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terça-feira, 13 de junho de 2023

TOYOTA vs FERRARI

 

Foto: Reprodução/WEC

Semana passada, coincidência ou não, o Tela Quente mostrou em horário nobre na TV aberta o Ford vs Ferrari, que conta a história de quando os americanos venceram em Le Mans e a relação entre Ken Miles e Carroll Shelby.

No final de semana, aconteceu a corrida que marcou o centenário das 24 Horas de Le Mans, principal prova da WEC. A categoria foi abandonada nos últimos tempos e virou basicamente um parquinho de diversões da Toyota, principalmente quando a rival Audi também saiu de cena.

Eis que, para a surpresa de muitos, a Ferrari resolve voltar para as corridas de Endurance. O objetivo, claro, é ser competitivo e depois vencer e ser campeão, é claro.

Nas etapas anteriores, em Sebring e Spa, os italianos estavam no caminho, apesar dos problemas naturais de durabilidade. Afinal, desbancar os japoneses em tão pouco tempo é uma tarefa muito improvável. Mas tudo pode acontecer.

Le Mans tem o charme. Se na produção americana obviamente os italianos eram os vilões e os arrogantes da história, agora a trama era outra. Desde 1965 que a Ferrari não vencia em Le Mans e a principal montadora do mundo estava ausente do palco francês há exatos 50 anos.

Ingredientes que, por si só, já deram um outro tempero para a corrida desse final de semana. Finalmente a Toyota teria uma adversária a altura, em tese, apesar da Peugeot também estar de volta a corrida da casa.

Nos treinos, a primeira surpresa. Dobradinha italiana na primeira fila, embora o ritmo de corrida e o favoritismo continuassem do lado dos japoneses. Na largada, Buemi passou os dois e assumiu rapidamente a liderança.

Uma das Toyotas e uma das Ferraris tiveram problemas. O carro japonês abandonou e o italiano perdeu ritmo, se afastando da possibilidade da vitória. Agora era um contra um. Toyota vs Ferrari.

Um problema no pit-stop fez os italianos do #51 perderem a liderança para o #8 dos japoneses, que tiveram um pneu furado. Faltando duas horas para o fim, a Ferrari tinha uma vantagem pequena. Tensão total.

Até que Ryo Hirakawa rodou e bateu. Fim da disputa. Agora, só faltava o tempo passar.

E a Ferrari #51 de Alessandro Pier Guidi e os ex-GP2 James Calado e Antonio Giovinazzi quebraram um jejum histórico, de meio século. A vitória mais importante da Ferrari nos últimos 15 anos.

O fim da espera. Desbancar os favoritos. A redenção para dois pilotos da GP2, um prodígio que não deu certo na F1, e outro que também não chegou perto de ser titular, mas tinha valor. Mais uma vez, a lição que nem tudo se resume a F1. A história está a disposição de todos, basta acreditar e se reinventar.

Desta vez, os italianos são heróis e “mocinhos”. Só falta um Paolo Sorrentino dar vida nas telonas a esse grande capítulo da história ferrarista.

Até!

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

ANDARILHO

Foto: Divulgação
Depois do passado tenso com a Ferrari, os escândalos na primeira passagem da McLaren e a má fama de desagregador, Alonso deixou a F1 no fim do ano passado cansado de andar no fim do grid e com a estagnação da McLaren, além do fracasso com a Honda.

Isso fez do espanhol, o bicampeão, considerado ainda um dos melhores pilotos do mundo, cair no limbo, sem saída. Diante do objetivo de conquistar a tríplice coroa, continuou na WEC até a metade do ano, onde foi campeão e mais uma vez vencedor das 24 Horas de Le Mans, tentou outra vez a sorte na Indy 500. A parceria McLaren/Carlin foi um fracasso e o espanhol sequer ficou entre os 33. Um mico mundial.

Embora a McLaren esteja de volta ao grid em tempo integral na junção com a Peterson no ano seguinte, a participação de Alonso é uma grande incógnita. Um ponto de interrogação gigante no que se refere ao médio/longo-prazo da Fênix. Qual será o próximo passo de Alonso?

Ao menos na página seguinte, o próximo objetivo é o Rali Dakar, no início de 2020. Alonso já havia realizado alguns testes com a Toyota no ano passado e agora os intensificou. É o novo alvo do andarilho.

Na semana passada, Alonso participou de uma etapa da Série Cross Country, na África do Sul, o Lichtenberg 400, tendo como co-piloto Marc Coma, campeão do rally de motos. Na fase de treinos, o "prólogo", Alonso foi competitivo: fez o terceiro melhor tempo, apenas atrás de Henk Lanegan, líder do campeonato, e Giniel De Villers, campeão da competição e vencedor de Dakar em 2009.

No entanto, existem os perigos e armadilhas de uma corrida num rali. Aos 23 quilômetros do primeiro estágio, Alonso capotou. Com o impacto, o para-brisa quebrou e os dois precisaram usar óculos de proteção para finalizar o estágio. Com o carro reparado, a dupla foi autorizada a começar o segundo estágio 15 minutos antes dos demais, só que logo no início o carro atingiu um bando de pássaros que novamente danificou o pára-brisas. Coma teve que segurar a tela de danos no lugar que desmontou até o final. A dupla terminou a prova mas não se classificou em virtude do tempo perdido. Lategan venceu, seguido de De Villers e Chris Visser.

Foto: Divulgação


A prova era uma espécie de aquecimento para Alonso, estreante na Toyota Hilux, para o próximo desafio: o rali de Marrocos, que acontece entre 3 e 9 de outubro e vai ter as presenças de grandes nomes do rali como Carlos Sainz (o pai), Nani Roma e o atual campeão Nasser Al-Attiyah. É um preparatório pesado para o Rali Dakar, portanto é uma prova bem importante para Alonso ganhar experiência. São 2500 km disputados, sendo 1.868 deles cronometrados.

E assim segue a saga da Fênix, provando que o mundo da velocidade é muito mais que a F1. Claro que ele está sendo forçado a fazer isso pela figura controversa que era na categoria, mas mesmo assim não deixa de ser interessante e um pouco triste um talento desses longe dos grandes palcos. Me lembrei, de certa forma, do Ronaldinho jogando no Querétaro. Um desperdício, mas uma experiência muito interessante e um aprendizado enorme.

Seguimos acompanhando a saga da Fênix, o andarilho da velocidade.

Até!

segunda-feira, 18 de junho de 2018

FELIZ SINA

Foto: José Maria Dias
Categoria esvaziada e o mundo com os olhos na Copa do Mundo. Lembrei de Le Mans apenas no intervalo de Alemanha e México, quando já tinha saído o vencedor. Para a nossa surpresa (rs), Fernando Alonso, junto com Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi, conquistou uma vitória histórica. Pena que as circunstâncias não lhe deram praticamente nenhuma repercussão.

Sem concorrentes, a corrida foi feita para a Toyota vencer, finalmente, pela primeira vez. O trauma de 2016, quando quebrou no último minuto, ficou para trás. O outro carro nipônico completou a dobradinha, composto de Kamui Kobayashi, José Maria López e Mike Conway. Desde 1971 um campeão mundial de F1 não vencia a charmosa etapa da WEC.

A diferença de rendimento é tanta que a vantagem para o terceiro colocado, que é de uma marca independente (Rebellion) foi de 12 voltas. O carro teve como pilotos Mathias Beche, Thomas Laurent e pelo norte-americano de ascendência brasileira Gustavo Menezes. O outro carro da equipe, guiado por Bruno Senna, André Lotterer e Neel Jani, ficou em quarto. Guiando pela SMP Racing junto com os russos Vitaly Petrov e Mikhail Aleshin, Jenson Button e cia teve diversos problemas durante as 24 horas, abandonando nos últimos 60 minutos de prova.

Fernando Alonso está, indiscutivelmente, na história. Venceu uma das provas mais tradicionais da história, de novo. Só falta a Indy. Entretanto, também é necessário ressaltar que o cenário ficou muito mais fácil com as saídas de Audi e Porsche, que dominaram a categoria nas últimas décadas. Isso certamente tira o brilho e o peso da conquista da Fênix, ainda mais esvaziada com todo o foco na Copa.

É óbvio que ele não tem nada a ver com isso, de certa forma. A peregrinação por categorias em virtude da frustração fruto de seus na F1, algo inimaginável para quem era apontado como o "sucessor de Schumacher", pode terminar de forma épica caso consiga vencer a Indy 500. Para isso, é necessário migrar para lá o mais rápido possível, talvez ano que vem. Certamente a fênix não vai ter essa facilidade toda que encontrou no Endurance. Entretanto, é evidente que ele tem muito potencial para superar as dificuldades iniciais e marcar ainda mais seu nome no automobilismo como um dos GOATs.


Até!

sexta-feira, 15 de junho de 2018

O FUTURO DA FÊNIX

Foto: Reprodução
Na categoria que se resumiu a uma disputa entre os dois carros da Toyota, ao que tudo indica os nipônicos finalmente irão vencer na mítica Le Mans. O trio formado por Fernando Alonso, Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi vai largar na pole na principal prova de Endurance. Tudo isso graças a grande volta do japonês no fim da sessão, desbancando os parceiros de equipe Kamui Kobayashi, Mike Conway e José Maria López.

No resto, André Lotterer, Neel Jani e Bruno Senna (remanescentes da Porsche) largam em terceiro. Outra novidade na prova francesa é a estreia de outro ex-campeão da F1: Jenson Button. pela SMP  Racing, vai largar em sétimo, formando um trio com os russos Vitaly Petrov e Mikhail Aleshin. Sem grandes perspectivas de vitória, o que vale é a experiência para o britânico.

O foco do post de hoje não é falar sobre Le Mans em si, mas sim de Fernando Alonso. Ao mesmo tempo em que é pole pela WEC, ele respondeu questões sobre sua continuidade (ou não) na F1 para o ano que vem. Em linhas gerais, tudo depende de qual será a importância do piloto no novo regulamento da próxima temporada. Se o espanhol sentir que seu talento não irá ser um diferencial para brigar por vitórias e pódios, provavelmente vai dar adeus a categoria, ao menos por um ano.

Ontem, ao mesmo tempo, Zak Brown deixava claro que é questão de detalhes para que a McLaren volte a equipe como equipe no ano que vem. As negociações avançaram nas últimas semanas. Michael Andretti esteve acompanhando o GP do Canadá provavelmente para negociar um acordo, apesar de alguns especularem que o americano estaria de olho em comprar a endividada Force India. A chegada de Gil de Ferran na equipe de Woking recentemente também é mais um indício da preparação para essa transição.

Considerando que Alonso tem ótimas chances de vencer Le Mans nesse final de semana, faltaria somente a Indy 500 para completar a tríade das principais provas do esporte a motor. Diante de uma McLaren incapaz de lhe dar condições de títulos e trânsito fechado nas grandes equipes pelos erros do passado, a escolha natural seria migrar para a categoria estadunidense, onde há mais disputa e teria a motivação extra de vencer a corrida que lhe falta para igualar Graham Hill.

Olhando por esse cenário, parece provável que Alonso fique seduzido a deixar a F1 e ir para a Indy. Seria o mais lógico, analisando a carreira esportiva. Entretanto, os valores financeiros são importantes para essa equação: brigar para ser campeão ganhando muito menos ou continuar recebendo um dos maiores salários do esporte para ficar no máximo em sétimo?

Em poucos meses, saberemos a decisão de Fernando. Podemos, em breve, estar presenciando a história sendo feita. Quem viver verá.

Até!


segunda-feira, 7 de maio de 2018

SUSTO EM SPA

Foto: Reprodução
Quando soube da gravidade do acidente do Pietro Fittipaldi, esperei confirmar as informações preliminares para poder postar alguma coisa por aqui. O tempo passou e só pude escrever algo agora, depois da primeira etapa da temporada 2018-2019 da WEC, que teve vitória de Alonso, Nakajima e Buemi, seguidos pelo trio Kobayashi, Pechito López e Mike Conway. Dobradinha da Toyota, que deu ordens para que não mudassem as posições. A LMP1 vai ser bem desinteressante sem Audi e Porsche no caminho. Toyota vai dominar e tem tudo para finalmente conquistar Le Mans. Foi a primeira vitória de Alonso em uma competição da FIA em cinco anos, mas vinda de uma ordem de equipe não pegou bem para ninguém.

Feito esse imenso parêntese, voltemos a escrever sobre Pietro. Ontem, saiu do UTI e irá iniciar sua recuperação. Está consciente. Sofreu uma fratura exposta na perna esquerda, outra na direita e rompeu os ligamentos do joelho. Vai ficar um bom tempo fora. Me arrisco a dizer que não será o mesmo piloto diante de tantas lesões. Não correrá a Indy 500, a WEC, a Super Fórmula e dizem que tinha até um teste com a Haas para o meio do ano.

Devo estar sendo engenheiro de obra pronta, mas não é arriscado correr e se adaptar em tantas categorias diferentes em um curto estado de tempo? O desejo pela visibilidade em vários mercados pode forçar a acontecer alguns azares. Deu para ver, no acidente, que houve uma pane elétrica. O carro vira para a esquerda e sai reto. Bate de frente.

Visualmente, a batida não foi tão pirotécnica quanto as da F1, Indy ou até mesmo do WEC. Por isso que, em tese, o choque em ver tamanha gravidade nas lesões de Pietro. A verdade, também, é que o impacto frontal afeta muito mais porque a energia não se dissipa, ao contrário de outras categorias. Dá para dizer, inclusive, que se fosse um acidente décadas atrás teríamos visto uma tragédia, à la Stefan Bellof.

Isso reforça o quão seguro é um carro de F1. Provavelmente o piloto sairia andando. Bom, não é a toa que a Eau Rouge é desafiadora, embora esteja claro que houve uma falha mecânica e não humana.

Ademais, que Pietro faça uma boa (e calma) recuperação e volte mais forte para voltar a exercer sua paixão.

Para quem não viu:



Até!

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

FÊNIX ANDARILHA

Foto: Racing Motor Sports
Voltemos dez anos no tempo. Recém saído da McLaren após a guerra travada com Lewis Hamilton e Ron Dennis, Fernando Alonso ainda era considerado o sucessor de Schumacher como o grande nome da categoria, apesar da chegada do jovem Lewis Hamilton ter empolgado a todos (Sebastian Vettel estrearia pela Toro Rosso).

Voltemos para hoje. Uma década depois, o número de títulos do espanhol manteve-se o mesmo. Lewis Hamilton e Sebastian Vettel são os caras, e Max Verstappen apontado como o próximo grande campeão. Vítima de seus próprios erros na carreira, restou ao espanhol sofrer com o motor da Honda em um improvável retorno à McLaren, andando no fim do grid. Ao menos isso serviu para deixar o espanhol mais bem humorado perante aos fãs e a imprensa, melhorando sua imagem.

Com o tri mundial cada vez mais improvável, resta a Alonso o desafio de ser o segundo piloto da história a vencer as três principais corridas do automobilismo: Le Mans, Mônaco (onde já venceu duas vezes) e Indianápolis. A primeira tentativa no oval americano não deu certo, mas não foi ruim. Agora, o desafio é outro: as corridas de longa duração.

Foto: Mundo Deportivo
O ensaio foi realizado no último fim de semana, nas 24 Horas de Daytona, vencida pela equipe do brasileiro Christian Fittipaldi. Com inúmeros problemas mecânicos, restou a Alonso, Lando Norris e Phil Hanson terminar em 38° lugar, 90 voltas atrás dos vencedores. Isso não desanimou o espanhol, que afirmou ter se divertido mais do que nas pistas de F1.

Pois bem, hoje a Toyota Fernando Alonso em sua equipe nessa temporada da WEC. O espanhol irá conciliar o Endurance com a F1, e só irá perder, a princípio, a etapa de Fuji, no Japão, que será realizada no mesmo dia que o Grande Prêmio dos Estados Unidos: 21 de outubro. A prioridade ainda é a F1. O acordo foi costurado graças ao bom relacionamento de Alonso com a equipe de Woking.

Foto: WEC
O espanhol havia feito testes pela equipe japonesa no fim do ano passado, no Bahrein. Ele será companheiro de Sebastièn Buemi e Kazuki Nakajima. O outro carro da Toyota terá Kami Kobayashi, Mike Conway e José Maria López como pilotos. Com a Audi e a Porsche fora da categoria, foi aberto o caminho para a Toyota finalmente vencer em Le Mans pela primeira vez, o que consequentemente também é interessante para Alonso conquistar o segundo objetivo de sua encruzilhada rumo à Tríplice Coroa.

As últimas vezes que campeões mundiais da F1 disputaram Le Mans foram Jacques Villeneuve (2007 e 2008) e Nigel Mansell (2010). Por capricho do destino, talvez se Alonso seguisse o caminho de Schumi, jamais estaria experimentando esses passos por outras categorias. A presença de um nome tão importante, talentoso e carismático em outras corridas é fundamental para mostrar que há muita vida além da F1, onde muitos que primeiramente são irão acompanhar as provas por Alonso podem se tornar fãs da categoria.

Já contando com Daytona, Alonso estará correndo em algum lugar do mundo em metade dos finais de semana do ano. Haja disposição para a Fênix andarilha. Se suas pretensões darão resultado não sabemos, mas que o mundo da velocidade estará seguindo seus passos e acompanhando atentamente sua missão.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

FIM DO JEJUM

Foto: Getty Images
A última vitória brasileira em Le Mans havia sido em 2009, com Jaime Melo Jr. No entanto, esse tabu acabou hoje. Daniel Serra, a bordo da Aston Martin Racing juntamente com Jonny Adam e Darren Turner, na classe LMGTE-Pro. A batalha não foi fácil e foi apenas resolvida nas voltas finais. A disputa estava acirrada com o Corvette de Jan Magnussen, Antonio Garcia e Jordan Taylor.

Faltando menos de cinco minutos para o fim, Adam e Taylor estavam a menos de um segundo de distância. O Aston Martin tentou passar, mas o Corvette defendeu bem a posição. Entretanto, na volta final, Taylor não resistiu a forte pressão e acabou ultrapassado por Adam, que conduziu a Aston Martin a vitória. Daniel Serra encerra um jejum brasileiro logo em sua primeira participação na tradicional prova, na edição que mais teve brasileiros: oito (seria nove, caso Di Grassi estivesse presente).

O incidente causou um furo no pneu do Corvette, que se arrastou na pista nas últimas voltas, o que possibilitou uma dobradinha brasileira: a Ganassi Ford GT #67, com Pipo Derani, Andy Priaulx e Harry Tincknell. Um dos estreantes em Le Mans, Tony Kanaan, que substituiu de última hora Sébastien Bourdais, foi o sexto na categoria, 23° no geral, também pela Ganassi, juntamente com Dirk Müller e Joey Hand.

Foto: Porsche Motorsport
Na classficação geral, foi uma prova dramática, repleta de reviravoltas e emoções. Como de praxe, a Toyota, que largou na pole, teve um problema na embreagem e abandonou. A liderança caiu no colo da Porsche 919 Hybrid #1. Todavia, uma falha no óleo logo na manhã de domingo estragou os planos dos alemães. A corrida teve, por algumas horas, o inimaginável: um LMP2, de Jackie Chan (!!!!) na liderança.

Na primeira parte da prova, o Porsche #2, encabeçado por Timo Bernhard, Earl Bamber e Nick Tandy teve um problema híbrido e ficou durante um bom tempo nos boxes, voltando na 57a e última posição. Com o carro no modo classificação e em um ritmo espetacular, rapidamente acabou tirando a vantagem em relação aos restantes e, contando com a sorte dos abandonos das Toyotas e da outra Porsche, acabou ultrapassando na hora final o Oreca-Gibson #38 do chinês Ho-Pin Tung para vencer as 24 Horas, o 19° triunfo dos alemães em 85 edições de Le Mans.

A corrida foi tão caótica e imprevisível que apenas dois dos seis carros da LMP2 terminaram as 24 Horas. A Toyota TS050 Hybrid #8, de Sébastien Buemi, Kazuki Nakajima e Anthony Davidson, com problemas durante a noite, terminou em oitavo na classificação geral, sem qualquer chance de brigar na ponta. É meio constrangedor ter apenas duas montadoras disputando a classe principal. Saudades da Audi...

Quem se deu bem foram os carros da LMP2, que mostraram o seu valor. Beneficiada pela série de quebras da LMP1, a equipe de Jackie Chan com Tung, Oliver Janis e Thomas Laurent venceu na categoria e ficou em segundo na classificação geral. A Rebellion teve um final frustrante. Após liderar boa parte da prova, o carro de André Negrão, aniversariante do dia, teve uma falha no freio e abandonou, possibilitando a Nelsinho Piquet, Mathias Beche e David Heinemeier-Hansson um pódio improvável no geral. Mais um pódio em categoria diferente para Nelsinho. Impressionante!

Foto: Reprodução/FIA
Rubens Barrichello, estreante em Le Mans aos 45 anos, foi o 12° na LMP2, 14° na classificação geral. A Racing Team Nederland, com o chassi Dallara em fase de desenvolvimento e inferior aos Oreca, teve em sua companhia Jan Lammers e Frits Van Eerd. O Oreca-Gibson #13 da Rebellion Racing de Bruno Senna foi apenas o 15° (17° no geral). Apesar de liderar no início, o carro sofreu com problemas no câmbio na segunda metade da prova, o que explica a queda de rendimento.

Por fim, na LGTE-Am, vitória fácil da Ferrari 458 Italia da JMW Motorsport, formada por Robert Smith, Will Stevens (ele mesmo, ex-F1!) e Dries Vanthoor. Largando na pole, o Corvette #50 do brasileiro Fernando Rees, pole position pela Larbre Compétition, foi apenas o 15° na classe.

Por hoje é isso. Durante a semana, teremos mais posts para abordarmos o primeiro Grande Prêmio do Azerbaijão de F1. Até!

terça-feira, 21 de junho de 2016

COMO NÃO TER DÓ?

Foto: Rodrigo França
Era a quinta tentativa da Toyota em vencer Le Mans desde o retorno ao WEC. Tudo estava encaminhado para a vitória. Os japoneses estavam sorridentes. A vantagem sob o Porsche estava muito confortável  após um pit stop extra dos alemães. A essa altura, já haviam sido disputados 23 horas e 54 minutos de prova. Faltava uma volta...

Bem, o carro #5 começou a se arrastar na reta dos boxes... Ninguém entendia nada. Nakajima, os mecânicos, o público, a imprensa... E o carro parou. E a vantagem de mais de um minuto foi se esvaindo, até que finalmente a Porsche de Neel Jani, que dividiu o carro com Marc Lieb e Romain Dumas passou e rumou para a vitória. Foi a 18a vitória dos alemães, a segunda consecutiva.

Depois do apagão, Nakajima conseguiu fazer o carro nipônico funcionar e terminou a volta, chegando em segundo, certo? Não. A direção de prova deu o carro como não classificado. No regulamento, está escrito que os carros precisam terminar a prova até seis minutos depois do vencedor, e o #5 completou a volta 11 minutos depois. O segundo lugar ficou com a Toyota de Stéphane Sarrazin, Kamui Kobayashi e Mike Conway. O terceiro lugar ficou com a Audi do brasileiro Lucas di Grassi, Loic Duval e Oliver Jarvis.

Nakajima inconsolável. Foto: Rodrigo França
O trio Nelsinho, Nick Heidfeld e Nicolas Prost venceu com a Rebellion a categoria de equipe independente.

Na LMP2, a Signatech Alpine venceu fácil, com Gustavo Menezes, Nicolas Lapierre e Stéphane Richelmi. Os brasileiros Ozz Negri, Bruno Senna e Pipo Derani ficaram em nono, décimo e 16°, respectivamente.

Confira aqui todo o drama da Toyota e a vitória da Porsche:


Confira a classificação completa das 24 Horas de Le Mans:



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

TÍTULOS, VITÓRIA E ACIDENTE

Foto: Victor Eleutério
Nesse final de semana agitado e decisivo para a Stock Car e o WEC (World Endurance Championship - Mundial de Endurance), começaremos falando do segundo. Na principal categoria, a  LMP1, o Porsche 919 foi o grande vencedor, guiado pelo Francês Roman Dumas, o Suíço Nell Jani e pelo Alemão Marc Lieb. Em 2° ficaram a Toyota de Anthony Davidson e Sebastian Buemi, que já haviam garantido o título na prova passada, no Bahrein e conquistaram em São Paulo o título de construtores. O Brasileiro Lucas di Grassi ficou em 3° pela Audi, junto com seus companheiros Tom Kristensen e Loic Duval.

Alías, a prova marcou a despedida de Kristensen, aos 47 anos. Sua grande marca na carreira são as 9 vitórias que teve em uma das provas mais charmosas do automobilismo, as 24 Horas de Le Mans, ganhando o pomposo apelido de "Senhor Le Mans". Do trio que dominou os anos 2000 em diferentes categorias (Michael Schumacher na F1, Valentino Rossi na MotoGP e Tom Kristensen no Endurance), só sobrou o Italiano. Sem esquecer, é claro, de Sebastien Loeb, também nove vezes campeão do WRC (World Rally Championship).

Foto: David Abramvezt
Outro destaque foi o aclamado e esperado retorno de Emerson Fittipaldi, 67, às pistas. Ele não disputava uma corrida internacional desde 1996 e a última na carreira havia sido em 2008. Entretanto, Emmo pouco pode fazer. Sua Ferrari F458 teve problemas no câmbio no meio de seu stint, e teve que retornar aos boxes, perdendo tempo. Representando a Ferrari juntamente com o Italiano Ale Pier Guidi e Jeff Segal, terminou em penúltimo na categoria GTE Am. O trio vencedor foi Paul Dalla Lana, Pedro Lamy e Chrystoffer Nygaard, pela Aston Martin. Outras categorias:

LMP2:  Vitória sem dificuldades de Matthew Howson, Richard Bradley e Alex Imperatori, pela Nissan.

GTE Pro:O Brasileiro Fernando Rees (Aston Martin) se envolveu em vários incidentes e terminou em 4°. A vitória foi da dupla Darren Turner e Stefan Mücke, seguido dos Franceses Fréd Makowiecki (Porsche) e Patrick Pilet (Porsche) e Davide Rigon e James Calado (Ferrari).

Foto: SporTV
11 anos depois, Mark Webber (Porsche) se envolveu em um novo acidente em Interlagos. Novamente, foi com grande estilo e exatamente no mesmo local. Ele foi tocado pela Ferrari F458 do Italiano na Curva do Café, ambos bateram no muro e voltaram para a pista, perigosamente. Apesar do fogo e do carro destroçado, o Australiano está bem. Ele foi levado para  o Hospital Bandeirantes, o oficial da prova. Veja o acidente e compare com o que o próprio sofreu com a Jaguar, em 2003:




Foto: Carsten Horst/Hyset
23 ANOS DEPOIS, CAMPEÃO: Rubens Barrichello saiu da seca e conquistou a Stock Car na temporada de 2014, em Curitiba. Rubinho precisava chegar em 4° para ser campeão por suas próprias forças, mas terminou em 3° após largar na pole, "escorregar" na curva da "confusão" e cair para o terceiro lugar. Daniel Serra venceu a prova, com Átila Abreu em segundo, Rubinho em terceiro e Cacá Bueno em quarto. Vale destacar a quantidade de incidentes e safety car durante os 40 minutos de prova: Sérgio Jimenez, Raphael Matos e Julio Campos na primeira prova (Curva 1) e Thiago Camilo na curva da parte final do circuito; Marcos Gomes e Rubinho também escaparam nesse local; Valdeno Brito e Max Wilson também na curva 1 (Volta 5). Parabéns para Rubens Barrichello, que após a sua frustrante passagem pela Fórmula Indy em 2012 e a experiência como comentarista da Globo na Fórmula 1, conquista a Stock em sua segunda temporada. Um talento subestimado e ridicularizado pelos Brasileiros, mas muito valorizado lá fora. Dalhe, Rubinho!