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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

(SEM) VÍDEOS E CURTINHAS #41

 

Foto: Reprodução/Instagram

Olá, pessoal. Agora que estou de volta com o meu notebook, vou lançar os meus dois centavos sobre as notícias do automobilismo nos últimos dias ou o que eu lembrar delas, claro. Vamos lá:

Alonso: A fênix deu mais um susto. Ontem, foi atingido por um carro enquanto andava de bicicleta na Suíça. Por sorte, quebrou alguns dentes e teve fratura no maxilar. Ainda não se sabe em quais condições o espanhol estará atê o fim do mês, quando começam os preparativos para a temporada 2021. Mas, para a alegria dos bons, o espanhol soberbo, como uma fênix, está bem. Em todo o caso, Zhou e Hulkenberg devem estar preparados para o ofício. Bicicletas e rali, os grandes inimigos dos pilotos de Fórmula 1. Webber e Kubica que o digam.

Band e Rio: fim do mistério - A F1 volta para a Rede Bandeirantes depois de mais de 40 anos. A Liberty não chegou a um acordo com a Globo e sim com a emissora dos Saad. Mariana Becker também vai para lá, assim como o produtor Jaime Brito. Falta um narrador. Reginaldo Leme, contratado no fim do ano passado, volta aos comentários da F1. A emissora também tem a Stock Car, a Indy e adquiriu os direitos da F2 e F3 que, juntos com a classificação, serão transmitidos na BandSports, o canal pago da Band. Ou seja: não mudou quase nada, a F1 continua em TV aberta e com a F2 e a F3 na TV também, além dos campeonatos europeus. O acordo é por dois anos. No mínimo ansioso para ver o que sai disso aí. 

Vou tentar resumir o máximo possível: a prefeitura do Rio engavetou o tal projeto de corrida no meio da floresta. Sem Chase Carey e o pessoal da Rio Motorsports, o retorno de Eduardo Paes e a chegada de Stefano Domenicali como novo chefão da F1, tudo isso virou um monte de papel inútil. Ainda bem.

Invenções e motores: A Red Bull conseguiu o congelamento dos motores para 2022. Isso significa que, para o ano que vem, vai continuar tudo como está, e os taurinos podem comprar e adquirir o conhecimento técnico da Honda, futura ex-parceira no fim do ano. Os treinos livres agora duram apenas uma hora e querem votar corridas classificatórias com grid invertido para a corrida de domingo. Por que já não proíbem o Hamilton de correr, afinal? Tenho certeza que isso seria emocionante.

Último ano? Hamilton renovou com a Mercedes por uma temporada, ganhando entre 40 e 55 milhões de euros anuais. Foi uma negociação difícil e arrastada. Pensando em 2022, tanto Wolff quanto Hamilton parecem exaustos do sucesso. Parece que pode ser uma despedida para ambos nessa temporada, teoricamente a última onde supostamente a Mercedes teria ampla vantagem em relação aos demais. Para ganhar o octa de uma vez e curtir a vida de pop star. Hamilton tem o meu apoio.

Brasileiros na base: Vamos lá - Enzo Fittipaldi saiu da Academia da Ferrari e foi para a base da Indy. Deve voltar a priorizar o automobilismo americano. Outro que deixou a Academia dos italianos foi Gianluca Petecof, que conseguiu um assento da Campos para disputar a F2. Não é o melhor e Petecof não tem patrocínio, embora o empresário seja um dos sócios do time. Ele não vai ter tempo para se adaptar e terá o "veterano" Ralph Boschung como parceiro de equipe. O brasileiro vai ter que mostrar serviço para não encerrar o sonho cedo demais.

Felipe Drugovich foi para a Uni Virtuosi. Caio Collet, da Alpine/Renault, vai disputar a F3. Sempre bom lembrar que essa é a aposta de Felipe Massa como próximo brasileiro na F1, afinal ambos são empresariados por Nicolas Todt. Igor Fraga deixou a academia da Red Bull. Vai ser uma F2 interessante para os talentos brasileiros, uma pena que esse calendário ridículo afaste o interesse do fã mais casual. Sem sequência de corridas, vai ser complicado acompanhar religiosamente os torneios de base. Culpa do Covid ou do quão caro tornou-se o automobilismo, ou as duas coisas?

Só consigo lembrar disso... ah, o ainda em recuperação Grosjean vai para a Indy. Meu Deus, que nunca chegue perto de um circuito oval. 

É isso, voltarei quando o início da temporada se aproximar. 

Até!


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

PÉ NO CHÃO

Foto: Getty Images

 Em tempos onde a sobriedade e o equilíbrio são ridicularizados, parecia que a Fórmula 1 também iria embarcar em um universo fantástico, baseando-se na palavra de gente duvidosa e o olho grande em ganhar muito mais.

Contrato assinado e a F1 saía de Interlagos para embarcar um local que ainda não existe e, tomara, jamais existirá. Outro contrato assinado e a F1 pode sair da principal emissora do país para um grupo que deu calote na MotoGP e todo o resto é dúvida.

Pois bem, parece que a realidade bateu a porta. Mesmo com o tal Chase Carey fazendo lobby e pressionando para que houvesse as garantias ambientais de construir uma pista no meio de uma floresta no Rio de Janeiro, há muitos problemas nesse projeto que irão demandar tempo que talvez nunca exista. 

A solução, então, é óbvia: a Liberty voltou a negociar com Interlagos e o governo do Estado de São Paulo anunciou um acordo de cinco anos para a continuação do autódromo na F1. Ainda falta a oficialização da Liberty e da FIA, mas Interlagos está no calendário provisório de 2021 para exatamente um ano, no dia 16 de novembro.

A outra grande notícia recente foi a tal Rio Motorsports que comprou os direitos da F1 a partir do ano que vem e estava tentando desovar em alguma emissora. Foram especuladas todas da TV aberta e mais o grupo Disney nos canais fechados. A Rio Motorsports tinha uma data limite para apresentar as garantias bancárias da transação e, a exemplo da MotoGP, não as fez. Com isso, a Liberty, que é ingênua mas não tão burra assim, já passou a negociar com outras emissoras...

Vale lembrar que o Brasil é um dos poucos lugares que transmite todas as corridas em TV aberta, sendo um dos locais com mais telespectadores da categoria no mundo. E lá foi a Liberty tentar um acordo com a Rede Globo. Nesse caso ainda o mistério perdura: onde nós poderemos assistir a F1 em 2021? Não sei, mas ficar com os pés no chão, nesse caso, é muito bom, mesmo que seja uma coisa óbvia.

Até!

terça-feira, 6 de outubro de 2020

O ACORDO COM O NADA

Foto: Getty Images

Conforme sabido por todos, agora foi confirmado: a Liberty assinou com a Rio Motorsports para que o Grande Prêmio do Brasil seja realizado no autódromo de Deodoro, no espaço onde atualmente está a Floresta de Camboatá.

Ou seja: esse autódromo não existe e também não há uma perspectiva de construção. É uma área de preservação ambiental que pertence ao Exército e precisa de uma série de procedimentos burocráticos que autorizam (ou não) tal ação. São necessárias as licenças ambientais do INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e da CECA (Comissão Especial de Controle Ambiental), que precisam redigir os documentos que não estão prontos. O processo está parado desde o início do ano, muito também em virtude da pandemia.

A Liberty, semanas atrás, assinou com o mesmo consórcio (a Rio Motorsports) para ceder os direitos de transmissão da categoria para o país a partir do ano que vem. Ninguém sabe de onde vem o dinheiro dessa Rio Motorsports. Neste ano, eles compraram os direitos de transmissão da Moto GP e repassaram para o Grupo Disney. No entanto, eles deram um calote e coube a grupo de comunicação ir atrás e quitar a dívida.

Ou seja: são necessárias garantias financeiras e também ambientais, tanto para o anúncio do tal circuito no Brasil quanto da transmissão da F1 no país e, pelo que parece, a Rio Motorsports não tem ambas. Meses atrás, escrevi sobre o quão "inocente" seria o tal grupo Liberty Media em acreditar apenas nas palavras dos brasileiros. Não acho mais, e sim algo muito estranho. Com Interlagos e a Rede Globo parceiras de Bernie Ecclestone, me parece algo pessoal, além: destruir tudo o que um dia já foi ligado ao ex-chefão da escuderia.

Não só isso. Em documento publicado pelo Diário Motorsport, Chase Carey enviou um documento para Cláudio Castro, governador em exercício do Rio de Janeiro, confirmando o acordo com a Rio Motorsports para a realização de um Grande Prêmio no Brasil. No entanto, para que isso seja realmente realizado, o governo do Rio de Janeiro precisa apresentar as garantias ambientais necessárias e pendentes para que tudo comece a ser trabalhado. Um verdadeiro lobby, uma pressão no governador interino.

Chase Carey não tem o direito de querer pressionar ou interferir em questões nacionais que vão muito além de construir um autódromo. O Brasil não é terra de ninguém. Além da má vontade em negociar com São Paulo e o desejo de varrer a influência de Bernie Ecclestone, existem muitos condicionantes para essa questão que já é complexa.

É um ano eleitoral. São grandes as possibilidades do atual governo do prefeito Marcelo Crivella seja reeleito. Com uma possível nova administração, tudo volta para a estaca zero, seja os contratos ou as questões ambientais. É realmente uma prioridade para o Rio de Janeiro construir um autódromo de bilhões de reais no espaço de uma floresta, mesmo que seja "dinheiro privado"?

E outra: Chase Carey está de saída da Liberty. O novo CEO da F1 será Stefano Domenicali, a partir de janeiro. Será que o italiano concorda com a saída de Interlagos? Domenicali foi chefão da Ferrari por muitos anos e é do metiê do automobilismo, diferentemente do bigodudo, que caiu de paraquedas.

Foi oficializado um acordo com o nada (mais um). Quem perde com isso, é claro, é o Brasil: sem transmissão e agora sem um autódromo depois de muito tempo, conseguiram alcançar o objetivo que tanto queriam: matar o automobilismo nacional.

Até!

terça-feira, 28 de julho de 2020

O PROBLEMA DA INOCÊNCIA

Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio
As circunstâncias do coronavírus anteciparam muitos problemas e pontos de interrogação sobre o futuro do Brasil na Fórmula 1 enquanto sede de um grande prêmio.

Sem contrato para o ano que vem e com Deodoro, a pista imaginária como favorita, o curto/médio-prazo do país receber o único grande evento esportivo mundial anual possível é um grande baque para setores da economia e, principalmente, para a cidade de São Paulo.

Tamas Rohonyi, promotor do GP do Brasil, soltou o verbo contra a FIA, FOM e a Liberty após a confirmação do cancelamento da corrida no país nos últimos dias. Em entrevista para o "Grande Prêmio". Para ele, a pandemia não é motivo suficiente para justificar a ausência. Para Tomas, não foi uma questão humanitária e preocupada com a situação do covid no país, e sim uma questão econômica: com a crise, tudo fica mais caro, principalmente transportar tantos equipamentos da Europa até a América do Sul por essas bandas. Foi basicamente por isso que o Canadá, mesmo em situação mais controlada da doença do que em relação aos vizinhos da América, também foi descartado.

Tamas até disse que cogita colocar todo mundo na justiça, mas certamente não sairá vitorioso. Em outra entrevista para o "Grande Prêmio", ele afirmou que a renovação de Interlagos com a F1 "está avançando", mas deixou uma pista sobre o que uma parte da cúpula da FIA/Liberty pensa: eles realmente acreditam que o tal circuito de Deodoro estará pronto para sediar corridas no ano que vem, ignorando toda a disputa judicial e as questões ambientais que cercam esse controverso projeto.

Ano passado, quando Chase Carey veio ao país para conversar com João Doria e Jair Bolsonaro, Tamas deixou ainda mais claro o raciocínio de o porquê a FIA/Liberty, no momento, pender para o projeto carioca:
“O que eu sei é que tivemos uma reunião com o governador (João) Doria quando Chase Carey esteve em São Paulo. O governador disse: ‘Chase, essa história de construção de um autódromo no Rio é uma fantasia. Eu conheço um pouquinho as condições deste país e do Rio, e não consigo entender como você acredita nisso. E aí Chase, curiosamente, deu uma justificativa que… não é totalmente sem fundamento: ‘Se o presidente da república me diz que tem 99% de certeza que vai acontecer no Rio, quem sou eu para duvidar?’ Mas por aí se vê que ele não tem o conhecimento nem discernimento suficientes para entender. E confesso a você que, a partir disso, eu que não entendo”

É o benefício da dúvida, principalmente de quem não acompanha por perto e não conhece as situações que vivenciamos. Acreditar na palavra e dar um voto de confiança é uma virtude mas, neste caso, esse é o problema da inocência: ao acreditar em conversas fiadas, Chase Carey está ajudando a tirar um autódromo e um mercado importantíssimo de circulação mundial, sem contar a estagnação das negociações de transmissão com a Rede Globo.

Sem Interlagos e talvez com um projeto que não saía do papel ou não seja o que realmente se mostra, quem perde é a categoria e muito mais o Brasil, é claro, mas isso Chase Carey não se importa nem um pouco, e talvez nem deveria. O problema da inocência vai cair no colo de várias pessoas que não têm a ver com o assunto.

Até!




sábado, 24 de setembro de 2016

UM EXEMPLO PARA TODOS NÓS

Foto: Getty Images

As Paralimpíadas terminaram há cinco dias. Histórias de superação, força de vontade, garra, luta e técnica foram expostos ao mundo inteiro, mostrando que é possível competir em altíssimo nível em qualquer circunstância, por mais difícil que possa parecer.


Alex Zanardi. Não há nenhum adjetivo que possa descrever esse homem. Todo mundo sabe que ele sofreu um acidente na Indy em 2001, perdeu as duas pernas, MUITO sangue e teve sete paradas cardíacas. Ficou em coma por um pouco mais de um mês e se recuperou. Chegou a retornar ao automobilismo, vencendo corridas de turismo. Conciliou a velocidade das pistas com o paraciclismo, até se dedicar exclusivamente para o segundo. Em Londres, foram duas medalhas de ouro, assim como no Rio, tornando-se o maior campeão paralímpico da modalidade.

Foto: Andrew Matthews/ PA via AP

Além de Zanardi ter corrido sem muito sucesso na F1 (Jordan, Minardi e Lotus no início da carreira), foi no CART/Indy que ele fez seu nome e criou o mito. Estreou na categoria em 1996, após as frustrações na F1. Na Chip Ganassi, foi o terceiro colocado logo na temporada de estreia, com 132 pontos, três vitórias e seis pódios.

Zanardi sempre foi duro na pista, protagonizando vitórias e momentos históricos (como o do vídeo acima), com ultrapassagem e um show para os fãs. Diante de uma adaptação tão rápida no automobilismo americano, foi bicampeão em 1997 e 1998. Nesses dois anos, colecionou 12 vitórias e 22 pódios. Um desempenho tão impressionante que lhe rendeu o retorno à F1.


Na expectativa e esperança de um novo “efeito Villeneuve” (campeão da Indy em 1996 e da F1 em 1997) a Williams apostou em Zanardi para o ano de 1999, juntamente com Ralf Schumacher, repleto de picuinhas, problemas de relacionamento e difícil trato no paddock. Não deu certo, saiu zerado e “queimado”. Muitos ainda pensam que na Indy qualquer “bração” é campeão, que os melhores estão na F1 e tudo mais. São esportes completamente diferentes, e o automobilismo americano precisa ser respeitado. Enfim, não vou desvirtuar o assunto do tópico.

Gostaria apenas de mostrar que Alex Zanardi precisa ser um exemplo para todos nós. Precisamos pensar nos obstáculos que ele supera e no que ele significa para superarmos os nossos problemas. Ele é um ser inspirador, vencedor, humano e extraordinário.