quarta-feira, 23 de maio de 2018

A ÚLTIMA VITÓRIA DO REI

Foto: Ayrton Senna
Exatos 25 anos atrás. 23 de maio de 1993. Sexta etapa do Mundial de Fórmula 1. Mantendo o domínio do ano anterior, quando Nigel Mansell foi campeão com muita facilidade, a Williams tinha um carro muito superior aos demais. A McLaren de Ayrton Senna e a Benetton do jovem Michael Schumacher alternavam-se como a segunda força, variando a cada etapa.

Na ocasião, Prost chegava ao Principado apenas dois pontos à frente de Senna no campeonato: 34 a 32, assumindo a liderança apenas na etapa anterior, quando venceu na Espanha. Em cinco corridas, três vitórias do francês (além da Espanha, África do Sul e San Marino) contra duas do brasileiro (Interlagos e Donington Park). O carro da Williams era tão superior que Prost, que não tinha na volta lançada a sua principal virtude, foi pole em todas, com muitas sobras.

Não foi diferente em Mônaco. Prost na pole. Com erros no qualyfing, Senna largou em terceiro, atrás de Schumacher. O jovem Rubens Barrichello, na Jordan, largou em 16°. Christian Fittipaldi, na Minardi, foi o 17°.

 A situação que já era difícil ficou ainda mais complicada. De cara pro vento, em Monte Carlo, Alain Prost tinha tudo para vencer e até dar no mínimo uma volta de vantagem em todo mundo.

Foto: Motor Sport Magazine
No domingo, a sorte começou a mudar. Prost queimou a largada e foi punido com um stop-and-go de 10 segundos. Nos boxes, deixou sua Williams morrer duas vezes e perdeu ainda mais tempo. Estava fora da jogada. Na corrida, a normalidade transcorria: Schumacher herdou a primeira posição, com Senna logo atrás.

Tudo isso durou até a volta 33. Com problemas hidráulicos, a Benetton de Schumacher parou no muro. Caminho livre para Ayrton Senna vencer pela quinta vez consecutiva no Principado e a sexta vez na carreira, recordes que perduram até hoje. Damon Hill, 52 segundos depois com a Williams e Jean Alesi, mais de um minuto depois com a Ferrari, completaram o pódio. Mesmo com infortúnios, Prost conseguiu chegar em quarto, uma volta atrás do brasileiro. Fittipaldi conseguiu um ótimo quinto lugar e Martin Brundle, com a Ligier, fechou o top 6. Rubinho chegou em nono. Senna voltava a liderança do campeonato, cinco pontos a frente do francês (42 a 37).

Com o carro inferior e uma série de problemas, Senna ficou incríveis oito corridas seguidas sem ir para o pódio. Nesse meio-tempo, após Mônaco, Prost venceu quatro corridas consecutivas e embalou rumo ao tetra-campeonato.

O brasileiro superou o "Mister Mônaco" Graham Hill e se tornou o Rei de Mônaco, o inigualável e insuperável nas ruas de Monte Carlo, justamente na sua última corrida por lá.


Então líder, Schumacher abandona. Foto: Pinterest
A sexta vitória no Principado. Foto: F1 History
Foto: Getty Images


Até!

segunda-feira, 21 de maio de 2018

ED, DE NOVO

Foto: LAT Images
Pela terceira vez, o enteado de Tony George e dono da própria equipe, Ed Carpenter vai largar na pole na 102a edição da Indy 500. Só mesmo Ed para frear o domínio da Penske, fazendo a pole com certa autoridade, muito mais rápido que o segundo colocado Simon Pagenaud. Seus parceiros de equipe largam logo atrás: Will Power em terceiro e Josef Newgarden, líder do campeonato, em quarto.

De volta a Indianápolis após o grave acidente que sofreu ano passado, Sebastien Bourdais consegue um inexplicável quinto lugar com a Dale Coyne. A equipe do pole esteve muito bem no Fast Nine. Spencer Pigot larga em sexto e Danica Patrick, em sua última corrida da carreira, é a sétima, apesar de estar sem pilotar um carro de monopostos desde 2011, quando saiu da Indy para entrar na Nascar. Mais rápido do Bump Day, Hélio Castroneves em apenas o oitavo. Scott Dixon, pole do ano passado e brigando com a Ganassi, completa a primeira parte do grid.

Por falar em Bump Day, a surpresa e decepção do fim de semana é a eliminação de James Hinchcliffe, um dos postulantes ao  título. Com uma pitada de azar, foi o primeiro a entrar na pista depois da chuva no sábado. Além disso, enfrentou problemas de vibração no carro e abortou a última tentativa. A britânica Pippa Mann foi a outra eliminada do grid. Sempre é bom ressaltar que quem se classifica para a Indy 500 é a equipe, e não o piloto. Portanto, Hinchcliffe pode perfeitamente substituir Robert Wickens, parceiro da Schmidt Peterson por exemplo, apesar disso não ser o mais correto.

Hinchcliffe está fora da Indy 500. Foto: Autoweek
Quem também não foi nada bem foi Alexander Rossi. O vice-líder do campeonato e vencedor da corrida em 2016 vai largar em penúltimo. A dupla brasileira da A.J. Foyt merece elogios. Tony Kanaan e Matheus Leist foram os "melhores do resto" e largam em 10° e 11°, respectivamente. Vencedor do ano passado, Takuma Sato é o 16°.

Agora fica toda a expectativa para a corrida na semana que vem, que começa pontualmente às 13h19 e tem a transmissão da Band e do Band Sports.

Confira o grid de largada para a Indy 500:

Foto: Tomada de Tempo
Até!

quarta-feira, 16 de maio de 2018

ELE VOLTOU (DE NOVO!)

Foto: Reprodução
Seis meses de se aposentar pela segunda vez da F1, Felipe Massa está de volta! Não, não é para a F1, mas sim para a Fórmula E. O brasileiro assinou contrato com a Venturi e irá disputar a categoria a partir da próxima temporada, que começa no final desse ano.

A F-E já era um caminho natural apontado pelo próprio piloto quando tinha saído da F1 em 2016. Antes de retornar às pressas para a Williams, Massa chegou a fazer testes pela Jaguar. No entanto, o que chama a atenção é a equipe que o brasileiro assinou. Em quatro temporadas na F-E, a Venturi foi para o pódio apenas três vezes. É uma equipe mediana. Existe a especulação de que seria comprada pela Mercedes, que estreia na F-E somente na temporada 2019/2020.

Enquanto não sabemos o que é verdade, Massa vai se divertir nessa nova jornada da carreira. Correu de Stock Car no início do ano e é presidente da Comissão de Kart da FIA. Vai precisar se adaptar a uma nova categoria, com novas regras e um novo funcionamento completamente diferente daquilo que viveu nos últimos 16 anos. Na Venturi, em tese, a missão será mais árdua, mas não podemos sofrer por antecipação.

Nessa nova temporada, a F-E irá estrear o seu novo carro, de aparência "futurista". No final de semana, será disputada a nona etapa, em Berlim. Jean Éric Vergne, da Tcheetah, é o líder com 147 pontos, seguido por Sam Bird (Virgin), com 116 pontos e Félix Rosenqvist (Mahindra), com 86 pontos. Atual campeão, Lucas Di Grassi (Audi) é o quinto (57 pontos) e Nelsinho Piquet (Jaguar) é o sétimo, com 45 pontos.

Foto: Divulgação
Até!

terça-feira, 15 de maio de 2018

O ETERNO SONHO AMERICANO

Foto: SAP F1
Na semana passada, a Comissão da Cidade de Miami votou por unanimidade a favor da realização de uma corrida de F1 na cidade. Já foi até divulgado um traçado, com características semelhantes a de Baku. Agora, a cidade, os promotores e a categoria têm até 1° de julho para formular um contrato e fechar o negócio, que teria 10 anos de duração e já estrearia na F1 em outubro do ano que vem.

Fazer a F1 pegar no território americano sempre foi um fetiche mal sucedido para a categoria. Bernie Ecclestone tentou de todas as maneiras, para rivalizar com as categorias locais (Indy - CART/IRL e Nascar), mas não emplacou. Para piorar a situação, a imagem da F1 ficou ruim de vez depois do escândalo da famosa "corrida de seis carros", em Indianápolis 2005.

O desejo constante de atrair o mercado americano não é novidade. Caso o GP de Miami saia do papel, a F1 voltaria a ter duas corridas em solo estadunidense pela primeira vez em 35 anos (a última vez foi 1984, com as etapas de Detroit e Dallas). A Liberty, americana e metida a moderninha, vai tentar capitalizar e fazer o que Bernie foi incapaz de conseguir. O traçado preliminar é bem modorrento. Talvez seja o futuro do automobilismo correr em circuitos de rua em grandes metrópoles, pois novos autódromos são cada vez mais raros e os antigos possuem um custo enorme, com boa possibilidade de inexistir em um futuro não muito distante.

Possível traçado do GP de Miami. Foto: Reprodução
A F1 e os Estados Unidos já viveram extremos. Se no início as 500 Milhas de Indianápolis chegavam a fazer parte do calendário apesar de não ser uma etapa oficial (apenas para tornar a categoria um evento mundial), dos anos 1960 até os 1980 tinham de duas a três etapas anuais no circo. Nos anos 1990, no entanto, a F1 chegou a ficar quase uma década ausente nas terras do Tio Sam, retornando somente em 2000, em Indianápolis, ficando mais quatro anos ausente (2008-2011) até a chegada da corrida realizada no Circuito das Américas, em Austin.

Abaixo, todos os circuitos americanos que a F1 já passou (exceção das 500 Milhas, claro):

SEBRING (1959)

Foto: Wikipédia

A primeira vez dos Estados Unidos como um GP oficial da F1 foi em dezembro de 1959, no circuito de Sebring, na última etapa da temporada. O vencedor foi um jovem Bruce McLaren, que herdou a vitória na última volta após o carro de Jack Brabham ficar sem combustível. Mesmo assim, empurrando o carro, Brabham chegou em quarto e garantiu seu primeiro título mundial. O evento não fez grande sucesso, o que forçou os organizadores a mudarem de destino para o ano seguinte.

RIVERSIDE (1960)

Foto: Pinterest
Sem divulgação promocional e com o campeonato decidido (o que fez vários carros não aparecerem, incluindo a Ferrari) o circuito de Riverside recebeu a F1 pela primeira e única vez em 1960. A vitória foi de Stirling Moss, pela Lotus. Com outro fracasso, lá foi os EUA procurar outro circuito que pudesse agradar os fãs e dar um bom retorno financeiro.

WATKINS GLEN (1961-1980)

Foto: ESPN
 Foi o lugar nos EUA que mais recebeu a F1. Com o passar dos anos, o circuito foi se modificando, ficando mais lento, sobretudo depois de dois acidentes fatais consecutivos: o de François Cevert em 1973 e de Helmutt Koinigg em 1974. Watkins Glen é histórica para o automobilismo brasileiro porque foi lá, em 1970, que Emerson Fittipaldi venceu pela primeira vez na carreira (e, logicamente, a primeira vitória brasileira), o que deu o título póstumo para o parceiro de Lotus, Jochen Rindt. Com problemas financeiros, a pista saiu da F1 nos anos 1980.



LONG BEACH (1976-1983)

Foto: Auto Racing

Em 1976, ano da histórica disputa entre James Hunt e Niki Lauda, os Estados Unidos receberam duas etapas da F1 pela primeira vez. Além de Watkins Glen, o circuito de rua de Long Beach, na Califórnia, foi incorporado ao calendário, com a alcunha de Grande Prêmio do Oeste dos Estados Unidos. A ideia era transformar o evento em uma "Mônaco americana". Depois de oito provas, problemas financeiros e desentendimentos com Bernie Ecclestone, Long Beach saiu do calendário a partir de 1984. Também é um circuito histórico para o automobilismo brasileiro, pois foi lá que Nelson Piquet venceu pela primeira vez na carreira, com a Brabham, em 1980.


LAS VEGAS (1981-1982)

Foto: Pinterest
Com a saída de Watkins Glen em 1980, foi montado um circuito no estacionamento do hotel Caesar's Palace, realizando-se, assim, o GP de Las Vegas. Com um traçado ruim, um calor insuportável do deserto de Nevada e pouco público mesmo com a disputa de dois títulos (o de Piquet e de Keke Rosberg), o GP saiu do calendário rapidamente sem deixar saudades.


DETROIT (1982-1988)

Foto: Getty Images
Em 1982, um fato histórico: pela primeira (e única) vez, um país sediou três etapas em uma temporada: Long Beach, Las Vegas e o novo Grande Prêmio de Detroit. A capital do automóvel não poderia ficar de fora do circo. Os problemas eram os mesmos das outras pistas: traçado lento e chato, além da baixa aderência da pista. Apesar das reclamações, foram realizadas oito corridas por lá, com quatro vitórias brasileiras: uma de Nelson Piquet (1984) e três de Ayrton Senna (1986, 1987 e 1988), sendo a mais icônica a de 1986, quando Senna começou um ritual que virou marca registrada: agitar a bandeira brasileira após a bandeirada. A corrida foi realizada no dia seguinte a eliminação do Brasil na Copa do Mundo, diante da França, nos pênaltis.



DALLAS (1984)

Foto: Flickr
Um das corridas mais bisonhas da F1. 1984 foi a última vez que os EUA recebeu duas provas. Sem Watkins Glen e Las Vegas, foi realizada pela primeira (e única) vez o Grande Prêmio de Dallas. Com o calor de 40°C (e de 65°C na pista), o asfalto se partia com o passar dos carros. Diante disso, a corrida teve uma série de abandonos e a quebra da Lotus de Nigel Mansell, que desmaiou. Keke Rosberg, que correu com uma bolsa de gelo no capacete para tentar suportar o calor, venceu a prova, que nunca mais chegou perto de ter acontecido na F1 outra vez.

PHOENIX (1989-1991)

Foto: Getty Images
Depois de nove anos, a F1 voltava a ser realizada oficialmente sob o nome de GP dos EUA. Outra vez, um circuito de rua chocho e sem apelo local nenhum. Phoenix recebeu a categoria apenas três vezes, onde teve duas vitórias de Senna (1990 e 1991) e uma de Prost (1989). O grande destaque foi o pega do tricampeão com o então estreante na categoria, um certo Jean Alesi, em 1990.


INDIANÁPOLIS (2000-2007)

Foto: Getty Images
Depois de mais um fracasso, a F1 ficou quase uma década sem desembarcar na terra do Tio Sam. O retorno foi em 2000, no circuito misto em Indianápolis, logo na penúltima etapa do campeonato disputado entre Mika Hakkinen e Michael Schumacher. Fatos que podem ser destacados: A última vitória da carreira de Hakkinen em 2001, o "troco" de Rubinho em Schumacher em 2002, os dois graves acidentes de Ralf Schumacher no mesmo lugar (2004 e 2005), o que causou a vergonhosa corrida de seis carros e a primeira vitória da carreira de Lewis Hamilton em 2007. O fato ocorrido em 2005 praticamente acabou com a pouca popularidade que a F1 tinha nos EUA e o contrato não foi renovado.

A categoria só retornou para lá depois de cinco anos, em 2012, para a disputa em Austin, que segue até hoje no calendário. Será que o tal GP de Miami vai quebrar essa maldição americana ou será mais do mesmo?

Até!



segunda-feira, 14 de maio de 2018

FERRARI ENTREGA OS PONTOS, LITERALMENTE

Foto: Getty Images
Escrever sobre as corridas da Espanha é fácil, mas ao mesmo tempo torturante. É sempre a pior etapa da temporada, junto com Abu Dhabi. Não há o que escrever. Muito pouco. Hamilton liderou do início ao fim. Vitória tranquila. Dobradinha da Mercedes, a primeira do ano e o retorno a liderança dos construtores.

A vantagem de dezoito pontos para Vettel poderia ser de doze. Afinal, o alemão conseguiu passar Bottas na largada e se encaminhava para um improvável segundo lugar, pois as Mercedes dominaram o final de semana. Todo mundo seguiu a estratégia de uma parada só, começando com os macios e terminando com os médios. Tentando fazer um undercut, a Ferrari chamou Seb para os boxes e jogou todo o trabalho do fim de semana fora. Bottas seguiu e Vettel perdeu também o terceiro lugar para Max Verstappen, que apesar de ter batido levemente em Stroll depois do fim do Virtual Safety Car, finalmente não se mostrou errático. Diferentemente de Ricciardo, o quinto, que quase abandonou ao rodar durante esse mesmo VSC. Incrível como a Ferrari se equivocou hoje e pode ter desperdiçado mais pontos cruciais na briga pelo título, justamente quando a Mercedes parece ter recuperado a hegemonia da disputa.

Foto: Getty Images
O fim de semana decepcionante da Ferrari foi concretizado com o abandono de Raikkonen logo na metade da prova, quando o carro perdeu potência e recolheu para os boxes. Desastroso mesmo foi, outra vez, Romain Grosjean. Mais uma bobagem que lembra seu passado bisonho de 2009 e 2012. A exemplo do que aconteceu em Spa, por pouco não poderia ter acontecido uma tragédia ontem. Ao desviar a trajetória do carro na curva após o movimento do Magnussen, rodou e achou que conseguiria corrigir acelerando. Óbvio que não deu certo. Com a fumaça, os passageiros da agonia foram Hulkenberg e Gasly. Se a batida é mais forte e é em T, poderia ter acontecido algo mais grave. Mais um erro do francês da Haas, que se afunda a cada corrida que passa e provavelmente irá culminar com a sua saída no fim do ano. Enquanto isso, Magnussen conseguiu cumprir, hoje, sua obrigação e chegar em sexto. O carro dos americanos permite isso. É a atual quarta força, mas Grosjean consegue a proeza de estar ainda zerado no ano.

Foto: Reprodução

De resto, não há muito o que comentar sobre a procissão da Espanha. Sainz consegue mais bons pontos para a Renault, que passou a McLaren na tabela. Fernando Alonso segue, junto com Hamilton e Vettel, o único a pontuar em todas as etapas. Ah, se tivesse um carro competitivo... Sérgio Pérez, com uma combalida Force India, conseguiu mais dois pontinhos na sua conta. Imagina o que passa na cabeça do Ocon: dá tudo certo para ele, menos para mim! O francês abandonou hoje, e um erro no segundo pit stop quando estava na zona dos pontos é mais um duro golpe em cima do talentoso piloto francês. Charles Leclerc tá pedindo passagem para uma equipe mais estruturada. A vaga na Haas tá caindo de maduro. A Sauber parece evoluir. Pontuando com certa frequência, passando para o Q2. Entretanto, Ericsson segue sendo superado pelos seus companheiros novatos. Williams e Toro Rosso são as piores do grid, cada uma pelo seu motivo diferente. Difícil alguma reação imediata.

Como é difícil tentar extrair algo de uma corrida tão ruim. Tentei. Confira a classificação final do GP da Espanha:


Até!



sexta-feira, 11 de maio de 2018

AMOSTRAGENS E TENDÊNCIAS

Foto: Getty Images
Com todas as equipes apresentando novidades em seus bólidos, ainda não é possível tirar uma conclusão sobre as forças para esse final de semana, na Espanha, apenas na classificação. Entretanto, segundo a meteorologia, existem boas chances de que chova no sábado e no domingo, o que deixaria tudo embaralhado. Não é verdade. Se chover, a sessão só irá começar ou ser retomada quando a pista secar. Na F1 de hoje, são proibidos fenômenos naturais.

O que se pode apontar como tendência é o favoritismo da Mercedes, uma retomada. Bottas e Hamilton dominaram os dois treinos. No segundo, Lewis foi seguido de perto pelas Red Bull, que nunca podem ser descartadas, pois é o conjunto que mais cresce no decorrer da temporada. A Ferrari, que colocou os retrovisores no halo, parece estar com dificuldades. No momento, a vejo como terceira força. Mas é claro, treinos livres escondem muita coisa, quase tudo eu diria.

Foto: Getty Images
A McLaren também estreou um novo pacote aerodinâmico, mas é difícil saber no que isso irá implicar. No máximo manter-se como quarta força, talvez. Quem pode crescer é a Force India, depois de um início claudicante. A Haas tem carro, mas não tem pilotos. Magnussen é uma chicane ambulante. Grosjean só erra. Aí fica difícil capitalizar.

O que chamou a atenção foi a participação de Kubica na TL1 pela Williams, sua primeira aparição oficial em um final de semana da F1 desde 2010. Segundo suas palavras: "foi um choque para mim. Fiquei constrangido". Em penúltimo e com extremas dificuldades de manter o carro na pista, o polonês deve ter ficado frustrado, embora tenha dito o contrário. Os ingleses apostaram quase tudo nesse novo pacote para ver se a situação do FW41 melhora, mas aparentemente a questão parece ser irreversível. As últimas posições são uma merecida e natural consequência. Estão colhendo o que plantaram.

Foto: Divulgação

Vamos ver o que o modorrento Grande Prêmio da Espanha nos aguarda. Ultrapassagens é que não, mas se houver disputa roda a roda e alguma tensão na corrida já é excelente, até melhor do que medidas artificiais como o DRS que a Liberty está trabalhando para acabar, em partes. Mas isso é tema para outro texto, talvez.

Confira a classificação dos treinos livres para o GP da Espanha:



Até!


GP DA ESPANHA - Programação

O Grande Prêmio da Espanha entrou definitivamente no calendário da Fórmula 1 em 1968. Desde então, já foi disputada em 4 pistas: Jarama, Montjuic, Jerez e Montmeló (desde 1991).

Foto: Wikipédia
ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Kimi Raikkonen - 1:21.670 (Ferrari, 2008)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:19.149 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1995, 1996, 2001, 2002, 2003 e 2004)


DUPLA DA MERCEDES DEVE PERMANECER PARA 2019

Foto: AFP
É o que deu a entender o chefão Toto Wolff, em uma entrevista para a imprensa europeia. Apesar de Hamilton e Bottas ainda não terem renovado o contrato, o chefão garante que confia no trabalho dos dois e que alternativas não faltam caso ambos deixem a equipe.

Segundo Toto, a prorrogação do contrato com o tetracampeão não aconteceu apenas por mera burocracia. Já no caso do finlandês, a questão é o desempenho. Depois de começar muito mal na Austrália, Bottas reagiu e esteve perto de vencer em três oportunidades, sendo a última, em Baku, a mais clara.

Daniel Ricciardo é o nome da vez no mercado, disputado a tapa com a Ferrari e com a própria Red Bull. No entanto, os alemães buscam alternativas de sua academia de pilotos. O caso mais avançado é o de Esteban Ocon, atualmente na Force India, Pascal Wehrlein, ex-Manor e Sauber e atualmente de volta para o DTM e o atual piloto reserva e da F2, George Russell.

Toto deixou claro: o australiano é carta fora do baralho. Impossível que Hamilton e Bottas saiam no final do ano. Ou é um ou é o outro, até porque seria arriscado colocar dois novatos em uma equipe de ponta, mesmo que um deles seja o talentoso Ocon. Hamilton só não fica se cansar e/ou perceber que a Mercedes não é mais dominante. Bottas só depende dele mesmo e de seguir evoluindo e brigando pelas vitórias durante a temporada. Resumindo: piloto não é o problema da Mercedes.

RENAULT PRESSIONA RED BULL POR SAINZ E MOTOR

Foto: Renault

O destino de Daniel Ricciardo vai definir muitas coisas na F1. Uma coisa já era certa desde o início: o futuro de Carlos Sainz Jr está atrelado aos movimentos do australiano. Emprestado pelos taurinos a equipe francesa até o fim do ano, Sainz tem o futuro incerto enquanto Ricciardo não decidir para onde vai. Se deixar a Red Bull, o caminho natural é o espanhol ser o seu substituto na equipe austríaca.

Para isso, Cyril Abiteboul, diretor da Renault, já começa a discutir com a Red Bull e com Sainz para uma rápida definição da situação tanto do piloto quanto do fornecimento de motores. O contrato dos franceses com os taurinos vai até o fim do ano, e não é novidade que a Red Bull está flertando com a Honda, que começou a parceria com a Toro Rosso nessa temporada. "precisamos começar a pensar com antecedência sobre qual poderia ser a situação”, seguiu.

“Nós já começamos a conversar com Carlos sobre o longo prazo, sobre o que pode acontecer além deste ano, aceitando que não está completamente nas mãos dele ou nas nossas”, comentou. “Não é uma situação superconfortável para estarmos, mas precisamos aceita que ainda estamos tentando alcançar em muitas áreas, e uma delas é também o mercado de pilotos, onde nós ainda precisamos tentar estar mais no controle do nosso futuro e do nosso destino”, apontou.

É compreensível esse princípio de impaciência pelo lado francês. Caso Ricciardo deixe a Red Bull e, consequentemente Sainz retorne para ser parceiro de Verstappen na equipe matriz, a Renault vai ir ao mercado. Abiteboul descartou um piloto jovem e também entende que não há condições para trazer um piloto de ponta por enquanto, pois a Renault ainda não está no papel de protagonista que deseja e gasta para isso. O desafio é trazer outro acumulador de pontos para somar com Hulkenberg. Pérez, antigo parceiro do alemão e que está brilhando numa Force India cujo futuro é incerto, seria um bom nome. A única equipe de fábrica disponível para o mexicano. Mas isso é apenas um chute. Veremos.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 70 pontos
2 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 66 pontos
3 - Kimi Raikkonen (Ferrari) - 48 pontos
4 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 40 pontos
5 - Daniel Ricciardo (Red Bull) - 37 pontos
6 - Fernando Alonso (McLaren) - 28 pontos
7 - Nico Hulkenberg (Renault) - 22 pontos
8 - Max Verstappen (Red Bull) - 18 pontos
9 - Sérgio Pérez (Force India) - 15 pontos
10- Carlos Sainz Jr (Renault) - 13 pontos
11- Pierre Gasly (Toro Rosso) - 12 pontos
12- Kevin Magnussen (Haas) - 11 pontos
13- Charles Leclerc (Sauber) - 8 pontos
14- Stoffel Vandoorne (McLaren) - 8 pontos
15- Lance Stroll (Williams) - 4 pontos
16- Marcus Ericsson (Sauber) - 2 pontos
17- Esteban Ocon (Force India) - 1 ponto
18- Brendon Hartley (Toro Rosso) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Ferrari - 114 pontos
2 - Mercedes - 110 pontos
3 - Red Bull TAG Heuer - 55 pontos
4 - McLaren Renault - 36 pontos
5 - Renault - 35 pontos
6 - Force India Mercedes - 16 pontos
7 - Toro Rosso Honda - 13 pontos
8 - Haas Ferrari - 11 pontos
9 - Sauber Ferrari - 10 pontos
10- Williams Mercedes - 4 pontos

TRANSMISSÃO: