sábado, 19 de março de 2016

ANTÍCLIMAX CONSTRANGEDOR

Foto: EFE
O mundo da F1 aguardou com intensa ansiedade o tal novo (e confuso!) formato da classificação. A expectativa é que isso provocasse um "fato novo" e, consequentemente, surpresas no grid. Era a esperança de que talvez fosse a chance da Mercedes ser surpreendida. Talvez.

Na prática, não. Lewis Hamilton conquistou sua 50a pole na carreira. É o terceiro maior "poleman" da história. Dominou todos os treinos até aqui e mostra estar muito mais forte que seu companheiro de equipe em "modo campeão". Mas isso fica em segundo plano.

O Q1 e o Q2 foram bem movimentados. Previsível até, e bem confuso. Todo mundo foi rapidamente para a pista e cravou os tempos. Wehrlein e Haryanto foram os primeiros a caírem fora. Gutiérrez estava prestes a realizar uma boa volta, mas seu tempo de "contagem" acabou e o mexicano foi eliminado. Depois, Grosjean, Kvyat (com problemas), Nasr e no fim, Ericsson, superado por Palmer após a bandeirada final.

No Q2, muitas equipes tinham apenas um jogo de pneus para utilizar. E o que parecia emocionante e diferente começou a ficar chato. Magnussen, Palmer, Button e Alonso andaram uma volta e já ficaram fora. Bottas tinha tudo para passar ao top-8, mas errou na última curva e vai largar em 11°. Massa 1 x 0 Bottas. A dupla da Force India também ficou de fora: Pérez em 9° e Hulkenberg em 10°.

Nos últimos dois minutos da sessão, os "eliminados" já estavam se pesando e saindo do Albert Park. O tiro saiu pela culatra. Antes, a emoção estava no fim da sessão. Agora, no início.

Foto: Getty Images
O Q3 foi uma barbaridade: Composto por Mercedes, Ferrari, Toro Rosso, Ricciardo e Massa, os quatro últimos tinham apenas um jogo de pneu para andar. Entraram no início da sessão, deram suas voltas e voltaram aos boxes. Fim de treino para eles, faltando no mínimo uns 6 minutos para acabar o tempo.

A Ferrari não quis arriscar gastar pneu e também se retirou. Vettel e Raikkonen na segunda fila, nesta ordem. Com quatro minutos restantes, apenas Rosberg e Hamilton batalhavam pela pole. Deu Hamilton, três décimos mais rápido. Faltando dois minutos, as próprias flechas de prata estavam nos boxes e os pilotos na pesagem. Clima de constrangimento total, de todo mundo. A Globo, por exemplo, ficou mais tempo transmitindo os boxes do que os carros fazendo volta rápida. Ninguém no paddock gostou. Foi uma verdadeira merda.

O ideal, talvez, fosse misturar o Q1 e o Q2 "mata-mata" com o Q3 antigo, com a distribuição de um jogo de pneus exclusivo para uso no treino. O problema é que nenhuma regra será suficiente para impedir o domínio da Mercedes. A transformação da F1 em entretenimento equivale a igualar o treino a um Mário Kart: Indefinido, com emoção, só faltando as bananas na pista para os pilotos escorregaram.

Ficou pior do que antes. As equipes e a FIA já desejam acabar com isso para o próximo treino no Bahrein, daqui duas semanas. Foi realmente ridículo. A F1 se afunda cada vez mais ao não modificar o que é mais crítico: A falta de competitividade, desigualdade e chatice das corridas. Com isso, nenhuma regra será o suficiente.

P.S; Haryanto foi punido em três posições pelo incidente com Grosjean no treino livre e vai largar em último.
Até!

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