segunda-feira, 14 de outubro de 2019

ESTRANHO

Foto: Getty Images
Um final de semana onde passa um tufão no país e tudo continua com quase naturalidade já é estranho. Isso fica pior quando no dia seguinte faz um sol de rachar como se nada tivesse acontecido. O passo seguinte é a Ferrari fazer 1-2 em uma pista que a Mercedes tinha dominado na quinta, sendo o pole Sebastian Vettel. Com tanta coisa intrigante, o resultado foi coisas estranhas numa corrida estranha, esquisita mas também bem chata.

As Ferrari largaram muito mal. Vettel até teria queimado a largada mas "não completamente", segundo a FIA. Por isso que não foi punido. Explicação bem estranha. Estranho também é o meu raciocínio: a largada sensacional de Bottas acontece porque ele reage a "queimada" de Vettel. Pra mim, ficou a sensação de que ele queimou, mas entre o meu olho cansado  às 2 da manhã e sensores modernos, fica difícil competir.

Bottas saiu feito um foguete. Leclerc também foi mal e Verstappen tentou se aproveitar. Os papéis se inverteram. O monegasco foi um maníaco irresponsável, jogou e bateu o holandês para fora da pista. Depois da Áustria, Leclerc tem sido muito agressivo na defesa de posições. Ao largar mal, fez de tudo para se segurar. Acabou com a corrida de Max e comprometeu a própria. A asa danificada ficou se arrastando pela pista até se soltar, arrebentar o próprio retrovisor e acertar o de Hamilton que vinha atrás. Imagina se acerta a cabeça...

A FIA, criticada por não deixar o pau quebrar, foi extremista. Chegou a não considerar nenhuma ação e só agiu após Max abandonar. Meteu uma punição de 15 segundos pro monegasco, o que ficou barato. O que acontece no início da corrida não pode ser punido no final. Qual o peso de uma punição de segundos para um carro que é um ou até mais segundos mais rápido que os demais por volta?

Foto: Getty Images
Bottas se encaminhava para uma vitória até inesperada - e estranha -, pois Vettel não tinha ritmo para ir atrás. O motor ferrarista conseguia deter as aproximações de Hamilton, confortável em terceiro. As flechas de prata marcaram Seb, que fez duas paradas, o mesmo com o finlandês. Hamilton então partiu para uma, pois alongou o stint. Estratégias diferentes, uma cortesia da largada atrapalhada da Ferrari. A Mercedes com a faca e o queijo na mão.

Com Bottas e Vettel fazendo duas paradas, Hamilton foi nadando tranquilo em primeiro. Era a estratégia prometida para o finlandês. No entanto, o inglês reclamou de ter voltado com os médios. Pediu os duros mas não levou. Alongando o novo stint, disse não entender a necessidade de uma nova parada. Estaria ele partindo para a vitória? Como seria a situação com a Bottas? Ele não precisava ter feito um novo pit stop também.

Entre prejudicar o finlandês e o inglês, os alemães optaram pela segunda opção. Em uma parada desnecessária, Hamilton não só perdeu a chance da vitória como também voltou atrás de Vettel. Apesar de mais rápido, não foi possível ultrapassar. Seria a compensação da Rússia 2018 sendo paga só agora? Em uma estratégia estranha, a Mercedes sagrou-se hexacampeã de construtores. Ninguém atingiu essa marca consecutivamente. Niki deve estar feliz lá do céu, mas convenhamos: ninguém aguenta mais. Que culpa eles têm?

Albon conseguiu a melhor posição na carreira fazendo o possível com a Red Bull. Nota crítica foi ter praticamente estragado a corrida de Lando Norris logo no início da prova, com a conivência da direção de prova. Sainz Jr mostra que é o melhor piloto com sobras da F1 B, evidenciando o grande momento que vive a McLaren. Seguro e oportunista, não dá chance para o azar. Ricciardo conseguiu uma ótima corrida de recuperação com boa estratégia após ter sido eliminado no Q1.

Para terminar com as estranhices, um problema no sistema virtual de bandeiras fez com que a corrida computasse o resultado até a penúltima volta. Ou seja: nada do que aconteceu na última valeu, incluindo a batida de Pérez ao tentar passar Gasly, que com o motor Honda, fez uma prova competente. Bater e mesmo assim chegar em nono, uma grande façanha de Checo. Estranho. Hulkenberg fechou o top 10.

Na rabeira, vemos uma Alfa Romeo em queda, a Haas na mesma de sempre e a Williams tão vergonhosa que infelizmente já nos acostumamos.

Em um final de semana estranho, basta Hamilton fazer 14 pontos a mais que Bottas para ser campeão no México mais uma vez. Do contrário, nem faz tanta diferença. Lewis já foi campeão nos outros próximos palcos mesmo. E assim caminha a F1. Mesmo estranha, parece tão normal...

Confira a classificação do GP do Japão:


Até!

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