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quarta-feira, 20 de junho de 2018

LES RETOURS

Foto: Motorsport
Presente na F1 desde os seus primórdios, em 1950, a corrida francesa era uma das mais tradicionais da categoria. Passando por diferentes circuitos em mais de cinco décadas de existência, a ganância de Bernie Ecclestone por uma renovação de contrato com valores muito altos fez com que a França ficasse dez anos sem receber uma etapa de F1.

Justo a França, com tanta tradição. Só de escrever Alain Prost e Renault já seria o suficiente. Pois bem, teremos um duplo retorno nessa semana: a F1 de volta a França e, consequentemente, de volta ao circuito de Paul Ricard, que não recebia uma corrida desde 1990.

De 1991 até 2008, coube a Magny Cours fazer as honras da casa. Foi lá que Michael Schumacher fez história, conquistando oito vitórias e se consagrando o maior vencedor da história do GP da França. Nossa primeira parte é relembrar como foi a última etapa realizada em Paul Ricard.

A corrida francesa foi a sétima do ano, a primeira em solo europeu. Depois de ter percorrido a América, Mônaco e San Marino, Ayrton Senna tinha três vitórias (EUA, Mônaco e Canadá) e liderava. Alain Prost, recém contratado pela Ferrari após a histórica rivalidade com o brasileiro na McLaren, vinha de duas vitórias (Brasil e México) e Riccardo Patrese (San Marino) venceu uma vez pela Williams.

A grande curiosidade daquele final de semana foi a Leyton House, do italiano Ivan Capelli e do brasileiro Maurício Gugelmin, ter demitido um jovem chamado Adrian Newey, pois o carro não estava sendo competitivo. Entretanto, antes de ser demitido, Newey concluiu o projeto de um novo pacote aerodinâmico que iria estrear justamente em Paul Ricard.

Foto: Motorsport
No qualyfing, a Ferrari estava mais rápida. Nigel Mansell fez a pole, com Gerhard Berger (McLaren) largando em segundo. Os rivais Senna e Prost ficaram na segunda fila. Duas semanas antes da França, a Leyton House sequer havia conseguido passar da pré-classificação. Agora, Capelli conseguiu um surpreendente sétimo lugar, enquanto Gugelmin ficou o décimo tempo.

Domingo, dia da corrida. Dia também da final da Copa do Mundo de 1990, na Itália, entre Alemanha Ocidental e Argentina. Logo na largada, Berger passou Mansell e assumiu a ponta. Prost perdeu posições para Alessandro Nannini (Benetton) e Patrese. Pouco depois, Senna deixou o inglês para trás e se posicionou em segundo. Prost parou mais cedo que os demais, na volta 26, com o objetivo de voltar na frente. Na volta 28, antes de parar, Senna passou Berger e assumiu a ponta antes de parar nos boxes.

Todo mundo foi parando. Patrese foi o último a ir para os pits, deixando a liderança nas mãos de Ivan Capelli, com a Leyton House. Algo completamente inimaginável para quem sequer tinha conseguido se classificar para a corrida anterior, no Canadá. O que estava surpreendente ganhou ares de perplexidade quando não só Capelli como Gugelmin não iam para os boxes, fazendo 1-2 e o brasileiro segurando Prost, que era o terceiro.

Foto: Fórmula 1
A sorte de Gugelmin acabou na volta 58, quando o motor Judd explodiu. A partir de então, Prost começou uma caçada a Capelli. Durante dezessete voltas colado, Capelli segurava o francês o quanto podia. No entanto, faltando três voltas para o fim, o Leyton House do italiano começou a ter problemas. Foi quando Prost o ultrapassou e rumou para a centésima vitória da Ferrari na F1. Capelli conseguiu chegar em segundo e Ayrton Senna foi o terceiro.

Foto: Motorsport
Com o resultado, Senna manteve a liderança do campeonato, com 35 pontos. Prost chegou a 32. Capelli conquistou o seu melhor resultado na carreira, que acabou não deslanchando por uma série de motivos que são tema para um outro texto.




Na até então última edição do Grande Prêmio da França, em 2008, a disputa continuava entre Ferrari e McLaren. Nas primeiras sete etapas, o equilíbrio: duas vitórias para Hamilton (Austrália e Mônaco), duas para Felipe Massa (Bahrein e Turquia), duas para Kimi Raikkonen (Malásia e Espanha) e uma para Robert Kubica (Canadá), que desembarcou na França como líder do campeonato.

Dobradinha da Ferrari na primeira fila: Raikkonen e Massa. Alonso, com a surpreendente Renault, e Trulli (Toyota) ficaram na segunda fila. Hamilton foi punido em 10 posições na largada pelo incidente com Raikkonen na corrida anterior, precisando fazer uma corrida de recuperação. Na largada, Kimi e Massa mantiveram-se na frente e dispararam. Trulli pulou para terceiro e Kubica era o quarto. Hamilton tentava recuperar posições mas cometia muitos erros, recebendo um drive-through por cortar caminho.

Na segunda metade da prova, um problema no escapamento fez Raikkonen perder desempenho. Com isso, Massa pulou na frente e venceu tranquilamente a última corrida disputada em Magny Cours, com dobradinha da Ferrari. Jarno Trulli conseguiu segurar Kovalainen para fechar o pódio. Kubica foi o quinto e Hamilton apenas o décimo, quando apenas os oito primeiros pontuavam.

Foto: Gazeta Press
Felipe Massa é o único brasileiro a vencer em Magny Cours e o segundo a vencer na França (Nelson Piquet venceu em Paul Ricard em 1985). De quebra, Massa saía da França líder do campeonato, com 48 pontos contra 46 de Kubica, 42 de Raikkonen e 38 de Hamilton. Foi a primeira vez desde 1993 que um brasileiro liderava o Mundial de pilotos.


Essas são as últimas lembranças da França e de Paul Ricard! Como será que vai ser esse retorno as terras francesas? Vamos conferir nesse final de semana!

Até!