sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A PRISÃO QUE MUDOU A HISTÓRIA

Foto: Divulgação
Há 25 anos, no dia 23 de agosto de 1991, o mundo da F1 conheceu um certo alemão de nome Michael Schumacher, que estreava na categoria aos 22 anos de idade, pela Jordan, também estreante naquele ano. O que muitos não sabem é que um fato ocorrido em dezembro de 1990 desencadearia essa história maravilhosa.

Centro de Londres. Hyde Park Corner. O piloto nascido em Luxemburgo e de nacionalidade belga e francesa Bertrand Gachot, à época com 27 anos, dirigia rumo a um escritório de uma empresa que estava disposta a lhe patrocinar para a F1 na temporada de 1991. Então, aconteceu uma pequena confusão com um taxista (os carros não chegaram a se tocar). Irado, esse cara perdeu as estribeiras e veio correndo em direção ao carro de Gachot, abriu a porta do veículo e puxou o francês pela gravata. A namorada do piloto tinha em sua bolsa uma garrafa de gás CS, entregou para Gachot, que borrifou na cara do taxista. Ele anotou a placa do carro e prestou queixa na polícia.

Foto: Getty Images
O tempo passou, e Gachot estava na Jordan em 1991; vinha animado de um quinto lugar no Canadá e de um teste muito bom na Hungria, onde sentia que finalmente as "coisas iam se encaminhar bem". Bem, no dia 14 de agosto de 1991, o piloto teve que se apresentar a um tribunal inglês. Ouviu o improvável: 18 meses de detenção por causa de uma agressão com arma a um motorista e mais 6 meses por posse de garrafa CS, proibida na Inglaterra". Gachot saiu do sonho da F1 a dois anos de cadeia por usar um spray.

Diante desse fato, o chefão da equipe, Eddie Jordan começou a se mexer. De início, pensou nos nomes de Keke Rosberg (aposentado desde 1986), Derek Warwick e Stefan Johansson. A notícia de que um lugar da Jordan estava disponível deixou o paddock em alvoroço. Dias depois, Eddie contou que recebeu uma ligação da Mercedes. Schumacher, até então, era apenas um piloto da academia de jovens talentos da Mercedes, junto com Heinz-Harald Frentzen e Karl Wendlinger, onde disputava o grupo C do Mundial de Esporte-Protótipos.

Jochen Neerspach, diretor de competições da empresa alemã, disse que havia chegado a um acordo com um dos pilotos para correr na Bélgica e ofereceram 150 mil libras de pagamento. Um valor espetacular para a Jordan, que não tinha verba para terminar a temporada. Dias depois, estavam Willi Weber e o jovem Schumacher na fábrica da equipe moldando o assento do carro. Ele nunca havia pilotado em Spa, embora morasse cerca de 100 km do local. Schummy havia sido o campeão da F3 alemã no ano anterior.

Foto: Divulgação
Foram realizados testes em Silverstone. O alemão foi 1 segundo mais rápido que o melhor tempo da equipe na pista, do seu companheiro de carro Andrea De Cesaris. Em Spa, nos treinos, outro massacre: 7 décimos mais rápido que o italiano, que era muito veloz. Schumacher estreou na F1 largando em 7°, contra o 11° lugar de De Cesaris. Entretanto, Schummi quase não disputou na corrida. O piloto belga Philippe Adams ganhou recurso na justiça para correr pela Jordan, pois em 1990 ele assinou contrato para correr no time mas acabou indo para outro, e Eddie não devolveu a quantia de 150 mil libras. Em conversa com o chefão Bernie Ecclestone, o dinheiro foi adiantado e pago a Adams. Fim do empecilho.

Todavia, a estreia de Schumacher durou apenas alguns metros.A quebra de embreagem, ocasionada na hora da largada (ele nunca havia largado com tanque cheio - VEJA ABAIXO:)


O que aconteceu depois todo mundo sabe: Logo na corrida seguinte, foi costurado um acordo entre Briatore, Bernie e Schummi, que foi para a Benetton, substituindo Roberto Pupo Moreno, que foi dispensado, correndo com Nelson Piquet, que se aposentou no fim daquele ano. O resto é história...

E Gachot? Bom, ele saiu da prisão depois de dois meses e chegou a correr na Larousse. Depois, foi dono da Pacific Racing em 1994 e 1995. Atualmente, é um empresário de sucesso, dono da Hype Energy Drink (que patrocina a Force India) desde 2000, com participação no mercado de 40 países. Vencedor de Le Mans e um ótimo empreendedor, ele vê seu filho correndo nas competições menores e sonhando com a F1. Que ele não jogue spray nos outros. Qualquer coisa, se não der certo, que tome conta das empresas do pai.

Até!

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