segunda-feira, 25 de julho de 2016

DE VOLTA AO TOPO

Foto: Reprodução
O GP da Hungria voltou a normalidade: Chato, travado e com poucas emoções. Sem muitos incidentes, tudo praticamente ficou definido na largada, embora tenha havido duas belas disputas entre os carros da Red Bull e da Ferrari.

Depois da pole mandrake do Rosberg e da benevolência absurda da FIA com o incidente,  Hamilton reagiu espetacularmente bem. Fez a melhor largada do ano (uma novidade, pois nessa temporada esse é o seu grande calcanhar de Aquiles), passou o alemão na curva 2 e rumou para vitória. Administrou o ritmo a corrida inteira. Quando Rosberg se aproximava, Lewis respondia na medida certa e "brincava" na pista. Quinta vitória na temporada e, pela primeira vez, líder do campeonato, às vésperas das férias de verão europeu. 192 x 186. 5 vitórias nas últimas 7 corridas. Sinceramente, achei que o campeonato estava bem encaminhado para Rosberg. Me enganei. A disputa está muito aberta, faltam ainda 10 provas. De quebra, Hamilton ultrapassou Schumacher e agora é o maior vencedor do GP da Hungria, com cinco triunfos.

Rosberg sentiu a pressão. Apenas a vitória em Baku nas últimas sete. Corridas apáticas e incidentes duvidosos mostram a dificuldade do alemão em administrar o campeonato e a competição com seu companheiro de equipe. Embora jogue duro e faça o possível (e o impossível também), a realidade é dura: Hamilton é melhor que ele. O alemão precisa "torcer" para que o inglês tenha mais problemas no carro (Hamilton, em breve, terá que trocar motores e outras peças do carro e será penalizado - É a chance de Nico).

Foto: Reprodução
Ricciardo fez uma corrida segura e garantiu o terceiro lugar. Certamente estava satisfeito em superar Verstappen. A Ferrari, mais lenta, optou por uma tática melhor e pressionou as Red Bulls. Tanto Vettel quanto Raikkonen tentaram de tudo para ultrapassar Ricciardo e Verstappen, mas não conseguiram. O circuito travado e a ótima aerodinâmica dos taurinos fizeram a diferença. Aliás, eles erraram no pit de Verstappen, que chegou em quinto, atrás de Vettel e um pouco a frente de Raikkonen. A disputa dos dois foi o destaque. Raikkonen botava de um lado, Max fechava do outro e sustentava a posição. Chegaram a se tocar, mas nada demais. Kimi reclamava no rádio, mas nada adiantou. Em sexto, fez uma ótima corrida, saindo da 14a posição. Precisa de mais consistência, mas foi um destaques da prova, sem dúvida nenhuma.

Foto: Motorsport
Alonso foi extremamente regular: Ficou em sétimo em todas as sessões de treino e, claro, na corrida. A McLaren era a quarta força na Hungria e cumpriu seu papel. Crescimento pequeno, mas consistente. Entretanto, Button não teve a mesma sorte. Com problemas de pressão hidráulica, foi instruído no rádio pelos engenheiros, o que é proibido. Foi punido com um drive-thru e caiu para a última posição. Pouco depois, abandonou. Palmer, que vinha bem, rodou e perdeu a chance de pontuar pela primeira vez na temporada. 

Um fato que chamou a atenção foi Hamilton ter mostrado o dedo médio para Gutiérrez. O mexicano não respeitou a sinalização da bandeira azul (quando o retardatário dá passagem para quem vem atrás) e fez o inglês perder tempo. Irritado, mostrou o tal dedo no momento em que passou a Haas do mexicano, que foi punido com acréscimo de cinco segundos por não respeitar as bandeiras.. Hamilton errou, assim como Gutiérrez que, aliás, nem deveria estar na F1. Segue a saga em busca de ao menos um pontinho na temporada, fato que Wehrlein e Vandoorne conseguiram.

Foto: Reprodução

Sainz, Bottas e Hulkenberg completaram o top 10. Kvyat foi o 16°. Claramente o russo sucumbiu mentalmente após ser rebaixado. Será o melhor para ele e a Red Bull/Toro Rosso seguirem caminhos distintos no ano que vem. O problema de Kvyat é se ele consegue vaga em outra equipe. Outro que caminha para a despedida da categoria é Felipe Massa. Depois de bater no treino, a equipe não conseguiu balancear e alinhar o carro. O brasileiro reclamou que o volante estava "pesado para um lado e leve para o outro". Com isso, foi apenas o 18°, 1 volta atrás do 17°, o brasileiro Felipe Nasr. Uma das piores, senão a pior corrida da carreira de Massa. O outro Felipe superou o companheiro de equipe Ericsson, que foi o 20°.

Confira a classificação final do GP da Hungria:

A próxima prova será o retorno do Grande Prêmio da Alemanha, depois de um ano afastado, já na semana que vem, nos dias 29, 30 e 31 de julho. Até!


sábado, 23 de julho de 2016

A DESPEDIDA DO MESTRE - FINAL

Foto: Motorsport
Era para ser "apenas" um post sobre a vida e carreira de Peter Sauber no comando da sua equipe, mas o cidadão aqui se empolgou e resolveu fazer uma retrospectiva da Sauber, desde os primórdios até os dias atuais. No primeiro post, falei da fase inicial da equipe até a chegada na F1 e os primeiros passos. No segundo post, continuei a trajetória da equipe, da ascensão, a venda para a BMW até o fim da parceria e o retorno de Peter Sauber como dono principal de sua própria equipe. Agora, vamos terminar essa saga.

Em 2010, os suíços anunciaram Kamui Kobayashi, que estava na Toyota e o interminável espanhol Pedro De La Rosa como pilotos da temporada. Apesar de uma boa pré-temporada, o carro apresentou muitos problemas mecânicos e demorou para marcar os primeiros pontos (o primeiro foi de Koba, no GP da Turquia). Após o GP da Itália, quase na parte final do ano, De La Rosa foi substituído por outro interminável e símbolo do time, Nick Heidfeld.

Em 2011, Heidfeld foi substituído pelo jovem Sérgio "Checo" Pérez, bancado pela grana de Carlos Slim. Kobayashi foi mantido, e mais uma vez uma dupla jovem pilotava a equipe suíça. O grande fato da temporada foi o mexicano ter batido no treino classificatório de Mônaco à la Wendlinger e ter se ausentado da corrida. Semanas depois, no Canadá, se sentiu mal depois de alguns treinos (ocasionados pelo acidente) e foi substituído por ele, o eterno De La Rosa. 


2012 foi uma ótima temporada para os suíços. Com a dupla de pilotos mantida, Pérez esteve perto de vencer o GP da Malásia, quando estranhamente errou, quase bateu e não atacou Alonso, chegando em segundo. O mexicano, aliás, fez mais dois pódios no ano: Canadá (3°) e Itália (2°), sempre com a estratégia de prolongar os stints e retornando para a pista com pneus mais novos que os demais. Kobayashi também foi uma vez ao pódio, justamente no Japão, igualando o feito do compatriota Aguri Suzuki. Nesta temporada, também, ficou marcada a saída de Peter como chefe de equipe, substituído pela indiana Monisha Kalterborn. Os 126 pontos conquistados foram a melhor marca da Sauber como equipe independente.

Pérez em Montreal/2012, quando ficou em terceiro lugar. Foto: Sauber/Divulgação
Para 2013, mudanças nos dois pilotos: Pérez foi para McLaren substituir Hamilton, que havia ido para a Mercedes. Kobayashi foi dispensado por falta de patrocínio. Com isso, a Sauber contratou Hulkenberg, que estava na Force India, e efetivou o piloto de testes e também mexicano Esteban Gutiérrez. O alemão guiou muito bem durante a temporada, com destaque para o GP da Coreia do Sul. Entretanto, o desempenho em relação ao ano anterior caiu, e a equipe marcou apenas 57 pontos. Os primeiros problemas financeiros começaram a aparecer. Com atraso no pagamento de salários, Hulkenberg saiu e voltou para a Force India. Gutiérrez permaneceu e foi contratado Sutil, recém saído da própria equipe indiana.

2014 foi um ano lamentável para a Sauber. A piora na crise financeira foi de menos. Os suíços conseguiram a proeza de terminar o ano zerados, atrás da Marussia. Os dois saíram, e a equipe ainda teve que pagar uma multa milionária para Van der Garde, por ter assinado com ele e não ter assumido o volante, além de outros quatro pilotos - Sutil, Bianchi, Nasr e Ericsson. Os dois últimos foram os que pilotaram a equipe nos últimos dois anos. Nasr chegou a conquistar bons resultados ano passado (dois 5° lugares - Austrália e Rússia), mas a falta de recursos impede que a Sauber consiga ir além, e acabou sendo ultrapassada pela concorrência.

Hulk a bordo do C32, em 2013. Foto: Wikipédia

Para finalizar a série, a venda: A Sauber foi adquirida pela empresa suíça Longbow Finance (braço direito da sueca Tetra Pak...), que atua "há 20 anos". Monisha, bastante criticada nos últimos anos, manteve-se como membra do Conselho de Diretores, Diretora-Executiva e Chefe da Equipe.

Com isso, Peter Sauber decidiu se aposentar. Ele já estava gradativamente se afastando da F1, comparecendo em poucas corridas. Será substituído por Pascal Picci. Peter irá, merecidamente, desfrutar da "aposentadoria", depois de tudo que fez pelo automobilismo e pelo grupo que idealizou e criou desde os anos 1970.

Não há como não gostar da Sauber. Mesmo sem ser uma equipe, ela serviu como porta de entrada para muitos jovens de talento na F1: Wendlinger, Raikkonen, Massa, Kubica, Pérez, Heidfeld, Nasr (por quê não?), além de tantos outros experientes como Alesi, Villeneuve, Frentzen, De La Rosa e Fisichella. A paixão de Peter Sauber pelo automobilismo é o seu grande legado. 

Isso me faz lembrar de Frank Williams... Vida longa ao SIR!!

Sobre a tal parceria: Me parece aos moldes da Hispania e Lotus, recentemente, que não duraram muito. Ou seja: Primeiramente, pode ter sido a "salvação da lavoura". Segundamente, creio, não aposto que essa empresa ficará mais de três anos com a Sauber na Fórmula 1. É torcer para que eu esteja enganado.

E essa foi a série sobre a Sauber. Quem sabe, no futuro, outra equipe não seja tema do "quadro"?

Até!



sexta-feira, 22 de julho de 2016

A BRUXA TÁ SOLTA!

Foto: Getty Images
O mundo da F1 amanheceu com a surpreendente notícia da renovação de contrato de Nico Rosberg com a Mercedes até 2018. Com isso, o alemão vai alcançar, no mínimo, a marca de 9 temporadas com os flechas de prata, uma marca significativa. De cabeça, lembro apenas de Schumacher, Coulthard, Jim Clark e Lafitte. Valeu o esforço de Gerhard Berger, que intermediou o acordo.

Dentro da pista, Hamilton foi ligeiramente superior ao companheiro de equipe, no TL1. Foram seguidos de Ferrari (Vettel e Raikkonen), Red Bull (Ricciardo e Verstappen) e McLaren (Alonso). Grosjean e as Force India (Hulkenberg e Pérez) completaram o top 11. Logo atrás, Massa e Bottas. A princípio, o treino delimitou a ordem das equipes para esse final de semana. O treino contou com a presença dos jovens Charles Leclerc (Haas) e Esteban Ocon (Renault). Gutiérrez e Magnussen cederam os carros. Na Sauber, Nasr foi o 17°, enquanto Ericsson ficou em 15°.

A zica tá forte pelos lados do cavalinho rampante. Pela terceira corrida consecutiva, Vettel irá trocar o câmbio de seu carro, perdendo cinco posições no grid de largada. Se a Ferrari não der condições para seus pilotos, será difícil apresentar o resultado que eles querem. E assim Arrivabene é, aos poucos, cada vez mais tostado no seu cargo... Outro que está prestes a sair é James Allison. Renault e McLaren seriam os interessados. Explicável o interesse em repatriar Ross Brawn, mas, como já escrevi antes, não será o suficiente para tornar a Ferrari competitiva a ponto de brigar por títulos.

Foto: Reprodução
No TL2, Hamilton escapou logo no início do treino e bateu lateralmente no muro. A asa dianteira ficou danificada e o inglês recolheu para os boxes. Como sofreu uma desaceleração de 10G, ele foi obrigado a cumprir procedimentos protocolares no centro médico do circuito, realizando exames. Hamilton foi liberado logo depois e não voltou mais a pista. Terminou a sessão em quinto. O líder foi Rosberg.

Impressionante que, mesmo diante de um circuito travado, a Mercedes foi 1s5 mais rápida que o terceiro colocado (Vettel). É muita vantagem. Salvo grandes incidentes, a corrida será uma procissão, o que geralmente acontece na Hungria, exceção dos dois últimos anos, onde tivemos corridas bem animadas. Bom, voltando ao TL2: Ricciardo ficou em segundo, Vettel em terceiro e Verstappen em quarto. Raikkonen ficou sexto. Outra vez, a McLaren fechou em 7-8, com Alonso e Button. Boas chances dos dois classificarem para o Q3, o que seria inédito.

Notícia boa: Massa foi mais rápido que Bottas nos dois treinos. Má notícia: É o 12°, e são pequenas a chances da Williams realizar uma boa corrida. Nada anormal, dadas as características da pista. Felipe Nasr teve um problema com sua Sauber e abandonou antes do fim do treino com o 20° tempo. Ericsson foi o 18°.

Sobre sensores nas zebras, com a palavra, Daniil Kvyat:

“As zebras são uma piada. Estas zebras são uma merda absoluta.Pense apenas em qualquer palavra ruim que conseguir imaginar e vai nessa.Agora nós temos de confiar em algum novo sensor. Não entendo isso. Nós só precisamos colocar grama lá.Está perdendo tanto — deveria ser você vai para a grama, vai para a brita e é isso. Mas aí, os pilotos forçam o limite e as linhas brancas não são suficientes.
Se você vai para Zandvoort e coloca duas linhas para for a da pista, você perde um dia, porque vai para o muro.Agora você perde seu tempo de volta se tem algum sensor que diz que você foi longe demais. Nós estamos fazendo muito pela segurança, mas algumas coisas que tínhamos no passado que eram old-style deveriam ser mantidas. Não podemos simplesmente pintar a pista com linhas.

Sem mais, meritíssimo:

Confira os tempos dos primeiros treinos livres para o Grande Prêmio da Hungria:





A DESPEDIDA DO MESTRE - PARTE 2

Foto: Pinterest
Era para ser "apenas" um post sobre a vida e carreira de Peter Sauber no comando da sua equipe, mas o cidadão aqui se empolgou e resolveu fazer uma retrospectiva da Sauber, desde os primórdios até os dias atuais. No primeiro post, falei da fase inicial da equipe até a chegada na F1 e os primeiros passos.

Bom, estamos em 2001. Depois de três anos horríveis, a parceria Sauber + Ferrari + Petronas estava muito pressionada e precisava de resultados. Eis que a escuderia suíça tratou de receber mais críticas em um movimento arriscado, por muitos irresponsável: A contratação de um jovem finlandês chamado Kimi Raikkonen, de apenas 21 anos, com poucas participações nos monopostos. Kimi recebeu uma superlicença da FIA e a promessa de Peter que o jovem finlandês iria se sair bem. Além dele, foi trazido outro jovem: O campeão da F2000 em 1999 e que estreou na Prost em 2000, Nick Heidfeld.

E como a temporada foi boa: Na corrida de estreia, o alemão largou em quarto e o finlandês em sexto. Os dois pontuaram. No GP Brasil, Heidfeld conquistou um espetacular terceiro lugar. No fim da temporada, a equipe alcançou a maior pontuação e maior colocação na história da Sauber: O 4° lugar, com 21 pontos, atrás de Ferrari, McLaren e Williams. No fim do ano, Raikkonen foi contratado para substituir o compatriota Mika Hakkinen na McLaren. Heidfeld foi mantido e para o lugar de Kimi foi contratado o jovem brasileiro Felipe Massa, piloto de testes da Ferrari.

Raikkonen e Heidfeld no C20. Foto: Auto123
Campeão da F3000 em 2001, o brasileiro não foi tão bem. Aliás, nem a Sauber foi. Apenas 11 pontos na tabela e o 5° lugar nos construtores, também superado pela estreante Renault. Discreto, Massa não agradou e Peter Sauber chamou Heinz-Herald Frentzen novamente para o time. O alemão estava recém saído da Arrows. Heidfeld continua por mais uma temporada.

Mesmo com a nova regra da F1 permitindo pontuação aos oito primeiros colocados, a Sauber manteve-se com desempenho irregular: 19 pontos e o sexto lugar na tabela de construtores. O grande ponto positivo daquele ano foi o GP dos Estados Unidos, onde Frentzen chegou em terceiro (marcando seu último pódio na carreira) e Heidfeld em quinto.

Felipe Massa na Sauber, em 2002. Foto: Getty Images
Para 2004, mudanças: Frentzen foi dispensado e Heidfeld contratado pela Jordan. Com isso, Felipe Massa retornou para a equipe e Peter trouxe Fisichella da própria Jordan, onde venceu o GP Brasil de 2003 e se destacou pela Benetton nos anos 90 e início da década de 2000. Foi uma temporada espetacular. Massa e Fisico marcaram o maior número de pontos da história da Sauber em um mesmo ano: 34, 22 de Fisichella contra 12 de Massa.

Em 2005, Massa permanece na Sauber, enquanto Fisichella é chamado para correr na Renault. Seu substituto é o campeão da temporada de 1997, Jacques Villeneuve. Com Massa e Villeneuve enfrentando problemas de convívio (Massa contou inclusive que chegou a urinar em uma garrafa do canadense). Na pista, 20 pontos para os suíços e o sétimo lugar nos construtores. Foi o último ano da parceria com a Petronas.

Villeneuve na Sauber, em 2005, o último com a parceria da Petronas. Foto: Wikipédia
A Petronas rompeu com a Ferrari e deixou de fornecer motores, mas manteve-se como patrocinadora da equipe. Com isso,  Peter Sauber aproveitou a brecha para vender a equipe para a BMW, que havia recém rompido sua parceria com a Williams. Com isso, iniciava-se uma nova era: A BMW Sauber F1 Team.

Peter Sauber manteve funções administrativas na equipe. Para a temporada, foram escolhidos Jacques Villeneuve e o retorno do velho conhecido Nick Heidfeld. Entretanto, o canadense não era unanimidade dentro da equipe e, após algumas corridas com desempenhos bem abaixo do companheiro, foi demitido e substituído pelo jovem polonês Robert Kubica. Heidfeld manteve-se constante na temporada, marcando bons pontos. No caótico GP da Hungria, o alemão conseguiu o primeiro pódio da temporada. Duas corridas depois foi a vez de Kubica, na Itália. No fim do ano, quinto lugar nos construtores, com 36 pontos.

Em 2007, os suíços se afirmaram como terceira força, atrás de McLaren e Ferrari, com os dois praticamente garantindo a quinta e sexta posição das corridas. Heidfeld conseguiu os únicos dois pódios da equipe, na Hungria e no Canadá, circuito este marcado pelo fortíssimo acidente de Kubica, que quebrou o tornozelo e ficou ausente de algumas provas. Seu substituto? Um jovem alemão chamado Sebastian Vettel. Em sua estreia, nos Estados Unidos, conseguiu pontuar, sendo até então o mais jovem da história da categoria a atingir tal feito, com 19 anos. Kubica retornou e a Sauber somou 101 pontos, sendo vice-campeã dos construtores após a McLaren ter sido excluída da classificação, em virtude do escândalo de espionagem.


Heidfeld. em 2007. Foto: Wikipédia
2008 foi o grande ano da escuderia. Ironicamente, as melhores temporadas da Sauber foi quando Peter não era o "chefão". Na Austrália, Kubica larga em segundo e Heidfeld completa a corrida nesta posição. Na Malásia, Kubica foi o segundo. No Bahrein, a primeira pole da equipe, também com o polonês. Até que surge o momento histórico: Exatamente na mesma pista onde havia sofrido um gravíssimo acidente no ano anterior, Robert Kubica venceu no Canadá pela primeira vez na carreira (e da Sauber, claro), com Heidfeld em segundo (e, portanto, uma dobradinha!). Naquele momento, o polonês era o líder do campeonato. Entretanto, a Sauber perdeu rendimento na segunda metade da temporada e ficou para trás.



Em 2009, a BMW Sauber surgia como favorita ao título. Após desenvolver bem o sistema do KERS e andar na pré-temporada, parecia tudo pronto para que os suíços e alemães finalmente pudessem ser protagonistas. Kubica brigava com Vettel pela segunda posição na Austrália, quando bateram. Depois, a equipe caiu muito de rendimento. Na metade da temporada, Kubica tinha apenas dois pontos e Heidfeld seis. Patético. Diante disso, a BMW Sauber anuncia que iria se retirar da F1 no final da temporada.

Curiosamente, o desempenho da equipe melhorou na metade final, com as atualizações dos componentes dos carros. Entretanto, a equipe somou apenas 36 pontos (19 de Heidfeld e 17 de Kubica). O grande drama era a manutenção da Sauber. Sem o apoio da BMW, que se retirava em definitivo da F1, Peter Sauber tinha uma grave dificuldade para recomprar sua equipe: O fato dos alemães não terem inscrito a BMW Sauber para a próxima temporada da F1. Com isso, perderam a vaga para a Lotus. A BMW, a princípio, tentou negociar com a empresa Qadbak. Diante do insucesso, restou aos alemães revenderem para Peter Sauber, que em novembro de 2009 reassumiu o controle absoluto de sua equipe. Entretanto, a Sauber só conseguiu a vaga para F1 em 2010 com a desistência da Toyota.

Mesmo com a parceria desfeita, em 2010 os suíços utilizaram o nome BMW Sauber F1 Team, para que não fossem perdidos os benefícios financeiros oriundos da última temporada, quando terminaram em sexto lugar nos construtores.

Na última parte da nossa saga, contaremos os últimos anos da equipe e o desfecho da grave crise financeira da equipe suíça! Até lá!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

GP DA HUNGRIA - Programação

O Grande Prêmio da Hungria (Magyar Nagydíj, em húngaro) foi disputado pela primeira vez em 1936, no circuito urbano de Népliget, na cidade de Budapeste. Somente em 1986 voltou a ser disputado, quando entrou para o calendário da Fórmula 1, agora no sinuoso e travado circuito de Hungaroring.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:19.071 (Ferrari, 2004)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:18.773 (RBR, 2010)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher (1994, 1998, 2001 e 2004) e Lewis Hamilton (2007, 2009, 2012 e 2013) - 4x

FITTIPALDI CONSEGUE SUSPENSÃO DA PENHORA DE CARROS E TROFÉUS

Foto: Grande Prêmio
De acordo com as informações do UOL Esporte, os objetos devem retornar ao Museu Fittipaldi, local onde originalmente ficavam os pertences. A Copersucar Fittipaldi de 1977 e a Penske de 1989 estavam no galpão do banco ABC, empresa que iniciou o processo judicial. 

É um alento para quem, há três meses, via o mundo cair após a veiculação da reportagem da TV Record. Na ocasião, a emissora afirmou que o ex-piloto deve cerca de R$ 27 milhões a Justiça, com muitos credores entrando na Justiça para reaver o dinheiro devido.

Boa parte das dívidas se deu quando Emerson foi um dos organizadores das 6 Horas de São Paulo do Mundial de Endurance (WEC), em Interlagos, nos anos de 2012, 2013 e 2014. Em virtude disso, a FIA retirou o circuito do calendário. Tomara que Emerson consiga resolver seus problemas financeiros.

HARYANTO PODE SE DESPEDIR DA MANOR APÓS GP DA HUNGRIA

Foto: Motorsport
A informação é da revista italiana Motorsport.it. Segundo informações, o prazo que a Manor deu para que os patrocinadores do indonésio paguem o valor de 7 milhões de euros (R$ 24 milhões). Os potenciais substitutos de Haryanto seriam Alexander Rossi, que recentemente venceu as 500 milhas de Indianapólis e mantém contrato com a equipe, e o britânico Will Stevens. Ambos formavam a dupla da Manor no final da temporada passada.

Segundo o agente de Haryanto, Piers Hunniset, o indonésio deve ser substituído no GP da Alemanha (na semana que vem) e admitiu que não tem certeza sobre como "essa história vai terminar". A Manor não se manifestou oficialmente. Equipe pequena precisa de dinheiro. Sem dinheiro, sem equipe. A frase vale tanto para a Manor quanto para Haryanto.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 168 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 167 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 106 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 100 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 98 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 90 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 54 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 47 pontos
9 - Felipe Massa (Williams) - 38 pontos
10- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
11- Nico Hulkenberg (Force India) - 26 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 26 pontos
13- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 23 pontos
14- Fernando Alonso (McLaren) - 18 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 13 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 335 pontos
2 - Ferrari - 204 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 190 pontos
4 - Williams Mercedes - 92 pontos
5 - Force India Mercedes - 73 pontos
6 - Toro Rosso Ferrari - 49 pontos
7 - McLaren Honda - 32 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 6 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO








A DESPEDIDA DO MESTRE - PARTE 1

Foto: Divulgação
Mais relevante que a venda da Sauber para o tal grupo Longbow Finance (que não tem site, tampouco redes sociais - é apenas o braço direito da empresa sueca Tetra Pak), a notícia impactante do dia no mundo do automobilismo é o adeus em definitivo do mentor Peter Sauber da sua própria equipe. Não, ele não morreu. Apenas irá curtir a aposentadoria, aos 73 anos de idade.

A história de Peter com o automobilismo começa nos anos 1970, quando ele cria o C1, o primeiro carro. O ''C" desde sempre acompanhou o nome dos carros da equipe, uma homenagem de Peter a esposa, Christiane. Começou competindo nos campeonatos suíços. Depois, passou a partir das 24 horas de Le Mans, em 1977. 

Nos anos 1980, passou a construir os carros da BMW M1, vencendo os 1000 km de Nurburgring em 1981. Em 1985, começaram a parceria com a Mercedes. Em 1989, a consagração: Vitória em Le Mans, com o trio Jochen Mass, Manuel Reuter (alemães) e Stanley Dickens (sueco). Aliás, Michael Schumacher pilotou pela equipe na Sportscar Championship de 1990, além de Karl Wendlinger.

Sauber C9, 1989. Foto: Rodrigo Mattar
Em 1991, Peter tinha o desejo de ingressar na F1. A Mercedes foi contra. Com isso, Sauber entrou na categoria por conta própria, estreando em 1993, com motores Ilmor. A dupla de pilotos foram o finlandês J.J. Lehto e o "protegido" Wendlinger. A equipe ficou em sexto lugar, com 12 pontos - 7 de Wendlinger (11°) e 5 de Lehto (13°). O bom desempenho na temporada inaugural convenceu a Mercedes a bancar o projeto, comprando 25% que a Chevrolet detinha sobre a Ilmor, tomando a montadora e rebatizando o motor para "Mercedes-Ilmor".

Com o estreante Heinz-Herald Frentzen e Wendlinger, a equipe manteve os mesmos 12 pontos da temporada anterior, mas dessa vez ficando na 8a posição nos construtores. No GP de Mônaco, corrida seguinte ao fatídico GP em Ímola, outro susto: Wendlinger bate forte na saída do túnel. Ele ficou em coma por várias semanas e não correu mais naquela temporada. Peter deu ordem para Frentzen não participar da corrida de domingo. Foi substituído rapidamente por De Cesaris, que posteriormente deu lugar ao retorno de Lehto.



Schumacher testando o C16 em um teste secreto em Mugello, 1997. Foto: Pezzolo.TV
Naquele mesmo ano, a Mercedes fez um acordo de fornecimento de motores com a McLaren, o que obrigou a Sauber a fechar contrato com outra montadora para 1995, a Ford. Frentzen foi mantido e Wendlinger voltou recuperado do acidente. Entretanto, o austríaco não voltou a ter os mesmos desempenhos de anteriormente, abandonando 3 das 4 etapas inciais do campeonato. Foi substituído pelo francês campeão da F3000 em 1994, Jean-Christophe Boullion. Finalmente a equipe alcançou o primeiro pódio: o terceiro lugar de Frentzen no GP da Itália. Wendlinger retorna, mas desmotivado, não pontuou e abandonou a F1. A Sauber fez 18 pontos e ficou em sexto lugar nos construtores.

Em 1996, o experiente Johnny Herbert foi contratado e a equipe passou a utilizar a pintura que ficou tão conhecida. Entretanto, foi um ano péssimo: Muitos abandonos (a equipe pontuou em apenas 3 das 16 etapas). A única coisa boa foi o terceiro lugar de Herbert no histórico GP de Mônaco vencido pela Ligier de Olivier Panis.

Em 1997, Peter acerta uma parceria para utilizar os antigos motores da Ferrari, rebatizando de Petronas, a empresa estatal de gás e petróleo da Malásia. Herbert foi mantido e conseguiu outro pódio, o terceiro lugar no GP da Hungria, também marcado pela quase vitória de Damon Hill pela Arrows. O inglês fez 15 dos 16 pontos da escuderia suíça naquela temporada (7° lugar nos construtores), marcada pela presença de outros três pilotos: O começo com o italiano Nicola Larini, que brigou com Peter após o GP de Mônaco e foi demitido e também a presença do compatriota Gianni Morbidelli (afastado da F1 desde 1995) e do argentino Norberto Fontana, que não pontuaram.

Herbert e o C17, em Melbourne/1998. Foto: Pinterest
Os três anos seguintes foram horríveis para a Sauber. Em 1998, o experiente francês Jean Alesi foi contratado para fazer dupla com Herbert. Parecia que ia dar certo, porém foram conquistados apenas 10 pontos (4 do terceiro lugar de Alesi na Bélgica), enquanto Herbert pontuou apenas na Austrália, com um quinto lugar. A equipe ficou em sexto lugar nos construtores, muito em conta da ampla superioridade de McLaren e Ferrari que, juntas, somaram 289 pontos.

Alesi foi mantido e o brasileiro Pedro Paulo Diniz foi contratado para a temporada de 1999, a pior da equipe até então. A equipe teve apenas 5 sexto lugares, marcando apenas 5 pontos no ano. Os carros quebraram em cerca de 75% das corridas da temporada. Os suíços só ficaram a frente da Minardi e da Arrows, que marcaram 1 ponto cada uma. 

Em 2000, Mika Salo, vindo de passagens na Ferrari e BAR como tampão, se juntou a Diniz. O brasileiro passou zerado, enquanto Salo conquistou 6 pontos (dois quinto lugares e dois sextos), um a mais que no ano anterior. Se o desempenho não foi tão exuberante, ao menos o carro não quebrou tanto, o que indicava um caminho para evolução.

Jean Alesi e o C18 em Magny Cours/1999. Foto: Getty Images

Adoraria poder escrever mais. Todavia, está tarde e já deveria estar dormindo há algum tempo. Prometo que em breve continuarei o post, que era apenas para falar de Peter Sauber, mas que no fim virou a "saga da Sauber" hahaha

Até mais!

terça-feira, 19 de julho de 2016

RETORNOS DE VELHOS CONHECIDOS?

Foto: Wikipédia
A informação é da imprensa italiana: O contrato entre os administradores do Autódromo Enzo e Dino Ferrari (Ímola) e Bernie Ecclestone já foi assinado. Ímola estaria retornando para a F1 no ano que vem, substituindo a icônica pista de Monza.

Entretanto, o presidente do Automobile Club D'Italia (ACI), Angelo Sticchi Damiani continua apoiando Monza, apesar dos problemas financeiros do local. Não se descarta uma solução semelhante a Alemanha: A alternância entre circuitos.

A última vez que a F1 visitou Ímola foi em 2006. O circuito saiu do calendário em virtude da exigência de Bernie na realização de reformas no local, que estava defasado para receber a categoria. Monza não pode sair da F1 de jeito nenhum! Entretanto, o retorno de Ímola não seria ruim.. Aliás, o ideal é que as duas estivessem no calendário e retirassem uma (ou várias) daquelas pistas chatas do Hermann Tilke no Oriente Médio e Ásia, onde não existem fãs da categoria, apenas sheiks interessados em tirar fotos com um carro de F1 no fundo e torrar a grana do petróleo. Uma pena, mas vamos aguardar o que há por vir...

Foto: Turkiye F1
A outra especulação também vem da Itália: Diante da falta de vitórias, a Ferrari busca soluções para apaziguar os ânimos. Em reuniões, Maurizio Arrivabene e Sérgio Manchionne desejam o retorno de Ross Brawn para o cargo de consultor da equipe. O inglês está afastado da F1 desde 2013, quando deixou a Mercedes. Ele recusou a primeira proposta dos italianos e atualmente curte a aposentadoria.

Ross Brawn era um dos cabeças da grande hegemonia da Ferrari entre 2000 e 2004. Deixou a escuderia em 2006, passou por um ano sabático em 2007 e retornou a F1 na Honda, em 2008. Em 2009, foi chefe da própria equipe, a Brawn GP, e depois manteve-se na Mercedes, que comprou o seu espólio.

O momento da Ferrari é conturbado: Apenas uma boa temporada no ano passado, quando venceu três corridas com Vettel, a equipe ainda não desencantou nesse ano. Pior: Diversos problemas de confiabilidade afetam o desempenho da Scuderia (principalmente de Vettel). A imprensa e a própria cúpula criticam e cobram resultados imediatos. Brawn atualmente tem 61 e declarou que não sente mais vontade de viajar para 21 corridas e nem assumir um tipo de compromisso necessário para um projeto vitorioso na F1, como anteriormente. O acordo é difícil, mas a Ferrari segue tentando.

É a velha fórmula da solução mágica + saudosismo que tanto assola os clubes de futebol do Brasil, que também age na Ferrari. Se é para trazer Ross Brawn, tragam de volta também Jean Todt, Rory Bryne e Michael Schumacher, permitindo os testes durante toda a temporada. Assim fica mais fácil.

Até a próxima!