segunda-feira, 21 de março de 2016

ENREDO DIFERENTE, FINAL IGUAL

Foto: Getty Images
Confesso que achei que a corrida seria uma verdadeira procissão. Certamente embalado pelo péssimo novo e já finado sistema da classificação (o sistema de 2015 volta a ser utilizado na próxima corrida, no Bahrein), fui assistir sem grandes expectativas. Me enganei. Logo na largada, prenunciava-se que teríamos uma surpresa. Foi alarme falso. Foi menos chato, mas o fim todos já sabem: Dobradinha da Mercedes (quarta vitória seguida de Rosberg) e Vettel completando o pódio.

Hamilton largou à la Mark Webber ou Rubens Barrichello nos tempos áureos. Rosberg foi menos pior. As Ferraris aproveitaram: Vettel pulou para a ponta, seguido de Raikkonen, com Rosberg em terceiro, Max Verstappen em quarto, Massa em quinto e Hamilton em sexto. Com o passar das voltas, Hamilton ultrapassou Massa, mas não conseguia passar Verstappen. Rosberg tentava encostar em Raikkonen, enquanto Vettel buscava abrir vantagem. Havia algo de errado no script.

Foto: Twitter
A volta 19 mudou a corrida. A princípio, a câmera mostrou a Haas de Gutiérrez na brita. Parecia que o mexicano já começava a justificar o apelido carinhoso de "Gutierros". Eis que surge o GC com o nome de Fernando Alonso e o piloto espanhol saindo dos metais retorcidos que se transformaram seu carro. Para delírio daqueles que acompanhavam o grande prêmio, o espanhol soberbo nasceu de novo, feito uma fênix que renasce.


Alonso tentou ultrapassar por fora e errou o tempo de freada. Acertou Gutiérrez em cheio e capotou. Para sorte dele, ainda existe brita nesse ponto da pista, o que diminuiu o impacto, além da grade estar um pouco distante. Podia ter sido bem pior. A corrida ficou paralisada por 20 minutos e aí tudo mudou.

Foto: Getty Images
Com a bandeira vermelha na pista, todo mundo foi para o box. Desde o ano passado, os pilotos podem mudar os pneus, mesmo com a prova paralisada. Hamilton havia parado antes do acidente e apostou no stint de pneus médios. Rosberg estava com os macios e mudou também para os médios. Vettel, o líder, manteve os supermacios. 

Com o recomeço da prova, Vettel tentou abrir vantagem para as Mercedes. Entretanto, foi pouco. As flechas de prata treinaram exaustivamente o ritmo de corrida na pré-temporada e mostraram resultado. Raikkonen, que vinha muito bem, abandonou com problema de motor. Uma pena.

No pelotão intermediário, Massa se beneficiou da estratégia errada da Toro Rosso. A grande novidade do início da temporada, Verstappen e Sainz foram para os boxes e voltaram encaixotados atrás de Palmer. Ricciardo conseguiu um ótimo quarto lugar. Verstappen, aliás, se mostrou um mimado chorão. Pressionou a equipe para que Sainz cedesse a posição e não deu certo. O holandês é um ótimo piloto, promissor, mas tem que passar na pista. Não pode se deixar levar tão jovem. Terminou em 10°.

Foto: Getty Images
Vettel fez a parada inevitável e voltou atrás de Rosberg e Hamilton. No final, chegou a buscar a aproximação com o inglês, mas forçou demais e foi para a grama. Teve que se contentar com o terceiro lugar após liderar boa parte da corrida.

Duas decepções: Williams e Force India. Massa e Bottas fizeram corridas discretíssimas. O brasileiro aproveitou a bandeira vermelha para corrigir a estratégia e conseguiu um ótimo quinto lugar, diante das circunstância. Bottas foi o oitavo. Constrangedor levar passão da Toro Rosso com motor defasado da Ferrari. Os indianos também tiveram uma atuação apagada. Pérez foi o 13°, enquanto Hulk foi o 7°. 

Foto: Getty Images
Sem dúvida nenhuma que o grande fato esportivo do fim de semana foi o improvável e heroico sexto lugar conquistado por Romain Grosjean na sua estreia na também debutante Haas. O mais incrível é que a única parada foi durante a bandeira vermelha! É óbvio que os americanos ainda não tem cacife para estar entre os seis primeiros, mas aproveitar as oportunidades é fundamental para que uma equipe seja bem sucedida. Nas coletivas, Gene Haas agradecia a todo momento o apoio fundamental da Ferrari. Grosjean definitivamente evoluiu. Não lembra em nada o piloto inconstante e que provocava milhares de acidentes quatro anos atrás.

A última vez que uma equipe estreou na F1 pontuando com a Toyota, em 2002. Um feito e tanto! (Brawn e "Lotus" não contam).

A Sauber irá brigar com a Manor pelo posto de penúltima melhor equipe. Nasr foi discreto, fez o que pode e foi o 15°. Ericsson abandonou antes. Sem dinheiro, vai ser um ano dificílimo para os suíços, pior que o ano passado.

Confira a classificação final do GP da Austrália. A próxima corrida é o GP do Bahrein, em Sakhir, nos dias 1,2 e 3 de abril. Até lá!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.