quarta-feira, 8 de maio de 2019

FIM DE CICLOS?

Foto: Divulgação
Estamos apenas na quinta etapa do ano, mas as coisas estão muito quentes no que se refere as negociações envolvendo Liberty Media e as organizadoras dos circuitos que querem entrar e/ou permanecer na categoria.

Começando pelo que está confirmado: no ano que vem, será realizado o primeiro Grande Prêmio do Vietnã, nas ruas da capital Hanoi. Já começaram as obras e a tendência é que seja realizada em outubro de 2020. Vendo o on-board de como ficaria, ela me lembra bastante uma mistura de Valência com Cingapura.


Vamos para a (extensa) lista de indefinições: começando pela próxima corrida, na Espanha. Segundo os organizadores, a questão é uma só, e quase unânime entre os negociantes de todos os GPs: diminuir a taxa anual paga a Liberty Media. Os valores foram assinados ainda sob a gestão Bernie Ecclestone, que pegava cada centavo e tornou essa indústria insustentável, principalmente para os países europeus, não abastecidos por donos e bilionários sheiks do Oriente Médio. Ah, um fator que pode ser muito importante também é a provável diminuição pela procura de ingressos em virtude da saída de Fernando Alonso da categoria.

Pro lugar da Espanha, pode chegar o retorno do GP da Holanda, em Zandvoort, afastada da categoria desde 1985. Claro que o motivo é evidente: aproveitar o efeito Max Verstappen que enche as corridas próximas da localidade holandesa, principalmente em Spa Francochamps. O falecido Charlie Whiting chegou a realizar vistorias e acreditava que apenas alguns ajustes devem ser feitos para tudo ficar pronto. Algumas publicações da imprensa europeia já cravam que a corrida holandesa irá substituir o circuito espanhol a partir do ano que vem.

Como sempre, Inglaterra e Itália todo ano tem drama e todo ano renovam, até que um dia isso não aconteça. Presentes desde os primórdios da categoria, o diretor de Silverstone já sinalizou que existem negociações, mas nada perto de algum desfecho. Por outro lado, como sempre dramático, o GP em Monza tem um "acordo provisório" para renovação até 2024. O empecilho financeiro é a grande questão para ser superada, pra variar.

A Alemanha praticamente participa uma vez a cada dois anos da categoria. Com Nurburgring falida há alguns anos, Hockenheim segue o mesmo caminho de dificuldades financeiras. Para esta temporada, a Mercedes ajudou com os custos. No entanto, diante dos cortes que estão fazendo, parece improvável que esse tipo de aporte seja realizado no ano que vem. Um país ioiô na F1 mesmo conquistando 12 títulos de pilotos e 5 de equipes nos últimos 25 anos, os custos são altíssimos. O promotor da corrida disse que houve maior procura de ingressos para assistir a F2, que tem Mick Schumacher, do que para a própria F1.

Incrível perceber que os três principais pólos tradicionais da F1 pode estar de saída, talvez quatro (considerando que a corrida na Espanha sempre foi tradicional, mesmo quando só De La Rosa e Alonso passaram a disputar a categoria no início dos anos 2000 enquanto a grande paixão é a Moto GP)

O México, país que mais recebe público desde o retorno para a categoria em 2015, também está com um pé fora. Sem mais o apoio do governo federal, que cortou gastos, a tendência é que mesmo sendo um sucesso de público e carisma os mexicanos voltem a ficar ausentes, pra tristeza de Checo Pérez. Outro mercado importantíssimo na América Latina e no "espalhamento" da popularidade da categoria pelo mundo.

Pra fechar, parece que o tal GP de Miami ficou em stand-by. Os organizadores recuaram após os protestos das associações de moradores das áreas onde ficaria o circuito nos três dias de competição e vão tentar renegociar um novo traçado. Essa é a que menos importa. Ninguém se importa com mais corridas nos Estados Unidos e nem os americanos ficam empolgados com a categoria europeia.

Provavelmente nem todas fiquem fora, o que seria uma loucura. Trata-se apenas de uma questão de barganha, embora Alemanha, México e Espanha parecem, pelos relatos, distantes. Isso vai de encontro ao que disse Christian Horner, chefão da Red Bull, sobre o possível aumento do calendário para 23 etapas. Hoje, são 21 etapas. Com a inclusão de Vietnã e talvez Holanda, seriam 23. No entanto, sem Alemanha, Espanha e México, cairia pra 20, talvez 19, se a Inglaterra também der pra trás.

São todos circuitos importantíssimos em termos de negócios e marketing, alguns nem são grandes traçados e por isso não fariam falta (né, Espanha?). No entanto, a maioria é da fatia europeia, que basicamente sustenta o negócio. Diante do impasse nas negociações do novo Pacto de Concórdia e da cada vez maior dificuldade de negociar os caríssimos termos das taxas assinadas ainda por Bernie Ecclestone, não é exagero dizer que o futuro da categoria está ameaçado no médio/longo-prazo, principalmente também pela questão do uso dos combustíveis fósseis cada vez diminuírem em acordos das montadores e dos países.

O futuro é realmente sombrio ou mais uma vez estamos sendo assustados pelos boatos e ameaças de negociações de barganha? Abre o olho, bigodudo, Ross Brawn e Jean Todt.

Até!

terça-feira, 30 de abril de 2019

SABOTAGEM

Foto: Getty Images
É histórico na Fórmula 1 qualquer equipe que brigue por títulos ter um piloto 1B. Quando isso não acontece, o pau quebra e as consequências são irreversíveis, vide a Ferrari de Gilles e Didier Pironi, a Williams de Piquet e Mansell e a McLaren de Alonso e Hamilton, por exemplo. 

Em outros casos, quando há muito domínio, há a falsa sensação de disputa, seja porque a diferença em relação aos demais é muito grande, seja porque há muitos egos e competitividade envolvidos. Exemplos: Senna e Prost, Hill e Villeneuve, Rosberg e Hamilton e agora já querem colocar o Bottas na parada.

Ano passado, enquanto a Ferrari não tinha feito cagada, Bottas virou um baita piloto 1B. Este ano, pelo que me consta, vai ter uma "disputa". No entanto, caso os italianos reajam, certamente veremos Bottas ser preterido em prol do melhor piloto, o que é uma decisão normal e natural.

Bem, tudo isso para introduzir a questão Ferrari-Leclerc. É natural que viesse para ser um "escudeiro" de Vettel, apesar de um termo depreciativo e designado para quem realmente ganhou na loteria e parou numa grande equipe, naipe Irvine ou Kovalainen. Até mesmo Webber, Coulthard e Barrichello tiveram que se contentar com isso. Então, seria natural um início assim numa grande equipe, mas vamos lá:

Austrália: Leclerc teve que tirar o pé pra não passar Vettel, apesar de a Ferrari ter errado na estratégia com o alemão;
Bahrein: Leclerc ganharia a corrida se não fosse o problema no motor;

China: Leclerc servindo como escudeiro, parando no fim apenas para tentar atrapalhar as Mercedes;

Baku: A mesma coisa; pode-se argumentar que Leclerc errou no sábado e isso foi preponderante, mas de novo: outra estratégia equivocada e, nos dois casos, um quinto lugar, superado por Verstappen;

A Ferrari não se constrange em deixar um carro atrás até mesmo da Red Bull em prol de beneficiar um piloto que julga ser o principal para tentar deter os alemães. Acontece que esse piloto há tempos se tornou errático e vem tendo dificuldades, proporcionando até uma disputa equilibrada até aqui com Leclerc. O monegasco estaria na frente na tabela se tivesse confirmado a vitória no Bahrein.

Meu ponto não é simplesmente transformar Vettel em um segundão inútil ou aposentá-lo, apenas para que deixem os dois disputarem na pista. A Ferrari perde pontos imbecis até na disputa pelos construtores. Quando o carro não falha o piloto erra, aí é complicado.

Leclerc tem potencial e estimula a competição. A Ferrari precisa crescer internamente e parar de errar para depois tentar tirar a diferença que existe em relação a Mercedes ao invés de sabotar o jovem monegasco. Claro que Leclerc está desconfortável com isso, mas o que ele pode fazer? É o primeiro garoto em décadas que os italianos apostam, ele simplesmente não vai botar o pau na mesa e fazer uma rebelião. Hamilton era apadrinhado por Ron Dennis e a McLaren historicamente sempre foi mais liberal quanto a isso, então a comparação não é válida.

O primeiro passo para a Ferrari voltar a se organizar é parar de sabotar o jovem talentoso monegasco. Vettel não está no auge, o que torna a decisão ainda mais ridícula. Além de se prejudicar, a equipe se constrange. Quem agradece é a Mercedes.

Até!

segunda-feira, 29 de abril de 2019

BOTTADA

Foto: Getty Images
A Fórmula 1 nesta temporada vai me ajudar a escrever textos curtos. O problema é o ânimo para fazer isso.

Vamos lá. Corrida no Azerbaijão sem acidente é um lixo, como foi comprovado logo na abertura, em 2016. Nesta temporada, a cota de bizarrices foi preenchida com os eventos do final de semana.

Pois bem, diante de uma "dívida histórica", o destino deu a vitória que tirou no ano passado. Bottas largou na pole e venceu sem sustos, em uma corrida chatíssima. Hamilton tentou atacar no final, mas teve que se contentar com a segunda posição. Mais uma dobradinha, a quarta seguida. Nem a Williams de 1992 conseguiu isso, tampouco as do tempo de Schumacher nos anos 2000.

Hamilton disse que foi "muito amigável" na largada. De fato, se jogasse mais duro, certamente teria assumido a liderança. Foi a primeira vez no ano que o pole venceu uma corrida. Hamilton não parece enxergar o finlandês ainda como um rival, tal qual era Rosberg recentemente. Por enquanto?

A Mercedes deixando seus pilotos brigarem tem muito a ver com a costumeira incompetência da Ferrari. O mais incrível é que os italianos parecem cada vez mais empenhados em fazer uma cagada diferente a cada corrida. Leclerc, que desta vez fez bobagem no sábado, teve que partir para o plano B. Quando era líder com os pneus duros, a Ferrari simplesmente acabou com a corrida do monegasco, que só serviu de escudo para Vettel, que desta vez não fez nenhuma cagada. Resultado? Leclerc mais uma vez em quinto, incapaz de sequer se aproximar de Verstappen porque o rendimento com os macios era pífio. Ah, ele fez a volta mais rápida da corrida, mas quem se importa? Bom, por enquanto Bottas lidera o campeonato justamente por isso.

Não tem muito o que comentar. Sérgio Pérez, de quem sou fã, finalmente estreou na temporada com um ótimo sexto lugar. Até Stroll anda bem por lá e conseguiu um nono lugar. Outro grande destaque foi a McLaren, sem problemas e com os dois carros na zona de pontuação, os primeiros de Sainz e mais alguns de Norris. Parece animador para quem sequer passava do Q1 no ano passado. Raikkonen, beneficiado pelo abandono de Gasly, conquistou mais um pontinho. Aliás, o francês se continuar assim certamente será substituído pela Red Bull e não vai demorar muito...

A Renault, uma montadora, busca se reestruturar, mas a temporada até aqui é um fracasso. Hulk nem pontuou. Ricciardo, que vinha num bom ritmo e é considerado o "melhor ultrapassador" da F1, tentou uma manobra arriscada na curva 2, passou reto e impediu Kvyat de fazer a tangência. Não satisfeito, simplesmente deu a ré e acertou o torpedo russo. Os dois abandonaram. Isso é o retrato do australiano hoje na equipe francesa.É como o Cristiano Ronaldo indo pra Juventus e não passar das quartas da Champions, ou algo do tipo. O pior é ouvir letrinha do russo, que disse que ia comprar um retrovisor pra ele... se bem que Kvyat pode, afinal o derrotou em 2015.

O resto é mais do mesmo. Bottas parece estar na melhor forma da carreira, uma grande reviravolta para quem parecia descartado. Ocon não parece ser um cara de sorte. No entanto, ainda não acho o finlandês um concorrente para o título. Para derrotar Hamilton, é necessário nadar até águas profundas, sobreviver a entrada para o vale da morte e ter um pouco de sorte. Por enquanto está se saindo bem, mas resta saber como será o comportamento na segunda metade da temporada, quando Hamilton realmente engata.

Confira a classificação completa do GP do Azerbaijão:


Até!

sexta-feira, 26 de abril de 2019

BIZARRICES

Foto: Getty Images
Mais um dia nem tão normal assim no automobilismo e em Baku.

Logo em 10 minutos da primeira sessão de treinos livres, George Russell rasgava a reta tranquilamente até passar por cima de uma tampa de bueiro (!) que ficou exposta na pista. Claro, é um circuito de rua, normal ter isso. No entanto, não deixa de ser um amadorismo sem limites.

Bem, o assoalho e o câmbio foram danificados e a sessão foi cancelada. Não bastasse isso, o caminhão que retirava do carro da Williams bateu numa marquise e o fluido hidráulico do veículo começou a escorrer bem no FW42. Que fase... é o famoso "jogar pedra na cruz".




Imagina se uma coisa dessas acontece no Brasil... Bom, ao menos podemos provar as vezes que nem tudo na F1 é tão perfeccionista e profissional. Afinal, umas pataquadas dessas também servem pra quebrar o gelo.

Mas isso não foi tudo. O gran finale veio na F2.

Primeiro, apenas observem isso que o possante indiano Mahaveer Raghunathan (nome de CPU gerado por jogo asiático) fez:


Agora, o que Sean Gelael, que estava com problemas no motor do carro, fez com os pobres comissários azeris:




Um dia e tanto em Baku, que sempre promete corridas malucas e incidentes bizarros. Isso, para esta temporada, já não falta mais. Ansioso.

Ah sim: Leclerc foi o mais rápido no TL2 e Matsushita larga na pole na F2.

Até!

GP DO AZERBAIJÃO - PROGRAMAÇÃO

O circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, irá receber a F1 pela quarta vez na história. Em 2016, foi com a alcunha de GP da Europa. Desde 2017 que o autódromo recebe o Grande Prêmio do Azerbaijão.

Um circuito urbano tão estreito como o de Mônaco, com retas tão rápidas como em Montreal, no Canadá, e com quase tantas curvas quanto o de Singapura.

O traçado é de autoria do arquiteto Hermann Tilke, responsável pelos desenhos de diversas pistas do calendário. A prova passará por diversos pontos turísticos, mostrando a mescla entre a arquitetura medieval e os modernos arranha-céus da cidade.

O traçado terá 6km, apenas menor que uma volta ao circuito de Spa-Francorchamps. A pista terá 20 curvas, perdendo apenas para Singapura, com 23, e Abu Dhabi, com 21.

Mas a grande característica do circuito é sua largura. Ainda que o regulamento exija que as pistas devem ter no mínimo 12m de largura, em Baku isso será consideravelmente menor, com o máximo de 13m e, em determinados pontos apenas 7,6m. Os carros atualmente têm 1,8m de largura.

A partida e chegada terá lugar na praça Azadliq, um dos principais pontos turísticos de Baku. A velocidade máxima deverá rondar os 340 km/h no final da enorme reta do circuito.

Foto: Wikipédia

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:43.441 (Ferrari, 2017)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:40.593 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Daniel Ricciardo e Lewis Hamilton - 1x (2017) e (2018)

VERSTAPPEN SOBRE VETTEL: "NÃO É MÁGICO"

Foto: Racefans

O mau momento do alemão rende comentários gerais. Perguntado pela "La Gazzetta dello Sport", Max Verstappen falou sobre Seb:"Eu sempre achei Vettel um bom piloto, porque não dá para ganhar quatro títulos mundiais sem ser. Mas nunca achei que ele era mágico", afirmou.

O holandês explicou:

"Daniel Ricciardo conseguiu batê-lo na Red Bull e agora a confirmação com Leclerc, que também está deixando a vida dele muito difícil".

Pegando essa resposta como gancho, Max também falou sobre um dia voltar a ter um companheiro de equipe mais "salgado":

"Se algum dia houver a chance de que Leclerc e eu sejamos parceiros certamente vou aceitar esse desafio. O mesmo vale para Hamilton, que já tem cinco títulos mundiais, mas não me importo", disse.


Opinião é opinião e vocês já sabem sobre a minha por aqui. Então, a questão mais interessante desta entrevista é o fato de Max querer matar todos os desafios possíveis. Confiante e selvagem do jeito que é, gostaria que ele tivesse um carro capaz de ser campeão e não só por migalhas deixadas entre Mercedes e Ferrari. Ah, e que tivesse um cara tão talentoso quanto para brigar pelo campeonato. Aposto que não sou o único a querer isso.

MAS JÁ?

Foto: Getty Images
Raslan Razali, diretor de corridas do autódromo de Sepang, na Malásia, disse que o país está de olho em um retorno para a categoria. A última corrida disputada no circuito foi em 2017. Diante da insatisfação com o então contrato vigente, Sepang não quis renovar e apostou as fichas na MotoGP. Agora, com a Liberty Media, um novo acordo pode ser costurado.

Mas o retorno não seria tão breve. Mahathir Mohamad, primeiro ministro do país entre 1981 e 2003, foi o grande responsável pela entrada do país na F1, em 1999. No ano passado, ele voltou ao cargo. Portanto, o interesse existe.

“Ele já mostrou o interesse de que a Fórmula 1 retorne um dia. Mesmo assim, depois da última corrida em 2017, o país precisa esperar ao menos cinco anos para poder voltar”, disse.

Cinco anos em relação a 2017 seria 2022. No entanto, a Liberty tem outros planos e estratégias em diferentes países, como por exemplo mais uma prova nos Estados Unidos e a expansão por circuitos de rua na China, Dinamarca e até mesmo um retorno para a Holanda, visando maximizar o efeito Verstappen.

“A Fórmula 1 ainda vai seguir se desenvolvendo nos próximos dois ou três anos. As corridas também vão ficar melhores. Se eles [Liberty Media] quiserem mais corridas de rua... Talvez a gente queira voltar, mas eles não nos querem agora. Nós só podemos esperar”, encerrou.

Sepang nunca deveria ter saído. Já tinha virado um circuito tradicional, bonito e repleto de grandes corridas, sempre com o clima imprevisível. É a ficha 1 para voltar, sem dúvidas. Por mais circuitos e menos corridas de rua.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 68 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 62 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 39 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 37 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 36 pontos
6 - Pierre Gasly (Red Bull) - 13 pontos
7 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 12 pontos
8 - Lando Norris (McLaren) - 8 pontos
9 - Kevin Magnussen (Haas) - 8 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 6 pontos
11- Daniel Ricciardo (Renault) - 6 pontos
12- Sérgio Pérez (Racing Point) - 5 pontos
13- Alexander Albon (Toro Rosso) - 3 pontos
14- Lance Stroll (Racing Point) - 2 pontos
15- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 130 pontos
2 - Ferrari - 73 pontos
3 - Red Bull Honda - 52 pontos
4 - Alfa Romeo Ferrari - 12 pontos
5 - Renault - 12 pontos
6 - Haas Ferrari - 8 pontos
7 - McLaren Renault - 8 pontos
8 - Racing Point Mercedes - 7 pontos
9 - Toro Rosso Honda - 4 pontos

TRANSMISSÃO







quarta-feira, 24 de abril de 2019

A QUARTA CORRIDA

Foto: Motorsport
Olá, pessoal!

Como o Grande Prêmio do Azerbaijão não tem história suficiente para ser relembrada (afinal, está sendo disputada pela quarta vez - três como GP do Azerbaijão e uma como GP da Europa) e é a quarta etapa de uma temporada que até aqui tem o domínio, decidi relembrar de outras "quartas etapas" da era recente da Fórmula 1 que também tiveram domínios de uma equipe, mas diferentes.

Vamos lá:

2004 - SAN MARINO

O GP de San Marino sediado em Ímola na Itália e somente com esta nomenclatura para burlar o regulamento de que não poderia existir dois GPs em um mesmo país com a mesma alcunha, a corrida marcava o aniversário de dez anos de falecimento de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna. Durante o final de semana, o sobrinho Bruno e o grande amigo Gerhard Berger guiaram a mítica Lotus 86, emocionando a todos.

Na pista, a Ferrari mantinha o seu domínio, com Schumacher vencendo as três primeiras etapas. No entanto, a pole ficou com a surpreendente BAR Honda de Jenson Button, que debutava na "posição de honra". 

No entanto, Schummi logo deu o pulo do gato nas famosas voltas voadoras pré-reabastecimento e venceu pela quarta vez no ano, mantendo o 100% que depois garantiria o seu sétimo e último título mundial. Button foi o segundo e a Williams de Juan Pablo Montoya foi o terceiro. Alonso, Trulli, Barrichello, Ralf Schumacher e Kimi Raikkonen completaram a zona de pontuação, num grid que também tinham os brasileiros Felipe Massa na Sauber e Cristiano da Matta na Toyota.




2009 - BAHREIN

Foto: Getty Images
Esta é uma outra história que já contei, até recentemente. A Fórmula 1 vivia um novo momento, cortando gastos e sofrendo com a crise, que fez montadoras saírem da categoria. Com o novo regulamento, quem apostou no famoso difusor traseiro se deu bem, enquanto que as tradicionais Ferrari, McLaren e BMW ficaram para trás com a aposta no KERS, o sistema de recuperação de energia cinética.

Jenson Button liderava o campeonato com duas vitórias em três corridas, sendo que na Malásia a corrida teve menos da metade da duração e, portanto, valeu apenas metade dos pontos. Na etapa anterior, na China, o jovem Sebastian Vettel foi o responsável pela primeira vitória da história da Red Bull Racing, ele que também foi o primeiro e único vencedor pela equipe satélite, a Toro Rosso.

No confronto entre os dois, quem se deu bem no sábado foi a Toyota: Trulli e Glock fizeram a primeira dobradinha da história da equipe na primeira fila, com Vettel e Button na segunda fila. 

No entanto, durante a corrida, o melhor ritmo de corrida aliado a uma estratégia acertada fez Button vencer pela terceira vez em quatro etapas. Ele venceria mais duas em sequência para garantir uma vantagem irreversível, bastando somente administrar na reta final, onde a Brawn GP já havia sido superada pelas rivais, para se sagrar um dos campeões mundiais mais improváveis de toda a história. Vettel foi o segundo e Trulli o terceiro, seguido por Hamilton, Barrichello, Raikkonen, Glock e Alonso. O grid também contava com Nelsinho Piquet pela Renault (foi o décimo) e com Felipe Massa na Ferrari, que abandonou com problemas no carro do cavalinho rampante.


2014 - CHINA

Foto: Getty Images

O domínio da Mercedes já começa a ser uma fatia significativa da história deste esporte. Depois de três vitórias em três corridas, as flechas de prata partiram para a quarta vitória sem maiores problemas.

Com mais um treino na chuva, Hamilton evidenciava seu maior talento ao fazer mais uma pole. Em condições não tão desiguais, as Red Bull de Ricciardo e Vettel se intrometeram e o líder Nico Rosberg largou apenas em quarto.

Na corrida, sem chuva, um passeio da Mercedes sem maiores problemas e mais uma dobradinha, a terceira vitória de Lewis no ano. O cara responsável por agitar a bandeira fez isso uma volta antes, portanto a corrida teve uma volta a menos, o que ajudou Alonso e a Ferrari a garantir o terceiro lugar, apesar dos ataques de Ricciardo. Vettel foi o quinto, seguido por Hulkenberg, Bottas, Raikkonen, Pérez e Kvyat. Massa foi o 15° com a Williams.

Bom pessoal, essas foram as lembranças dessa semana. Até a próxima!

terça-feira, 16 de abril de 2019

ESTACA ZERO

Foto: Getty Images
Até 2015, o motor Mercedes reinava absoluto. A superioridade era tanta que a Williams virou quase segunda força naqueles tempos, impulsionado exclusivamente por isso. A Ferrari reagiu e mesmo a Red Bull brigando com a Renault, ela conseguiu se reequilibrar.

Passaram-se três ou quatro temporadas. A Ferrari ameaça mas ainda não consegue bater os alemães. Isso só prova que não é só motor a questão. Em três corridas, três comportamentos distintos do SF90, que dizem ser dotado de muita potência, mas confiabilidade e adaptação imprevisíveis. Se a única equipe capaz de deter as flechas de prata bate cabeça de todos os jeitos, é tudo que uma organização capaz, competente, rica e vencedora deseja.

A Renault não sai do lugar. Só agora que a Honda melhorou, podemos assim dizer. A Red Bull é refém disso. Sem dispor dos motores mais competitivos, ela se vira nos trinta para continuar na frente. A questão é: até quando?

Nunca a Fórmula 1 teve tanto tempo de domínio. Claro, ultimamente ela ficou definida por eras: a "era Schumacher", a "era Red Bull" e agora a "era Mercedes". Não existe nada a ser feito para evitar isso no mínimo até o ano que vem. As forças estão definidas e os pelotões estão bem espalhados. Não há margem para aproximação ou alguma embaralhação. O imprevisível não existe. Quebras de motor são raríssimas. Essa era a vantagem das décadas anteriores em termos de emoção e disputa: o imponderável.

Em tese, as coisas precisam ser modificadas para 2021. Terá a inexperiente Liberty Media capacidade para convencer quem realmente manda a mudar? A mão de ferro de Bernie faz falta nessas horas. Periga, na verdade, que as coisas continuem do jeito que estão: domínio de uma equipe, outra secundária, outra terciária, uma mistura no meio e alguém para completar no grid.

A Fórmula 1 volta a estaca zero de 2014, logo no início da era híbrida. Mercedes perfeita e o resto incapaz de detê-los. Até quando a Fórmula 1, o público e os patrocinadores irão aguentar este espetáculo tão chato e previsível? Ninguém vai querer saber de post divertido nas redes e tampouco de hashtags. Queremos briga, equilíbrio, emoção, disputa. Tudo o que não existe desde a era dos pneus "Farelli", que produziu o campeonato mais emocionante de todos os tempos em 2012.

A perspectiva não é nada boa. Te vira, Chase Carey!

Até!