segunda-feira, 16 de novembro de 2020

DINASTIA

 

Foto: Getty Images

O final de semana na Turquia, só pelo fato de ter retornado para Istambul em virtude da pandemia, já seria algo diferente por si só. No entanto, com a chuva no treino que infelizmente nos premiou com uma pole para Lance Stroll, o sentimento de incerteza tomou conta de todos. E foi ótimo.

A corrida foi com pista molhada. Imprevisível como sempre, parecia que seria um dia histórico para a Racing Point, que foi se isolando do pelotão, sobretudo Stroll. Parecia que o inevitável iria acontecer. Verstappen teve uma péssima largada e, na ânsia de recuperar posições, rodou várias vezes e desperdiçou uma grande oportunidade. Quando precisou ser protagonista, fraquejou no sábado e no domingo. Brilhar sem responsabilidade é fácil. Max teve um dia daquele Max de 2016-2018.

Vettel, por sua vez, teve seu grande dia. Muito bem na chuva, pulou para o quarto lugar e segurou Hamilton durante boa parte da corrida, em sua grande atuação na temporada. Leclerc, lá atrás, apostou em parar logo que a pista começou a melhorar e foi mais rápido, acelerando e ganhando posições. Um piloto rápido, cerebral e preciso. Em grandes momentos que vai ter na carreira, o monegasco parece quase pronto...

Com um show de rodadas de Albon e Verstappen e a parada de Vettel, mais a pista secando, fez com que Hamilton finalmente entrasse na corrida. A Racing Point, tentando copiar a estratégia da Ferrari, fez Stroll parar para tentar voltar acelerando para garantir a vitória. Acontece que Stroll não é Leclerc e, obviamente, o conto de fadas virou pó. Por um segundo cheguei a ficar com pena do canadense, que liderou 32 voltas e foi só o nono. Bem decepcionante.

O caminho livre fez Hamilton passar Pérez e, sem parar, abrir caminho e progredir rumo a uma vitória épica que coroa uma temporada e o momento histórico, que ficou até em segundo plano: o heptacampeonato. No entanto, não deixa de ser um fim broxante para uma boa corrida que prometia algo inédito.

Ao menos Checo Pérez volta para o pódio depois de dois anos e pode dar um grande passo para assinar com a Red Bull, mostrando segurança e bom ritmo. Vettel volta ao pódio de forma merecida por tudo que a Ferrari está fazendo com ele, uma verdadeira canalhice. Também é bonito um tetracampeão e o terceiro maior vencedor da história presente no pódio que corou o hepta.

Para isso, contou com um erro de Leclerc originado pela escapada do mexicano. O monegasco foi para o ataque para garantir o segundo lugar, passou do ponto e ficou fora do pódio. Ele ficou puto, o que é compreensível, mas Charles não pode ser tão emocional a ponto de se autodepreciar. Com o carro que tem, largando lá atrás, foi um dos melhores da corrida.

O silencioso Carlos Sainz pegaria o pódio se tivesse mais algumas voltas, sempre constante. A Renault deixou a desejar e foi coadjuvante. De resto, o mesmo de sempre.

Ah: Bottas é inqualificável. Não deveria continuar na Mercedes. É inacreditável como ele facilita o trabalho de Hamilton. É mais um desperdício de vaga.

A dinastia de Lewis Hamilton precisava de uma vitória épica como essa para simbolizar a carreira e genialidade deste grande do esporte. Ele não precisa provar nada para ninguém, mas o grande recado do inglês é seu envolvimento fora da pista, entendendo o papel de ídolo e exemplo que possui.

O que vem por aí? Mais vitórias, talvez mais títulos... não importa: a história está sendo feita diante dos nossos olhos. A frase é clichê mas precisa ser repetida para que se entenda essa magnitude.

Confira a classificação final do GP da Turquia:


Até!

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