terça-feira, 19 de março de 2019

EXCEÇÃO OU REGRA?

Foto: Getty Images
Para a temporada ter alguma emoção, tudo depende de como a Ferrari vem, pois é a principal concorrente da Mercedes nesses anos de era híbrida (tirando 2014, quando simplesmente isso não existiu; vá lá, 2015 e 2016 também).

Pois bem, a pré-temporada em Barcelona trouxe animação e, junto com a evolução das temporadas passadas, parecia que "agora vai": teremos uma disputa. Não foi o que aconteceu. Claro, sempre frisamos: as características das pistas, bem como a temperatura ambiente e o clima influenciam tudo. Foi o caso?

A Ferrari sequer foi para o pódio. Em momento algum flertou com a possibilidade de vitória. Devido a uma estratégia equivocada, Vettel não teve como segurar Max Verstappen, restando a ele o quarto lugar, garantido por Mattia Binotto diante de um faminto estreante Charles Leclerc em busca de mostrar serviço.

Analisando a velocidade de reta, um dado significativo: todos os carros equipados com o motor italiano (incluindo Haas e Alfa Romeo) ficaram entre os mais lentos, bem atrás de Mercedes e até de Honda e Renault. Isso não acarretou em perda aerodinâmica: do contrário, os americanos e os ex-suíços (?) não teriam conquistado bons resultados apesar das estratégias distintas.

Por que a Ferrari esteve com o motor mais lento? Certamente não operou com a potência máxima. Os italianos enfrentaram alguns problemas na pré-temporada, mesmo diante do frio europeu da Catalunha. Na Austrália, em um outro clima, poderia correr riscos de enfrentar problemas. Será que foi isso que Binotto e companhia raciocinaram?

Neste ano, cada piloto tem direito a usar apenas três motores. A partir do quarto, punições. Receosa com a confiabilidade, os italianos se preservaram na abertura da temporada, influenciando no desempenho e na diferença em relação a Mercedes e até a Honda da Red Bull? E as outras, será que também não fizeram isso? A Mercedes "gastou" a potência ou a durabilidade é muito mais confiável? Acredito que seja a segunda opção.

Se, por questão de característica a Ferrari optou pela segurança e vai com "força máxima" no Bahrein, podemos acreditar que a corrida de abertura foi uma exceção à regra. Não que a Ferrari vire favoritaça diante disso, mas o nível de competição certamente será mais elevado. E se com força máxima no deserto o motor apresentar problemas? E se mesmo assim a desvantagem para as flechas de prata se mantiverem do jeito que está? A exceção pode ter virado regra e possivelmente pode sacramentar com a morte da temporada logo no primeiro mês de campeonato.

O mundo da F1 torce para que seja apenas um final de semana ruim. Afinal, como já foi escrito, a emoção da temporada depende do antagonismo cada vez mais forte dos italianos perante aos alemães que, convenhamos, ninguém aguenta mais ver ganhando.

Até!

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