quarta-feira, 4 de setembro de 2019

A ÚLTIMA VITÓRIA

Foto: Gazeta Press
13 de setembro de 2009. Grande Prêmio da Itália. Rubens Barrichello chegava para o mítico circuito de Monza com 16 pontos de desvantagem em relação ao líder, o companheiro de equipe Jenson Button.

A Brawn não era mais a melhor equipe. McLaren, Ferrari e Red Bull estavam evoluindo bastante e chegaram a superá-los em certo momento. No entanto, a vantagem absurda daquele início de campeonato foi tão grande que foi o suficiente para se tornar apenas uma disputa particular entre Button e Barrichello.

Barrica foi o quinto e Button o sexto. A pole foi de Lewis Hamilton, seguido pela Force India de Adrian Sutil, aproveitando a característica daquele carro que já havia feito a pole na corrida passada com Fisichella, então novo piloto da Ferrari. Os finlandeses Raikkonen e Kovalainen ficaram na segunda fila.

Com mais combustível, a Brawn partiria para uma parada, enquanto o resto ia de duas. Rubinho ainda passou Kova logo no início e perseguiu pacientemente os três ponteiros. Quando todos foram nos boxes duas vezes, Barrica parou e assumiu a liderança faltando 18 voltas para liderar até o fim. Button foi o segundo, o que seria ruim para as pretensões no campeonato. Tentando pressionar o compatriota, Hamilton bateu na última volta e entregou o pódio para Raikkonen.

Foi a terceira vitória de Rubinho em Monza, a última na carreira e a última do Brasil na categoria até então. Hora de relembrar!



Até!

terça-feira, 3 de setembro de 2019

O PREÇO

Foto:
Os três primeiros colocados do ano passado foram para a Fórmula 1: George Russell, Alexander Albon e Lando Norris. A F2 voltava a cumprir com o seu papel de revelar talentos e ser o "último estágio" antes da Fórmula 1, embora não seja uma prática incomum muitos pilotos pularem direto da F3/GP3, casos de Kvyat, Bottas e Max Verstappen. Alguns anos atrás, os campeões eram ignorados, como Fabio Leimer, Davide Valsecchi e mais recentemente tivemos Stoffel Vandoorne, Jolyon Palmer e Charles Leclerc.

Com uma saída de três grandes talentos, seria natural que o grid perdesse qualidade. Outros pilotos, vendo que é inútil ficar dando voltas na F2 sem perspectiva para a F1, se mandam para a Fórmula E. Quase foi o caminho de Alexander Albon, se não fosse a saída de Ricciardo para a Renault e o efeito dominó que isso causou.

O automobilismo moderno virou um clubinho. Claro que sempre teve os ricos que compravam tudo, seja pelo dinheiro, pelo sobrenome ou por alguém lavasse dinheiro ali sem se importar com nada. No entanto, os custos aumentaram. Não há mais equipes, as vagas ficaram mais escassas. A "seleção natural" diminuiu.

Hoje, para se tornar um piloto que chega na F1, é necessário três e somente três coisas: dinheiro, academia de pilotos e sobrenome. Se analisar o grid, os únicos que não encaixam nesse perfil são Kubica (que traz dinheiro sim, mas é uma outra questão) e Raikkonen (que também é de uma geração mais anterior ainda). O resto chegou por algum dos três meios.

Sem o dinheiro e a possibilidade de mostrar o talento natural e aprimorar outras habilidades, o automobilismo está cada vez mais resumido em filhos de pilotos, apadrinhados da academia tal desde os cinco anos e bilionários do Paquistão ou do Canadá que colocam o filhote lá e que, com todo o dinheiro para contratar os melhores profissionais e pilotar os melhores carros, fica impossível não conseguir resultados "consistentes" e que justifiquem uma contratação futura.

O que eu quero dizer? Com menos talento natural e a prioridade cada vez mais por outras circunstâncias (o automobilismo é caro, não existe mais o apoio das empresas tabagistas e é necessário fechar as contas), a qualidade do grid diminui. Se a qualidade do grid diminui, a possibilidade de barbeiragens e má pilotagens é muito maior.

Vamos pegar o grid da Fórmula 2 desta temporada. Teoricamente, como o próprio nome diz, deveriam estar os 20 pilotos mais "próximos" da F1, os que ainda precisam dos últimos aprimoramentos ou de um título para efetivamente serem promovidos. Sem Russell, Gasly e Norris, temos a seguinte situação.

As permanências de De Vries (piloto McLaren, com 24 anos), Nicholas Latifi (com muito dinheiro, o canadense também já está lá há algum tempo), Sérgio Sette Câmara (ex-Red Bull e hoje reserva da McLaren), Matsushita (ligado a Honda), Nikita Mazepin (muito dinheiro da Rússia e ligado a Renault), Sean Gelael (muito dinheiro da Indonésia) e Luca Ghiotto (piloto Ferrari). Razoáveis ou bons pilotos que só estarão na F1 por algum fator circunstancial.

Nesta temporada, ainda tivemos a entrada de diversos pilotos que estavam na antiga GP3, hoje F3, alguns deles: Dorian Boccolacci, Arjun Maini, Callum Ilott, Jack Aitken, Giuliano Alesi, Juan Manuel Correa, Tatiana Calderón, Ralph Boschung, Juan Manuel Correa e o campeão do ano passado, Anthoine Hubert.

Temos também a "cota dos sobrenomes", que tem o já citado Alesi, Louis Delétraz e o mais famoso, Mick Schumacher. Para completar, o caso mais emblemático: o indiano Mahaaver Raghunathan, quase obscuro, bancado por algum indiano que não tem amor ao dinheiro. Já foi suspenso de uma corrida por má pilotagem e em Spa atingiu outra punição. Vai ficar fora de Monza.

Juntando todos esses pilotos ruins e razoáveis, sobram poucos bons valores, como o chinês Zhou, por exemplo. Isso, somado a debandada dos três do ano passado, formou o pior grid da F2 em todos os tempos. Consequência, é claro, dos custos do automobilismo e da quase imbatível tríade dinheiro-academia-sobrenome. Isso, é bom frisar, no "último estágio" antes da Fórmula 1.

Calderón só está lá porque é mulher e o indiano é um outro escândalo. Outros nomes não têm qualidade para estar ali. O resultado são inúmeras barbeiragens e erros de pilotagens. Poucos são os bons valores. De Vries, o provável campeão, deve rumar para F-E. Sérgio Sette Câmara e Zhou, a princípio, seriam os grandes talentos que continuariam, sem contar com o endinheirado Latifi e o midiático Mick.

A morte de Hubert é uma fatalidade e/ou um azar, mas há um porém. Não pode ter sido apenas coincidência que justamente no pior grid de GP2/F2 desde 2005 tenha acontecido um acidente fatal envolvendo pilotos que não estão prontos, sendo um deles o próprio Juan Manuel Correa, hoje hospitalizado e que já vinha sido criticado por incidentes anteriores. Desde o brasileiro Marco Campos, em 1995, que isso não acontecia.

O mais irônico é que a vítima não entra nesse grupo dos "ruins". O francês Hubert chegou a F2 como campeão da GP3 e, em virtude disso, foi contratado para a academia da Renault. Não sei se um dia iria a F1, mas era um caminho interessante, tal qual o chinês Zhou na escuderia francesa.

O preço final dessa conta toda é a chegada de pilotos que não têm condição alguma de estar nas grandes categorias do automobilismo e só estão lá basicamente pelos motivos já citados de dinheiro-patrocínio-sobrenome. O preço é uma família enlutada. Com a evolução da segurança, muitos pilotos se comportam como psicopatas, como se estivessem no iRacing ou no F1 da Codemasters, acelerando sem medir as consequências. Imagina se esses caras chegam na F1?

O automobilismo deveria tentar mudar esse ciclo não só para salvar as raras vidas que se vão e sempre nos deixam um recado, mas também para evitar a proliferação do que está acontecendo nas categorias de base, até porque em pouco tempo esses caras vão subir. O preço seria um espetáculo melhor, o que geraria todo este fascínio que um piloto tem, de desafiar a morte e proporcionar atuações memoráveis para os fãs e o público.

Hashtags e mensagens de força e consternação são paliativos, sensibilidades com prazo de validade. É preciso agir para que outros não paguem um preço tão alto que o automobilismo e Anthoine Hubert pagaram.

Até.

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

ERA PARA SER

Foto: Getty Images
Com apenas 21 anos, Charles Leclerc vive muitas emoções para alguém que é tão jovem. Enquanto trilhava o caminho do kart e os primeiros passos nos monopostos, perdeu repentinamente o grande amigo e um de seus maiores incentivadores, o francês Jules Bianchi. Com a naturalidade das coisas, teoricamente era para o francês estar na posição que o monegasco ocupa hoje. Leclerc corre por Bianchi e é uma extensão dele.

Em 2017, outro duro golpe: o falecimento do pai, vítima de câncer. Meses depois, foi confirmado em um das posições de maior prestígio existente no imaginário popular: piloto da Ferrari. Monegasco, com apenas 21 anos, quebrando uma escrita dos italianos, relutantes em apostar nas promessas.

Logo na segunda etapa como ferrarista, a primeira pole para tirar a pressão. Tudo se encaminhava para uma vitória consagradora, mas um problema no motor impediu isso. Uma crueldade.

Na Áustria, o mesmo roteiro. Depois de alguma instabilidade e um erro no treino em Baku, rapidamente Leclerc tinha a chance de vencer. Sem motor problemático e liderando de ponta a ponta. Nada poderia dar errado até Max Verstappen o empurrar para a área de escape, não ser punido e vencer. Outro duro golpe para quem constantemente era escudeiro de Vettel e via uma Ferrari muito instável, desperdiçando raras oportunidades de vitória com estratégias equivocadas e um intenso problema dos pneus se desgastarem muito rápido.

No retorno das férias, a terceira pole e sete décimos para a concorrência. Com sobras. A terceira chance.

Além do pai, Hervé, e de Jules Bianchi, outros grandes contatos de Charles na vida e no automobilismo é o chamado "Os Quatro Mosqueteiros": ele, Pierre Gasly, Esteban Ocon e Anthoine Hubert. Três franceses e o monegasco, que corriam, conviviam e chegavam até a morar juntos.

Foto: Getty Images
O acidente fatal do amigo, justo depois de mais uma pole, é mais um baque emocional em Charles, tão jovem e tão acostumado a lidar com as adversidades da pista. Um jovem morrer fazendo o que gosta em algo que notabiliza pela constante evolução da segurança é chocante para todos nós que não pegamos a época onde "morria um por corrida", como diz meu pai. Um quê de triste coincidência poderia ser o chavão: vai ter que ser por ele.

Corrida controlada o tempo todo. O mesmo cenário de Bahrein e Áustria. Os acontecimentos recentes provaram que, realmente, "a corrida acaba só quando ela termina". Eis que, nas voltas finais, Hamilton, rendendo mais com os médios e desgastando menos os pneus, começa a se aproximar. O tetracampeão Vettel, renegado a escudeiro de luxo, o atrapalhou por algumas voltas até finalmente ser ultrapassado. Estava aberta a caça. Hamilton venceria de novo nas voltas finais? Leclerc perderia de novo nas voltas finais? Justo neste final de semana?

Lewis já estava a menos de um segundo, contornando o segundo setor, onde a Mercedes sobrava. O diferencial dos vermelhos era o mais potente motor ferrarista, que os mantinha na frente. Quando Hamilton poderia se aproximar para usar a asa e tentar o bote final, uma bandeira amarela e mais barreiras de pneus acertadas. Giovinazzi, que fazia a melhor corrida do ano, desperdiça mais uma chance e bate. Todo mundo precisa diminuir a velocidade. Quando iria abrir a última volta, uma crueldade acontece com Norris: o motor de sua McLaren estoura. Se isso acontecesse antes, poderia ser ultrapassado como retardatário pelo líder e chegar nos pontos. Gasly, reestreando na Toro Rosso, se beneficia disso e ganha dois pontos que não conseguiria em condições normais, onde foi superado por Kvyat em mais uma bela atuação do russo em seu grande momento da carreira, no sétimo lugar.

Era para ser. Leclerc vence a primeira na carreira. Por Hervé. Por Bianchi. Por Hubert. Pela Ferrari. A homenagem para o amigo e para tantos outros que partiram tão cedo em sua trajetória. Era para ser. Há o copo meio vazio também. A primeira vitória é justa em Spa, onde os carros não fazem aquela "volta da vitória" onde extravazam e acenam para o público. Rapidamente Bianchi vai para os boxes. Ele está muito feliz, mas não pode comemorar muito porque a vitória vem justo quando perde um amigo na véspera. Era para ser. Tão bonito e tão emocionante ao mesmo tempo. O tal do destino é caprichoso.

Foto: Getty Images
Bottas chegou em terceiro e o escudeiro Vettel em quarto. Alexander Albon, o estreante da Red Bull, fez uma corrida F1 típica no que fazia na F2: largando com pneu médio, foi conservando os pneus para no stint final, mais macio, atropelasse todo mundo. Contou com a sorte de Norris ficar fora mas mostrou arrojo para ultrapassar Pérez passando pela grama na última volta. Só hoje já fez mais que Gasly no ano.

Verstappen foi aquele Verstappen do ano passado. Até então impecável, ele largou mal de novo e tentou recuperar tudo na primeira curva. Tocou em Raikkonen, que quase capotou, e com o carro sem condições, foi se arrastando até ser tocado pelo finlandês e bater na Eau Rouge. Justo um dia depois do que aconteceu (e farei um post sobre isso amanhã), Max mostra que não se decide tudo na largada, que tem carro para recuperar as posições, especialmente diante da Alfa Romeo, que teve a corrida arruinada.

Os outros beneficiados pelos abandonos da última volta foram Hulkenberg, que achou um oitavo lugar, e Stroll, com um pontinho. Inexplicáveis as estratégias de Ricciardo e Magnussen, que praticamente andaram a corrida toda com os macios e foram sendo ultrapassados por todo mundo volta a volta. Que ano constrangedor da Renault, cada vez mais perdida. A Haas então...

Em um contexto que pode ser utilizado para quase tudo, hoje a vitória de Leclerc, a batida de Verstappen e os abandonos de Norris e Giovinazzi eram para ser. Com crueldade para uns, sorte para outros. E assim a F1 segue em um final de semana mais emocional desde a morte de Jules ou até mesmo Ímola. Era para ser.

Confira a classificação final do GP da Bélgica:


Até!

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

CONFIRMAÇÕES

Foto: Getty Images
Depois do último "Vídeos e Curtinhas", nos últimos dias e horas tivemos algumas confirmações do mercado de pilotos para a temporada 2020. Afinal, agosto e setembro é onde se define quase tudo. Vamos lá:

- Efeito dominó: Bottas renovou com a Mercedes por mais uma temporada; com isso, Esteban Ocon acabou confirmado na Renault para as duas próximas temporadas no lugar de Nico Hulkenberg, que por sua vez vira candidato a vaga da Haas no lugar de Romain Grosjean segundo palavras do próprio chefão Gunther Steiner. Interessante que o contrato de Bottas é de um ano e Ocon assinou por dois com os franceses. Será que ele é mais um que perdeu o bonde da história nas flechas de prata?

Bem, ao menos ganha chance em outra equipe de fábrica mesmo não tendo feito muita coisa para merecer isso, afinal foi superado por Sérgio Pérez nos dois anos que dividiram a então Force India. Quem ficou para trás mesmo foi Hulkenberg. De prodígio a "melhor do resto", o alemão agora é definitivamente um talento desperdiçado que não vingou, seja por azar, incompetência ou os dois. Entre ele e Grosjean, que fique Nico.

- Por falar em Sérgio Pérez, o mexicano renovou com a Racing Point por três temporadas. Não é muito comum isso na Fórmula 1, mas acaba evidenciando a confiança que a ex-Force India tem nele, piloto da casa desde 2014, mesmo que nesta temporada seja o pior em termos de resultado. Também é interessante um contrato de longa duração em uma equipe que é praticamente comandada pelo pai de Stroll, que certamente gostaria de um piloto mais fraco para que o filhote se sobressaia.

Foto: Reprodução
O calendário provisório da F1 confirmou que teremos 22 corridas. Espanha e México estão mantidas, além das entradas de Vietnã e Holanda e a saída da Alemanha. Claro que ainda falta a homologação da FIA, mas a ideia é a temporada começar dia 15 de março, na Austrália, e terminar no dia 29 de novembro, em Abu Dhabi.

Sobre o circuito de rua na Ásia, um ponto de interrogação gigante: será que vai ser uma corrida decente? Será que vai durar mais de três anos ou vai virar uma Ìndia ou Coreia do Sul da vida? Além do horário agradável aqui no Brasil... Sobre Zandvoort: circuito travado. Deve ser legal porque vai ser a casa de Max Verstappen e só, a princípio, mas veremos. Uma pena que um palco de 12 títulos mundiais não tenha uma corrida. É inaceitável, ainda mais depois da corridaça deste ano.

Um boato que não se confirmou neste final de semana seria a ausência de Kimi Raikkonen, que teria sofrido uma lesão muscular nas férias. Parece coisa de jogador de futebol. Com isso, o reserva Marcus Ericsson saiu dos EUA e está lá de sobreaviso para assistir a corrida, até porque Kimi participou normalmente das sessões de hoje.

A Ferrari é ampla favorita nesta e na próxima etapa. Portanto, tem a obrigação de vencer, principalmente Seb que não vence faz exatamente um ano nessa mesma pista. Ele liderou a primeira sessão e Leclerc a segunda, com a Mercedes atrás. Hamilton teve problemas nos dois treinos. Albon estreia na Red Bull largando em último porque irá testar um novo motor Honda mas não fez feio: apenas alguns décimos atrás de Verstappen. Kvyat também será a cobaia na Toro Rosso. A ideia é que os outros dois usem esse motor em Monza. Gasly também reestreou e continua muito mal, nas últimas posições. Será que é o efeito Daniil Kvyat 2016/2017 já fazendo efeito?

Foto: Getty Images
Interessante notar como a eterna Force India é sempre "boa de reta" em Spa. Dez anos atrás, fizeram a única pole com Fisichella. Também faz dez anos que Reginaldo Leme denunciou o "Cingapuragate" com exclusividade. Um momento histórico do esporte e do nosso jornalismo, sem dúvidas. Vida longa ao Regi!

Será que a Ferrari sai da seca?

Confira os tempos dos treinos livres do GP da Bélgica:




GP DA BÉLGICA - Programação

O Grande Prêmio da Bélgica foi disputado pela primeira vez em 1925, e faz parte do calendário da Fórmula 1 desde a 1a temporada da categoria, em 1950.


ESTATÍSTICAS:
Melhor volta em corrida: Ayrton Senna - 1:41.523 (McLaren, 1991)
Pole Position: Lewis Hamilton - 1:42.533 (Mercedes, 2017)
Último vencedor: Sebastian Vettel (Ferrari)
Maior vencedor: Michael Schumacher - 6x (1992, 1995, 1996, 1997, 2001 e 2002)

SAINZ QUER MAIS CARROS DE PONTA PARA BRIGAR POR VITÓRIAS

Foto: Divulgação/McLaren
Atualmente o "melhor do resto", o piloto da McLaren deseja que nos próximos anos o novo regulamento da F1, que vai entrar em rigor a partir de 2021, possa proporcionar maior equilíbrio e disputas entre as equipes.

“Eu espero que a McLaren consiga um dia construir um carro para que eu e o Lando lutemos contra esses caras [equipes de ponta]. Acho que a Fórmula 1 pode mudar muito em 2021, então já ver gente assumindo que vai ser Verstappen contra Leclerc... Isso é o que teremos em 2019 e 2020, certeza, mas em 2021 a F1 pode mudar e de repente as pessoas na luta podem mudar por completo”, afirmou.

Mesmo que um novo regulamento possa ser determinante para que surja uma nova força na categoria, Sainz reconheceu que estar na hora certa e no momento certo é, além de sorte, uma combinação de fatores.

“É uma questão de quem está no lugar certo na hora certa. Se o Verstappen estiver no lugar certo na hora certa, vai vencer vários campeonatos. Caso contrário, não vai ser campeão. Infelizmente é assim que funciona na F1 no momento. Essa é a parte frustrante, porque o esporte acaba não dependendo do atleta. Não é como 100 metros rasos, em que o melhor vence. Ainda acho que os melhores normalmente estão nos melhores carros, mas não acho que temos o número suficiente de bons carros para todos os bons pilotos da F1”, destacou.

Seria ótimo para toda a categoria ter novas forças surgindo nos próximos anos. No entanto, considerando que é sempre o mesmo papo, acho difícil que aconteça algo parecido como em 2009, quando do dia para a noite Brawn e Toyota começaram como favoritas. O grande desafio da F1 é seduzir novamente as montadoras que, com mais dinheiro para investir, possam um dia ser páreos para bater o atual trio de ferro.

KUBICA TEM PLANOS, MAS ELES SE ENCAIXAM NA F1?

Foto: Getty Images
Levando uma surra nas corridas e nos treinos, Robert Kubica tem mostrado que infelizmente a limitação do braço direito também limitou sua pilotagem. No entanto, mesmo sem ser competitivo, conseguiu usar a experiência com um pouco de sorte para conquistar até aqui o único ponto da Williams na temporada justamente na única corrida onde superou George Russell. Todavia, o polonês ainda não sabe o que vai fazer da vida assim que completar o GP de Abu Dhabi, em novembro:

“Tenho planos, mas nem tudo depende de mim. Vamos ver como as coisas vão andar. A situação é a mesma de todos os anos, é necessário ter paciência”, afirmou.


Russell deve permanecer na Williams, que depende de dinheiro. O fator de marketing de Kubica seria suficiente para mantê-lo mais uma temporada, mesmo com patrocínios e o ponto conquistado? A resposta, hoje, é difícil de saber. Acredito que sair da categoria marcando um ponto com o pior carro do grid seria uma grande vitória pessoal para Kubica, que infelizmente poderia ter sido mais no automobilismo se não fosse o acidente de rali.

CLASSIFICAÇÃO:
1 - Lewis Hamilton (Mercedes) - 250 pontos
2 - Valtteri Bottas (Mercedes) - 188 pontos
3 - Max Verstappen (Red Bull) - 181 pontos
4 - Sebastian Vettel (Ferrari) - 156 pontos
5 - Charles Leclerc (Ferrari) - 132 pontos
6 - Pierre Gasly (Red Bull) - 63 pontos
7 - Carlos Sainz Jr (McLaren) - 58 pontos
8 - Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) - 31 pontos
9 - Daniil Kvyat (Toro Rosso) - 27 pontos
10- Lando Norris (McLaren) - 24 pontos
11- Daniel Ricciardo (Renault) - 22 pontos
12- Lance Stroll (Racing Point) - 18 pontos
13- Kevin Magnussen (Haas) - 18 pontos
14- Nico Hulkenberg (Renault) - 17 pontos
15- Alexander Albon (Toro Rosso) - 16 pontos
16- Sérgio Pérez (Racing Point) - 13 pontos
17- Romain Grosjean (Haas) - 8 pontos
18- Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo) - 1 ponto
19- Robert Kubica (Williams) - 1 ponto

CONSTRUTORES:
1 - Mercedes - 438 pontos
2 - Ferrari - 288 pontos
3 - Red Bull Honda - 244 pontos
4 - McLaren Renault - 82 pontos
5 - Toro Rosso Honda - 43 pontos
6 - Renault - 39 pontos
7 - Alfa Romeo Ferrari - 32 pontos
8 - Racing Point Mercedes - 31 pontos
9 - Haas Ferrari - 26 pontos
10- Williams Mercedes - 1 ponto

TRANSMISSÃO: 







quarta-feira, 28 de agosto de 2019

VÍDEOS E CURTINHAS #38: BOATOS E CONFIRMAÇÕES


Fala, galera! Mais um post da sessão mais longeva e ao mesmo tempo ausente deste querido blog. Vamos lá então!

Começando com a confirmação. O que parecia improvável aconteceu: o governo da Catalunha conseguiu as garantias necessárias e o GP da Espanha renovou com a F1 por mais uma temporada. Em 2020, com as entradas de Vietnã e Holanda, teremos 22 etapas, um novo recorde. Com isso, quem deve rodar é a Alemanha, pois sem o apoio que teve neste ano da Mercedes parece improvável que siga no calendário. Até mesmo o México parece ter tratativas para continuar no calendário, afinal se a Ásia e a Europa viraram as grandes prioridades da Liberty, não se pode jogar fora a paixão e empolgação dos mexicanos.

- Boatos: A revista francesa "Auto Hebdo" cravou na capa que o compatriota Esteban Ocon será piloto da Renault em 2020, sendo assim companheiro de Daniel Ricciardo. Nos últimos dias, o francês fez algumas mudanças em suas redes sociais, dando a entender que não esperaria para sempre uma possível promoção da Mercedes, o que parece cada vez mais improvável. Se confirmada, essa informação poderia confirmar outras duas: a permanência de Bottas nas flechas de prata por mais uma temporada e a ida de Nico Hulkenberg para a Haas, no lugar de Romain Grosjean. Imagina que interessante ter dois caras que se detestam numa equipe que não tem pilotos de academia. Hulk não pode reclamar das oportunidades. Depois da escapada na Alemanha, aquilo parece ter selado sua carreira.

Ocon já foi piloto de testes dos franceses. Foto: Motorsport
Segundo o site 'Racefans.net', a F1 pode ter uma nova equipe a partir de 2021. Trata-se da Panthera Asia Team, que teria como chefão e fundador Benjamin Durand, que trabalhou nas equipes de base da SMP Racing e BR Engineering. O chefe de aerodinâmica seria Tim Milne, com passagens pela Renault, Honda, Super Aguri, Toyota, Caterham e Manor. O modelo de negócio seria semelhante ao da Haas, que terceiriza quase todas as peças do carro. A sede seria perto do circuito de Silverstone, em Northamptonshire. A FIA não se manifesta sobre e, é claro, precisa aprovar ou não a tal proposta, que também depende, é claro, de como será desenvolvido e resolvido o tal novo regulamento da F1 que vai entrar em vigor em 2021. O desafio da F1 é atrair montadoras com um regulamento decente e competitivo. Não é fácil, mas seria ótimo mais equipes. Cresci vendo o número ideal de carros sendo 22. Seria excelente.

E, para finalizar, o post homenageia Kimi Raikkonen, quatro vezes vencedor do GP da Bélgica. Veja algumas onboards do IceMan, uma delas quando foi pole em 2007, uma volta em 2004, a vitória em 2004 que sagrou o hepta de Schumacher e a ultrapassagem em Fisichella que o fez vencer por lá pela última vez! Confira!








Até!

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

ANÁLISE PARCIAL DA TEMPORADA - Parte 2

Foto: Racefans

Esta foi a parte um. Em breve, a segunda parte com a análise dos pilotos restantes. Até mais!
Fala, galera! Agora ta na hora da segunda e última parte da análise da temporada 2019 depois de 12 das 21 etapas disputadas. Vamos que vamos:

McLAREN

Foto: Reprodução/McLaren
Carlos Sainz Jr – 8,0: sem dúvidas é o melhor do resto. Pulando de galho em galho, parou na McLaren com o peso de ser o espanhol que substitui Alonso em um carro que colecionava fracassos desde o fim da parceria da Mercedes, a Honda e agora a Renault. Contudo, para a surpresa de todos, o carro é confiável, razoavelmente veloz e bem competitivo. Além disso, Sainz é incrivelmente regular e competente, pontuando quase sempre e aproveitando as oportunidades, tanto é que está relativamente próximo de Gasly mesmo com um equipamento bem inferior. De contrato renovado, corre tranquilo para manter o bom momento pessoal e da equipe para que, talvez ano que vem, seja possível sonhar com coisas maiores.


Lando Norris – 7,5: apesar de ter considerado prematura a subida para a equipe, é inegável afirmar que o inglês faz uma temporada melhor na F1 do que era na F2, talvez porque o hype de todos tenham diminuído ou algo assim. Veloz e razoavelmente consistente, vem conquistando os pontos que pode. Claro que precisa mais de experiência, mas até aqui é um início acima das expectativas diante de um carro que evoluiu para a surpresa de todos, tornando-se quase a quarta força da F1. Um ambiente assim é quase que o ideal para evoluir e amadurecer na categoria.

RACING POINT

Foto: Reprodução
Sérgio Pérez – 6,5: com o carro pior, Pérez não está transformando alguns treinos bons em corridas satisfatórias. Neste ano, parece improvável que consiga aquele pódio anual circunstancial, pois bateu logo no início na Alemanha. No caos, o feitiço virou contra o feiticeiro: está atrás de Stroll na tabela, embora a diferença técnica dos dois não esteja refletida. No limbo da F1, tem o segundo semestre para ao menos se impor internamente na equipe do canadense, mesmo com um carro deficitário.

Lance Stroll – 6,5: não tem nível para estar na F1 mas é aquilo, é o neo Pedro Paulo Diniz. Com dinheiro, é impossível não evoluir minimamente a ponto de ficar menos pior e capitalizar em momentos caóticos. Ao menos tem essa estrela, principalmente em corridas chuvosas. Com o orçamento do papai, não precisa fazer muito para continuar. Não bate, não ultrapassa e apenas sobrevive nas corridas esperando o acaso acontecer. Infelizmente, é o suficiente para ele.


ALFA ROMEO

Foto: Pirelli
Kimi Raikkonen – 7,5: sem a pressão e o glamour das equipes grandes, parece ficar mais a vontade neste novo momento da vida. A agora Alfa Romeo, com a ajuda da Ferrari, vai melhorando, e o experiente finlandês mostra que se não é o cara para brigar por vitórias, pode ser o líder que uma equipe média precisa. Regular e consistente durante quase todas as corridas até aqui. Sua experiência é fundamental para mostrar os caminhos de desenvolvimento da ex-Sauber para que fique de vez no pelotão intermediário.

Antonio Giovinazzi – 5,5: um ano sem guiar os monopostos pode ser cruel, ainda mais quando se tem Kimi Raikkonen no mesmo carro. A verdade é que o italiano não se encontrou ainda. Apenas um ponto. Ritmo ruim e erros recorrentes. A pressão para que saia é grande, ainda mais com o frenesi que envolve Mick Schumacher. Sorte do italiano que Mick parece não estar pronto o suficiente para subir, do contrário já estaria quase fora para o ano que vem. Ainda assim, precisa ser outro piloto nestas últimas nove etapas se quiser continuar na F1.

TORO ROSSO

Foto: Getty Images
Daniil Kvyat – 7,5: muita desconfiança no improvável retorno (mais um) a categoria. Poderia ser difícil ser pior do que estava, e realmente não é, pelo contrário. Maduro, entregando resultados o quanto pode, aproveitou o caos para retomar definitivamente a confiança. Tem um companheiro de equipe duro pela frente, ou então tinha. Agora, precisa ser o tutor de um jovem que vive o que ele já viveu. No segundo semestre, tudo vai depender de como Gasly vai reagir ao rebaixamento.


Alexander Albon – 7,0: o agora Red Bull faz uma temporada correta. Faz o que pode, pontua quando o possível, não comete muitos erros e foi bastante elogiado pelos chefes meses antes de ser promovido. Agora, o desafio é outro. Encarar Max sem a preparação adequada é quase suicídio, mas não há escolha. É o famoso “cavalo encilhado só passa uma vez” e o tailandês, assim como os laços da Red Bull, precisa aproveitar. É mais piloto que Gasly e dificilmente vai ser tão pior que o francês, então é a grande chance de alavancar definitivamente uma carreira que até 9 meses atrás parecia fadada a Fórmula E.

WILLIAMS

Foto: Getty Images
George Russell – 6,5: é difícil escrever sobre o campeão da F2. O carro é de outra categoria, não há margem para competição. Na única existente, contra Kubica, foi superior em quase todas, menos na mais importante. Está zerado na temporada e, no fim das contas, é isso que as pessoas lembram. Dificilmente terá a oportunidade de dar o troco. É continuar sendo mais veloz que o polonês e torcer para que Toto tenha um plano de carreira para ele que não seja semelhante a de Wehrlein.

Robert Kubica – 6,5: seu retorno é uma vitória pessoal, e isso basta. É muito bom ver um cara talentoso dar a volta por cima diante das dificuldades e retornar para o topo do esporte a motor. No entanto, as lesões no braço claramente mostram que o polonês não é mais competitivo a este ponto. Superado com larga vantagem, tem no pontinho da Alemanha o fator desequilibrante que fez valer a pena todo esse processo. Sem esse peso, a perspectiva é apenas se divertir dentro do possível diante de um carro tão fraco, sabendo que estar ali já é uma vitória maior do que qualquer ponto.
Esta foi a minha análise. Concordam? Discordam? Agora é só aguardar para a parte final da temporada daqui algumas semanas!
Até!