segunda-feira, 4 de julho de 2016

CONTRA TUDO E TODOS

Foto: Reprodução
A imagem diz tudo. É emblética. Nico Rosberg se encaminhava para a maior vitória da carreira. Após largar em sexto, fez uma grande corrida de recuperação e contou com erros da Mercedes nos pits e na estratégia de Hamilton. Com os pneus supermacios deteriorados, o alemão tentava conter a pressão do inglês, que estava com o pneu macio (na parada de Rosberg, perguntou para a equipe: "Por que os pneus supermacios para Nico e não para mim também? O engenheiro respondeu que Lewis tinha um desempenho superior com o pneu amarelo, e ele tinha razão). Última volta. Rosberg espalha um pouquinho na curva 1, o que permite para Hamilton o último ataque para tentar vencer a prova que deveria ter sido ganha com mais tranquilidade. E aí, aconteceu.

Nico alegou problemas nos freios. Difícil de engolir. O alemão tentou copiar as fechadas fortes de Hamilton, mas não conseguiu. Ele sequer faz a curva, esperando Hamilton chegar por fora para fazer a tangência. Acontece o toque. Hamilton espalha e Rosberg tem um dano na asa dianteira. Sua Mercedes W06 Hybrid se arrasta pela pista até a linha de chegada e Hamilton parte para 46a vitória da carreira, a terceira no ano. Em uma volta, a vantagem de Rosberg no campeonato caiu de 31 para 11 pontos, pois além de perder a liderança, o alemão ficou fora do pódio, ultrapassado por Verstappen e Raikkonen. Acusado de ser um piloto burocrático, Rosberg decidiu arriscar tudo. Dá a impressão de que não irá aceitar ser superado por Hamilton. Ao tentar excluí-lo da prova (igual Schumacher x Villeneuve em 1997), acabou se prejudicando e perdendo pontos importantes que podem fazer falta no final do campeonato. Toto Wolff chegou a dizer que pensa em ordens de equipe para apaziguar os ânimos na Mercedes. Vocês acham que Hamilton, que peitou Alonso em seu primeiro ano na F1, vai acatar ordens contra Rosberg depois de tricampeão? Não, né? Lewis venceu a batalha de hoje, e os efeitos psicológicos serão sentidos no decorrer da temporada.

Foto: Reprodução
O locutor oficial do GP anunciou para o público que Hamilton venceu se "envolvendo em um acidente com Rosberg". Resultado: Vaias do público para o inglês, ridículas por sinal. Lewis não se importou muito com isso, e parece ter comemorado mais ainda o triunfo. Max Verstappen não está surpreendendo Helmut Marko, mas sim uma boa parte dos comentaristas. Não é o talento, mas sim a rapidez como as coisas estão acontecendo. Em cinco corridas, está superando de forma precoce seu companheiro de equipe Ricciardo. O holandês tem estrela: Por pouco, quase venceu outra vez. De novo, segurou Kimi nos metros finais. O burocrático finlandês foi premiado com um pódio inesperado, numa corrida onde a Ferrari errou a mão com Vettel: O tetracampeão andou muitas voltas com o supermacio no primeiro stint a ponto do pneu estourar, fazendo a Ferrari rodar, o alemão rodar e bater, justamente no dia do aniversário. Presente de grego. Ricciardo foi o quinto.

Foto: Reprodução

Um dos grandes destaques da prova foi Jenson Button. Largando em terceiro, conseguiu impor um ótimo ritmo de corrida e chegou em sexto. Mesmo que circunstancial, a Honda chegou a passar na reta a Williams... Alonso não teve um bom final de semana e abandonou. É o campeão do mundo reagindo e ainda lutando para permanecer na F1 em 2017, seja na McLaren, Williams ou até Renault... Grosjean novamente conseguiu levar a Haas aos pontos. Aliás, a Haas é Grosjean, porque Gutiérrez é inexistente, não pontua, apenas atrapalha os americanos na pista, mas não nos cofres. Deve ser uma vaga em aberto para a próxima temporada.

Como não falar de Pascal Wehrlein? Com a Manor, largou em 12°, o que era um feito extraordinário. Na corrida, manteve-se no bolo e conseguiu um histórico décimo lugar, graças a pancada de Pérez na volta final. Com isso, a Manor conquista seu primeiro pontinho desde o histórico e saudoso nono lugar de Jules Bianchi no GP de Mônaco, em 2014. A parceria com a Mercedes permitiu a Manor um ponto importantíssimo, que garante ao menos que recursos sejam repassados a equipe para o ano que vem. E Wehrlein, quando será que irá ser integrado a equipe-mãe na F1? Esperamos todos que ele não tenha o mesmo destino de Jules... (ANTI-ZICA)

Foto: Twitter
Ironicamente, essa foi a prova onde a Sauber teve maior possibilidade de ter pontuado. Com sérias dificuldades de performance com o pneu supermacio, Nasr (que saiu da 20° posição), largou com os pneus macios e vinha fazendo uma grande corrida, aparecendo no top 10. Entretanto, o Safety Car ocasionado pelo acidente de Vettel retirou todas as possibilidades de pontuação. Embora tenha sido combativo e o pneu macio ter durado 41 voltas, não conseguiu manter o desempenho com os problemáticos pneus supermacios, terminando em 13°, duas posições a frente de Ericsson. Massa, por sua vez, teve outro fim de semana ruim. Minutos antes da largada, foi identificada uma rachadura na asa dianteira, forçando-o a largar dos boxes. Após fazer uma corrida de recuperação e figurar entre os dez primeiros, precisou fazer um pit stop faltando sete voltas, em razão de um furo no pneu. Algumas voltas depois, abandonou por problemas no superaquecimento dos freios. Bottas também não foi bem, terminando apenas em nono. Péssima prova para a Williams, que não encontrou o aquecimento ideal dos pneus e foi muito aquém do desempenho nos últimos anos. Queda livre...

A decepção total foi a Force India, que saiu zerada. Pérez teve um pneu estourado na última volta e bateu. Hulkenberg, que largou na primeira fila, fez uma corrida medíocre, horrorosa. Foi perdendo posições até abandonar nas voltas finais. Hulk perdeu a grande chance de fazer uma prova espetacular na F1 desde o GP do Brasil de 2012. O que se explica? O Alemão tem talento. Seria azar? Outro "azarado" é Kvyat. O russo, coitado, depois que foi rebaixado, foi ladeira abaixo (até rimou). Nada dá certo para ele. Sua carreira na F1 pode estar acabando com apenas 22 anos de idade. É a precoce F1, que incinera pilotos e ignora outros com uma facilidade incrível.

Confira a classificação final do GP da Áustria:


 A próxima corrida será o Grande Prêmio da Inglaterra, em Silverstone, na semana que vem, nos dias 8, 9 e 10 de julho. Até lá!

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