domingo, 8 de outubro de 2023

SEM PALAVRAS

 

Foto: Clive Rose/Getty Images

Qualquer coisa escrita sobre o tricampeonato de Max Verstappen é correta. Difícil achar algo ou algum prisma inédito que sirva para coroar o trabalho brilhante de um piloto e de uma equipe.

Gostaria de pontuar algumas situações. Em 2021, foi a questão Masi. Ano passado, a confirmação do bicampeonato veio depois da corrida em uma punição a Leclerc. Agora, o tri vem numa escapada do cada vez pior Pérez numa corrida sprint, num sábado. Max merecia maior reverência do destino para celebrar o ponto final das conquistas, mas é um detalhe menor, talvez.

Patética a FIA com suas ideias de zebras diferentes e limites de pista que não seja uma boa e velha brita. O constrangimento da Pirelli em ter que obrigar os pilotos a pararem nos boxes depois de certo número de vitórias para não repetir Indianápolis é expor uma marca que talvez não queira renovar com a categoria no médio prazo. Por quê não fazer o simples?

Por quê insistir em fazer sprints race e transformar o momento da consagração de um piloto geracional como se fosse uma gincana? Como dar importância a vitória numa sprint se isso não existe?

Enfim, vamos pontuar outras coisas.

A Mercedes saiu de controle na briga igualitária dos dois pilotos. Cada ponto é importante para um time tão regular mas que ainda não conseguiu fazer o grande salto. Hamilton testou alguns limites e dessa vez se deu mal. Pode ser o estabelecimento de uma linha traçada para o futuro esportivo da dupla do carro alemão, mas por sorte Russell ainda assim conseguiu se recuperar. Veremos se isso terá maiores sequelas quando os prateados voltarem ao protagonismo de vitórias e títulos. Como fazer?

Quem deu o grande salto e tem uma dupla de pilotos tão boa quanto a Mercedes é a McLaren. Lindo ver a grande evolução do time que no início do ano era eliminado no Q1. Piastri ainda não está no pico do desempenho, mas mesmo assim já incomoda Norris. Ainda tem um stint inferior, fruto da primeira temporada e a exigência física de um F1 ainda estar debilitando o jovem, mas Oscar responde porque venceu a F3 e a F2 de forma consecutiva e foi disputado a tapa por duas equipes. A Alpine deve se arrepender...

Sainz sequer largou e a Ferrari fica no meio do caminho. Uma corrida de sobrevivência que quase foi abreviada por um raro erro de Alonso, que ainda assim pontuou com a Aston Martin meio de tabela. Trabalho correto de Albon e alguns pontos fundamentais para a Alfa Romeo na briga do fim do grid, e com os dois pilotos ainda!

Pérez, Pérez, Pérez... que ele está de aviso em 2024 é evidente, mas não é possível alguém ter uma queda tão vertiginosa assim na temporada. Ele corre o risco de conseguir a proeza de não ser vice em uma temporada que o carro dele venceu 16 de 17 corridas... 16 de 17! São erros e falta de ritmo inacreditáveis... a gente sabe que a diferença dos pilotos e os estilos de pilotagem adaptados ao carro fazem a diferença, mas isso salta aos olhos até de nós, leigos! Qual o futuro de Checo Pérez daqui sei lá, uns seis meses?

Logan Sargeant é outro que só vai conseguir se salvar se for pela nacionalidade ou um protecionismo corporativista da equipe que o revelou, porque está errando demais, dando chance para o azar.

Max Verstappen: absoluto, imparável e tantos outros adjetivos. Definitivamente já dentro de um clubinho seleto, não apenas de tricampeões, mas dos grandes da história. Sim. Já. Não é empolgação.

Confira a classificação final do GP do Catar:


Até!

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