terça-feira, 1 de outubro de 2019

GUERRA (NEM TÃO) FRIA

Foto: Daily Express
Desde o início a briga pela hierarquia na Ferrari esteve aberta. Leclerc, imposto pelo finado Sergio Marchionne, aproveitou-se do fato de ser uma "joia" da academia da Ferrari, um sangue novo, para tentar capitalizar em cima do combalido Vettel, com o status de tetracampeão mas sendo muito mais um piloto errante do que verdadeiramente o líder que os italianos precisam.

Na Austrália, Leclerc já queria passar Vettel por ser o mais veloz. Binotto segurou a onda. No Bahrein, o motor ferrarista deixou na mão o que seria a primeira vitória do monegasco. Nas corridas seguintes, vimos Vettel mais veloz nos treinos e Leclerc respondendo nas corridas. No entanto, na maioria delas a Ferrari tinha como prioridade o alemão, sacrificando a corrida de Charles.

Da metade da primeira parte da temporada em diante, vimos Leclerc reagir nos treinos e dominar completamente Sebastian. No entanto, o jovem cometeu dois erros, um deles em Baku e o outro na Alemanha, capitalizados pelo alemão. Em Mônaco, novamente Charles foi sacrificado no Q1 para salvar Vettel. Na Hungria, o problema em administrar os pneus e as estratégias diferenciadas fizeram Vettel garantir o pódio.

No retorno das férias, o furacão Leclerc veio com tudo. Na Bélgica, teve auxílio de Vettel, que virou um "escudeiro" para segurar Hamilton. Na Itália, uma quebra de acordo em quem deveria dar o vácuo para quem já começou o problema da falta de hierarquia e de uma palavra contundente do chefe Mattia Binotto, também inexperiente nessas situações.

Na Cingapura, um erro de cálculo ou não fez Vettel pular para a liderança depois dos boxes. Leclerc tentou atacar mas não deixaram. Era a vitória que o alemão precisava para tentar retomar a liderança.

Na Rússia, um jogo de equipe na largada (!) fez Vettel pular a liderança, prometer devolver a posição e não cumprir, perdendo apenas nos boxes. O abandono fez o alemão potencialmente parar em um lugar fortuito para a entrada do Safety Car Virtual e prejudicar Leclerc, mas hoje a Ferrari disse que instruiu Seb a parar o carro imediatamente diante do risco em ser eletrocutado com os problemas enfrentados na unidade de potência.

A temporada já está perdida mas a Ferrari atualmente pode ocupar o status de melhor carro. Leclerc é o jovem em ascensão. Vettel é o tetracampeão que ainda tem, de certa forma, o protecionismo do chefe. A Ferrari sempre trabalhou com um primeiro piloto historicamente desde o traumático Villeneuve-Pironi, lá em 1982.

A pergunta que fica é: Vettel tem no mínimo mais um ano de contrato. Leclerc é o presente/futuro da equipe. O que será feito dos dois até o final da temporada e para 2020? É uma guerra que fica cada vez mais quente. O que será do alemão no final do ano que vem? Vai renovar? Vai perder o status de primeiro piloto?

E pensar que só colocaram Leclerc para cumprir o que o finado Marchionne mandou. Quem ganha com isso é o público, mas e a Ferrari? Já são 12 anos de jejum e contando...

Até!

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