terça-feira, 4 de outubro de 2022

A QUESTÃO HAAS

 

Foto: MotorSport Images

Sem dúvida, o caso dos americanos é o mais intrigante entre as vagas disponíveis para 2023. Nunca é demais lembrar que o ano começou com Mazepin, mas graças a guerra foi possível se livrar dele e trazer Magnussen com um bom dinheiro. O time de Gene Haas caiu para cima.

Mazepin era tão fraco que serviu apenas para valorizar as ações de Mick Schumacher, como se o problema fosse apenas o carro muito deficitário. A chegada do experiente dinamarquês expôs as fragilidades do filho de Michael.

Logo no retorno, Magnussen fez bons pontos, enquanto Mick sofria com problemas de desempenho e acidentes. Uma pressão natural, por ser quem ele é, e também por estar perdendo para alguém que chegou na equipe às pressas, por mais que já conhecesse o ambiente.

A notícia da provável descontinuidade de Mick no programa da academia de pilotos da Ferrari é, na verdade, o que pode ser o grande divisor de águas na carreira do alemão e na trajetória da Haas. Supostamente livre no mercado, mas sem o apoio dos italianos, Mick teria o final da temporada para tentar impressionar as equipes disponíveis, que no caso são Alpine e Williams e talvez a Alpha Tauri, se Gasly for para Alpine. Duas opções, portanto.

A Ferrari, como contrapartida a parceria técnica que tem com a Haas, ela pode usar da influência para colocar algum de seus pilotos de academia por lá. Sem Mick, dizem que o candidato natural seria Antonio Giovinazzi, hoje reserva da Ferrari. Um nome experiente.

A grande questão é: o que Gene Haas quer? Qual o objetivo? Magnussen é o cara da liderança do time e trouxe um belo acordo financeiro nesse retorno às pressas. O problema financeiro da equipe é notório, não a toa se abraçaram no Mazepin. Há algum outro piloto rico no mercado disposto a parar na Haas?

Se a resposta for não, a Ferrari tem carta branca. Aliás, os italianos podem ter a voz ativa simplesmente na base da chantagem: ou colocamos o que queremos, ou a parceria técnica acaba. Aí a Ferrari escolhe Giovinazzi, por exemplo.

É fato que o italiano sucumbiu nos anos que teve na Alfa Romeo, mas ainda tenho certa simpatia pelo o que ele fez na F2 em 2016, sendo vice-campeão sem patrocínio algum e numa equipe fundo de quintal. O problema é que isso foi há quase sete anos e devemos olhar para frente.

Magnussen e Giovinazzi, considerando essa a escolha óbvia, seria uma dupla bem equivalente. Nada demais, mas equivalente. Dois jovens que outrora já foram promessas e hoje são apenas coadjuvantes, o que não é nenhum demérito. Nem todo mundo é Verstappen ou Hamilton.

O que chama a atenção é que a Haas aparentemente não tem nenhuma ideia de qual caminho seguir. Magnussen está ali por um acaso, graças a Putin.

E se não tiver guerra ou algum conflito na Dinamarca em 2023? Ou alguma questão diplomática com a Itália neofascista? Qual o projeto da Haas na F1? Sobreviver? Pagar as contas? Seduzir a Porsche e tentar recuperar o prejuízo ao focar somente nos EUA, como sempre foi? Muitas dúvidas e divagações.

A Haas é um grande mistério.

Até!

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