quinta-feira, 7 de março de 2019

O QUE SOBROU DA WILLIAMS - PARTE 3

Foto: BBC
PARTE 1 e PARTE 2

Queria escrever sobre o momento da Williams outra vez há um tempinho. Estava esperando o momento certo. Queria escrever sobre a pré-temporada das equipes, mas o timing dos acontecimentos me fez voltar às cargas para a equipe de Grove.

Faltando uma semana para o começo da temporada, Paddy Lowe pediu afastamento da Williams por "questões pessoais". Um dos líderes e acionistas do time. Não há previsão de volta, se é que Lowe volta.

Veja bem, um dos acionistas da equipe abandona o barco faltando uma semana pro ano começar. É como se a Espanha demitisse o Lopetegui na véspera do início da Copa passada. A diferença é que a Williams está muito longe de ser uma Espanha, uma protagonista. Estaria mais para um Irã ou Panamá da vida.

O afastamento de Lowe é mais um capítulo da triste e cada vez mais inevitável derrocada da Williams. Há dois anos na equipe, Lowe faz um trabalho péssimo, sem desenvolver o carro e, pior, vendo a equipe cair vertiginosamente rumo à lanterna da hierarquia da temporada. Seu trabalho é extremamente questionável. Em Barcelona, depois da Williams perder um dia e meio de treinamentos, ele admitiu que o atraso do carro não teve nada a ver com questão financeira, apesar do time de Grove perder a família Stroll e o patrocínio da Martini, sendo reposto apenas pela empresa polonesa parceira de Kubica e a tal chinesa ROKiT.

O que se comenta é que as lideranças não se comunicam. Aliás, não há liderança. Claire e Lowe não são essas pessoas. Sem alguém com essa capacidade de reagrupar e ditar os rumos da equipe, o resultado é este: 2018 vexatório e 2019 se encaminhando para o mesmo caminho, apesar de ter o talentoso George Russell e o retorno do agora experiente Robert Kubica.

O polonês, aliás, não está nada satisfeito. Em entrevistas, já criticou a equipe. Disse que não há peças reservas e que o carro está bem longe do ideal. Kubica começa a ver que entrou numa fria. Precisa de explicações porque trouxe um patrocinador do país. As críticas, claro, são para a liderança (?) de Lowe e principalmente Claire. Está tendo até que trabalhar como mecânico inclusive, ajudando a tentar solucionar esses problemas.

Kubica, se desdobrando para tentar salvar a Williams. Foto: Divulgação


A Williams deixou de ser grande quando rompeu com a BMW. Passou a ser uma equipe média e em 2013 esteve na UTI, respirando com aparelhos pelo dinheiro da Venezuela. A reestruturação valeu-se do novo regulamento, dependendo exclusivamente do muito superior motor da Mercedes na época. A vantagem acabou, o carro também, os patrocínios idem.

Com o carro montado nas coxas e as dificuldades financeiras crescendo, a Williams já tinha deixado claro que se não mudarem as regras para 2021, provavelmente estará fora da categoria. Me arrisco a dizer que isso pode acontecer já no fim deste ano, graças a incompetência de Claire e companhia.

Às vezes me parece que estão apenas esperando o Sr. Frank Williams falecer para acabar com o time de Grove de vez. O futuro parece ser incorporado por uma grande montadora para sobreviver não mais como a Williams, mas sim do que sobrou dela.

Até!

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