sábado, 23 de julho de 2016

A DESPEDIDA DO MESTRE - FINAL

Foto: Motorsport
Era para ser "apenas" um post sobre a vida e carreira de Peter Sauber no comando da sua equipe, mas o cidadão aqui se empolgou e resolveu fazer uma retrospectiva da Sauber, desde os primórdios até os dias atuais. No primeiro post, falei da fase inicial da equipe até a chegada na F1 e os primeiros passos. No segundo post, continuei a trajetória da equipe, da ascensão, a venda para a BMW até o fim da parceria e o retorno de Peter Sauber como dono principal de sua própria equipe. Agora, vamos terminar essa saga.

Em 2010, os suíços anunciaram Kamui Kobayashi, que estava na Toyota e o interminável espanhol Pedro De La Rosa como pilotos da temporada. Apesar de uma boa pré-temporada, o carro apresentou muitos problemas mecânicos e demorou para marcar os primeiros pontos (o primeiro foi de Koba, no GP da Turquia). Após o GP da Itália, quase na parte final do ano, De La Rosa foi substituído por outro interminável e símbolo do time, Nick Heidfeld.

Em 2011, Heidfeld foi substituído pelo jovem Sérgio "Checo" Pérez, bancado pela grana de Carlos Slim. Kobayashi foi mantido, e mais uma vez uma dupla jovem pilotava a equipe suíça. O grande fato da temporada foi o mexicano ter batido no treino classificatório de Mônaco à la Wendlinger e ter se ausentado da corrida. Semanas depois, no Canadá, se sentiu mal depois de alguns treinos (ocasionados pelo acidente) e foi substituído por ele, o eterno De La Rosa. 


2012 foi uma ótima temporada para os suíços. Com a dupla de pilotos mantida, Pérez esteve perto de vencer o GP da Malásia, quando estranhamente errou, quase bateu e não atacou Alonso, chegando em segundo. O mexicano, aliás, fez mais dois pódios no ano: Canadá (3°) e Itália (2°), sempre com a estratégia de prolongar os stints e retornando para a pista com pneus mais novos que os demais. Kobayashi também foi uma vez ao pódio, justamente no Japão, igualando o feito do compatriota Aguri Suzuki. Nesta temporada, também, ficou marcada a saída de Peter como chefe de equipe, substituído pela indiana Monisha Kalterborn. Os 126 pontos conquistados foram a melhor marca da Sauber como equipe independente.

Pérez em Montreal/2012, quando ficou em terceiro lugar. Foto: Sauber/Divulgação
Para 2013, mudanças nos dois pilotos: Pérez foi para McLaren substituir Hamilton, que havia ido para a Mercedes. Kobayashi foi dispensado por falta de patrocínio. Com isso, a Sauber contratou Hulkenberg, que estava na Force India, e efetivou o piloto de testes e também mexicano Esteban Gutiérrez. O alemão guiou muito bem durante a temporada, com destaque para o GP da Coreia do Sul. Entretanto, o desempenho em relação ao ano anterior caiu, e a equipe marcou apenas 57 pontos. Os primeiros problemas financeiros começaram a aparecer. Com atraso no pagamento de salários, Hulkenberg saiu e voltou para a Force India. Gutiérrez permaneceu e foi contratado Sutil, recém saído da própria equipe indiana.

2014 foi um ano lamentável para a Sauber. A piora na crise financeira foi de menos. Os suíços conseguiram a proeza de terminar o ano zerados, atrás da Marussia. Os dois saíram, e a equipe ainda teve que pagar uma multa milionária para Van der Garde, por ter assinado com ele e não ter assumido o volante, além de outros quatro pilotos - Sutil, Bianchi, Nasr e Ericsson. Os dois últimos foram os que pilotaram a equipe nos últimos dois anos. Nasr chegou a conquistar bons resultados ano passado (dois 5° lugares - Austrália e Rússia), mas a falta de recursos impede que a Sauber consiga ir além, e acabou sendo ultrapassada pela concorrência.

Hulk a bordo do C32, em 2013. Foto: Wikipédia

Para finalizar a série, a venda: A Sauber foi adquirida pela empresa suíça Longbow Finance (braço direito da sueca Tetra Pak...), que atua "há 20 anos". Monisha, bastante criticada nos últimos anos, manteve-se como membra do Conselho de Diretores, Diretora-Executiva e Chefe da Equipe.

Com isso, Peter Sauber decidiu se aposentar. Ele já estava gradativamente se afastando da F1, comparecendo em poucas corridas. Será substituído por Pascal Picci. Peter irá, merecidamente, desfrutar da "aposentadoria", depois de tudo que fez pelo automobilismo e pelo grupo que idealizou e criou desde os anos 1970.

Não há como não gostar da Sauber. Mesmo sem ser uma equipe, ela serviu como porta de entrada para muitos jovens de talento na F1: Wendlinger, Raikkonen, Massa, Kubica, Pérez, Heidfeld, Nasr (por quê não?), além de tantos outros experientes como Alesi, Villeneuve, Frentzen, De La Rosa e Fisichella. A paixão de Peter Sauber pelo automobilismo é o seu grande legado. 

Isso me faz lembrar de Frank Williams... Vida longa ao SIR!!

Sobre a tal parceria: Me parece aos moldes da Hispania e Lotus, recentemente, que não duraram muito. Ou seja: Primeiramente, pode ter sido a "salvação da lavoura". Segundamente, creio, não aposto que essa empresa ficará mais de três anos com a Sauber na Fórmula 1. É torcer para que eu esteja enganado.

E essa foi a série sobre a Sauber. Quem sabe, no futuro, outra equipe não seja tema do "quadro"?

Até!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, esse é o espaço em que você pode comentar, sugerir e criticar, desde que seja construtivo. O espaço é aberto, mas mensagens ofensivas para outros comentaristas ou para o autor não serão toleradas.