para na volta 12, muito cedo segundo as projeções, para colocar os pneus duros. Voltou na distante última posição. Duas voltas depois, seu companheiro de equipe, Nelsinho Piquet, rodou e bateu de traseira. Safety Car.

Foto: Getty Images
Todo mundo nos boxes. O líder Massa se prepara paro o pit stop padrão. Na época, ainda era possível reabastecer e existia aquela mangueira. Pois bem, a parada é realizada, mas o sistema da Ferrari acaba acionando o sinal que libera Massa a sair dos pits, mas aí o grande problema: a mangueira ainda estava na bomba de combustível. E assim ele saiu...

Foto: Gazeta Press


Massa voltou em último. Com a corrida completamente modificada, Rosberg assumiu a ponta e Alonso, que parecia fora de jogo, pulou entre os ponteiros porque havia parado voltas antes. Com o desenrolar da prova, a maioria dos pilotos fez duas paradas, menos o espanhol.

Líder desde a 34a volta, a Fênix rumou para a vitória com uma fraquíssima Renault na primeira corrida noturna da história, o GP n° 800 da F1. Rosberg, ainda na Williams, foi o segundo e Hamilton conseguiu ficar em terceiro. Massa foi só o 13°e viu a vantagem aumentar para 7 pontos. Esses e outros erros da Ferrari e do brasileiro custaram o título daquela temporada. Golpe de sorte ou genialidade? Alonso tirou o coelho da cartola.

Bem, na verdade não. Um ano depois, quando foi demitido da Renault, Nelsinho Piquet e o pai revelaram para Reginaldo Leme que a batida do brasileiro foi proposital, em uma armação de Flávio Briatore e Pat Symonds. Uma bomba mundial. De novo Alonso estava envolvido, mesmo que de maneira indireta.

A investigação da FIA confirmou a versão brasileira. Briatore fez aquilo porque os franceses ameaçaram abandonar a categoria no fim do ano caso aquele carro ruim não ganhasse até o final da temporada (apesar de tudo, Alonso ganhou em Fuji, semanas depois). Briatore foi banido da F1 e Symonds suspenso por cinco anos. Voltou a trabalhar na Williams, justamente com Felipe Massa.

Alonso e Nelsinho foram inocentados. O espanhol não sabia da jogada, apesar das suspeitas existirem até hoje. O brasileiro perambula por várias categorias e foi campeão da Fórmula E em 2015. Alonso ficou mais um ano na Renault e encontrou Massa na Ferrari.

Além das questões históricas já citadas no primeiro parágrafo, a primeira corrida em Cingapura sempre será a mais lembrada: a corrida da marmelada, da entregada. Uma vergonha mundial. A Ferrari e Massa tentaram reverter o resultado, mas isso não aconteceu.

O mais incrível é que esse episódio já faz dez anos e um dos pivôs, indiretos, se despede desse palco nesse final de semana. Qualquer toque no muro, desde então, virou motivo para desconfiança.

Cingapura, dez anos. Corrida noturna, modernidade, circuito de rua, Safety Car, Cingapuragate, acidentes (o do ano passado também já entrou para a história). Como as coisas passam rápido. Impossível não lembrar. Estava assistindo na casa de um colega de escola, fazendo um trabalho. No fim do dia, o Inter goleou por 4 a 1 no Gre-Nal. Que dia, amigos.

Até!