sexta-feira, 11 de outubro de 2019

GP DO JAPÃO: MUDOU TUDO

Foto:Tsunagan Japan
Geralmente, posto aqui antes dos treinos livres a programação com as notícias e tudo mais. No entanto, esqueci que tudo começaria nesta noite de quinta-feira. Pura sorte? Pois bem, durante a noite foi anunciado que, em virtude do tufão que vai chegar no país, a F1 vai cancelar os eventos no sábado, que incluem o treino livre e o treino classificatório. Portanto, nesse final de semana, não teremos apenas o terceiro treino livre, com a classificação sendo realizada na manhã de domingo (sábado à noite).

Pois bem, deixo aqui os textos que realizei para o post da programação para o GP do Japão e depois irei escrever algumas linhas sobre os treinos realizados nessa madrugada:

ALERTA DE SUPERTUFÃO

Foto: Getty Images
É o que diz Steffen Dietz, ex-meteorologista da F1. O supertufão Hagibis ganhou força e deve atingir Suzuka com força, especialmente no sábado. A previsão é de chuva forte e ventos nos três dias.

"Querido público da Fórmula 1, com o tufão Hagibis, existe uma possível ameaça na situação meteorológica em Suzuka. A fotografia mostra o pior cenário, segundo um modelo. É uma possibilidade, ainda falta uma semana, mas o modelo e a formação são impressionantes. Sigam atentos"

"Hagibis aumentou bastante e agora é um supertufão, de categoria 4. A previsão da pista no Japão e na F1 é bem consistente. A probabilidade de qualquer impacto é alta, mas os detalhes permanecem incertos. Geralmente, o sistema enfraquece bastante antes de chegar no Japão, mas seguirá forte. Os modelos de hoje mostram uma propagação um pouco mais rápida, então, o impacto na F1 pode aparecer já no sábado", alertou Dietz em sua conta no Twitter.

19º tufão do ano no Pacífico, o Hagibis veio das Filipinas e vem avançando em direção ao oeste do país, onde o autódromo de Suzuka é localizado. O último boletim divulgado pela Agência Meterológica aponta que ele se desloca a 25 km/h, com ventos sustentados de 180 km/h.

O Japão tem histórico de adiamento de treinos em virtude das chuvas e ventos fortes. Isso aconteceu em 2004 e 2010, quando os treinos foram realizados no domingo, dia da corrida. Em 2007, a corrida em Fuji foi realizada sob forte chuva.

Em 2013, na Austrália, apenas o Q1 foi realizado. Em 2015, nos Estados Unidos, o furacão Patrícia fez com que o treino também fosse na manhã de domingo.

Em 2014, o furacão Phanfone transformou a corrida do Japão num caos, com largadas atrás do Safety Car, bandeiras vermelhas e o trágico acidente fatal de Jules Bianchi.


Se chove, então provavelmente mal teremos treino e a corrida só quando os pilotos conseguirem colocar os intermediários. Não me animo muito. É muita frescura da FIA, que matou o francês graças a sua negligência e faz malabarismos técnicos para parecer que se preocupa com a segurança dos pilotos, como é o caso do Halo ou proibir corridas em chuvas fortes, o que é um absurdo.

TAPETÃO?

Foto: Getty Images
Eu tento, mas é impossível não escrever algo sobre a equipe mais simpática da F1. A nova notícia do momento é que a FIA pode punir a equipe em perda de pontos porque o chefão Gunther Steiner xingou o comissário Emanuelle Pirro (o mesmo que tirou a vitória de Vettel no Canadá) de idiota após a punição a Kevin Magnussen ao cortar uma curva e não voltar no traçado determinado lá no GP da Rússia.

Segundo o site alemão "Motorsport Total", Steiner foi até a sala dos comissários após a corrida e teve acalorada discussão com o ex-piloto, além de tê-lo xingado no rádio da equipe de "estúpido e idiota" e não ter se desculpado posteriormente.

Steiner pode ser punido por suspensão de uma corrida sem acessar o paddock, uma multa de R$ 1 milhão ou até mesmo perda de pontos de sua equipe.


É tipo o STJD afirmar que um jogador pode ser punido por 12 jogos mas no fim das contas basta pagar uma cesta básica. Se Steiner realmente xingou Pirro, ele merece um prêmio, isso sim. Mais uma punição imbecil desse cara que já avacalhou com o GP do Canadá. Por essas e outras que a Haas é a equipe mais simpática do grid, sem dúvida alguma.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 322 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 249 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 215 pontos
4 - Max Verstappen (Red Bull) - 212 pontos
5 - Sebastian Vettel (Mercedes) - 194 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 69 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 66 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 52 pontos
9 - Lando Norris (McLaren) - 35 pontos
10- Daniel Ricciardo (Renault) - 34 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 34 pontos
12- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 33 pontos
13- Sérgio Pérez (Racing Point) - 33 pontos
14- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
15- Kevin Magnussen (Haas) - 20 pontos
16- Lance Stroll (Racing Point) - 19 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 571 pontos
2 - Ferrari - 409 pontos
3 - Red Bull Honda - 311 pontos
4 - McLaren Renault - 101 pontos
5 - Renault - 68 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 55 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 52 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 35 pontos
9 - Haas Ferrari - 28 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

Os treinos: pois bem, depois de quatro poles consecutivas, a Mercedes resolveu reagir com novas atualizações apesar disso parecer inútil para esse ano, pois já são campeões. A questão é psicológica, de mostrar pra Ferrari e pro resto que são eles quem mandam ainda.

Bottas, apesar de rodar uma vez no TL2, foi o mais rápido nos dois treinos. As flechas de prata foram muito mais velozes que a Ferrari e a Red Bull com motor zerado para tentar andar bem na casa da Honda. Desse jeito, devem ser os grandes favoritos a vencer, por mais estranho que possa ser projetar uma corrida que ninguém sabe em quais condições vai acontecer. No domingo, dizem que o tempo vai estar seco.

Importante salientar que, segundo a FIA, caso não seja possível realizar o classificatório no domingo pela manhã (horário do Japão), o grid foi definido agora. Ou seja: podemos ter Bottas, Hamilton, Verstappen, Leclerc, Vettel e Albon, nesta ordem. No resto, a briga encarniçada de sempre, onde a Toro Rosso é a grande atração local junto com a Red Bull, mas me parece que a McLaren ainda leva certa vantagem na hierarquia da "quarta força" nesse instante.

Pois bem, veja bem as posições do TL2, porque pode ser a do grid de largada também. É o confuso e caótico GP do Japão, cheia de diversas lembranças...


Até!

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

LEMBRANÇAS QUE VOAM

Foto: Getty Images

Como o tempo passa. O blog foi criado para que eu pudesse desempenhar uma atividade de uma disciplina da faculdade de jornalismo que consistia no design das tipografias das letras e o porquê, além do uso das cores. Decidi, então, focar os meus esforços em escrever sobre algo que nos últimos tempos eu sempre tive vontade mas que me faltava a faísca: Fórmula 1.

A primeira corrida que cobri então foi o Grande Prêmio do Japão. Na primeira temporada com a era híbrida, a hegemonia da Red Bull foi substituída pela ascensão da Mercedes e o duelo entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, diante de um esdrúxulo regulamento de pontuação dobrada na última etapa do ano, em Abu Dhabi. Foi assim que escrevi os primeiros posts...



O que mais tinha me chamado atenção foi a confirmação da saída de Vettel da Red Bull. Na época, a Ferrari ainda não tinha oficializado a saída de Alonso. Portanto, era o fim de duas eras e o início de duas novas, sem saber ainda que existia a possibilidade de Alonso retornar a trabalhar com Ron Dennis.

Diante da possibilidade de um tufão, duas novidades do blog iniciante: escrevi um post no início da noite de sexta e outro na madrugada cobrindo o treino classificatório. Sinceramente, não me lembrava, mas deveria ser pelo horário e por estar acordado, no mínimo. Hoje, não tenho mais tempo para isso, infelizmente.


Me lembro de algumas partes da corrida: a saída com Safety Car em várias voltas e uma disputa até animada pela vitória, até surgir o novo carro de segurança após a batida de Adrian Sutil, na Sauber. Aí eu dormi, já estava muito tarde, se não me engano quase amanhecendo.

Quando acordei, vi Vettel e Hamilton com cara triste, o céu quase noite lá no Japão e um tom de voz quase fúnebre do narrador Luís Roberto, de muita preocupação. Comecei a pesquisar por notícias e depois não lembro o que fiz, se dormi ou fui direto votar. Precisava pesquisar, porque com o acidente do Schumacher eu fiquei o dia todo de boa achando que "era só mais uma peripécia do alemão" e quase chorei quando li a gravidade das notícias no fim do dia.

Era domingo de eleição. Não lembro se dormi e fui votar ou fiquei mais tempo pesquisando, mas aquilo acabou com o meu dia. Justo com Jules. Um acidente grave. Um piloto inconsciente. Como escrevi há meia década, a corrida estava em segundo plano. O foco era o estado de Jules.




A coisa era muito mais grave do que imaginávamos, talvez pelo otimismo de acreditar que depois de Senna ninguém mais morreria na pista. Ledo engano. Graças a incompetência da FIA em liberar a pista com um trator na área de escape e a atitude calhorda de esconder as imagens do acidente para fingir que tudo estivesse bem, além de terem colocado a culpa no francês que já estava morto, Jules morreu alguns meses depois. Inacreditável.

Logo na primeira corrida que “cobri”, um dos pilotos que eu mais torcia ficou inconsciente. Na primeira! E escrevia aos quatro cantos que Bianchi seria um piloto Ferrari nos anos seguintes. Me sinto “culpado” pelo acidente, porque parece que “ziquei” o cara. Muito triste.

Quis o destino, cinco anos depois, nos dar outra morte de um francês e colocar o tutor e amigo deles na Ferrari, local que supostamente seria de Jules por direito na sucessão natural da Ferrari. E cinco anos depois e mais de 700 posts até então, chegamos a mais um GP do Japão, comemorando cinco anos de vida. O tempo voa. Apesar do sentimento agridoce da primeira lembrança ser tão amarga, muita coisa mudou aqui no blog e na minha vida desde então, e esse espaço é quase um diário testemunha dessas transformações, embora não fale objetivamente delas por aqui, mas sim em outras redes que vocês podem acompanhar.


Até!

terça-feira, 1 de outubro de 2019

GUERRA (NEM TÃO) FRIA

Foto: Daily Express
Desde o início a briga pela hierarquia na Ferrari esteve aberta. Leclerc, imposto pelo finado Sergio Marchionne, aproveitou-se do fato de ser uma "joia" da academia da Ferrari, um sangue novo, para tentar capitalizar em cima do combalido Vettel, com o status de tetracampeão mas sendo muito mais um piloto errante do que verdadeiramente o líder que os italianos precisam.

Na Austrália, Leclerc já queria passar Vettel por ser o mais veloz. Binotto segurou a onda. No Bahrein, o motor ferrarista deixou na mão o que seria a primeira vitória do monegasco. Nas corridas seguintes, vimos Vettel mais veloz nos treinos e Leclerc respondendo nas corridas. No entanto, na maioria delas a Ferrari tinha como prioridade o alemão, sacrificando a corrida de Charles.

Da metade da primeira parte da temporada em diante, vimos Leclerc reagir nos treinos e dominar completamente Sebastian. No entanto, o jovem cometeu dois erros, um deles em Baku e o outro na Alemanha, capitalizados pelo alemão. Em Mônaco, novamente Charles foi sacrificado no Q1 para salvar Vettel. Na Hungria, o problema em administrar os pneus e as estratégias diferenciadas fizeram Vettel garantir o pódio.

No retorno das férias, o furacão Leclerc veio com tudo. Na Bélgica, teve auxílio de Vettel, que virou um "escudeiro" para segurar Hamilton. Na Itália, uma quebra de acordo em quem deveria dar o vácuo para quem já começou o problema da falta de hierarquia e de uma palavra contundente do chefe Mattia Binotto, também inexperiente nessas situações.

Na Cingapura, um erro de cálculo ou não fez Vettel pular para a liderança depois dos boxes. Leclerc tentou atacar mas não deixaram. Era a vitória que o alemão precisava para tentar retomar a liderança.

Na Rússia, um jogo de equipe na largada (!) fez Vettel pular a liderança, prometer devolver a posição e não cumprir, perdendo apenas nos boxes. O abandono fez o alemão potencialmente parar em um lugar fortuito para a entrada do Safety Car Virtual e prejudicar Leclerc, mas hoje a Ferrari disse que instruiu Seb a parar o carro imediatamente diante do risco em ser eletrocutado com os problemas enfrentados na unidade de potência.

A temporada já está perdida mas a Ferrari atualmente pode ocupar o status de melhor carro. Leclerc é o jovem em ascensão. Vettel é o tetracampeão que ainda tem, de certa forma, o protecionismo do chefe. A Ferrari sempre trabalhou com um primeiro piloto historicamente desde o traumático Villeneuve-Pironi, lá em 1982.

A pergunta que fica é: Vettel tem no mínimo mais um ano de contrato. Leclerc é o presente/futuro da equipe. O que será feito dos dois até o final da temporada e para 2020? É uma guerra que fica cada vez mais quente. O que será do alemão no final do ano que vem? Vai renovar? Vai perder o status de primeiro piloto?

E pensar que só colocaram Leclerc para cumprir o que o finado Marchionne mandou. Quem ganha com isso é o público, mas e a Ferrari? Já são 12 anos de jejum e contando...

Até!

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

FALTAM 57 PONTOS

Foto: Getty Images
Mais uma vez alguns vão discutir sobre merecimento ou não de alguém vencer uma corrida, o que é tão relativo... uma bobeira da Ferrari + um problema dos italianos e o acaso gerado por isso fizeram com que Lewis Hamilton voltasse a vencer depois de três corridas.

Começamos pela Ferrari. Nunca tinha visto jogo de equipe em largada. Vettel saiu de trás para ultrapassar Hamilton e se defender dos alemães. Também como parte do acordo, assumiria a liderança para depois devolver ao monegasco. Vettel não fez isso e Leclerc reclamou no rádio. No entanto, o alemão abriu cinco segundos de vantagem ao #16 e, portanto, não estava mais rápido. Como contraponto, pode-se dizer que Leclerc jamais teria sido tão amigável na primeira curva se não fosse Vettel ou um acordo. Na Ferrari não há comando. Não é necessário um 1-2 explícito, mas sim uma hierarquia. Há claramente problemas de ruídos ali que só não são piores porque os italianos não são postulantes ao título.

A ideia de devolver a liderança a Leclerc depois dos boxes deu certo, mas ninguém contava que o motor de Vettel fosse para os ares. Mais um problema no potente porém frágil motor italiano. Vettel, para alguns, parou em um lugar ruim de propósito para causar um Safety Car ou seria somente um carma? Enquanto isso, as Mercedes alongavam o stint porque estavam com os médios. Com Vettel fora e com uma distância considerável graças ao Virtual Safety Car, a dupla das flechas de prata aproveitou para parar e voltar fazendo dobradinha. Vettel e Leclerc, uma guerra (nem tão) fria assim.

Apesar de muito mais rápidos no setor 3 e no 1, a turbulência e o rápido desgaste dos pneus macios não permitiu a Leclerc brigar. Ficou empacado atrás de Bottas e teve que se contentar com o terceiro lugar. Mais uma vez o monegasco não conseguiu a vitória após largar na pole. Culpa dele? Talvez. Culpa de Vettel? Talvez. Culpa da Ferrari? Sempre! No entanto, Charles está insuportável, chorão demais para quem está na primeira temporada em uma grande equipe. Imagina quando tiver 5 ou 10 vitórias ou se for campeão do mundo...

Foto: Getty Images
Verstappen com uma Red Bull distante da competitividade em pistas de alta cumpriu o papel de chegar em quarto. No entanto, deve ser frustrante ver toda a atenção da mídia e dos fãs na "nova estrela" e não poder fazer nada, dependendo da boa vontade e trabalho dos nipônicos. Albon, largando dos boxes, conseguiu chegar em quinto ultrapassando todo mundo, principalmente no final da prova, o que é sua especialidade. Já fez mais que Gasly durante todo esse tempo, isso que não pegou pré-temporada ou meses de simulador na preparação.

Sainz é o melhor do resto e voltou a pontuar com uma McLaren, que terá o retorno do motor Mercedes em 2021, mostrando que é definitivamente a quarta força. Pérez vem reagindo junto com a Racing Point e voltando a ser regular entre os 10. Norris também pontuou e teve uma corrida um pouco mais difícil. Foi beneficiado pela patética punição a Magnussen, que ganhou cinco segundos por não voltar pela pista através do caminho que os comissários tinham orientado. Ridículo. Ao menos a Haas voltou a pontuar. Hulkenberg fechou o top 10 na irregular e grande decepção do ano que é a Renault.

Foi interessante a briga entre as duas Toro Rosso, se estranhando durante quase toda a corrida. A Alfa Romeo não se encontrou depois das férias. Vê-los fechando o grid foi estranho. Primeiro grande erro de Russell e Ricciardo se envolvendo em mais um incidente logo na largada. Ele e Grosjean fizeram GIovinazzi de sanduíche. Pior para os dois primeiros e o coitado do francês dessa vez foi a vítima. Ao menos o australiano tá ganhando muita grana pra dar algumas voltinhas em circuitos pelo mundo.

E os Estados Unidos que fizeram tanto esforço para trocar de data com o México na esperança de ver o amigo dos rappers campeão por lá pode ter seus planos frustrados, isso porque faltam apenas 57 pontos para o hexa de Hamilton, que muito provavelmente pode ser conquistado pelo terceiro ano consecutivo no México. No entanto, o mais interessante do momento é a ascensão ferrarista e a disputa Vettel/Ferrari x Leclerc, enquanto a Mercedes segue vencendo apesar de já estar pensando em 2020 e 2021.

Confira a classificação final do GP do México:




Até!

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

VIROU O JOGO?

Foto: Getty Images
No penúltimo GP da Rússia que será disputado em Sochi (a partir de 2021, a ideia é transferir a prova para São Petersburgo porque serão realizadas obras que irão diminuir o traçado do atual circuito russo), podemos estar vendo uma inversão de forças para o final da temporada.

A Mercedes, já campeã de pilotos e de construtores, concentra suas forças para o carro do ano que vem e o novo regulamento de 2021. Com isso, permite a chegada de Ferrari e Red Bull. Os taurinos seguem com a Honda mostrando que ainda não é confiável o suficiente para chegar no patamar dos italianos e dos alemães. Todos os carros irão trocar o motor e vão largar nas últimas posições. Para brigar por títulos, é necessário melhorar isso. Tem que deixar de ser cobaia. A potência pode ser um bom sinal, afinal Verstappen foi o mais rápido no segundo treino livre.

Só a Mercedes venceu na Rússia até hoje. Será que teremos o fim desse jejum? Leclerc liderou o primeiro treino livre, mostrando que o avanço da Ferrari após as férias de verão é mais do que real. Talvez não seja o suficiente para o título, mas é bom para recuperar a confiança e manter os dois pilotos motivados.

Corrida interessante para ver se o motor da Renault também realmente melhorou, pois sabemos que o chassi está devendo e Riccardo disse que pode sair no final do ano que vem, para surpresa de ninguém e a sempre inquietante briga do meio do pelotão, acrescidos com as duas Red Bull saindo de trás.

Será que a Ferrari vai engatar a quarta? Será que Bottas vai mostrar a força que tem andando em Sochi? Será que a Mercedes já está pensando em 2020 ou a ameaça ferrarista é real? Veremos.

Confira os tempos dos treinos livres:



 Até!

GP DA RÚSSIA - PROGRAMAÇÃO

A Rússia entrou no calendário da Fórmula 1 pela primeira vez em sua história em 2014, com o GP disputado no circuito urbano de Sochi. A cidade fica às margens do Mar Negro, no sudoeste do país. A estrutura para o circuito se aproveita do que foi construído visando as Olimpíadas de Inverno, realizadas no mesmo ano.

ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Valtteri Bottas - 1:35.861 (Mercedes, 2018)
Pole Position: Valtteri Bottas - 1:31.387 (Mercedes, 2018)
Último vencedor: Lewis Hamilton (Mercedes)
Maior vencedor: Lewis Hamilton - 3x (2014, 2015 e 2018)

UM NOVO RUMO?

Foto: Getty Images

De saída da Williams no final da temporada, Robert Kubica pode ter o futuro ainda ligado à F1. Especulado pela Audi para disputar a DTM, o polonês está sendo sondado pela Haas para ser piloto reserva em 2020. Ao menos é isso que diz o chefão da equipe americana, Gunther Steiner:

“Tudo é possível e estamos conversando com ele”, disse Steiner. “Eu sempre falo com muita gente e tenho melhorar as coisas, mas ainda não sei [o que vai acontecer]. Preciso falar com o Robert [Kubica] para ver se ele topa fazer isso, agora que ele decidiu deixar a Williams. Não sei quais são os outros planos dele”, afirmou.

O piloto resserva trabalha com os testes no simulador para dar feedback a equipe. Atualmente, quem faz isso pela equipe americana é o brasileiro Pietro Fittipaldi, que também disputa a DTM.

“Ele tem muita experiência e é conhecido por ser um dos melhores pilotos de teste e de simulador que temos. Nunca trabalhei com ele, mas temos muita gente que trabalhou com ele. Todos os respeitam muito. Acho que ele não vai poder, ou não quer, trabalhar em tempo integral. Mesmo assim, ele é uma boa referência”, encerrou Steiner.

Kubica já era piloto de testes na Williams antes de assumir a titularidade. Infelizmente, mostrou que as lesões no braço comprometeram sua capacidade competitiva na F1, mas em outra função sua experiência pode ser de grande valia. No entanto, é isso que a Haas realmente precisa? Eles estão perdidinhos, perdidinhos.


"NÃO ESTAMOS A VENDA"

Foto: Getty Images
Mais uma notícia sobre a Haas, a grande personagem da F1 nesse ano. Com o fim do patrocínio com a tal Rich Energy, surgiram especulações de quem será o novo patrocinador do time. Um tweet da ex-parceira aponta que o grupo Haas será vendido para investidores da Arábia Saudita. Não é bem assim, segundo o chefão Gunther Steiner:

"Eu nem sei como responder. Desejo boa sorte e agradeço os investidores. Não os conheço. É um dos tweets da Rich Energy, e eu não respondo a tweets ou coisas parecidas. Não somos nós, não quero ir para lá", afirmou para a revista inglesa "Autosport".

É uma questão importante. Sem o patrocínio (e o dinheiro?) dos charlatões do energético, a Haas precisa de investimento para melhorar um carro que é uma verdadeira tragédia em 2019. Apesar de baratear custos usando peças da Ferrari e chassi Dallara, é muito pouco para um desempenho competitivo na F1, como está sendo provado. Difícil é encontrar alguém que acredite em um projeto de F1, ainda mais com essa crise mundial.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 296 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 231 pontos
3 - Charles Leclerc (Ferrari) - 200 pontos
4 - Max Verstappen (Red Bull) - 200 pontos
5 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 194 pontos
6 - Pierre Gasly (Toro Rosso) - 69 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 58 pontos
8 - Alexander Albon (Red Bull) - 42 pontos
9 - Daniel Ricciardo (Renault) - 34 pontos
10- Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 33 pontos
11- Nico Hulkenberg (Renault) - 33 pontos
12- Lando Norris (McLaren) - 31 pontos
13- Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
14- Sérgio Pérez (Racing Point) - 27 pontos
15- Lance Stroll (Racing Point) - 19 pontos
16- Kevin Magnussen (Haas) - 18 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 4 pontos
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 527 pontos
2 - Ferrari - 394 pontos
3 - Red Bull Honda - 289 pontos
4 - McLaren Renault - 89 pontos
5 - Renault - 67 pontos
6 - Toro Rosso Honda - 55 pontos
7 - Racing Point Mercedes - 46 pontos
8 - Alfa Romeo Ferrari - 35 pontos
9 - Haas Ferrari - 26 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

CLASSIFICAÇÃO



quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O INESQUECÍVEL NURBURGRING

Foto: Getty Images
Há 20 anos, a F1 vivia um enredo diferente na briga pelo título e o surgimento de forças surpreendentes. Na ocasião, há exatas duas décadas a Alemanha recebia o Grande Prêmio da Europa, em Nurburgring, a antepenúltima etapa da temporada.

Com Schumacher ausente da disputa em virtude do acidente em Silverstone que quebrou uma das pernas, a Ferrari recorreu a Mika Salo e fez o segundão Eddie Irvine ser alçado a esperança italiana para quebrar o jejum de 20 anos sem taças. Na McLaren, Hakkinen buscava o bicampeonato. Os dois brigavam com muita irregularidade e erros individuais e da equipe. Em Monza, Frentzen, com a Jordan, venceu e se aproximava como uma terceira força, com duas vitórias na temporada. Lembra muito 2008: Hamilton e Massa irregulares e Kubica uma alternativa por algum tempo.

Em Nurburgring, Hakkinen e Irvine estavam empatados, com Frentzen 10 pontos atrás e Coulthard 12. Estava tudo em aberto. O alemão conquistou a segunda pole da história da equipe de Eddie Jordan, seguido por Coulthard, Hakkinen, Panis (Prost), Fisichella (Benetton), Hill (Jordan), Villeneuve (BAR) e Irvine apenas em nono.

Na largada, um problema com as luzes vermelhas forçou uma nova volta de apresentação. Na sequência, após a primeira curva, a Jordan de Hill ficou muito lenta. A Benetton de Wurz desviou dele mas não do brasileiro Pedro Paulo Diniz, que capotou e chegou a perder o aparato do santantônio. Ele foi para o hospital realizar exames de rotina mas não passou de um susto.

Foto: Divulgação
Frentzen, Hakkinen, Coulthard e Ralf Schumacher seguiam no primeiro pelotão, enquanto Irvine demorou para se desvencilhar da Benetton de Fisichella. Começou a chover, mas não em todos os setores da pista. Apresentando a habitual dificuldade, Hakkinen foi perdendo rendimento e foi para os boxes. Irvine e Salo também. A Ferrari queria botar pneus de chuva, mas Irvine não quis. Resultado: o irlandês perdeu muito tempo e estava praticamente alijado da prova. A impressão é que a Ferrari não queria que ele fosse campeão. Imagina todo o investimento para o Schumacher fazer história e a taça parar no Irvine, que sequer continuaria na equipe em 2000?

A chuva parou e Hakkinen se deu mal, precisando parar novamente. Com o tempo seco, Frentzen e Ralf foram aos boxes para reabastecer. Logo ao sair do pit, um problema elétrico sepultou as chances do alemão da Jordan em ser campeão.

Com a pista ainda escorregadia, Coulthard perdeu o controle e bateu. A chuva voltou forte e Ralf liderava. Enquanto isso, Hakkinen e Irvine se engalfinhavam lá atrás, prejudicados pela estratégia e pela má pilotagem. Enquanto isso, Trulli, Herbert, Barrichello, Villeneuve e a dupla da Minardi (Badoer e Gené) escalavam as primeiras posições.

Foto: Sutton Images
A liderança virou uma batata quente. A chuva voltou com tudo e Coulthard bateu. Pouco depois, a pista secou e Ralf parou para trocar de pneus. Fisichella assumiu a liderança, mas na quarta escapada de pista bateu e ficou fora. Na sequência, o líder Ralf teve o pneu traseiro direito estourado e precisou ir para os boxes. Herbert, com a Stewart, assumia a liderança, seguido por Trulli (Prost) e Barrichello (Stewart). Irvine e Hakkinen tentavam de tudo para somar algum ponto. Luca Badoer, com a Minardi, alcançava uma histórica quarta posição.

Até que o motor explodiu e a maior chance do italiano pontuar na carreira também. Ao sair do carro, irritado, começou a chorar copiosamente. Uma das cenas mais tristes da história. Uma crueldade com a Minardi e com Luca.

Foto: Reprodução

Foto: Getty Images
Villeneuve, com problemas eletrônicos, também abandonou. Hakkinen pressionou tanto Irvine que fez o irlandês escapar da pista para fazer a ultrapassagem. No final, sem mais surpresas, Johnny Herbert guiou para a terceira vitória na carreira e a primeira e única da Stewart, já vendida para a Ford, que virou Jaguar em 2000. Trulli resistiu a pressão de Rubinho e chegou em segundo, com o brasileiro atrás. Ralf foi o quarto e Hakkinen conseguiu um ótimo quinto lugar numa péssima corrida. Se Badoer ficou fora, coube a Marc Gené voltar a fazer a Minardi pontuar depois de quatro anos, com Irvine em sétimo.

Foto: Getty Images
Jackie Stewart fazia história ao ser mais um a vencer como piloto e dono de uma equipe própria. Hakkinen abriu dois pontos de vantagem para Irvine faltando duas etapas: a estreia da Malásia e o tradicional Japão. Nada melhor do que falar desta grande corrida em momentos onde se questiona se a vitória de Vettel foi merecida. Herbert mereceu vencer? Ou seria Frentzen, Coulthard, Ralf ou Fisichella? O que vale é que é isso que entra para a história: a disputa, o imponderável e a emoção da incerteza.

Até!