quarta-feira, 27 de setembro de 2017

CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA

Foto: LAT Images
Em dois anos, um piloto russo passou do status de ter derrotado nada mais nada menos que Daniel Ricciardo para estar fora da F1. Em dois anos, duas demissões. Melhor dizendo, rebaixamentos. Daniil Kvyat, por ora, teve sua trajetória na F1 finalizada.

A única explicação para seu desempenho horroroso nesse um ano e meio é o efeito psicológico que sua saída da Red Bull lhe custou. Em 2014 ele não mostrou ser um piloto ruim, pelo contrário, tanto é que foi esquecido para ser o substituto de Sebastian Vettel. O alemão, que lhe abriu a vaga no time taurino,  de certa forma fechou suas portas depois do incidente em sua casa no ano passado.

Desde então, foi surrado por Sainz e está atrás até de Wehrlein, que participou de duas corridas a menos com o pior carro do grid. Todos sabem que sou fã do russo, mas convenhamos que era para ele estar fora da F1 desde o fim do ano passado. Ganhou a sorte grande ao tentar renascer, mas passou longe disso. Afundou-se de vez a ponto de a Red Bull ter que apostar em Pierre Gasly como seu substituto. O campeão da GP2 não goza de grande confiança entre o staff taurino. Entretanto, diante das deficiências do russo e da falta de talentos na academia Red Bull, é o velho ditado: "não tem tu vai tu mesmo".

Foto: Reprodução
Como todo campeão da GP2 que acaba não subindo imediatamente para a F1, Gasly estava exilado na Super Fórmula, do Japão. Atualmente é o segundo colocado no campeonato, apenas meio ponto atrás do líder. O francês finalmente ganha a sua grande chance de se firmar na categoria. Com a desconfiança dos próprios superiores, sua vantagem é que teoricamente pior do que Kvyat não tem como ficar, apesar da inexperiência. Terá que mostrar serviço.

O mais estranho dessa história toda é que Kvyat tem sim chances de voltar a ser titular da Toro Rosso para o ano que vem. Depende, é claro, do Gasly fizer (ou não fizer). A outra vaga deve ser do japonês Matsushita, indicado pela Honda. Na rinha da Red Bull, Gasly e Kvyat se digladiam pela migalha chamada Toro Rosso.

O paradoxo da F1 moderna: mais precoce é a entrada na F1, mais precoce é o fim do sonho em participá-la. Muito difícil que Kvyat retorne. Sua cartada seria a necessidade de um piloto russo. Certamente teria apoio de Bernie Ecclestone, mas como ele está fora da F1, é melhor que o jovem russo pense em alternativas para a carreira: Fórmula E, Indy, WEC, Nascar, etc.

Kvyat, Vergne, Buemi, Alguersuari e Bourdais. A Red Bull/Toro Rosso é uma grande trituradora de pilotos. Será Gasly a próxima vítima? Veremos como o francês irá se comportar em sua estreia na Malásia.

Até!

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

UMA OUTRA FRUSTRAÇÃO

Foto: Wikipédia
Na semana passada, a grande notícia no mundo da F1 foi o fim da vexatória segunda passagem da parceria entre McLaren e Honda. Com a pausa no calendário, o blog resolve contar a história de outra parceria da McLaren que fracassou e que muita gente não lembra. Vamos lá.

Voltamos para o final de 1993. No primeiro ano após o fim da satisfatória parceria com a Honda (!), a McLaren resolveu apostar nos motores Ford para brigar com a imbatível combinação Williams Renault de 1992. Não deu certo. Apesar das cinco vitórias de Ayrton Senna na temporada, em nenhum momento o conjunto de Woking foi páreo para Alain Prost, que sagrou-se tetracampeão e se aposentou. A Williams terminou o campeonato com 168 pontos, o dobro da McLaren Ford, segunda colocada (sendo 73 pontos de Senna, 7 de Michael Andretti e 4 de Mika Hakkinen).


Insatisfeito com tamanha inferioridade, Senna estava disposto a ir para a Williams substituir Prost e voltar a brigar por títulos. Para tentar segurar o brasileiro, a McLaren recebeu propostas, uma delas da Lamborghini, que equipava o carro da Larrousse. A Crysler, que detinha a marca na época, forneceu alguns motores para a equipe de Woking fizesse os testes.

Senna testando a McLaren Lamborghini, em 1993. Foto: Getty Images
Senna fez o teste no circuito de Estoril e gostou. Disse que o motor precisava de mais potência mas que tinha tudo para fazer uma grande temporada em 1994. Hakkinen pilotou em Silverstone. Com aquele motor V12, foi cerca de um segundo e meio mais veloz do que em relação ao carro equipado com o Ford V8. Parecia o suficiente para que fosse feita a aposta na Lamborghini e de quebra convencesse Senna a permanecer na equipe.

Não foi o que aconteceu. No fim daquele ano, a McLaren anunciou de forma surpreendente um acordo com a Peugeot, que até então jamais havia participado da F1. A empresa entrou na categoria para combater a compatriota e dominante Renault. Até hoje não se sabe os motivos para que o negócio com a Lamborghini não tenha sido concretizado. Com Senna indo para a Williams, abria-se uma vaga para pilotar a equipe que tinha mais vitórias na F1 até então (104).

1994 era uma temporada importante. Estava sendo implementado um novo regulamento. A suspensão ativa, os freios assistidos e ABS e o controle de tração foram banidos. O objetivo era dar ênfase as habilidades do piloto para que elas se sobresaíssem (parece familiar esse assunto, não?). A Peugeot queria o compatriota Philippe Alliot como companheiro de Hakkinen. A pressão e o desejo de interferência enfureceram Ron Dennis. Alliot estava na F1 desde 1984 e tinha a fama de ser um piloto rápido mas propenso a acidentes. A escolha de Dennis foi Martin Brundle, também veloz, porém mais constante que o francês. 

Alain Prost testando o MP4/9 na pré-temporada de 1994. Foto: Pinterest
Antes disso, o recém-aposentado Prost chegou a testar o MP4/9 durante os testes de pré-temporada. Diante do “tanque” em que estava metido, acabou desistindo de se desaposentar. O novato motor francês já dava indícios de que não andaria no nível desejado pelos ingleses naquele primeiro momento (de novo, parece familiar, né?). Na época, segundo reportagem de Flávio Gomes para a Folha, o chassi do carro era “decente, um carrinho estreito, moderno, com cara de mau e, se tivesse um motor decente, certamente daria trabalho”.

A primeira versão do MP4/9 foi alimentado pelo motor Peugeot A4 V10, que produzia cerca de 700 cv. Logo nas duas primeiras corridas ele se mostrava pouco confiável, tanto Hakkinen quanto Brundle abandonaram nas duas primeiras corridas da temporada (Brasil e Pacífico) com falhas no motor. Na terceira etapa, em Ímola, foi introduzido o A6 V10 de 760 cv. Houve uma significativa melhora que levou Hakkinen ao terceiro lugar na fatídica prova e Brundle ao segundo lugar em Mônaco, corrida seguinte. Apesar disso, as falhas nos testes, treinos e corridas eram freqüentes e o motor era conhecido como uma “granada de mão”. O problema de confiabilidade persistiu até a Itália. No meio do caminho, Hakkinen conseguiu outro pódio, o terceiro lugar em Silverstone.

Hakkinen conquistou seis pódios com o MP4/9. Foto: Car Throttle



O finlandês chegou a enfileirar quatros pódios seguidos (Bélgica, Itália, Portugal e Jerez). Entretanto, em nenhum momento a McLaren sequer flertou com a vitória e terminou uma temporada zerada pela primeira vez desde 1980. Ron Dennis apostava na rivalidade francesa para alcançar um rápido desenvolvimento do novato motor Peugeot. Com os problemas constantes não sendo resolvidos, criou-se uma dúvida em relação a continuidade no projeto.

Hakkinen terminou o campeonato em quarto lugar, com 26 pontos. Brundle foi o sétimo, com 16. Os 42 pontos do conjunto McLaren Peugeot deixaram a equipe apenas em quarto nos construtores, 74 pontos atrás da campeã Williams Renault (118), 59 da Benetton Ford (campeã mundial com Michael Schumacher) e 29 da Ferrari. Um vexame para quem dominava a F1 no início da década.

Diante não só desses números como também do desempenho, a McLaren encerrou sua parceria com a Peugeot em apenas uma temporada e anunciou o acerto de um projeto com a Mercedes para 1995, que durou vinte temporadas (até 2014). A história nós sabemos: vitórias, competitividade e três títulos mundiais, dois de Hakkinen (1998 e 1999) e um de Lewis Hamilton (2008).




E a Peugeot, “que fim levou?” (leia com a voz de Milton Neves): bom, no ano seguinte os franceses fecharam acordo com a Jordan e posteriormente com a equipe Prost. Os resultados continuaram sendo ruins e a divisão de motores foi vendida para a preparadora Asiatech, que fechou em 2002.

Estatisticamente, podemos dizer que a McLaren vem de duas parcerias ruins nas últimas três que firmou. Resta saber se a McLaren Renault 2018-2019-2020 irá igualar ou piorar a situação. Até!

Brundle em Mônaco 1994. Foto: José Inácio





segunda-feira, 18 de setembro de 2017

ENCAMINHANDO O TETRA

Foto: Getty Images
Nem Lewis Hamilton poderia imaginar o que aconteceu em Cingapura. Para quem esperava não só perder a liderança mas também ficar no mínimo uns 10 pontos atrás de Vettel, o britânico sai com incríveis 28 pontos de vantagem e com o título muito próximo. Se a previsão era uma disputa final em Abu Dhabi, Lewis pode liquidar a fatura em Interlagos, pois a tendência é que a vantagem aumente nessas corridas iniciais. Entretanto, era tendência a Ferrari dominar e até a Red Bull ser a segunda força e não aconteceu, então é melhor não ser tão definitivo assim.

Mesmo assim, vou cometer a "ousadia" de afirmar que o campeonato acabou na primeira curva. No ao vivo, responsabilizei Verstappen pelo toque em Raikkonen. Entretanto, analisando os vários replays que a transmissão exibiu durante a corrida, acredito que a responsabilidade maior foi de Vettel. Ele fez um movimento natural de "fechar" o segundo como sempre o pole position faz nas largadas. Entretanto, acredito que ele não tenha imaginado que Raikkonen largaria tão bem assim e estivesse emparelhado com Max. Os dois últimos foram os menos culpados. Até quando o finlandês tem seus lampejos, o "azar" corta suas asas. Não acho que Vettel deva ser punido. Incidente de corrida. Foi óbvio que ele calculou errado. Apostando na competitividade de Max nas disputas na pista e principalmente pelo fato de a Red Bull estar forte para vencer, o alemão arriscou tudo para manter a ponta na primeira curva, mas viu suas chances de ser penta virarem quase improváveis. Escolhas.

Foto: Getty Images
Outro azarado é Don Alonso. Ele e Hamilton, no lado contrário da confusão, encaminhavam-se para terceiro e segundo respectivamente, até que a Fênix foi atropelada pela Ferrari desgovernada de Kimi, que acertou Verstappen, que acertou o espanhol. Quando não é a Honda é um acidente, ou os dois. Karma. Ricciardo contou que estava lidando com um problema no câmbio e por isso não conseguiu incomodar as Mercedes como todo mundo esperava. Inegável que seu gerenciamento de corrida lembra e muito Jenson Button: regular e preciso. Se Hamilton tem sete vitórias, Ricciardo chega ao sétimo pódio, contra apenas um de seu companheiro. É chover no molhado escrever que ele precisa urgentemente de um carro que lhe dê condições de brigar pelo título.

Bottas fez uma típica corrida mediana. Enquanto a pista esteve molhada, conseguiu levar passão até de Palmer. Quando a pista secou, ganhou as posições nos boxes e fechou o pódio. Entretanto, está confortável diante do novo contrato já estar em vigor, fazendo aquilo que se espera: roubar o máximo de pontos possíveis dos concorrentes e ajudar a Mercedes a emplacar mais um título de construtores. Fim de semana mágico para Sainz: transferência confirmada para a Renault e a melhor posição da carreira com um carro que não lhe permite voos altos. Outro piloto consistente que, a partir de 2018, veremos do que é capaz com um equipamento mais adequado. Pérez chegou em um bom quinto lugar e se igualou a Verstappen na tabela. Que fase.

Foto: Getty Images
Fim de semana de redenção para Palmer e Vandoorne. O campeão da GP2 de 2014 marcou seus primeiros oito pontos no ano. Tarde demais para permanecer na F1, o jeito é se despedir da categoria fazendo o que pode, agora sem a pressão dos resultados e ajudar a Renault nos construtores. Hulkenberg tornou-se o piloto com mais GPs sem pódio, superando a marca de seu ex-colega de Force India, Adrian Sutil (129). Corrida típica do alemão: chegou a flertar com o pódio, tinha tudo para ser o quarto mas abandonou o final. Melancólico. Vandoorne conseguiu ser combativo e, num circuito que poderia sonhar com os pontos, teve o trabalho facilitado pelos abandonos. Bom sétimo lugar e sete pontos na tabela para o talentoso belga. Outro que terá que confirmar suas boas credenciais da base com a nova McLaren Renault.

Stroll parece ter um ritmo melhor na chuva. Foi a corrida onde foi mais agressivo, brigando e se defendendo por posições. Até então, evitava ao máximo qualquer tentativa de qualquer coisa. Parece estar mais a vontade e vem superando Massa com mais frequência. No entanto, ainda consegue a proeza de perder para um piloto semi aposentado. Com medo do vexame ser maior e tomar uma surra de um polonês de uma mão só, sr. Lawrence parece disposto a bancar o brasileiro por mais uma temporada ou efetivar Paul Di Resta, piloto de testes, para o posto de titular. Como não odiar um ser desses? Como não se decepcionar com o rumo decadente que a Williams tomou desde o fim da parceria com a BMW?

Foto: Getty Images
Massa teve uma corrida horrível. Na chuva e com essa Williams isso não é uma novidade. A questão é que, outra vez, a estratégia de Smedley foi péssima, também algo normal. Enquanto a pista já criava um trilho seco, o brasileiro continuava com pneu de chuva forte, se arrastando no grid. Conseguiu ficar em 11 numa corrida onde só 12 carros completaram. Desse jeito, é capaz de conseguir ser superado pelo adolescente canadense. Kvyat a cada corrida mostra que não pode mais ficar na F1. Ele tem 10% dos pontos de Sainz e está a somente à frente de Ericsson no campeonato. O rebaixamento acabou com o talento que havia mostrado em seus primeiros anos. Por mais que seja arriscado, Matsushita e Gasly podem tentar trazer algo novo para a Toro Rosso. Mas sei lá, o presente/futuro dessa equipe é tão nebuloso que é capaz de acontecer de tudo e não acontecer nada ao mesmo tempo.

Confira a classificação do Grande Prêmio de Cingapura:


A próxima etapa será o Grande Prêmio da Malásia, em Kuala Lumpur, nos dias 29 e 30 de setembro e 1° de outubro. Até lá!

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A GRANDE CHANCE

Foto: Getty Images
Tudo o que era especulado durante a semana se confirmou. A McLaren deu um pé na bunda na Honda e se acerta com a Renault para as próximas três temporadas. A partir de 2021, a ideia do time de Woking é produzir o próprio motor. Agora, o desafio é encontrar um patrocinador que despeje uma boa quantia para a equipe, sobretudo para sustentar Alonso, que tem um alto salário apesar de que certamente irá reduzir seus vencimentos a partir da próxima temporada, pois era a Honda quem o pagava.

Os japoneses, por sua vez, confirmam acerto com a Toro Rosso, também para o ano que vem. A novidade é o que o futuro pode reservar para a Red Bull. A Renault acena que 2018 será a última temporada que ela irá fornecer motor para os taurinos. A justificativa: a partir de 2019, a ideia é que os franceses comecem a brigar por vitórias. Então, não faria sentido fornecer motor para um concorrente direto.

"Ah, mas por que então aceitaram um acordo com a McLaren?". Boa pergunta. É uma questão política também. Renault, Honda, Red Bull e McLaren conversam com a FIA e a Liberty. O relacionamento é bom, ambos se entendem e buscam seus interesses. Hoje, a McLaren, apesar de toda a grandeza e investimento, está muitos degraus abaixo da Red Bull e é inferior que a Renault. Existe, sim, o risco de que em 2019 e 2020 a própria McLaren seja mais eficaz que os franceses, mas a chance é menor do que em relação a Red Bull. É um "tiro no pé", o que foi possível negociar.

Foto: Getty Images
A Toro Rosso Honda tem Matsushita, Gasly e Kvyat como candidatos, mas quem treinou no primeiro treino livre de hoje foi uma espécie de Lance Stroll asiático, o tal Sean Gelael. Eu apostaria as minhas fichas no japonês e no francês, dois estreantes, mas provavelmente Kvyat, mesmo numa fase lamentável, irá ganhar mais um ano extra na F1.

A Renault, danadinha, tentou levar Ricciardo para sua equipe. A Red Bull, obviamente, recusou. Os franceses tiveram que se contentar com o empréstimo de Carlos Sainz Jr. Sim, ele ainda mantém vínculo com os taurinos, uma informação que não estava sendo circulada. Palmer fica até o fim do ano e já está no lucro.

Acredito que agora é hora de falar da corrida, não? Pois bem, Ricciardo dominou os dois treinos. A Red Bull aguarda ansiosamente por Cingapura todos os anos, é a grande chance para conquistarem mais uma vitória na temporada, isso se o motor Renault não deixar Max pelo caminho ou o mesmo for afoito e se envolver em uma confusão. No entanto, sabemos que as equipes blefam nos treinos livres e, portanto, não descarto que a Mercedes e a Ferrari dominem a classificação amanhã. O favoritismo é ferrarista. Se Vettel ainda sonha com o penta, é obrigatório vencer em Cingapura pela sexta vez na carreira.

Foto: Getty Images
Aliás, o circuito da cidade-estado teve seu contrato renovado por mais quatro temporadas, até 2021. Ano que vem a primeira corrida noturna da F1 completará dez anos. Estamos velhos, não? É um circuito chato, mas a atmosfera é interessante e sempre recheado de Safety Car. Espero uma corrida com bastante incidentes, para seguir a tradição.

Enfim, confira a classificação dos treinos livres para o Grande Prêmio de Cingapura:




quinta-feira, 14 de setembro de 2017

GP DE CINGAPURA - Programação

O Grande Prêmio de Cingapura é disputado desde 2008 e foi a 1a corrida noturna da história da Fórmula 1, que foi vencida de forma polêmica por Fernando Alonso, pilotando a Renault, após se beneficiar de um Safety Car oriundo de uma batida proposital de seu companheiro de equipe Nelsinho Piquet e o abandono do então líder da corrida Felipe Massa, da Ferrari, após a mangueira de reabastecimento ter ficado presa em seu carro. O caso ficou conhecido como Cingapuragate.

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:45.599 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Nico Rosberg - 1:42.584 (Mercedes, 2016)
Último vencedor: Nico Rosberg (Mercedes)
Maior vencedor: Sebastian Vettel - 4x (2011, 2012, 2013 e 2015)

EFEITO DOMINÓ

Foto: LAT Images
Uma das consequências óbvias de tudo explicado no post de terça-feira é que Robert Kubica estranhamente dançou na briga por uma vaga pela F1 na Renault. Isso logo depois de realizar os testes pela equipe na Hungria. Bom, o que se pode entender é que o polonês não teria condições de atingir os objetivos esperados pela equipe. Mas vai saber... 

Enfim, Kubica rompeu com a Renault e busca outro cockpit para voltar a F1 em 2018. As especulações desencontradas do momento apontam possíveis interesses de Sauber e Williams, ambas ainda com futuro incerto. Os suíços devem correr com Ericsson e Leclerc, segundo informações semi-oficiais. Sobraria a Williams que, como sempre, está absolutamente perdida no que fazer para agradar a família Stroll em 2018. Pegaria mal para o garoto "sensação" canadense ser derrotado por um piloto semi-aposentado e outro que praticamente dirige com uma mão só? 

Desde sempre sabíamos das dificuldades e do quão improvável seria um retorno de Kubica para F1, mas embarquei na ilusão, e não quero acordar. Seria um desfecho frustrante mas não surpreendente para Kubica, a F1 e os fãs.


RICCIARDO SE INSPIRA EM VALENTINO ROSSI: "ENCONTROU MANEIRA DE EVOLUIR"

Foto: Getty Images

Desde o ano passado, o australiano vive uma situação diferente na Red Bull: acostumado a ser sempre o mais novo da equipe, agora Ricciardo está encarando o "desafio Max Verstappen". Aos 28 anos, uma década mais velho que o holandês, Ric tem uma vitória e seis pódios no ano, totalizando 144 pontos, 76 a mais que Max, que sofre com inúmeros problemas no carro ou com incidentes de corrida causados pelo seu ímpeto arrojado.

Para lidar com essa rivalidade, Ricciardo afirmou se inspirar em Valentino Rossi, mito da MotoGP. "Antes, eu era sempre o mais novo ou a mesma coisa em termos de idade e atenção, então provavelmente era um pouco como a posição de Vettel comigo quando eu cheguei na RBR. Acho que Max tem mais atenção do que eu tive. Acho que é com o que Valentino Rossi vem lidando nos últimos dez anos", disse em entrevista ao site "Autosport".

O italiano é heptacampeão da principal categoria de Motovelocidade e tem mais de 300 GPs no currículo. Atualmente, tem como concorrente interno na Yamaha o espanhol Maverick Viñales, de 22 anos. "Tenho tentado encontrar maneiras de melhorar, tentar me manter acima da curva - acho que como Rossi tem feito nos últimos anos. Estes garotos estão chegando e ficando cada vez melhores, e ele encontrou uma maneira de ainda evoluir. É aí que sou crítico comigo mesmo, mas acho que consegui acompanhar", completou.

Ricciardo é cirúrgico. Tem um grande ritmo de corrida e consegue administrar as situações, aproveitando-as para si e capitalizando em cima delas, diferente de Max, tanto é que o holandês largou mais vezes na frente que o australiano. Enquanto Verstappen ainda é um talento bruto instável de fortes lampejos, o segredo é a consistência para superá-lo. Quando a Red Bull lhes dar um carro em condições de brigar pelo título será uma disputa interetessante: o consistente Ricciardo versus o amadurecido (?) Verstappen. Já estou ansioso.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 238 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 235 pontos
3 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 197 pontos
4 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 144 pontos
5 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 138 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 68 pontos
7 - Sérgio Pérez (Force India) - 58 pontos
8 - Esteban Ocon (Force India) - 55 pontos
9 - Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 36 pontos
10- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
11- Felipe Massa (Wiliiams) - 31 pontos
12- Lance Stroll (Williams) - 24 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 24 pontos
14- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
15- Fernando Alonso (McLaren) - 10 pontos
16- Pascal Wehrlein (Sauber) - 5 pontos
17- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 4 pontos
18- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 435 pontos
2 - Ferrari - 373 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 212 pontos
4 - Force India Mercedes - 113 pontos
5 - Williams Mercedes - 55 pontos
6 - Toro Rosso Renault - 40 pontos
7 - Haas Ferrari - 35 pontos
8 - Renault - 34 pontos
9 - McLaren Honda - 11 pontos
10- Sauber Ferrari - 5 pontos

TRANSMISSÃO:




terça-feira, 12 de setembro de 2017

QUEBRA-CABEÇA

Foto: AS
Depois de ter viajado e me bronzeado durante o feriado, pensei em colocar "Independência ou morte" como título do texto, mas como isso já faz quase uma semana acabei optando pelo título acima. Enfim, só registrei porque não é todo dia que me vem a cabeça dois títulos bacanas e infelizmente tive que deixar um de lado.

Bom, vamos ao que importa.

Sainz-Renault-McLaren-Alonso-Honda-Toro Rosso. Essa é a ligação. Informações da imprensa europeia. Só falta o famigerado "anúncio oficial". Vamos por partes:

McLaren e Honda irão encerrar a vexatória parceria depois de três anos. Os japoneses depositavam 90 milhões de euros na equipe, sendo 32 deles destinados para pagar Alonso. A Fênix exigia a saída dos nipônicos para continuar na equipe e seu pedido foi aceito. Evidentemente que seu salário será reduzido, diante da saída de quem lhe pagava tal quantia. A McLaren tenta um patrocinador master, ausente de Woking desde a saída da Vodafone em 2012. A ideia dos ingleses é manter essa parceria com a Renault até 2020 e a partir do ano seguinte, quando começa um novo regulamento técnico, produzir o próprio motor, uma questão que há anos já havia sido cogitada pela equipe e parece que finalmente será feito.

Retorno da parceria foi um fracasso. Foto: AS
Para que a Honda não saia da F1 e mostre para o mundo que não há espaço para que as novas fornecedoras de motor possam ser competitivas na categoria, Jean Todt e Ross Brawn tiveram que agir. Eles costuraram um acordo com Christian Horner e Helmut Marko para que os japoneses fornecessem os motores da Toro Rosso. E por que isso seria aceito? Bom, a Honda irá depositar uma boa quantia para a equipe de Faenza. Não será os mesmos números que os da McLaren mas é uma excelente medida. A negociação com a Renault foi simples: os nipônicos pagaram 15 milhões de euros para Marko e Horner para liberar Carlos Sainz da Toro Rosso e repassar aos franceses, que aceitariam fornecer motores para a McLaren e contariam com o piloto espanhol já na Malásia, daqui duas semanas, no lugar do zerado Jolyon Palmer.

Toro Rosso Honda em 2018. Foto: Motorsport
A Renault, que até o mês passado trabalhava para contar com o retorno de Robert Kubica ao volante, opta pelo espanhol, que já era desejado há alguns anos. Sem perspectivas de subir para a Red Bull no futuro próximo, essa foi a melhor decisão tanto para Sainz quanto para a Red Bull, que ganha uma boa grana com a transação. Ainda falta encaixar algumas peças.

Para a Honda sair da McLaren e fornecer motor para a Toro Rosso, uma das exigências seria a chegada do piloto japonês Nobuharu Matsushita para 2018. Ele tem 23 anos e está na F2, pilotando pela ART Grand Prix e é o sexto colocado, com duas vitórias nas etapas de domingo de Barcelona e Silverstone. Outra disputa seria travada no time satélite da Red Bull: com Sainz indo imediatamente para a Renault ainda esse ano, Pierre Gasly (campeão da GP2 ano passado) teria algumas corridas para mostrar serviço e tentar desbancar o depressivo Daniil Kvyat pela outra vaga na equipe ano que vem. Imagina Matsushita e Gasly na equipe satélite que revelou Vettel, Ricciardo e Verstappen e teve Buemi e Vergne como bons talentos subestimados?

Matsushita (E) e Gasly (C) podem ser companheiros de Toro Rosso em 2018. Foto: Motorsport


Bem, acho que está tudo devidamente e didaticamente esclarecido. Lembrando que nada disso ainda é oficial, mas bastante ventilado e dado como certo pelos principais veículos especializados da Europa. Meus pitacos?

A McLaren abre mão do protagonismo e busca nesse momento ser apenas uma mediana mas constante, que pontue com frequência e busque pódios esporádicos, algo impossível se continuasse com a Honda. O processo regrediu nesses três anos. Não é o ideal para Alonso, mas apenas o possível para que consiga completar algumas corridas sem que isso vire notícia.

A Toro Rosso não tem escolha. Com dois pilotos estabelecidos na Red Bull e sem nenhum grande talento emergente, Marko e Horner optaram pelo dinheiro da Honda e conseguiram ainda lucrar com o insatisfeito Sainz, que terá um grande chance em uma equipe de fábrica. Para Gasly e Matsushita, caso se concretize, é a chance de realizar um grande sonho que é pilotar a F1.

E, para finalizar, a Honda terá uma nova chance de se redimir, trabalhando em um ambiente de menor pressão. Precisa melhorar muito para ser minimamente competitiva. Quem sabe em 2021, com um novo regulamento técnico e a chegada de outras construtoras os japoneses não se destaquem? Difícil, mas vai que, né...

Até mais!


terça-feira, 5 de setembro de 2017

VÍDEOS E CURTINHAS #34

Foto: Divulgação
Definido o futuro de Alonso: o Real Madrid. Ok... o piloto foi homenageado como membro do clube honorário da equipe espanhola. Os feitos do asturiano foram destacados pelo presidente Florentino Pérez. Don Alonso visitou o vestiário e o gramado do Estádio Santiago Bernabéu.

Enquanto isso, na F1... Flavio Briatore garantiu que em 2018 a McLaren irá usar o motor Renault. É uma nomenclatura muito estranha, além da parceria, é claro. Nada que supere o McLaren Peugeot de 1995, que foi um tremendo fracasso. Mesmo que a Honda deposite muita grana, a sua saída seria o único estimulo para a permanência de Alonso. Veja só que ironia: a Honda exigiu Alonso para retornar a F1 com a parceria pela McLaren, agora é o espanhol que exige a saída dos japoneses para permanecer na equipe inglesa.

Eu não assisto Game of Thrones. Com isso, tampouco sei quem são os personagens e as piadas que poderiam ser feitas com esse fato. A questão é que Kit Harington, o "Jon Snow" e "Sor Davos Seaworth" (Liam Cunnigham) estiveram presentes no GP da Itália e andaram de carona no F1 de dois lugares - uma Minardi de 2005 adaptada, isso sim o mais interessante de tudo, com seu mítico motor V10. Confira!


Hoje faz 27 anos do falecimento de Jochen Rindt. O austríaco, companheiro de equipe de Emerson Fittipaldi, foi o único campeão mundial póstumo da história da categoria. Ele tinha 28 anos e faleceu em um acidente no treino classificatório do GP da Itália, utilizando o carro que seria guiado por Fittipaldi. Confira um vídeo especial sobre a carreira desse grande piloto:


Por enquanto é isso, até!