domingo, 4 de setembro de 2022

DE TODOS OS JEITOS

 

Foto: Getty Images

Zandvoort tem a característica de ser um circuito estreito, onde a estratégia, a posição e a largada fazem a diferença, além do imponderável. Foi uma boa corrida tática que teve contornos de quase emoção no final. Ao menos houve suspense por algum instante.

Verstappen saiu com boa vantagem para Leclerc, que seguia o caminho. Com menos ritmo, Sainz era pressionado por Hamilton. A Mercedes reagiu. Bom ritmo. O problema, vocês já sabem: falta a velocidade de reta, o motor potente.

A Ferrari sentiu o drama e antecipou a parada do espanhol. O problema é que, como sempre, há um erro grotesco dos italianos, que esqueceram o pneu traseiro esquerdo de Sainz e o tirou das primeiras posições. Com os pneus médios, as Mercedes alongaram o stint. 

A Alpine de Alonso começou a render melhor quando apostou nos pneus duros. A Mercedes percebeu o movimento e arriscou apenas uma parada. Os pneus duros faziam as flechas de prata dispararem e certamente seriam o único adversário para Max. A Ferrari ficou para trás. 

Seria um final de corrida interessante. Na estratégia diferente, a Mercedes tinha a chance concreta de brigar sim por uma vitória em 2022. Até que Tsunoda e a Alpha Tauri agiram. A equipe satélite da Red Bull...

O japonês reclamou de problemas nos pneus, depois ele estava sem cinto de segurança e abandonou com problemas no diferencial. Tudo isso em três voltas. Primeiro, parou na pista. Depois, foi para os boxes e só depois parou na pista em uma posição que permitiu um Safety Car Virtual.

Foi o suficiente para todo mundo equiparar as estratégias e acabar, ao menos nisso, com a possibilidade dos alemães. Quando tudo parecia decidido, numa pista de poucas possibilidades, um instante de emoção.

Bottas teve um problema e parou na reta. Safety Car. Todo mundo para, a princípio. O melhor pneu macio disponível para cada um. A Mercedes não para. Hamilton e Russell na frente. Uma dobradinha improvável. Obviamente, seria muito difícil segurar Max com pneus novinhos em folha. Talvez sacrificar Russell para dar um respiro a Hamilton. Improvável? Mas seria uma tentativa.

A Mercedes optou pelo mais errado. Russell parou. Hamilton não. Em condições normais, não haveria a chance da briga. Tal qual Abu Dhabi, mas sem Michael Masi, Lewis ficou a mercê da Red Bull. Não deu nem para o cheiro. A ira do Sir no rádio é justificada. De uma possível vitória, terminou fora do pódio porque também perdeu posições para Russell e Leclerc, segundo e terceiro, respectivamente.

Olhando para o copo cheio, como fez Toto Wolff, é que os alemães tiveram ritmo para vencer. Difícil pensar nisso para Monza, na próxima semana, mas a Mercedes não vai fugir dessa montanha-russa até o fim do ano, tentando não ficar no zero.

A Ferrari perde terreno, o que é natural, assim como os erros. Quando todos os carros passaram pelo pit lane durante o Safety Car, Sainz saiu de forma segura. Todo o esforço ao "retornar" para a corrida foi em vão. Com uma punição de cinco segundos acrescida ao tempo final da prova onde estava todo mundo próximo outra vez graças ao SC, o espanhol foi só o oitavo. Hamilton só não teve problemas porque Pérez, com o pneu médio, não conseguiu abrir caminho e foi o quinto.

Mesmo largando lá atrás e inferior a adversária McLaren, a Alpine reagiu com Don Alonso cada vez melhor, em sexto, superando Norris, sétimo. Ocon foi o nono e Stroll o décimo. Ricciardo mostra a cada corrida porque está ficando cada vez mais distante da F1. É constrangedor, se compararmos com Lando.

Hannah Schmitz, a estrategista da Red Bull, lembra muito Ross Brawn no auge dele e de Schumacher. De todos os jeitos, não importa como, a vitória saía. Com emoção, sem emoção, com e sem percalços. Dez vitórias de Max no ano, para delírio da torcida "Libertadores" holandesa. Já são 30 vitórias na carreira e o holandês, se duvidar, não está nem no auge!

Cingapura ou Japão: não foge daí o bicampeonato de Max Verstappen.

Confira a classificação final do GP da Holanda:


Até!

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