sábado, 2 de abril de 2016

A ESTREIA MAIS AGUARDADA

Foto: Pinterest
A ausência de Fernando Alonso permite a F1 uma correção, mesmo que seja por uma corrida, de uma grande injustiça. Para mim, o grande fato do final de semana é a estreia de Stoffel Vandoorne na F1. Não é de hoje que ele vem chamando a atenção do paddock.

Mas afinal, quem é esse belga tão badalado quanto a seleção de futebol do seu país? Pois bem, ele completou 24 anos semana passada (mais precisamente no dia 26 de março) e nasceu em Courtrai (Ou Kortrijk), na região flamenca, na província de Flandres Ocidental. Começou no kart aos seis anos, sagrando-se campeão belga em 2002 e vice-campeão mundial da categoria em 2009.

Em 2010, estreou nos monopostos, na Fórmula 4 Francesa 1.6, ganhando o título na primeira temporada. No ano seguinte, disputou duas categorias simultaneamente: A Fórmula Renault 2.0 Eurocup (onde foi campeão em 2012) e a Fórmula Renault 2.0 NEC. Em 2013, foi vice-campeão da Fórmula Renault 3.5, perdendo a taça para seu ex-companheiro de "academia da McLaren" e atual piloto da Renault, Kevin Magnussen, além de ser contratado pela McLaren como membro da academia de desenvolvimento de jovens pilotos.

Em 2014, virou piloto de testes e estreou na GP2, na ART Grand Prix, indo muito bem. Logo na estreia, venceu a corrida do Bahrein. Durante a temporada, fez quatro poles consecutivas e venceu mais três vezes (em Hungaroring, Monza e Abu Dhabi), totalizando seis pódios no ano. Mesmo sendo novato, foi o vice-campeão da temporada, perdendo para Jolyon Palmer, hoje companheiro de Magnussen na Renault.

2015 foi o ano de consagração de Vandoorne. Com incríveis sete vitórias, quatro poles e 16 pódios em 21 corridas, o belga sagrou-se campeão antecipadamente em Sochi, com mais de 100 pontos de vantagem para o segundo colocado Alexander Rossi. Como o campeão da GP2 não pode correr na categoria no ano seguinte e a vaga na McLaren não veio, restou a Vandoorne "exilar-se" na Super Fórmula, do Japão, nesta temporada.

Foto: McLaren
Repetindo: Mesmo que seja só por essa corrida e considerando o fato do MP4-31 não ser um carro equilibrado, vale muito a pena acompanhar o desempenho de Vandoorne. Desde a estreia de Hamilton na F1, em 2007, na própria McLaren, que eu não tinha tantas expectativas sobre um piloto.

Ano passado, Nasr e Max Verstappen estrearam na categoria, mas era diferente. Nasr é um ótimo piloto e a expectativa era o fato de um brasileiro chegar na categoria com ótimas credenciais. Verstappinho chegou carregado de desconfiança e o que mais chamou atenção no holandês foi a precocidade, muito mais que o talento demonstrado até então. Vettel também estreou na F1 em 2007, substituindo um piloto gravemente acidentado (foi nos EUA, após Kubica capotar cinematograficamente no Canadá). Pouco depois, o alemão foi para a Toro Rosso e o resto nós já sabemos....

Foto: Getty Images
Hoje, a estreia em um fim de semana de corrida da Fórmula 1. Depois de horas de viagem do Japão até o circuito de Sakhir, seu desempenho foi bom. No Q1, foi o 18°, nove décimos mais lento que Button (o 14°). Foram 25 voltas, utilizando pneus médios e macios.

No Q2, uma boa melhora: 11°, sete décimos atrás de Button, que ficou com a surpreendente e irreal terceira posição. 30 voltas, alternando com os pneus macios e os supermacios.

Agora, é aguardar para o qualyfing e a corrida e ver o que o belga é capaz de fazer com essa McLaren que evolui em pequenos passos, mas antes isso do que nada.

Ah, Rosberg foi dominante nos dois treinos e a Mercedes meteu 1s5 na Ferrari. A pergunta do momento é: Será que teremos um campeonato?

Massa foi discreto: 10° no TL2, e o novo bico do carro ainda não foi utilizado; talvez fique para amanhã. Até quando Massa tem "sorte", ele tem "azar". Eita, Smedley...

O calvário da Sauber vai durar o ano inteiro, e parece que vai piorar com o passar do tempo. Nasr foi o penúltimo, apenas na frente de Rio Haryanto. Tempos difíceis... Confira os tempos dos dois treinos livres:








sexta-feira, 1 de abril de 2016

GP DO BAHREIN - Programação

Um dos mais recentes GPs da Fórmula 1 (começou a ser construído em 2002) o Grande Prêmio do Bahrein começou ser disputado em 2004. Desde 2014, a corrida é realizada de noite, "imitando" Cingapura.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Pole Position: Michael Schumacher - 1:30.139 (Ferrari, 2004)
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:30.252 (Ferrari, 2004)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Fernando Alonso - 3x (2005, 2006 e 2010)

35% DAS AÇÕES DA F1 VALEM R$ 31 BILHÕES? BERNIE PRESTES A SELAR ACORDO

Foto: Huffpost

A informação é do tabloide The Sun. Segundo Bernie Ecclestone, a CVC já definiu o valor de venda, que equivale a 6 bilhões de libras. Todavia, Bernie não disse quem são os interessados, mas que o acordo está supostamente concluído.

No ano passado, rumores apontavam que o dono do Miami Dolphins (time da NFL), Stephen Ross, e um grupo de investimentos do Catar estavam interessados em comprar os 35% das ações da F1 que pertencem a Bernie por um valor de R$ 33 bilhões. Não é a primeira vez que O Poderoso Chefão da F1 mostra estar insatisfeito com os rumos da categoria. Será que, dessa vez, é o fim da linha de verdade para um dos maiores (senão o maior) dirigente da história da F1?


MAGNUSSEN VÊ RENAULT AINDA DISTANTE DO Q3

Foto: F1Fanatic
A tão aguardada reestreia da Renault como equipe da F1 foi dentro do esperado. Palmer ficou em 11° e Magnussen em 12°. O piloto dinamarquês afirmou que o RS16 é um bom carro, mas não suficiente para ganhar corridas, ir para o pódio ou passar para o Q3 da classificação. "É uma boa base e boa estrutura de carro. É algo que podemos continuar trabalhando em cima. Não precisamos mudar algo, não precisamos de nova filosofia. É o que temos, é bom e dá para trabalhar em cima", falou.

Cyril Abiteboul e outros chefões da Renault já afirmaram que a prioridade é 2017. Não é para menos. A Renault 2016 é a Lotus pintada de amarelo e com um motor francês. Será um ano de transição. Palmer precisa aproveitar para ganhar experiência e impressionar e Magnussen deve ser o "líder" da equipe e bater seu companheiro novato. É fundamental ganhar alguns pontos, evoluir a potência do motor para que nos próximos anos a Renault volte a ser uma equipe de ponta e, quem sabe, sonhar com mais títulos mundiais e de construtores.

ALONSO ESTÁ FORA DA CORRIDA

Foto: AP
O forte acidente na Austrália ainda causa sequelas ao bicampeão. O espanhol não foi aprovado nos exames médicos realizados pela FIA e, portanto, não está apto a correr neste final de semana. Na coletiva de imprensa da manhã, Alonso revelou que sofreu uma lesão chamada pneumotórax (vazamento de ar entre o pulmão e a parede torácica), além de fraturas nas costelas, que poderiam resultar em perfuração do pulmão devido as grandes forças exercidas no corpo de um piloto no carro durante a corrida.

A presença do Espanhol no GP da China, daqui duas semanas, ainda é incerta. Alonso terá que realizar novos exames daqui dez dias e passar pela avaliação da FIA. No seu lugar, foi chamado o belga Stoffel Vandoorne, promessa belga da F1, campeão da GP2 do ano passado. É chato quando um piloto do calibre de Alonso esteja fora da corrida por motivos de saúde (novamente; ano passado, não correu na Austrália em virtude do misterioso acidente na pré-temporada, em fevereiro), mas é um desperdício quando Vandoorne está "exilado" na Super Fórmula do Japão enquanto Palmer, Ericsson e Haryanto estejam na F1. Agora é observar a estreia da promessa, que não será nada fácil, dadas as circunstâncias e também pelo motivo do MP4-31 não ser um bom carro.

CLASSIFICAÇÃO: 
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 25 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 18 pontos
3 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 15 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 12 pontos
5 - Felipe Massa (Williams) - 10 pontos
6 - Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Force India) - 6 pontos
8 - Valtteri Bottas (Williams) - 4 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 2 pontos
10- Max Verstappen (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 43 pontos
2 - Ferrari - 15 pontos
3 - Williams Mercedes - 14 pontos
4 - Red Bull TAG Heuer - 12 pontos
5 - Haas Ferrari - 8 pontos
6 - Force India Merecedes - 6 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 3 pontos

TRANSMISSÃO

Foto: Arte Globoesporte.com




quarta-feira, 30 de março de 2016

FOTOS E CURTINHAS #20

Senna testando a Penske, em 1992
Fala, galera! GP do Bahrein nessa semana, F1 voltando depois da páscoa... Já comeram todo o chocolate?? Vamos a algumas notícias rápidas então:

Segundo o "Corriere della Sera", a FIA quer saber o porquê e como o resistente banco de fibra de carbono do carro de Alonso quebrou após o impacto de 46 vezes acima da gravidade. A entidade irá utilizar o recurso da câmera "Super Slow Motion" (capta 400 quadros por segundo e fica no cockpit) para compreender o quê de fato aconteceu.

Foto: Getty Images
A Mercedes se diz feliz com a competitividade da Ferrari na Austrália e nos últimos treinos. Hamilton se diz ansioso para travar mais disputas "emocionantes" com o cavalinho rampante. Até quando vai durar esse clima de "queremos que briguem de igual para igual conosco"? Até que a Mercedes seja surpreendida (o que é difícil, eu sei, por enquanto...).

Bernie disse no início da semana que há um contrato com Las Vegas para sediar uma corrida no lugar de Austin. O chefão descartou ter mais de 21 provas no calendário. Essa história eu leio e ouço desde que era pequeno (tanto em idade quanto em altura rsrsrs). Deve ser mais um blefe do tio...

Valentino Rossi testando o F2007

BURBURINHOS DO CORRADI: Possível interesse da McLaren em uma parceria com os motores BMW; Verstappen nos planos da Red Bull (a nave mãe), mas seu sonho é a Ferrari, que prefere (por enquanto) Romain Grosjean.

Por hoje é só, até breve, pessoal!

quarta-feira, 23 de março de 2016

BLEFE OU REALIDADE?

Foto: Bandeira Verde
Não é a primeira e certamente não será a última vez que será veiculado na imprensa notícias sobre o futuro de Monza na F1. O circuito, que é símbolo e deveria ser patrimônio mundial da humanidade (ou ao menos da categoria), corre sério risco de ter sua última prova nesse ano.

O presidente do Automóvel Clube da Itália, Sticchi Angelo Damiani, disse que Bernie Ecclestone recusou o dinheiro que Monza ofereceu para manter na F1. Além disso, o todo poderoso da F1 supostamente não estaria satisfeito com as mudanças feitas para receber o Mundial de Superbikes.

Supostamente Ímola ou Mugello seriam as favoritas para substituir o icônico circuito que participa da F1 desde 1950 e que só ficou fora em 1980, por reformas. As negociações está em curso há algum tempo, mas parece que emperrou. Bernie Ecclestone pediu 25 milhões de euros, mas Damiani ofereceu apenas 19 milhões. Além disso, Ecclestone não gostou das mudanças que Monza irá fazer para receber o Mundial de Superbikes.

Todo mundo já sabe que apenas o dinheiro interessa para Bernie. Milhares de circuitos tradicionais já estão fora por impossibilidades financeiras: Magny Cours, Ímola, Paul Ricard, etc. É mais rentável ter corridas em Abu Dhabi, Baku e Cingapura do que em lugares tradicionais como França, Itália e Portugal. A F1 está acabando. A tradição dos circuitos está se transformando em tilkometros artificais, sem alma, sem carisma, apenas modernos. Bernie está matando a F1 com uma mão pelo dinheiro e depois reclama da falta de competitividade na categoria: Não há dinheiro; os custos são elevadíssimos.

SENNA, 56 ANOS

Foto: Wikipédia
Homenagem atrasada: Ontem, Ayrton Senna da Silva completaria 56 anos de idade. Nosso eterno ídolo! Muitas saudades...
O site do Instituto Ayrton Senna criou um site, em português e em inglês, que conta a carreira do piloto baseado em manchetes de jornais de 1 de janeiro até 31 de dezembro. Sim, há material da imprensa em todos os dias do ano que citam o tricampeão. São notícias nacionais e internacionais da carreira e até de sua vida. Não foi fácil, mas foi um ótimo trabalho da equipe. Você pode acessar o site clicando AQUI.

É isso pessoal, até mais!

segunda-feira, 21 de março de 2016

ENREDO DIFERENTE, FINAL IGUAL

Foto: Getty Images
Confesso que achei que a corrida seria uma verdadeira procissão. Certamente embalado pelo péssimo novo e já finado sistema da classificação (o sistema de 2015 volta a ser utilizado na próxima corrida, no Bahrein), fui assistir sem grandes expectativas. Me enganei. Logo na largada, prenunciava-se que teríamos uma surpresa. Foi alarme falso. Foi menos chato, mas o fim todos já sabem: Dobradinha da Mercedes (quarta vitória seguida de Rosberg) e Vettel completando o pódio.

Hamilton largou à la Mark Webber ou Rubens Barrichello nos tempos áureos. Rosberg foi menos pior. As Ferraris aproveitaram: Vettel pulou para a ponta, seguido de Raikkonen, com Rosberg em terceiro, Max Verstappen em quarto, Massa em quinto e Hamilton em sexto. Com o passar das voltas, Hamilton ultrapassou Massa, mas não conseguia passar Verstappen. Rosberg tentava encostar em Raikkonen, enquanto Vettel buscava abrir vantagem. Havia algo de errado no script.

Foto: Twitter
A volta 19 mudou a corrida. A princípio, a câmera mostrou a Haas de Gutiérrez na brita. Parecia que o mexicano já começava a justificar o apelido carinhoso de "Gutierros". Eis que surge o GC com o nome de Fernando Alonso e o piloto espanhol saindo dos metais retorcidos que se transformaram seu carro. Para delírio daqueles que acompanhavam o grande prêmio, o espanhol soberbo nasceu de novo, feito uma fênix que renasce.


Alonso tentou ultrapassar por fora e errou o tempo de freada. Acertou Gutiérrez em cheio e capotou. Para sorte dele, ainda existe brita nesse ponto da pista, o que diminuiu o impacto, além da grade estar um pouco distante. Podia ter sido bem pior. A corrida ficou paralisada por 20 minutos e aí tudo mudou.

Foto: Getty Images
Com a bandeira vermelha na pista, todo mundo foi para o box. Desde o ano passado, os pilotos podem mudar os pneus, mesmo com a prova paralisada. Hamilton havia parado antes do acidente e apostou no stint de pneus médios. Rosberg estava com os macios e mudou também para os médios. Vettel, o líder, manteve os supermacios. 

Com o recomeço da prova, Vettel tentou abrir vantagem para as Mercedes. Entretanto, foi pouco. As flechas de prata treinaram exaustivamente o ritmo de corrida na pré-temporada e mostraram resultado. Raikkonen, que vinha muito bem, abandonou com problema de motor. Uma pena.

No pelotão intermediário, Massa se beneficiou da estratégia errada da Toro Rosso. A grande novidade do início da temporada, Verstappen e Sainz foram para os boxes e voltaram encaixotados atrás de Palmer. Ricciardo conseguiu um ótimo quarto lugar. Verstappen, aliás, se mostrou um mimado chorão. Pressionou a equipe para que Sainz cedesse a posição e não deu certo. O holandês é um ótimo piloto, promissor, mas tem que passar na pista. Não pode se deixar levar tão jovem. Terminou em 10°.

Foto: Getty Images
Vettel fez a parada inevitável e voltou atrás de Rosberg e Hamilton. No final, chegou a buscar a aproximação com o inglês, mas forçou demais e foi para a grama. Teve que se contentar com o terceiro lugar após liderar boa parte da corrida.

Duas decepções: Williams e Force India. Massa e Bottas fizeram corridas discretíssimas. O brasileiro aproveitou a bandeira vermelha para corrigir a estratégia e conseguiu um ótimo quinto lugar, diante das circunstância. Bottas foi o oitavo. Constrangedor levar passão da Toro Rosso com motor defasado da Ferrari. Os indianos também tiveram uma atuação apagada. Pérez foi o 13°, enquanto Hulk foi o 7°. 

Foto: Getty Images
Sem dúvida nenhuma que o grande fato esportivo do fim de semana foi o improvável e heroico sexto lugar conquistado por Romain Grosjean na sua estreia na também debutante Haas. O mais incrível é que a única parada foi durante a bandeira vermelha! É óbvio que os americanos ainda não tem cacife para estar entre os seis primeiros, mas aproveitar as oportunidades é fundamental para que uma equipe seja bem sucedida. Nas coletivas, Gene Haas agradecia a todo momento o apoio fundamental da Ferrari. Grosjean definitivamente evoluiu. Não lembra em nada o piloto inconstante e que provocava milhares de acidentes quatro anos atrás.

A última vez que uma equipe estreou na F1 pontuando com a Toyota, em 2002. Um feito e tanto! (Brawn e "Lotus" não contam).

A Sauber irá brigar com a Manor pelo posto de penúltima melhor equipe. Nasr foi discreto, fez o que pode e foi o 15°. Ericsson abandonou antes. Sem dinheiro, vai ser um ano dificílimo para os suíços, pior que o ano passado.

Confira a classificação final do GP da Austrália. A próxima corrida é o GP do Bahrein, em Sakhir, nos dias 1,2 e 3 de abril. Até lá!



sábado, 19 de março de 2016

ANTÍCLIMAX CONSTRANGEDOR

Foto: EFE
O mundo da F1 aguardou com intensa ansiedade o tal novo (e confuso!) formato da classificação. A expectativa é que isso provocasse um "fato novo" e, consequentemente, surpresas no grid. Era a esperança de que talvez fosse a chance da Mercedes ser surpreendida. Talvez.

Na prática, não. Lewis Hamilton conquistou sua 50a pole na carreira. É o terceiro maior "poleman" da história. Dominou todos os treinos até aqui e mostra estar muito mais forte que seu companheiro de equipe em "modo campeão". Mas isso fica em segundo plano.

O Q1 e o Q2 foram bem movimentados. Previsível até, e bem confuso. Todo mundo foi rapidamente para a pista e cravou os tempos. Wehrlein e Haryanto foram os primeiros a caírem fora. Gutiérrez estava prestes a realizar uma boa volta, mas seu tempo de "contagem" acabou e o mexicano foi eliminado. Depois, Grosjean, Kvyat (com problemas), Nasr e no fim, Ericsson, superado por Palmer após a bandeirada final.

No Q2, muitas equipes tinham apenas um jogo de pneus para utilizar. E o que parecia emocionante e diferente começou a ficar chato. Magnussen, Palmer, Button e Alonso andaram uma volta e já ficaram fora. Bottas tinha tudo para passar ao top-8, mas errou na última curva e vai largar em 11°. Massa 1 x 0 Bottas. A dupla da Force India também ficou de fora: Pérez em 9° e Hulkenberg em 10°.

Nos últimos dois minutos da sessão, os "eliminados" já estavam se pesando e saindo do Albert Park. O tiro saiu pela culatra. Antes, a emoção estava no fim da sessão. Agora, no início.

Foto: Getty Images
O Q3 foi uma barbaridade: Composto por Mercedes, Ferrari, Toro Rosso, Ricciardo e Massa, os quatro últimos tinham apenas um jogo de pneu para andar. Entraram no início da sessão, deram suas voltas e voltaram aos boxes. Fim de treino para eles, faltando no mínimo uns 6 minutos para acabar o tempo.

A Ferrari não quis arriscar gastar pneu e também se retirou. Vettel e Raikkonen na segunda fila, nesta ordem. Com quatro minutos restantes, apenas Rosberg e Hamilton batalhavam pela pole. Deu Hamilton, três décimos mais rápido. Faltando dois minutos, as próprias flechas de prata estavam nos boxes e os pilotos na pesagem. Clima de constrangimento total, de todo mundo. A Globo, por exemplo, ficou mais tempo transmitindo os boxes do que os carros fazendo volta rápida. Ninguém no paddock gostou. Foi uma verdadeira merda.

O ideal, talvez, fosse misturar o Q1 e o Q2 "mata-mata" com o Q3 antigo, com a distribuição de um jogo de pneus exclusivo para uso no treino. O problema é que nenhuma regra será suficiente para impedir o domínio da Mercedes. A transformação da F1 em entretenimento equivale a igualar o treino a um Mário Kart: Indefinido, com emoção, só faltando as bananas na pista para os pilotos escorregaram.

Ficou pior do que antes. As equipes e a FIA já desejam acabar com isso para o próximo treino no Bahrein, daqui duas semanas. Foi realmente ridículo. A F1 se afunda cada vez mais ao não modificar o que é mais crítico: A falta de competitividade, desigualdade e chatice das corridas. Com isso, nenhuma regra será o suficiente.

P.S; Haryanto foi punido em três posições pelo incidente com Grosjean no treino livre e vai largar em último.
Até!

AUSTRÁLIA, TREINOS LIVRES - Mercedes e a imprevisibilidade

TÁ CHEGANDO A HORA! Daqui a pouco é para valer: A primeira classificação da temporada 2016 da Fórmula 1. Por enquanto, pudemos matar um pouquinho da saudade com os treinos livres (Pra falar a verdade, apenas no último treino que as equipes andaram "à vera"). Vamos conferir!

1° TREINO LIVRE

Foto: Divulgação
Muita chuva em Melbourne. Certamente não era o que as equipes estavam imaginando. O tempo instável não serviu para muitos testes, apenas para a adaptação nas condições climáticas do momento. Durante a sessão, a pistava secava e molhava. No fim das contas, Hamilton foi o mais rápido, mas não dá para tirar conclusões baseando-se nos primeiros 90 minutos da temporada. Com a pista traiçoeira e escorregadia, muitos pilotos escaparam, com destaque para Ricciardo, que atolou na brita logo após a sessão ser finalizada. 

Foto: Divulgação
Foto: Arte Globoesporte.com

2° TREINO LIVRE

Foto: Divulgação
Chuva mais forte e contínua. O panorama piorou para as equipes. Quase ninguém se atreveu a andar muito na pista. Os brasileiros Massa e Nasr, por exemplo, sequer marcaram tempo. Apenas 15 carros registraram tempo na sessão. O "destaque" foi Nico Rosberg. Com a pista muito molhada, o alemão perdeu a traseira do carro e bateu de frente no muro, quebrando a asa dianteira e comprometendo o restante de seu treino. 

Foto: Divulgação
Foto: Arte Globoesporte.com

3° TREINO LIVRE

Foto: Divulgação
Sem chuva, o terceiro treino livre serviu para que todas as equipes pudessem andar o máximo possível com diversas estratégias: pneu macio, supermacio, pouco combustível, muito combustível, etc. Indiscutivelmente, a sessão trouxe algumas respostas, mas que deverão ser confirmadas daqui a pouco, na classificação.

Logo nos primeiros segundos de treino, o primeiro ENTREVERO aconteceu. Grosjean estava saindo dos boxes da Haas quando o novato Rio Haryanto, erroneamente orientado pela Manor, saiu simultaneamente e acabou atingindo o carro estadunidense. Ambos tiveram que retornar aos boxes para reparar aos danos.

Na pista, ficou evidente que a Mercedes está sobrando. Com os pneus macios (amarelos), Hamilton foi o mais rápido, de novo, um décimo mais veloz que Rosberg. Logo depois, a Ferrari. Vettel em terceiro e Raikkonen em quinto (dois e oito décimos mais lentos que o inglês, respectivamente). Entre eles,a surpresa Carlos Sainz Jr, da Toro Rosso. Outra equipe que impressionou até agora foi a Red Bull. Com os pneus supermacios (vermelhos), Kvyat e Ricciardo estiveram o tempo inteiro no topo da classificação. Resta saber se foi apenas pelo fato de estarem com o tanque vazio ou as modificações nos tokens do  motor "Renault" Tag Heuer já surtiram efeito. 

Priorizando ritmo de corrida, Massa foi o nono. Nasr, o 20°. Confira a classificação do 3° treino livre do GP da Austrália:

Foto: Arte Globoesporte.com