sexta-feira, 23 de novembro de 2018

O GLORIOSO RETORNO DE QUEM SEMPRE ESTEVE AQUI

Foto: IG Esporte
Já estava tudo acertado. Dessa vez, não tinha nenhum endinheirado no caminho. O que parecia apenas um teste virou coisa séria e agora é realidade. Robert Kubica finalmente está de volta a F1 e será parceiro de George Russell na Williams em 2019.

Antes de mais nada, o retorno do polonês ser quase nove anos depois da última corrida (Abu Dhabi 2010) só perde pra Jan Lammers (1982-1992) e Luca Badoer (1999-2009). Kubica era um piloto espetacular e com potencial de ser protagonista até sofrer o grave acidente que comprometeu sua carreira na F1.

Apoiado por uma empresa polonesa, Kubica tem menos força e um braço direito bem fino. Ele praticamente dirige somente com a esquerda. Terá botões e ajustes diferenciados. Pelos testes, não deve em nada no quesito velocidade aos concorrentes. Só a desconfiança para isso.

O retorno de Kubica depois de tantos acidentes e percalços em uma F1 cada vez mais física e competitiva levanta dúvidas. Será realmente necessário tudo isso ou "qualquer um" pode pilotar com um braço só? Talvez Kubica seja realmente diferenciado não só na técnica, mas também na capacidade de nunca desistir e se adaptar a nova realidade.

Não enxergo o retorno dele visando apenas o resultado. São nove anos sem disputar uma corrida, lançar várias voltas rápidas em diferentes circunstâncias, defender posição, etc. Além do mais, o carro da Williams é horroroso e no ano que vem será apenas menos ruim, até porque pior não fica. A equipe de Grove, aliás, volta a ter um pouco de simpatia ao voltar a apostar no talento do jovem Russell e no polonês que possui uma história de vida incrível, além da capacidade técnica.

Sinceramente, não acredito que Kubica possa superar Russell, mas a questão não é essa. Só pelo fato de conseguir voltar e superar a desconfiança de todos, o polonês já é um grande vencedor e, mesmo com um braço só, é mais piloto que Sirotkin e Stroll, por exemplo.

O lúdico me interessa muito mais que o desempenho, nesse caso. Pegar um cara que vai ter 34 anos em 2019 (o segundo mais velho, só depois de Raikkonen) em um universo tomado por jovens das grandes equipes já é um sopro e uma história muito interessante de se acompanhar. Quantos não se superaram em suas carreiras e se tornaram mais lendas e figuras extremamente respeitadas por justamente não terem limites?

O anúncio também significa que Esteban Ocon está fora da próxima temporada. A julgar ter perdido nos dois anos para Pérez, o ano sabático e a provável efetivação na Mercedes em 2020 não faz muito sentido na questão de mérito. Cuidado, Ocon. Pascal também achou a mesma coisa...

O retorno de Kubica é a concretização do pensamento do senso comum, que era somente um sonho distante, de imaginar como seria o polonês pós-acidente. Será que vai ser competitivo? Ou então como seria a carreira se tudo seguisse normalmente: iria para a Ferrari? Algumas dessas perguntas nunca serão respondidas mas outras serão, quase aos 45 do segundo tempo. No fundo, Kubica nunca esteve longe da F1, seja fisicamente ou através de sonhos, pensamentos e imaginações dos fãs.


Até!


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