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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

GP DE EIFEL: Programação

 O Grande Prêmio de Eifel será disputado pela primeira vez nesta nomenclatura. O nome se deve a região onde fica o autódromo de Nurburgring, na Alemanha, que volta a sediar uma corrida de F1 depois de sete anos.

Foto: Wikipédia


O RETORNO DA NOVELA

Foto: Getty Images

A notícia da saída da Honda da Fórmula 1 no final do ano que vem pegou quase todo mundo de surpresa, menos Helmut Marko, consultor da Red Bull, e Dietrich Mateschitz, o dono da empresa.
O austríaco não se surpreendeu com o anúncio dos japoneses porque já sabia da decisão há tempos:

"Trabalhamos em todas as direções possíveis porque há tempos sabíamos da decisão da Honda. Nos enterramos durante o decorrer desta temporada”, disse.

Se no primeiro momento os taurinos reafirmaram o compromisso com a categoria depois de assinar o Pacto de Concórdia até 2025, agora nada está descartado. Existe sim a chance de Red Bull/ Alpha Tauri deixarem a categoria em 2021.

Nada está descartado, desde a saída, o retorno da parceria com a Renault e também a possibilidade da Red Bull começar a desenvolver o próprio motor.

"Todas as opções vão ser analisadas, e a Red Bull vai decidir o que vamos fazer. Vamos analisar todas as possibilidades. Podemos cancelar o contrato anualmente, e há uma cláusula de saída ao fim de cada temporada. Mas essa não é a nossa prioridade. Temos tudo em cima da mesa, e agora Mateschitz vai decidir. Nosso planejamento é para o fim do ano."

Diante dessa situação, a questão dos pilotos fica em segundo plano. Max Verstappen continua, mas seu parceiro só deve ser conhecido em dezembro ou até no ano que vem.

“Se Alexander Albon render bem, vai ficar. Se não, vamos tomar uma decisão, e aí teríamos de ver quais pilotos estão no mercado. Mas esse não é um problema para agora mesmo”, concluiu, em entrevista para a SpeedWeek.

A Red Bull entra numa sinuca de bico. Com o crescimento da Honda em desempenho, ainda faltava mais confiabilidade. A verdade é que os japoneses deixaram os taurinos com as calças na mão. As opções não são muito animadoras. Voltar para o rabinho da Renault seria uma derrota institucional enorme. Sem o interesse das outras montadoras, talvez fosse isso o estalo necessário para que a F1 repense seu modelo de negócio elitista da última década. Um sopro de esperança porque, afinal, ela é a última que morre.

MELHOR DE TODOS? NÃO PARA STEWART

Foto: Getty Images


Em vias de igualar o número de vitórias de Michael Schumacher, Lewis Hamilton tem sido tema de um debate óbvio: se será considerado o maior e melhor piloto da história da Fórmula 1.

Apesar dos números estarem a seu favor, o tricampeão Jackie Stewart não endossa esse discurso. Segundo o escocês, Hamilton corre mais GPs por ano e está há muito tempo em uma equipe hegemônica, o que facilita seu trabalho.

São tempos distintos e, por isso, ele considera Juan Manuel Fangio e Jim Clark superiores a Hamilton e Ayrton Senna, por exemplo.

"Não acredito que pode colocar na conta esse tipo de sucesso. Nos dias de hoje, há 20, 22 corridas. Para mim, Juan Manuel Fangio é o maior piloto que já viveu, Jim Clark é o segundo, à frente até mesmo de [Ayrton] Senna. Mas eles correram apenas seis, oito corridas na Fórmula 1. Pilotavam carros de GT, etc.
Hoje os campeões, Lewis ou qualquer outro, correm 22 corridas — e só na Fórmula 1. Não em carros de turismo, GT, Indy. A pressão é muito menor. Claro que precisam ir para a fábrica e o simulador, mas não é a mesma coisa. É um mundo diferente.

Lewis pilota extremamente bem, não comete erros. Não estou aqui para diminuir seu talento, mas não é a mesma coisa. [Fangio] Pilotava de uma maneira extraordinária – escolheu a Ferrari e depois pensava ‘bem, a Maserati pode ir bem no ano que vem’, então, não assinava contrato por mais de um ano.

Depois pilotou para a Mercedes e venceu dois mundiais com eles, pois tinham o melhor carro naquela época. Lewis fez uma ótima escolha quando deixou a McLaren e foi para a Mercedes. Tiro meu chapéu por essa decisão. Mas, sinceramente, o carro e o motor são tão superiores que é quase injusto com o resto do pelotão.

É preciso tirar o chapéu para a Mercedes, Toto Wolff e Niki Lauda por fazerem uma equipe incrível, por escolher os melhores engenheiros. Não é o mesmo respeito, se quiser, de fazer isso com menos do que o melhor carro. E é aí que esteve a diferença entre os melhores dos melhores pilotos e daqueles que tiveram muito sucesso.

É difícil dizer isso sobre Lewis, sobre não ser tão bom quanto Fangio foi. Meu irmão era piloto e ia com ele nas corridas, via Alberto Ascari, Tazio Nuvolari, Rudolf Caracciola e caras assim. Vi alguns dos melhores pilotos do mundo. Dizer que Lewis é o melhor de todos os tempos é apenas difícil de justificar para mim", disse para o podcast Fast Lane.

É tudo uma questão de ponto de vista. Stewart é mais velho e, além de ser tricampeão, viu e competiu contra esses caras. Realmente são outros tempos. Na época, com uma tecnologia menos confiável, era raro hegemonias tão grandes como a de Hamilton e de Mercedes, tanto é que Stewart se aposentou sendo o maior vencedor da época, com 27 conquistas.

Hoje, parece um número não tão impressionante, mas na época eram menos corridas, maior chance de quebra, pistas mais perigosas, etc.

Compreensível e respeitável a visão de Sir Jackie Stewart.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 205 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 161 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 128 pontos
4 - Lando Norris (McLaren) - 65 pontos
5 - Alexander Albon (Red Bull) - 64 pontos
6 - Daniel Ricciardo (Renault) - 63 pontos
7 - Charles Leclerc (Ferrari) - 57 pontos
8 - Lance Stroll (Racing Point) - 57 pontos
9 - Sérgio Pérez (Racing Point) - 56 pontos
10- Pierre Gasly (Alpha Tauri) - 45 pontos
11- Carlos Sainz Jr (McLaren) - 41 pontos
12- Esteban Ocon (Renault) - 36 pontos
13- Sebastian Vettel (Ferrari) - 17 pontos
14- Daniil Kvyat (Alpha Tauri) - 14 pontos
15- Nico Hulkenberg (Racing Point) - 6 pontos
16- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 2 pontos
17- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 2 pontos
18- Kevin Magnussen (Haas) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 366 pontos
2 - Red Bull Honda - 192 pontos
3 - McLaren Renault - 106 pontos
4 - Racing Point Mercedes - 104 pontos 
5 - Renault - 99 pontos
6 - Ferrari - 74 pontos
7 - Alpha Tauri Honda - 59 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 4 pontos
9 - Haas Ferrari - 1 ponto

TRANSMISSÃO












quarta-feira, 12 de junho de 2019

JACKIE STEWART, 80

Foto: Reprodução
Nesta terça-feira, um dos maiores pilotos da história do automobilismo fez aniversário. Sir Jackie Stewart agora tem 80 anos. Tricampeão, dono de equipe, comentarista e ativista por carros e circuitos mais seguros para os pilotos, talvez seja complicado tentar resumir sua história, mas irei tentar:

Jackie nasceu em Milton, na Escócia, a 15 milhas de Glasgow. A família vendia carros da Austin e da Jaguar em uma concessionária. O pai foi um motociclista amador e o irmão foi um piloto com reputação local, tendo participado do GP da Inglaterra de F2 de 1953.

Na infância, não teve diagnosticada uma dislexia, o que dificultou o processo de aprendizado. Como isso não era muito conhecido na época, Jackie era chamado de "burro" e outras coisas por alunos e professores. Aos 16 anos, saiu da escola e foi trabalhar na garagem do pai como auxiliar de mecânico. Stewart só foi diagnosticado com a doença aos 41 anos. Ele pediu para fazer o exame após perceber sintomas do filho que eram iguais ao dele quando criança. "Quando você tem dislexia e você encontra algo em que você é bom, você coloca mais nisso do que qualquer outra pessoa; você não pode pensar o jeito das pessoas espertas, então você está sempre pensando fora da caixa."

Stewart participou na adolescência da equipe de tiro da Grã-Bretanha, onde quase foi atleta olímpico. Comprou o primeiro carro aos 13 anos de idade, juntando as gorjetas que ganhava quando trabalhava com o pai. Ele entrou para o mundo do automobilismo ao aceitar o convite de um dos clientes do pai para testar vários carros no circuito de Oulton Park.

Em 1962, ainda em dúvidas se queria ser piloto, testou diversos carros em várias competições. Com um bom desempenho, chamou a atenção de Ken Tyrrell, ainda comandando a Cooper na Fórmula Júnior, que entrou em contato com Jimmy. Após alguns testes com a Cooper, Stewart era mais veloz que Bruce McLaren, o que fez Tyrrell oferecer um contrato para Jackie.

Estreou na F3 em 1964 pela Tyrrell. Com uma temporada impressionante, foi o campeão. Durante o ano, recebeu convite para correr pela Cooper. Recusou, querendo mais experiência em pista. No ano seguinte, fez testes com a Ferrari em Le Mans e pela Lotus, impressionando Colin Chapman e Jim Clark. Recusou a oferta para ir para a F2, onde também foi campeão.

A primeira corrida na F1 foi em 1965, guiando a Owen Racing, com um sexto lugar na África do Sul. Logo na estreia em Mônaco foi o segundo colocado. Com três segundos lugares em quatro corridas, a primeira vitória da carreira veio em Monza. Um terceiro lugar no campeonato mostrava que o futuro era brilhante para Jackie.

Foto: DevianArt
1966 parecia promissor, mas só parecia. Apesar de vencer na abertura do campeonato e logo em Monte Carlo, o carro tinha sérios problemas de confiabilidade e Jackie só não abandonou quando em quarto e quinto (Holanda e Alemanha). Além do mais, sofreu um gravíssimo acidente na Bélgica.

"Ele bateu num poste telefônico e aterrissou numa vala na perigosa curva Masta. O carro do escocês ficou preso de cabeça para baixo com o tanque de gasolina cheio por 25 minutos. Graham Hill e Bob Bondurant resgataram Stewart com um kit de ferramentas, tomando o cuidado de não provocar nenhuma fagulha que levasse a um incêndio, já que o combustível estava vazando." (SABINO, 2019, F1 MEMÓRIA)

Depois do acidente, Stewart tornou-se o grande ativista da segurança nas pistas, em uma época onde haviam muitos acidentes e mortes de pilotos, além da falta de estrutura para proteger o público. Segundo seus cálculos, um piloto que correu naquela época por cinco anos tinha dois terços de morrer na pista.

"Fiquei preso no carro por vinte e cinco minutos, incapaz de me mover. Graham e Bob Bondurant me pegaram usando as chaves do kit de ferramentas de um torcedor. Não havia médicos e não havia para onde me colocar. Eles, na verdade, me colocaram na parte de trás de uma van. Depois uma ambulância me levou para um local de primeiros socorros perto da torre de controle e eu fui deixado em uma maca, no chão, cercado por pontas de cigarro. Fui colocado numa ambulância com uma escolta policial e a escolta policial perdeu a ambulância, e a ambulância não sabia como chegar a Liège. Na época, eles pensaram que eu tinha uma lesão na coluna vertebral. Como se viu, eu não estava gravemente ferido, mas eles não sabiam disso."

"Percebi que, se isso era o melhor que tínhamos, havia algo muito errado: coisas erradas com a pista de corrida, os carros, o lado médico, o combate a incêndios e as equipes de emergência. Havia também bancos de grama que eram plataformas de lançamento, coisas em que você ia direto, árvores desprotegidas e assim por diante. Os jovens de hoje simplesmente não entenderiam isso. Era ridículo."

Foto: Reprodução
Naquele ano, Stewart teve mais sucesso em outras competições. Ele quase venceu a Indy 500, chegando em sexto. Em 1967, as coisas não melhoraram muito. Apenas um segundo lugar na Bélgica e um terceiro na França, o resto foram todos abandonos.

Em 1968, transferiu-se para a Matra e foi uma ótima escolha. Com um bom carro, Stewart acabou perdendo duas corridas ao se machucar em uma corrida da F2. A primeira vitória no ano veio na chuva, na Holanda. A segunda vitória também veio em solo molhado, em Nurburgring, com históricos quatro minutos de vantagem em relação ao resto. Ele também venceu em Watkins Glen, mas ficou com o vice. O campeão foi Graham Hill.

1969 foi o ano mágico, com amplo domínio da Matra e de Jackie Stewart. Com seis vitórias no ano, incluindo duas voltas de vantagem na Espanha, um minuto na França e mais de uma volta em Silverstone, Jackie Stewart sagrou-se campeão mundial pela primeira vez. Foi o primeiro piloto da história a liderar ao menos uma volta de todas as corridas do ano.

"Quase campeão antecipado de 1969, Stewart foi um dos protagonistas de uma batalha épica pela vitória em Monza. Contra Jochen Rindt, Bruce McLaren e Jean-Pierre Beltoise, o escocês liderou a maior parte da prova, mas teve de resistir a um fortíssimo ataque dos adversários, sobretudo o austríaco, e ganhou com 0s08 de vantagem. A vitória deu a Stewart seu primeiro título na F1." (SABINO, 2019, F1 MEMÓRIA)


Com cinco carros, chegada de Monza 1969 é uma das mais épicas da história. Foto: Reprodução


Foto: Reddit
Na Tyrell em 1970, Stewart não conseguiu ser competitivo o bastante para defender o título. Com apenas uma vitória e quatro pódios, foi o quinto colocado naquele ano. Na temporada seguinte, outro ano avassalador de Stewart e a Tyrell: seis vitórias no ano e o bicampeonato mundial. Na época, foi gravado um documentário esquecido: o "Fim de semana de um campeão", onde Stewart e o cineasta polonês Roman Polanski ficaram quatro dias juntos, com Polanski acompanhando todos os passos, dos preparativos até a festa da vitória. Ela só veio ao grande público mais de 40 anos depois.




Na época, os pilotos disputavam várias categorias pelo mundo todo. Viajando bastante, Stewart estava sofrendo de mononucleose e cruzou o Oceano Atlântico 186 vezes naquele ano. No ano seguinte, não correu na Bélgica por estar sofrendo de gastrite. Naquela temporada, ele foi condecorado com a Ordem do Império Britânico, passando a ser chamado de "Sir". Mesmo com quatro vitórias, Stewart não foi páreo para um certo Emerson Fittipaldi, que conquistou seu primeiro título.

Em 1973, Jackie disse que ia se aposentar. Com cinco vitórias, a última foi a mais significativa. Uma dobradinha com a Tyrell e a de número 27, tornando-se o maior vencedor da história da F1 até então.

"Nada me deu mais satisfação do que vencer em Nürburgring e, no entanto, sempre tive medo. Quando saí de casa para o Grande Prêmio da Alemanha, costumava fazer uma pausa no final da entrada e dar uma longa olhada para trás. Nunca tinha certeza de que voltaria para casa."

O tri veio com um quarto lugar em Monza. Se o recorde de vitórias veio na Alemanha, Stewart deixou de fazer sua centésima e última corrida na F1, nos EUA, depois que o companheiro de equipe François Cevert morreu em um trágico acidente nos treinos para o GP dos EUA, em Watkins Glen.

Stewart teve 27 vitórias, 43 pódios e 17 poles, além de 15 voltas mais rápidas. Seu recorde de vitórias foi superado somente 15 anos depois por Alain Prost, de quem Stewart nutria grande admiração.


Foto: Reprodução

Fora das pistas, Stewart manteve seu trabalho para que as pistas continuassem mais seguras e adequadas para todos em um final de semana. Infelizmente, isso custou a vida de muitos pilotos e quase levou outros tantos até que se houvesse alguma solução efetiva para isso.

Para muitos, esse discurso de Stewart prejudicou o esporte, sempre visto na adrenalina e para os pilotos "explorarem o limite", além de aumentar os custos para os promotores de corridas.

"Eu teria sido um campeão mundial muito mais popular se tivesse dito o que as pessoas queriam ouvir. Eu poderia estar morto, mas definitivamente seria mais popular."

A abordagem mais conservadora ficou simbolizada em um clássico vídeo quando ele, entrevistador, discute com Ayrton Senna sobre os riscos que o brasileiro dava a ele próprio e aos outros competidores com suas manobras "ousadas", incluindo o "acidente da vingança" do Japão contra Prost, em 1990.


Em 1997, Stewart voltou a F1 como dono da equipe com o próprio nome. Na primeira temporada, Rubinho conseguiu um ótimo segundo lugar em Mônaco. Em parceria com a Ford, em 1998 a equipe não foi tão competitiva, mas em 1999 Rubinho conquistou vários pódios e também foi neste ano que a Stewart venceu a primeira e única corrida em sua existência, no caótico GP da Europa, com Johnny Herbert em primeiro e Rubens Barrichello em terceiro.


Última vez de Jackie Stewart no alto do pódio. Foto: Getty Images
No fim do ano, Steward vendeu a equipe para a Ford, que a transformou na Jaguar. Stewart seguiu como comentarista e mais recentemente como embaixador da F1 e de marcas como a Rolex, Heineken, entre outras.

Ano passado, Stewart esteve aqui em Porto Alegre e participou do evento no Gasômetro que teve a Williams de Rubens Barrichello. Ovacionado pelos gaúchos, a campanha também repetia o "bordão": "Quando você dirige, nunca beba". RELEIA

E esse foi o texto sobre a lenda Jackie Stewart, agora com 80 anos. Vida longa a essa grande figura humana e do esporte a motor. Parabéns!

Até!