segunda-feira, 29 de maio de 2023

A ERA

 

Foto: Dan Mullan/Getty Images

Estar no lugar certo e na hora certa é um timing que cada vez está mais comum, com a tecnologia e os novos regulamentos da F1 que não permitem mais os testes ilimitados.

Claro, antes disso tivemos a dinastia Schumacher e os domínios da McLaren e Williams nos anos 1990, mas o que Vettel/Red Bull, Mercedes/Hamilton e agora Verstappen/Red Bull estão fazendo será cada vez mais corriqueiro.

Tirando Vettel, que é um talento indiscutível mas com menos títulos do que “deveria”, Hamilton e Verstappen caminham para a história. Não fizeram isso somente pela superioridade dos carros, mas pelos momentos que definem quem é ou não um gênio, alguém que pode estar com propriedade na mesa dos melhores de todos os tempos.

A pole de Verstappen em Mônaco mostra a mistura perfeita da maturidade com a natureza agressiva do piloto. Max sempre foi até as últimas consequências. Besta ou bestial. Na Arábia Saudita, enquanto disputava o título inédito, colocou tudo a perder na última curva de onde também seria pole.

Em Mônaco, bicampeão, com o melhor carro e o único adversário largando no fim da fila, Max poderia tranquilamente não arriscar e somar os pontos necessários para aumentar a distância. Pensar no campeonato longo. São 22 corridas, afinal, ainda mais em Mônaco. Qualquer deslize e tchau.

E mesmo assim, quando tinha mais a perder do que a ganhar, a eternidade entrou em ação. Uma volta perfeita, no limite, que valeu mais do que uma pole position e uma vitória histórica no palco histórico e mais glamourizado da F1.

É Max Verstappen mostrando que ele é muito além do carro da Red Bull. Isso a gente sabe, não há dúvida, mas as vezes é necessário relembrar, chocar, se fazer entender na marra. A ducha de água fria, pois todos torciam por outra história, o retorno da Fênix, é mais um daqueles momentos.

De certa forma, foi a mesma catarse de quando o quarentão Schumacher fez a mesma pole em Mônaco, há 11 anos. Tudo bem que ele estava punido e não largou na posição de honra, mas a volta de desaceleração com o número um em riste é o que entrou para a história.

O sábado da pole e o domingo do controle da situação, na chuva, no seco e na mistura de ambos, é que definem Max Verstappen, muito mais do que os números e estatísticas.

É puramente o talento geracional do novo momento, da atual era, não tão mais nova, não tão novidade, mas ainda assim impactante.

Até!


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