segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O XERIFE DE AUSTIN

Foto: Getty Images
Quatro vitórias em cinco edições da corrida de Austin. Cinco vitórias no Grande Prêmio dos Estados Unidos, 50 vitórias na carreira, 58 poles position, 26 pontos atrás de Nico Rosberg. Números... Lewis Hamilton fez sua parte em Austin hoje, assim como Rosberg, que marcou seu rival e, numa combinação improvável, pode ser campeão do mundo já na semana que vem: basta vencer no México e torcer para que Hamilton não pontue.

Ricciardo, prejudicado pelo Safety Car virtual causado pelo companheiro de equipe Verstappen (que abandonou após uma falha de câmbio; antes, entrou por engano nos boxes e foi cobrado por Helmut Marko) completou o pódio, evidenciando que a Red Bull é a única que pode incomodar a Mercedes até o fim do ano e surge com muita força para o ano que vem. A imagem do fim de semana é o shoey (de novo) protagonizado pelo ator Gerard Butler, que entrevistava os pilotos no pódio. Diante de tanta caretice, o australiano salva a F1 pelo seu bom humor e carisma!

Foto: Getty Images
"Precisamos falar sobre"... A tal votação do "piloto do dia": ou a FIA muda o sistema ou encerra essa palhaçada. Um bando de fandom do Verstappen vota nele o dia inteiro independente do que ele faça e o resultado é o óbvio: ele ganha a votação. Mas hoje ele sequer completou a prova, isso é um absurdo! Ou a FIA escolhe previamente dois ou três pilotos e abre a votação na parte final da prova ou encerra essa tal interação que não escolhe o "melhor piloto", mas sim o "maior fandom". Depois que recusaram entregar pro Haryanto uma vez isso perdeu a credibilidade...

A Ferrari tinha tudo para descontar a vantagem para os taurinos. Entretanto, os italianos tratam-se de se autosabotar: após a parada de Kimi, o sistema liberou erroneamente o finlandês, que saiu antes da hora e quase arrancou a mão do mecânico que ainda mexia no pneu. O Iceman encostou o carro logo depois e abandonou, muito irritado. É o preço que se paga por ter pessoas que não são do ramo da F1 para gerir a equipe. Os italianos não demonstram condições de brigarem pelo título em 2017 Talvez Vettel precise deixar o cavalinho rampante no futuro próximo, mas para onde? Ano que vem fará dez anos do último título ferrarista, ainda fruto do trabalho de Brawn, Todt e Schumacher.

Foto: Divulgação
Com os abandonos de Kimi e Verstappen, aliados ao enrosco de Hulkenberg e Bottas na largada (o alemão acertou a roda traseira direita do finlandês), a disputa do quinto lugar ficou quente. Beneficiado pelo Safety Car, Sainz ficou a frente de Massa, que, apesar de estar com o pneu duro, pressionava a Toro Rosso do espanhol por mais de 20 voltas, sem sucesso. Com isso, o compatriota de Sainz, a fênix Alonso, se aproximou e, em pouco tempo, mostrou como se faz: em uma ultrapassagem polêmica, a McLaren aproveitou a travada de Sainz e a espalhada de Massa para passar na "marra", jogando o carro do brasileiro para fora da pista. Apesar disso, a FIA considerou a manobra legal, o que gerou reclamações do #19. Na volta seguinte, a penúltima, Alonso também arriscou e de forma linda garantiu um extraordinário quinto lugar, dadas as condições da equipe de Woking. Também é importante destacar o trabalho de Sainz, com um carro de motor do ano passado. Os destaques da prova, sem dúvida alguma. Massa foi bem, mas até quando consegue um bom resultado fica a sensação de que poderia ter feito algo mais. O quinto lugar era totalmente possível.

Foto: Reprodução
A bomba do dia foi a notícia de que Nasr está próximo da Force India. A negociação estaria sendo intermediada por Bernie Ecclestone junto aos dirigentes da equipe indiana. O motivo é simples: não é bom para os negócios da F1 ter um dos maiores mercados consumidores da categoria sem um represantante para o ano que vem (apesar dos pesares, o país é um dos raros que transmitem a F1 na TV aberta). É uma oportunidade para o brasileiro mostrar serviço. O carro horrível da Sauber mais a "sabotagem" em favor do sueco Ericsson (afinal, a Tetrapak, compatriota, comprou as ações da equipe). Ainda penando na Sauber, o brasileiro foi combativo, mas terminou em 15°, atrás de Ericsson, 14°.

Confira a classificação final do Grande Prêmio dos Estados Unidos:


A próxima corrida será o Grande Prêmio do México, que será realizado na semana que vem, nos dias 28, 29 e 30 de Outubro. Até lá!


domingo, 23 de outubro de 2016

WARM UP

Foto: Getty Images
Hamilton conquistou sua 58a pole position na carreira, a primeira em Austin. Rosberg larga em segundo, seguido das Red Bull de Ricciardo e Verstappen e das Ferrari de Raikkonen e Vettel. Hulkenberg, Bottas, Massa e Sainz completam o top 10. Nasr, com um carro diferente do que andou na sexta, larga em penúltimo. Hamilton precisa vencer as quatro corridas se quiser o tetra. Basta Rosberg administrar a larga vantagem que possui. Se houver algum impresvisto para o inglês, é fim da linha. Não se pode mais desperdiçar oportunidades.

A FIA resolveu agir e responder Verstappen: depois de discussão entre os pilotos no briefing de sexta-feira, com muitos reclamando do holandês, o diretor de provas Charlie Whiting enviou um comunicado para todas as equipes, dizendo que não é permitido que os pilotos mudem de traçado durante a frenagem. Quem desrespeitar o artigo poderá ser punido pelos comissários da prova. É uma clara "podagem" ao jovem holandês ousado, polêmico e até inconsequente. Entretanto, achei uma medida extrema. Verstappen, de fato, é muito agressivo nas tentativas de defender posição, mas proibir tudo também prejudica o espetáculo. A beleza da F1 não é só ultrapassar, mas sim ver a defesa, as tentativas e a forma como os pilotos buscam extrair o máximo para andar na frente. Qual a graça de apertar o DRS e passar com facilidade e sem sequer dar a chance para o piloto que está a frente se defenda das investidas?

A Toro Rosso confirmou a permanência de Kvyat para 2017, mais por falta de opção do que uma aprovação ao trabalho do russo. O rebaixamento a equipe satélite acabou com o seu psicológico, embora ele tenha melhorado de desempenho nas últimas provas. No entendimento de Helmut Marko, Pierre Gasly não está pronto para assumir um cockpit de F1. Fica a questão para o ano que vem: Carlos Sainz deixa claro que, ou irá para a Red Bull em 2018 ou deixa a Toro Rosso. Esse ano, já recebeu sondagens da Renault, mas acabou permanecendo. Se Kvyat não corresponder, a Red Bull terá dois pilotos jovens com condições de chegar na F1? Seria uma possibilidade para Sérgio Sette Câmara ou estou viajando?

A corrida é às 17h, com transmissão do SporTV. Confira o grid de largada!


sexta-feira, 21 de outubro de 2016

GP DOS EUA - Programação

O Grande Prêmio dos EUA entrou no calendário da Fórmula em 1950. Até 1960, as 500 Milhas de Indianapólis faziam parte do circo da Fórmula 1. Desde então, o GP foi disputado nos circuitos de Riverside (1960), Watkins Glen (1961-1980), Sebring (1959), Phoenix (1989-1991), Indianapólis (2000-2007) e Austin (2012-).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Sebastian Vettel - 1:39.347 (Red Bull, 2012)
Pole Position: Sebastian Vettel - 1:35.657 (Red Bull, 2012)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 5x (2000, 2003, 2004, 2005 e 2006)

SEGUNDO REVISTA, BOTTAS CONVERSA COM A RENAULT

Foto: Getty Images
A revista britânica "Autosport" noticiou que o piloto finlandês abriu negociações com a escuderia francesa. O motivo seria a demora em definir a permanência na Williams. A renovação de contrato implicaria em um aumento de salário para Bottas. Com isso, a Renault virou uma alternativa considerável para o staff do finlandês de 28 anos. Como já foi reiterado nos últimos posts: uma equipe de fábrica é melhor que uma outra com dificuldades financeiras e que está se sujeitando a vender uma vaga para um adolescente que não mostrou nada demais, por enquanto (falo disso com calma em breve). Enfim, Bottas e Hulk seria uma grande dupla para a Renault começar a traçar um novo caminho vencedor na F1, pois os dois estão famintos e motivados pelo sucesso em uma equipe de fábrica, naquela que é (ou seria) a única e última chance deles brilharem na F1.

WEHRLEIN JÁ NEGOCIA COM A FORCE INDIA

Foto: This Is F1
A notícia não é supresa para ninguém. Trata-se de uma mera obviedade. O alemão tem o apoio da Mercedes, que o encaixou na Manor após ter sido campeão da DTM no ano passado. Wehrlein conseguiu uma façanha que seria o suficiente para colocá-lo na cobiçada vaga da Force India: conseguiu pontuar com a Manor, na Áustria, repetindo o feito de Bianchi com a Marussia. Um feito e tanto, que por enquanto garante para a equipe inglesa 40 milhões de Euros no orçamento de 2017, superando a Sauber.

Pascal não se surpreendeu com a vaga aberta pela Force India e filosofou: "Primeiro, houve os rumores sobre Sergio [Pérez], e logo depois que ele assinou, o foco foi Nico. Não há fumaça sem fogo”.


Além de Wehrlein, outros pilotos especulados para a vaga são Ocon, Nasr, Kvyat e Magnussen, que praticamente desistiu de lutar por uma permanência na Renault. A sua saída é evidente. O dinamarquês pode parar no quarto carro da Chip Ganassi, na Fórmula Indy. Com certeza seria um barato! Ademais, é questão de tempo para Wehrlein assinar com o time de Vijay Mallya. Dentre as opções, é o piloto mais pronto para substituir Hulk. É a chance de mostrar serviço em uma equipe média/grande para, no futuro, substituir Nico ou Lewis na Mercedes, em três ou quatro anos.

CLASSIFICAÇÃO:

1 - Nico Rosberg (Mercedes) - 313 pontos
2 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 280 pontos
3 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 212 pontos
4 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 170 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 165 pontos
6 - Max Verstappen (Red Bull) - 165 pontos
7 - Valtteri Bottas (Williams) - 81 pontos
8 - Sérgio Pérez (Force India) - 80 pontos
9 - Nico Hulkenberg (Force India) - 54 pontos
10- Felipe Massa (Williams) - 43 pontos
11- Fernando Alonso (McLaren) - 42 pontos
12- Carlos Sainz Jr (Toro Rosso) - 30 pontos
13- Romain Grosjean (Haas) - 28 pontos
14- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 25 pontos
15- Jenson Button (McLaren) - 19 pontos
16- Kevin Magnussen (Renault) - 7 pontos
17- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 1 ponto
18- Jolyon Palmer (Renault) - 1 ponto
19- Pascal Wehrlein (Manor) - 1 ponto

CONSTRUTORES:

1 - Mercedes - 593 pontos
2 - Red Bull TAG Heuer - 385 pontos
3 - Ferrari - 335 pontos
4 - Force India Mercedes - 134 pontos
5 - Williams Mercedes - 124 pontos
6 - McLaren Honda - 62 pontos
7 - Toro Rosso Ferrari - 47 pontos
8 - Haas Ferrari - 28 pontos
9 - Renault - 8 pontos
10- Manor Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO

Foto: Arte Globoesporte.com





terça-feira, 18 de outubro de 2016

VÍDEOS E CURTINHAS #25

Foto: Divulgação
Depois de mais de três meses, essa sessão tão querida está de volta! Vamos dar uma pausa na F1 para falar de duas categorias que eu infelizmente não consegui falar tanto ultimamente. Bora lá!

* MOTO GP: A foto diz tudo. Marc Márquez é o tricampeão mais jovem da categoria. A vitória em Motegi, na casa da Honda, mais os abandonos de Rossi e Lorenzo permitiram o título antecipado faltando três provas para o final do campeonato. A festa foi completa! Apesar de Rossi sair na pole, ele foi logo ultrapassado pelo líder e Lorenzo na largada. Faltando 17 voltas para o fim, o italiano caiu sozinho.

A Formiga Atômica fez um campeonato perfeito. Márquez amadureceu muito e aprendeu a segurar o ímpeto. A idade está chegando para o Doutor? Ele caiu muitas vezes esse ano... Normal, ele é um supercampeão e nada do que ele fez será esquecido. A questão é que não há ninguém para competir com Márquez no futuro. Ele vai reinar soberano. Pedrosa e Lorenzo também não conseguem acompanhar o compatriota. Uma esperança é o Maverick Viñales (que chegou em terceiro). Andrea Dovizioso foi o segundo. A próxima prova da MotoGP é nessa semana, em Philip Island, na Austrália.


P.S: A narração de Guto Nejaim e comentários de Fausto Macieira está aqui! Espetacular!

Foto: Reprodução
A Fórmula E 2016/2017 começou há duas semanas, no mesmo dia do GP do Japão. Não pude acompanhar. Buemi aproveitou a entrada do Safety Car e começou com vitória a busca pelo bicampeonato. Lucas di Grassi largou em último, se envolveu em um acidente na primeira volta e ainda assim chegou em segundo, beneficiado por ter trocado de carro na hora certa. Nick Heidfeld foi o terceiro.

Nelsinho Piquet foi o pole e se encaminhava para uma vitória, mas para não bater no carro do estreante Jose Maria López, passou reto na chicane e encostou na barreira de proteção dos pneus, perdendo tempo. Terminou em 11°. Confira os melhores momentos da corrida:


A próxima etapa será em Marrakesh, Marrocos, no dia 12 de Novembro. Até!

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A ÚLTIMA CHANCE DE HULK

Foto: Reprodução
Campeão do Campeonato Europeu da F3 e da GP2 logo em sua temporada de estreia, Nicolas Hulkenberg foi para a Williams, onde conquistou a pole position em Interlagos. Por divergências de contrato, foi dispensado e amargou um ano na reserva da Force India. Efetivado no ano seguinte, se destacou mas foi para a decadente Sauber. Apesar disso, fez sua melhor temporada em termos de desempenho, mas decidiu voltar para "casa". Venceu Pérez na primeira temporada. Entretanto, amargou uma derrota no ano passado e provavelmente perderá nesse ano. Enquanto o mexicano conquistava pódios improváveis, Hulk nunca passou perto disso, sempre com n problemas ou inexplicável falta de desempenho na hora H. Afinal, por que em 111 GPs Nico nunca foi sequer ao pódio e demonstrou menos do que todos na F1 sabem que ele é capaz de fazer?

O primeiro motivo é óbvio: o alemão nunca teve um carro que lhe permitisse brigar por vitórias. A pole pela Williams foi um "acaso" (na chuva em um qualyfing caótico). Na Force India, deve incomodar o fato de Pérez conquistar resultados tão expressivos com o mesmo equipamento, isso que para muitos o alemão é mais piloto que o mexicano. Pela Sauber, seus desempenhos eram dignos de pódio, mas o fraco carro suíço não lhe permitia algo além. Hulk tirou "leite de pedra". Tanto é que o maior feito da carreira de Hulk foi a vitória nas 24 horas de Le Mans no ano passado. O Endurance poderia ser uma alternativa na carreira, pois na F1 a coisa parecia não deslanchar. 28 anos, sem aporte financeiro e com resultados expressivos, Hulk se credencia (ou credenciava?) a ser um novo Nick Heidfeld: muito talento na base, decepção na F1.

O maior feito de Hulkenberg: A vitória nas 24 horas de Le Mans pela Porsche, no ano passado. Foto: F1Fanatic
Hulk já tinha confirmado sua renovação para mais uma temporada pela equipe indiana. Entretanto, uma especulação despretensiosa transformou-se em realidade em questão de uma semana (ou menos). A Renault, desesperada por pilotos "jovens e experientes" (com boa rodagem na categoria e com potencial para liderar a equipe nos próximos anos) fez uma proposta irrecusável. Pela primeira vez na carreira, Hulkenberg terá a disposição uma equipe com recursos financeiros infinitos para liderar a Renault nas próximas três temporadas. Uma oportunidade que caiu do céu, tendo em vista que a falta de resultados de Hulk e uma "resfriada" do paddock em seu potencial não permitiam a projeção de algo desse nível em seu futuro (pelo contrário, Pérez era o "bola da vez"). É a última chance da carreira para o alemão deslanchar e alcançar os resultados que todos sabemos ele possui condições e que aguardamos com mais ansiedade ainda, agora que Hulk ganha uma sobrevida numa categoria tão fadada aos pilotos pré-adolescentes, precoces e exigentes.

A mudança de peça renova a corrida pelas vagas que sobram na F1. Quem a Renault pensa como segundo piloto da equipe? Renovar com Magnussen, que apresenta um desempenho no máximo razoável? Outras alternativas restantes seriam a promoção do jovem Ocon, hoje "emprestado" na Manor ou até mesmo Nasr, esse mais um desejo brazuca do que um fato concreto. Penso que o francês certamente será titular da Renault, mas não sei se agora seria a hora mais apropriada. Tudo depende do que realmente as cabeças pensantes da escuderia francesa desejam para o futuro próximo da equipe.

Atual dupla da Manor é favorita para assumir as vagas restantes de Renault e Force India. Foto: F1

Na Force India, o candidato natural seria o compatriota Pascal Wehrlein. O jovem conseguiu uma façanha e tanto: pontuar com a Manor, o que garante (no momento) 40 milhões de Euros para os britânicos. Wehrlein é piloto da Mercedes, que por sua vez fornece motores para a Force India. Essa relação de proximidade é benéfica para os dois: Os alemães desejam ver seu pupilo em uma equipe mais competitiva e com condições de brigar lá pela frente. Em troca, concessões nos valores cobrados pelo fornecimento da unidade motriz e repasse de outras áreas do carro poderiam ser feitos. Outros candidatos seriam Felipe Nasr e seu forte aporte financeiro, Magnussen (desesperado por uma vaga em 2017), Palmer, Gutiérrez e Ericsson (os três também com muito dinheiro por trás) completam as especulações. As definições não irão demorar muito para serem feitas. Afinal, as equipes já estão pensando em 2017 e a demora em anunciar os pilotos acarreta em atraso no desenvolvimento do projeto do carro do ano que vem, que será uma temporada mais importante que o normal pois existem as mudanças de regulamento. Portanto, não há margem para imprevistos e falhas de planejamento.

Para completar, uma bizarrice: Lance Stroll só deverá ser anunciado pela Williams quando completar 18 anos, no dia 29. Tudo isso porquê a principal patrocinadora da equipe, a Martini, não deseja que o jovem seja anunciado enquanto for menor de idade. Afinal, imagem e publicidade são importantes. Imagina combinar bebida com menor de idade? Com isso, Stroll deve ser anunciado oficialmente piloto da Williams no fim de semana do GP do México, onde a questão publicitária poderá ser melhor trabalhada. É o símbolo da F1 moderna, cada vez mais dominada por jovens adolescentes endinheirados.

Até!

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A DESPEDIDA DEFINITIVA

Foto: Minardi
Mark Webber se despediu da Fórmula 1 em 2013, depois de 11 anos de carreira em quatro equipes: Minardi, Jaguar, Williams e Red Bull. Foram nove vitórias, 11 poles e 36 pódios (tudo pela Red Bull, exceção um pódio pela Williams) e três terceiros lugares como melhor resultado no campeonato (2010, 2011 e 2013). O australiano, conhecido pela franqueza, personalidade forte e conflitos com Sebastian Vettel, teve uma carreira bacana na F1, se despedindo de forma original e conseguindo boas vitórias, construindo uma carreira respeitável e admirável.

Desde 2014, o aussie está no Mundial de Endurance, correndo pela Porsche. Em três temporadas, foram sete vitórias e o título mundial no ano passado, sempre ao lado de Timo Bernhard e Brendon Hartley. Aos 40 anos, o australiano anunciou: sua carreira no automobilismo irá terminar no Bahrein, dia 19 de novembro, na última etapa do WEC. É provável que siga como diretor da equipe alemã, onde rasgou diversos elogios e foi retribuído pelo seu trabalho.

Foto: Ig
O quinto lugar na corrida de estreia na F1 logo em seu país natal alavancou a sua carreira. Conseguiu uma transferência para a Jaguar, onde permaneceu por duas temporadas antes de chegar a Williams. A equipe, vivendo o último ano com o motor BMW, já não apresentava o mesmo rendimento, e o aussie chegou a ficar conhecido como "leão de treino". A chegada na Red Bull, em 2007, mais a mudança de regulamento em 2009 foi um achado para quem já tinha uma carreira sólida, mas com apenas um pódio. Webber conseguiu vencer, ser pole e brigar pelo título. Alan Jones era até então o único piloto do país a alcançar tal façanha, que agora tem Ricciardo como sucessor.

Foto: F1Fanatic
Webber não era um piloto top. Estava abaixo, por exemplo, dos grandes protagonistas Alonso, Button, Hamilton e Vettel. Mesmo assim, chegou a dar sufoco no tetracampeão, principalmente em 2010 e 2012. Entretanto, suas más largadas sempre o comprometiam nas corridas, por mais que a Red Bull fosse dominante por quatro anos, tanto é que sequer foi vice. Bater de frente com Vettel, então queridinho dos fãs e da imprensa (exceção dos fãs de Alonso hahaha) o colocou em evidência e também lhe deu fãs e haters. Webber sempre foi diferente e autêntico, sincero e direto, sem politicagens e rodeios, franco. Muito decidido e maduro, foi inteligente ao sair por cima na melhor equipe da F1 na época ao invés de ser rebaixar lentamente como milhares de pilotos fazem.

Foto: F1Fanatic
Antes da F1, Webber disputou duas corridas das 24 horas de Le Mans, sem completá-las (pelo contrário, em 1999 sofreu um acidente cinematográfico - o primeiro de muitos em sua carreira). O trabalho duro com Bernhard, Hartley e o knowhow da Porsche lhe premiaram com um merecido título, e o aussie ainda pode se aposentar bicampeão, por que não? Webber é um daqueles personagens na F1 que não ficam marcados pela exímia pilotagem, qualidade, ousadia e técnica apuradas, mas sim pela singularidade e personalidade única, que davam aos fãs motivos para o admirar e o odiar.

O australiano é um belo piloto, mas não o suficiente para ser campeão. 99% dos pilotos que passam pela categoria são assim. Não é motivo para se envergonhar. Pelo contrário: Quem fica 11 anos initerruptos na F1 sem precisar de patrocínio e correndo os últimos cinco anos pela melhor equipe do grid, vencendo corridas, marcando poles e chegando em pódios? Não foram muitos que correram mais de 200 GPs no tão competitivo e imediatista mundo da F1, que queima pilotos como quem queima carvão em um domingo de sol para assar um churrasco. Mark Alan Webber é, sem dúvida, alguma, um personagem único da F1 e precisa ser valorizado pelos fãs. A categoria não é só feita de campeões. Os "figurantes" muitas vezes são personagens mais ricos e fascinantes do que aquele que é tri ou tetra-campeão...

Foto: Getty Images

Até!

Foto: Divulgação

terça-feira, 11 de outubro de 2016

AS PEÇAS COMEÇAM A SE MOVER?

Foto: Getty Images
Fala, galera! Tudo bem? Com a pausa de duas semanas até o Grande Prêmio dos Estados Unidos, as especulações sobre as vagas nos cockpits da F1 ainda disponíveis começam a crescer. Esse é um momento fundamental, onde quase tudo se define para 2017. Vamos lá ver o que está sendo noticiado:

A informação da imprensa europeia é de que Nico Hulkenberg, inicialmente confirmado na Force India, está de malas prontas para a Renault. É uma informação nova e surpreendente. Seria uma tacada inteligente (e a última) de Hulk: Uma equipe com amplos próprios e que promete crescimento no médio-prazo. Caso deixe a Force India, seu substituto seria o compatriota Pascal Wehrlein, da Manor. O prodígio, que pertence a Mercedes, pode se transferir para o time de Vijay Mallya como uma forma de baratear os custos anuais dos motores Mercedes a equipe. Seria o substituto ideal. Conseguiu um inédito ponto na temporada, na Áustria. A conferir.

Caso confirme Hulk, quem seria o outro piloto da Renault? Ocon estava praticamente certo, mas talvez permaneça mais um ano na Manor. Sainz foi contatado de todas as formas, mas a Red Bull negou sua transferência. O espanhol, por sua vez, deu o recado: deseja um carro competitivo em 2018. Ou seja, se não for promovido para a Red Bull (o que dificilmente irá acontecer), irá forçar a barra para deixar a equipe taurina. Nasr e Kvyat correm por fora. Também não é descartada a renovação com Magnussen. Um mistério total. Afinal, o que deseja a Renault?

Para onde vai Felipe Nasr? Foto: ESPN
Na Williams, tudo praticamente certo para Lance Stroll ser o substituto de Massa. Bottas deve renovar por mais um ou dois anos. Lawrence Stroll, o pai, deverá investir cerca de 30 milhões de Euros para engordar o caixa da equipe de Grove. É possível que o jovem canadense já treine com compostos Pirelli no modelo de 2014 da Williams para ir se acostumando a F1. A tentativa de ser um novo Max Verstappen não será satisfatória: não tem o mesmo talento e está queimando etapas. Poderia muito bem ganhar a GP2. Esse ano, sagrou-se campeão da F3. Triste ver uma escuderia tão tradicional se sujeitar ao dinheiro de um adolescente. Tempos modernos...

Na Manor, mistério total. A parceria com a Mercedes rende um bom motor e a presença de Nicolas Tombazis e Pat Fry, ambos ex-Ferrari, significam evolução no carro. Provavelmente passarão para a Sauber o posto de pior carro do grid de 2017.

Por falar nos suíços, Ericsson está se oferecendo para todas as equipes, mas deve ficar. Nasr é um mistério só? Está negociando com a Renault? Com a Haas? Com a Force India? O empresário Steve Robertson se mexeu? O futuro será na WEC, DTM ou F-E? Muitas interrogações. Basta uma resposta, que será respondida em breve, para definir seus próximos anos profissionais.

Ocon: Manor ou Renault? Foto: SkySports
Kvyat não está garantido na Toro Rosso. Se for mandado embora por Helmut Marko, o francês Pierre Gasly, vice-líder da GP2, será seu substituto.

Para finalizar, a Haas: Grosjean fica. Gutiérrez, mesmo endinheirado, não. Nem deveria. Desempenho ridículo. É um assento desperdiçado na F1. Nasr, Ericsson e Kvyat estão hipoteticamente disputando esse possível lugar. Também há de se considerar que a parceria técnica entre Ferrari e os americanos pode resultar em um nome da academia italiana: Antonio Giovinazzi, líder da GP2. Se for campeão, suas possibilidades podem crescer muito. Afinal, o mercado italiano é importante e o último piloto do país foi Trulli, em 2011. Charles Leclerc, provável campeão da GP3, também não pode ser descartado, embora suas chances sejam mínimas.

Resumindo: Estou muito ansioso para ver como se definem essas últimas vagas restantes. O clima de suspense é tanto que a imprensa especula 1001 combinações, onde talvez nem 10 sejam de fato verdadeiras ou tenham sido pensadas pelos chefes de equipes e empresários. Só o que nos resta é aguardar por essas definições (que podem finalizar apenas no ano que vem) e as próximas etapas do mundial de Fórmula 1.

Até mais!