segunda-feira, 4 de julho de 2016

CONTRA TUDO E TODOS

Foto: Reprodução
A imagem diz tudo. É emblética. Nico Rosberg se encaminhava para a maior vitória da carreira. Após largar em sexto, fez uma grande corrida de recuperação e contou com erros da Mercedes nos pits e na estratégia de Hamilton. Com os pneus supermacios deteriorados, o alemão tentava conter a pressão do inglês, que estava com o pneu macio (na parada de Rosberg, perguntou para a equipe: "Por que os pneus supermacios para Nico e não para mim também? O engenheiro respondeu que Lewis tinha um desempenho superior com o pneu amarelo, e ele tinha razão). Última volta. Rosberg espalha um pouquinho na curva 1, o que permite para Hamilton o último ataque para tentar vencer a prova que deveria ter sido ganha com mais tranquilidade. E aí, aconteceu.

Nico alegou problemas nos freios. Difícil de engolir. O alemão tentou copiar as fechadas fortes de Hamilton, mas não conseguiu. Ele sequer faz a curva, esperando Hamilton chegar por fora para fazer a tangência. Acontece o toque. Hamilton espalha e Rosberg tem um dano na asa dianteira. Sua Mercedes W06 Hybrid se arrasta pela pista até a linha de chegada e Hamilton parte para 46a vitória da carreira, a terceira no ano. Em uma volta, a vantagem de Rosberg no campeonato caiu de 31 para 11 pontos, pois além de perder a liderança, o alemão ficou fora do pódio, ultrapassado por Verstappen e Raikkonen. Acusado de ser um piloto burocrático, Rosberg decidiu arriscar tudo. Dá a impressão de que não irá aceitar ser superado por Hamilton. Ao tentar excluí-lo da prova (igual Schumacher x Villeneuve em 1997), acabou se prejudicando e perdendo pontos importantes que podem fazer falta no final do campeonato. Toto Wolff chegou a dizer que pensa em ordens de equipe para apaziguar os ânimos na Mercedes. Vocês acham que Hamilton, que peitou Alonso em seu primeiro ano na F1, vai acatar ordens contra Rosberg depois de tricampeão? Não, né? Lewis venceu a batalha de hoje, e os efeitos psicológicos serão sentidos no decorrer da temporada.

Foto: Reprodução
O locutor oficial do GP anunciou para o público que Hamilton venceu se "envolvendo em um acidente com Rosberg". Resultado: Vaias do público para o inglês, ridículas por sinal. Lewis não se importou muito com isso, e parece ter comemorado mais ainda o triunfo. Max Verstappen não está surpreendendo Helmut Marko, mas sim uma boa parte dos comentaristas. Não é o talento, mas sim a rapidez como as coisas estão acontecendo. Em cinco corridas, está superando de forma precoce seu companheiro de equipe Ricciardo. O holandês tem estrela: Por pouco, quase venceu outra vez. De novo, segurou Kimi nos metros finais. O burocrático finlandês foi premiado com um pódio inesperado, numa corrida onde a Ferrari errou a mão com Vettel: O tetracampeão andou muitas voltas com o supermacio no primeiro stint a ponto do pneu estourar, fazendo a Ferrari rodar, o alemão rodar e bater, justamente no dia do aniversário. Presente de grego. Ricciardo foi o quinto.

Foto: Reprodução

Um dos grandes destaques da prova foi Jenson Button. Largando em terceiro, conseguiu impor um ótimo ritmo de corrida e chegou em sexto. Mesmo que circunstancial, a Honda chegou a passar na reta a Williams... Alonso não teve um bom final de semana e abandonou. É o campeão do mundo reagindo e ainda lutando para permanecer na F1 em 2017, seja na McLaren, Williams ou até Renault... Grosjean novamente conseguiu levar a Haas aos pontos. Aliás, a Haas é Grosjean, porque Gutiérrez é inexistente, não pontua, apenas atrapalha os americanos na pista, mas não nos cofres. Deve ser uma vaga em aberto para a próxima temporada.

Como não falar de Pascal Wehrlein? Com a Manor, largou em 12°, o que era um feito extraordinário. Na corrida, manteve-se no bolo e conseguiu um histórico décimo lugar, graças a pancada de Pérez na volta final. Com isso, a Manor conquista seu primeiro pontinho desde o histórico e saudoso nono lugar de Jules Bianchi no GP de Mônaco, em 2014. A parceria com a Mercedes permitiu a Manor um ponto importantíssimo, que garante ao menos que recursos sejam repassados a equipe para o ano que vem. E Wehrlein, quando será que irá ser integrado a equipe-mãe na F1? Esperamos todos que ele não tenha o mesmo destino de Jules... (ANTI-ZICA)

Foto: Twitter
Ironicamente, essa foi a prova onde a Sauber teve maior possibilidade de ter pontuado. Com sérias dificuldades de performance com o pneu supermacio, Nasr (que saiu da 20° posição), largou com os pneus macios e vinha fazendo uma grande corrida, aparecendo no top 10. Entretanto, o Safety Car ocasionado pelo acidente de Vettel retirou todas as possibilidades de pontuação. Embora tenha sido combativo e o pneu macio ter durado 41 voltas, não conseguiu manter o desempenho com os problemáticos pneus supermacios, terminando em 13°, duas posições a frente de Ericsson. Massa, por sua vez, teve outro fim de semana ruim. Minutos antes da largada, foi identificada uma rachadura na asa dianteira, forçando-o a largar dos boxes. Após fazer uma corrida de recuperação e figurar entre os dez primeiros, precisou fazer um pit stop faltando sete voltas, em razão de um furo no pneu. Algumas voltas depois, abandonou por problemas no superaquecimento dos freios. Bottas também não foi bem, terminando apenas em nono. Péssima prova para a Williams, que não encontrou o aquecimento ideal dos pneus e foi muito aquém do desempenho nos últimos anos. Queda livre...

A decepção total foi a Force India, que saiu zerada. Pérez teve um pneu estourado na última volta e bateu. Hulkenberg, que largou na primeira fila, fez uma corrida medíocre, horrorosa. Foi perdendo posições até abandonar nas voltas finais. Hulk perdeu a grande chance de fazer uma prova espetacular na F1 desde o GP do Brasil de 2012. O que se explica? O Alemão tem talento. Seria azar? Outro "azarado" é Kvyat. O russo, coitado, depois que foi rebaixado, foi ladeira abaixo (até rimou). Nada dá certo para ele. Sua carreira na F1 pode estar acabando com apenas 22 anos de idade. É a precoce F1, que incinera pilotos e ignora outros com uma facilidade incrível.

Confira a classificação final do GP da Áustria:


 A próxima corrida será o Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone, na semana que vem, nos dias 8, 9 e 10 de julho. Até lá!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

SEGUE O DOMÍNIO DAS MERCEDES

Foto: Reprodução/Twitter
Nico Rosberg venceu os últimos dois GPs da Áustria, e tem tudo para vencer pela terceira vez seguida, igualando o recorde de Alain Prost. O alemão foi o mais rápido nos dois treinos livres. No primeiro, inclusive, chegou a superar o recorde da pista de Schumacher, de 2003 (1:07.908): Fez 1:07.373, três décimos mais rápido que Hamilton, o segundo nas duas sessões.

As grandes notícias estão fora da pista, vamos a elas: Primeiro - Vettel trocou a caixa de câmbio e será punido com a perda de cinco posições no grid de largada. Segundo: A Sauber anunciou que conseguiu pagar os funcionários em dia pela primeira vez no ano. Dizem que, nas próximas semanas, a equipe suíça fará um "grande anúncio". A aguardar.

Terceiro: Bernie Ecclestone contra-ataca. Se foi ou não influenciado pela pressão da Force India e da Sauber na União Europeia sobre a distribuição do dinheiro na F1, não sabemos. Entretanto, o que podemos interpretar é que: Algo aconteceu, e Bernie precisa agir. Não é de hoje que há uma disputa entre Mercedes, Ferrari e Renault e o eterno mandatário da FOM. O inglês é contra o "cartel dos fabricantes", que estipulam cerca de 20 milhões de euros anuais para a distribuição das unidades motrizes, obrigando essas equipes a votarem junto dos seus interesses, para manter o acordo e o motor. Bernie deseja a distribuição mais igualitária do dinheiro da F1 entre as equipes, nos moldes da Premier League: Patrocínio, audiência e desempenho. Assim, diminuiria a diferença entre os ganhos anuais da Ferrari e da Manor, por exemplo. Para que isso aconteça, é necessária a aprovação unânime das equipes, o que é óbvio que não será aceito pelas equipes mais poderosas, que não desejam perder dinheiro. O atual Pacto de Concórdia, que rege os valores da F1, dura até 2020. Jean Todt está junto de Bernie para buscar alguma alternativa. Nas próximas semanas, a questão vai esquentar.

Foto: Reprodução
Voltando para a pista, o circuito do Red Bull Ring é clássico, e ainda possui brita, o que é ótimo: Um erro pode ser fatal. Muito melhor que os "tilkódromos", cheios de áreas de escape chatas e que não forçam o piloto. Os treinos tiveram diversas escapadas e rodadas. Rosberg escapou, Hamiton rodou. Grosjean, que vinha atrás do tricampeão, foi forçado a rodar para não colidir no W06 Hybrid. Max Verstappen teve problemas nos dois treinos: No primeiro, quebrou um pedaço da asa do carro ao atacar a zebra da curva 8. Depois, quebrou a suspensão do carro e ficou atolado na curva 6. No segundo treino livre, saiu da pista duas vezes e rodou. Vettel também escapou e ficou por lá, na brita.

Foto: Reprodução
O segundo treino livre ficou uma boa parte do tempo sem que os carros entrassem na pista, em virtude da chuva. Com isso, as equipes perderam bons minutos de acerto do carro. Com as Mercedes bem à frente, Hulkenberg foi o terceiro, seguido de Vettel e Raikkonen. No TL1, Massa foi o 7°, enquanto Bottas foi o 10°. No TL2, o brasileiro foi o 12°, e o finlandês o 9°. O futuro do brasileiro segue incerto para o ano que vem. Nasr ficou atrás de Ericsson nos dois treinos. Foi 20° e 21°, enquanto o sueco foi o 18° e 19°, respectivamente. O brasileiro se animou com a questão financeira da Sauber e chega a sonhar com os primeiros pontos na temporada. Muita calma. Aguardar.

Confira os tempos dos treinos livres:




GP DA ÁUSTRIA - Programação

O circo da Fórmula 1 voltou a Áustria em 2014, após a Red Bull comprar e reformular o complexo que abriga o circuito, rebatizando-o de Red Bull Ring. A prova não acontecia no país desde 2003.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Michael Schumacher - 1:08.337 (Ferrari, 2003)
Pole Position: Rubens Barrichello - 1:08.082 (Ferrari, 2002)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Alain Prost - 3x (1983, 1985 e 1986)

"METRALHADORA" BERNIE SEGUE COM AMEAÇAS A EUROPA

Foto: Getty Images
Semana passada, o chefão da F1 já havia afirmado que o calendário de 2017 pode cair para "apenas" 18 provas (atualmente, são 21 corridas). Em entrevista ao jornal italiano "Gazetta dello Sport", Bernie disse que existe a possibilidade de dois circuitos tradicionais europeus caírem, visto que "a F1 é um campeonato mundial, e não europeu". Entretanto, existe a possibilidade das provas europeias serem substituídas por outros circuitos de países não-europeus. Por exemplo, não se descarta a entrada de um outro GP nos Estados Unidos.

Um dos países ameaçados é a Alemanha. De acordo com o sistema de rodízio entre as duas-pistas sede, ano que vem será a vez de Nurburgring. Todavia, os graves problemas financeiros da pista, que já a afastaram do GP da Alemanha do ano passado, pode complicar a realização da prova no país alemão ano que vem. Outras pistas alvos de "ameaças" de Bernie são Monza, Interlagos e Montreal. É um absurdo que esses circuitos tradicionais tenham sequer a possibilidade de estarem fora do grid. A F1 deveria pagar para correr nesses templos, ao invés de ir correr em países sem expressão automobilística com traçados enfadonhos.

SETTE CÂMARA IRÁ PILOTAR TORO ROSSO EM TESTE OFICIAL

Foto: Reprodução
O brasileiro, membro da academia de pilotos da Red Bull, tem data para estrear em um evento oficial da F1: 13 de julho, após o GP da Inglaterra. Ele vai guiar o bólido de Carlos Sainz Jr. Nessa semana, ele foi a fábrica da equipe, em Faenza, realizar os ajustes no banco do carro e conhecer as instalações da equipe. Atualmente, Sette Câmara está disputando sua segunda temporada na Fórmula 3 Europeia, sendo atualmente o 7° colocado na tabela de classificação. Na última prova em Nuremberg, foi o terceiro em uma das provas da corrida tripla e nas outras duas chegou a andar entre os primeiros, quando abandonou (pneu furado e foi acertado por outro carro). Boa sorte!

CURTINHA: Carlos Sainz Jr irá permanecer na Toro Rosso na próxima temporada. Com isso, um piloto a menos na especulação para as vagas da Renault.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 141 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 117 pontos
3 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 96 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 81 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 78 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 54 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 52 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 39 pontos
9 - Felipe Massa (Williams) - 38 pontos
10- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 22 pontos
11- Romain Grosjean (Haas) - 22 pontos
12- Nico Hulkenberg (Force India) - 20 pontos
13- Fernando Alonso (McLaren) - 18 pontos
14- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 18 pontos
15- Kevin Magnussen (Renault) - 6 pontos
16- Jenson Button (McLaren) - 5 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 258 pontos
2 - Ferrari - 177 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 140 pontos
4 - Williams Mercedes - 90 pontos
5 - Force India Mercedes - 59 pontos
6 - Toro Rosso Ferrari - 32 pontos
7 - McLaren Honda - 24 pontos
8 - Haas Ferrari - 22 pontos
9 - Renault - 6 pontos

TRANSMISSÃO







quarta-feira, 29 de junho de 2016

O BREXIT IRÁ AFETAR A F1?

Charge: Legal Business

Como todos sabem, o Reino Unido realizou um referendo na semana passada, perguntando para a população se o país deveria ou não deixar a União Europeia. O resultado foi sim, o voto da maioria das pessoas decidiu pelo "Brexit" (British + Exit), ou seja, que o Reino Unido deve deixar o bloco da União Europeia. Entretanto, os desdobramentos não são imediatos, e levarão algum tempo para serem cumpridos. Desde o período antes da votação e agora, o assunto está cercado de polêmica (e continuará ainda mais ativo no noticiário mundial).

Enfim, a pergunta que o blog tentará responder é: O que o "Brexit" poderá afetar no mundo da Fórmula 1?

Bernie Ecclestone, por exemplo, comemorou o resultado, satisfeito com o agora "país dono de si mesmo". Também afirmou que a F1 não sofrerá mudanças e que a questão não influenciará as equipes.

Por outro lado, Ron Dennis está preocupado. Contrário ao "Brexit" ("virar as costas para o resto do continente é ilógico"), o dono da McLaren teme pela prosperidade das 3000 famílias dos funcionários da equipe, além da possibilidade do negócio da fábrica ser afetado. 

Mesmo que seja muito cedo para se fazer uma avaliação, já é possível traçar um traçado ruim. Oito equipes são sediadas no Reino Unido (McLaren, Williams, Force India, Manor, Haas, Mercedes, Red Bull e Renault). Elas devem perder a vantagem alfandegária no transporte de equipamento para as provas realizadas dentro da zona do Euro. Outro fator que pode prejudicar os negócios das equipes é a recente desvalorização da libra esterlina.

Por enquanto, só é possível escrever sobre isso. Os desdobramentos e consequências irão depender do tempo. Só no futuro poderemos saber se o "Brexit", afinal de contas, será nocivo as finanças das equipes da F1. O jeito é aguardar as cenas dos próximos episódios.

terça-feira, 21 de junho de 2016

COMO NÃO TER DÓ?

Foto: Rodrigo França
Era a quinta tentativa da Toyota em vencer Le Mans desde o retorno ao WEC. Tudo estava encaminhado para a vitória. Os japoneses estavam sorridentes. A vantagem sob o Porsche estava muito confortável  após um pit stop extra dos alemães. A essa altura, já haviam sido disputados 23 horas e 54 minutos de prova. Faltava uma volta...

Bem, o carro #5 começou a se arrastar na reta dos boxes... Ninguém entendia nada. Nakajima, os mecânicos, o público, a imprensa... E o carro parou. E a vantagem de mais de um minuto foi se esvaindo, até que finalmente a Porsche de Neel Jani, que dividiu o carro com Marc Lieb e Romain Dumas passou e rumou para a vitória. Foi a 18a vitória dos alemães, a segunda consecutiva.

Depois do apagão, Nakajima conseguiu fazer o carro nipônico funcionar e terminou a volta, chegando em segundo, certo? Não. A direção de prova deu o carro como não classificado. No regulamento, está escrito que os carros precisam terminar a prova até seis minutos depois do vencedor, e o #5 completou a volta 11 minutos depois. O segundo lugar ficou com a Toyota de Stéphane Sarrazin, Kamui Kobayashi e Mike Conway. O terceiro lugar ficou com a Audi do brasileiro Lucas di Grassi, Loic Duval e Oliver Jarvis.

Nakajima inconsolável. Foto: Rodrigo França
O trio Nelsinho, Nick Heidfeld e Nicolas Prost venceu com a Rebellion a categoria de equipe independente.

Na LMP2, a Signatech Alpine venceu fácil, com Gustavo Menezes, Nicolas Lapierre e Stéphane Richelmi. Os brasileiros Ozz Negri, Bruno Senna e Pipo Derani ficaram em nono, décimo e 16°, respectivamente.

Confira aqui todo o drama da Toyota e a vitória da Porsche:


Confira a classificação completa das 24 Horas de Le Mans:



segunda-feira, 20 de junho de 2016

VOLTANDO A ESTACA ZERO

Foto: Reprodução
Baku reservou muitas expectativas para os fãs e a imprensa. Um circuito "de rua", com retas e curvas estreitas, tinha tudo para ter acidentes e emoção. Definitivamente, não foi o caso. A corrida foi uma bela porcaria: Chata, monótona e sem graça. Rosberg não tinha nada a ver com isso e venceu de ponta a ponta, liderando todas as 51 voltas, com direito a volta mais rápida e tudo. O fato de Hamilton ter batido no sábado e largado em décimo, sem ter condições de brigar pela vitória, contribuiu com essa chatice. Em um péssimo fim de semana, Lewis foi apenas o quinto e viu a desvantagem para Nico voltar a ser de 24 pontos.

O que chamou de todos após a corrida foi a questão do problema de perda de potência do W06 Hybrid. Como a regra da FIA proíbe o contato dos engenheiros com os pilotos, eles mesmos tiveram que solucionar a questão. O carro teve um problema com a configuração do sistema de recuperação de energia, que fazia o carro perder de três a quatro décimos de segundo por volta. Rosberg mexeu rapidamente e conseguiu resolver, ao contrário de Hamilton. O tricampeão precisou de 12 voltas para fazer o mesmo. Enquanto isso, discutia com os engenheiros no rádio e mostrou-se incomodado pela proibição da orientação sobre os procedimentos do carro. Não pega mal um grande talento como Hamilton não conseguir resolver os problemas de sua Mercedes, ainda mais quando Rosberg o faz com grande facilidade. Também não podemos exigir que pilotos sejam engenheiros para conseguir elucidar o complexo funcionamento das unidades de potência e outras funções. Será que Hamilton realmente precisa priorizar mais a fábrica e as funções do carro ao invés das noitadas e a agitada vida de pop star nos Estados Unidos?

Foto: AP
 O grande destaque do fim de semana foi Sérgio Pérez, outra vez. Um desempenho fantástico: Se não fosse a troca de câmbio ocasionada pelo acidente no TL3, teria largado em segundo. Tudo bem, ficou em sétimo. Mesmo assim, imprimiu um ritmo forte com a Force India (graças a característica do circuito) e foi escalando as posições, até ultrapassar Raikkonen na última volta para garantir o terceiro lugar. Tudo bem que Kimi já tinha uma punição de cinco segundos por cortar a linha do pit lane na reta e que o mexicano iria herdar aquela posição de qualquer forma, mas Pérez foi lá e passou, dando o recado: Passei na pista. Foi o seu sétimo pódio na carreira, o segundo em sete corridas na temporada, o quarto na Force India... Sou fã do Checo e afirmo: Seria justíssimo se a Ferrari ou uma equipe maior oferecesse um contrato para ele no ano que vem! Enquanto isso, Hulkenberg foi o nono e Vettel chegou tranquilo em segundo.

Foto: Reprodução
A Red Bull teve um desempenho bem discreto. Os taurinos encontraram problemas no desgaste dos pneus e tiveram que parar duas vezes. Ricciardo foi o sétimo e Verstappen o oitavo. Bottas, que não fez um bom qualyfing, se recuperou na corrida e foi o sexto, parando apenas uma vez. O contrário de Massa. Seu desempenho foi pífio. Mesmo largando em quinto e com as características da pista favoráveis ao FW38, o brasileiro sofreu com a (falta de) aquecimento dos pneus e conquistou um suado décimo lugar. "Uma corrida para esquecer", segundo o próprio. Certo. Foi sua pior corrida no ano.

O outro Felipe, pelo contrário, teve seu grande desempenho no ano. Mesmo assim, não foi o suficiente para pontuar pela Sauber: Foi o 12°. Foi combativo, brigou, ganhou posições, disputou roda com roda, fez o possível para ficar próximo do pelotão intermediário. Foi muito superior que Ericsson, o 17°. É importante mostrar serviço para tentar impressionar alguma equipe (leia-se Renault) para o ano que vem. Mesmo tirando tudo do carro suíço, continuou zerado na tabela de classificação. Triste.

Confira a classificação do Grande Prêmio da Europa:


A próxima etapa será o Grande Prêmio da Áustria, em Spielberg, nos dias 1, 2 e 3 de julho. Até!

sábado, 18 de junho de 2016

O MOTOR MERCEDES VAI DOMINAR?

Foto: Getty Images
O tão aguardado treino em Baku mostrou alguns aspectos interessantes. Naturalmente, é um circuito desafiador. Mais ainda quando ninguém conhece de forma concreta a pista, a não ser por simulador ou video game. Algumas previsões já podem ser feitas:

A Mercedes está sobrando, principalmente Hamilton. Ele foi o mais rápido nos dois treinos, metendo três e seis décimos em Rosberg. Importante salientar que o alemão abandonou o TL2 nos 20 minutos finais, com problemas no carro. Enfim, Lewis tem tudo para ser pole position amanhã, no treino classificatório.

Além das flechas de prata, o top 5 foi composto de carros com o motor Mercedes. Em um circuito com retas intermináveis, não é surpresa. No TL2, Pérez em 3°, Bottas em 4° e Hulkenberg o 5°. No TL1, Bottas foi o 3° e uma surpreendente McLaren de Fernando Alonso em 4° (Honda com bons indicadores no speed trap - será que aguentam a corrida inteira?) e Vettel em 5°. Ferrari e Red Bull não tiveram um bom dia de treinos, terminando aquém da onde normalmente ficam. Ricciardo foi o primeiro a bater no muro de Baku, no TL1, destruindo a suspensão e a roda traseira esquerda.

Foto: Reprodução
Outro piloto que teve um dia preocupante foi Felipe Massa. Enquanto Bottas andou muito bem, o brasileiro foi apenas o 16°, apresentando extrema dificuldade no aquecimento dos pneus. A Williams corre contra o tempo para solucionar o problema. A pista de Baku passou por alguns ajustou durante as sessões: Depois do primeiro treino livre, foi constatado que a maioria dos pneus (aliás, a Pirelli segue como fornecedora exclusiva da F1 até 2019) estavam danificados, com cortes no composto traseiro esquerdo. As zebras seriam as responsáveis pelos talhos na borracha. O problema foi causado por parafusos e rebites, usados para prender as zebras, que acabaram se soltando e ficando expostos. A pista passou por diversas inspeções e, por conta disso, o treino classificatório da GP2 foi adiado.

Foto: Reprodução
A Sauber de Nasr sempre nos surpreende. Quando acho que a situação não tem como piorar, é capaz de nos depararmos com algo pior. O brasileiro está usando o mesmo motor da Austrália (com quilometragem ultrapassada), o resultado foi a última posição. O novo pacote aerodinâmico talvez vá para a pista em Silverstone, no dia 10 de julho. Até lá, Nasr precisa se acostumar com um C35 inguiável. Também não há garantia nenhuma de que o tal pacote irá de fato ser útil a equipe. Só ver o exemplo do ano passado.

Confira a classificação dos treinos livres:



Até!