segunda-feira, 10 de junho de 2019

NA MÃO GRANDE

Foto: AFP
Até quando perde Hamilton ganha e até quando a Ferrari não erra tanto ela não vence. Uma boa corrida no Canadá terminou em um anticlímax lamentável e constrangedor, mas que serviu para movimentar as redes sociais com cenas que com certezas ficarão na memória dos fãs e de todo mundo por muito tempo.

Ainda bem que aconteceu no Canadá e não passou na Globo, do contrário nós aqui do Brasil teríamos perdido o ataque de fúria (justificada, diga-se) de Sebastian Vettel. Iriam cortar o pódio e mostrar alguma reportagem aleatória sobre futebol. Até do VT eles não mostraram o que talvez tenha sido a grande cena da temporada, digna de filme, mas vamos lá.

Depois da parada, Hamilton e a Mercedes estavam mais velozes com os pneus duros e passaram a atacar Vettel. Este, em uma das várias voltas de perseguição, escapou na curva 4 e acabou voltando para a pista com Hamilton do lado do muro, que precisou recolher para não causar um acidente.

Ora bolas, tentar controlar um carro que vem com os pneus sujos de grama e tentar corrigi-lo para a parte suja da pista seria quase impossível de fazer sem que Vettel sofresse um acidente. Além do mais, a ação foi tão rápida que não teria tempo de simplesmente ser proposital e bloquear quem viesse atrás. Uma disputa de corrida, salientada por Lewis Hamilton.

Mas a FIA e seus comissários não viram assim. Depois de muita análise, cinco segundos de punição. A FIA, que não faz nada para mudar os regulamentos e tornar a F1 competitiva, que coloca um instrumento até hoje inútil como o Halo vai acabando com o automobilismo por simplesmente punir disputas mais rígidas em uma corrida, coisas normais, sem a antidesportividade ou até mesmo o mal-caratismo. São os verdadeiros coveiros do esporte estes zé regrinhas, que empurraram para Hamilton a quinta vitória no ano e a ira de quase toda a torcida que passou a vaiá-lo, um símbolo errôneo e injusto de um grave erro dos comissários, estes assim que deveriam ser vaiados, como bem disse Vettel, indignado no pódio.

Foto: Reprodução
Vettel fez o que qualquer ser humano sensato e puto da cara ao terem roubado uma vitória depois de tanto esforço e de tanta coisa que o alemão vem passando no último ano por culpa dele próprio. Primeiro ao não estacionar o carro no local demarcado, depois saiu em disparada pra cima dos comissários e parecia se recusar a ir para o pódio. Foi convencido. Chegou lá e trocou a placa dos carros dele e de Hamilton. Subiu puto da cara, recebeu o troféu e saiu direto. Tinha é que ter quebrado o troféu, ou então a Ferrari bater em retirada e alguém mais passional fazer ameaças do tipo "não vamos correr na França" ou abandonar o campeonato, algo mais dramático.

Bem, a equipe vai recorrer da decisão, embora isso seja praticamente impossível pelo regulamento. Enfim, a derrota da Ferrari é mais dolorosa ainda por não saber qual será a outra oportunidade que o SF70 vai ter de vencer, pois geralmente quando a chance aparece a equipe faz questão de se auto-sabotar.

Leclerc foi apagado mas completou o pódio. Bottas em um fim de semana ruim ainda foi o quarto. Verstappen teve o domingo prejudicado pelo erro de estratégia do sábado e ainda assim foi o quinto. As Renault finalmente estrearam na temporada e Ricciardo fez sua melhor atuação no ano, segurando Bottas o quanto pode e defendendo/arriscando ultrapassagens como pode, seguido por Hulkenberg. Pierre Gasly deve estar guiando uma Toro Rosso pintada de Red Bull. Não é possível ser tão mais lento que Verstappen, ficar preso em Stroll quase todo o tempo e sequer esboçar uma aproximação com as Renault. Ou o francês não tá pronto pra equipe ou Max é que está atingindo a plenitude de sua forma, ou talvez as duas coisas.

Stroll só funciona em algumas corridas, e o Canadá é uma delas. Mais dois pontos na conta do riquinho. Kvyat conseguiu um bom décimo lugar ao passar no final um exaurido Carlos Sainz, que andou quase 65 com o mesmo pneu. Norris, se não tivesse um problema na roda traseira direita, certamente deveria ter pontuado. A McLaren e sua dupla evoluem a cada GP, e isso é formidável.

Robert Kubica segue em uma outra categoria atrás da Williams, fechada em seu mundo paralelo em relação as não tão competitivas desta semana (Alfa Romeo e Haas).

Hamilton abre 30 pontos de vantagem para Bottas e além de ser um grande piloto, é muito sortudo: duas vitórias que caem no seu colo em diferentes circunstâncias. E assim o inglês se aproxima do hexa e do recorde de Schumacher... agora faltam só 13 vitórias...

Confira a classificação final do Grande Prêmio do Canadá:


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